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Foto José Cruz

A sorte dá muito trabalho

Por Jornal Sporting
26 Mar, 2018

Inaugurada exposição no Museu Sporting Clube de Portugal com os testemunhos de várias personalidades leoninas sobre o Senhor Atletismo

Pode não se ser a Alice no País das Maravilhas, mas ser-se facilmente encantado ao entrar num mundo mágico. Desde a pista de atletismo, numerada de um a seis, estampada no pavimento até ao mural de medalhas e prémios conquistados durante uma vida, conseguimos, facilmente, perceber qual a personalidade a ser homenageada: Mário Moniz Pereira. Depois do Museu Nacional do Desporto, chegou a vez do Museu do Sporting Clube de Portugal inaugurar, esta segunda-feira, na sala de exposições temporárias o verdadeiro significado de "A sorte dá muito trabalho".

Grandes os feitos, grandes os convidados, desde logo liderados por Bruno de Carvalho, Presidente do Sporting Clube de Portugal e de vários elementos do Conselho Directivo, como o 'vice' Carlos Vieira, Rui Caeiro e José Quintela; Carlos Lopes, antigo atleta e sucessor do professor na liderança da secção de atletismo; Carlos Silva, coordenador técnico da secção; Armando Aldegalega, antigo atleta e actual treinador do Clube; Domingos Castro e Cristina Coelho – também antigos atletas – e por último, mas não menos importante, as filhas Leonor, Isabel e Cristina e, também, Joana, sobrinha de Mário Moniz Pereira e filha de Isabel.

Deus sonha, o homem quer e, pelas mãos de Isabel Victor, directora do Museu, a obra nasce. "A exposição no Museu Sporting, mais do que nos objectos, fixou-se, propositadamente, nos sujeitos. É uma exposição sobre o sentimento intangível e único, que cada um guarda em si do mundo que Moniz Pereira deu, ensinou e inspirou.  Relatos emocionados na primeira pessoa, que nos falam de sentimentos, admiração e gratidão", explicou a directora. O objectivo? "Educar a personalidade multifacetada de Moniz Pereira no campo desportivo, toda a dedicação de uma vida ao Sporting CP e a genialidade do método individualizado que desenvolveu para gerar campeões. Tempos que vão ficar gravados a ouro", confessou.

Bruno de Carvalho, Presidente do Sporting, usou da palavra de seguida: "A sorte dá muito trabalho – dizia de forma insistente o nosso querido Professor. Mas, na verdade, nenhum dos 100 títulos do atletismo do Sporting Clube de Portugal obtidos pela sua orientação foram frutos de sorte", começou por dizer o Presidente leonino. "Dificilmente lhe conseguiremos retribuir tudo aquilo que fez por ‘nós’. Quando digo ‘nós’ não me refiro apenas ao Sporting CP mas, também, a este País, ao qual tanto deu, a nível desportivo, cultural ou como pessoa. Garanto que tudo faremos para estar à altura do desafio de cumprir, com muito orgulho, o dever de passar às gerações mais novas o lugar de um homem impar. Queremos que todos conheçam a vida e a obra de Moniz Pereira", prometeu.

Não podia ser um dia mais histórico para o Sporting CP, ou não estaria, Bruno de Carvalho, a completar cinco anos ao serviço do clube. “Parece que foi ontem e, quem olha para os resultados obtidos, pode, até, iludir-se com as facilidades que nunca tivemos. Hoje o clube está mais forte, sólido, indiscutivelmente mais unido!”, garantiu, finalizando.

Já dizia a mítica personalidade leonina: "Dá trabalho, mas quem quer trabalhar a sério é assim!". Quem melhor para o confirmar do que os seus discípulos Carlos Lopes e Carlos Silva. "É um sentimento de que foram muitos anos vividos, com prazer, alegria, paixão e acima de tudo, com uma missão – fazer resultados para que ficassem na história”, começou por dizer Carlos Lopes, director da secção. Utilizando uma das composições do professor, comentou: “Valeu a pena o sacrifício, valeu a pena ter trabalho com quem trabalhei, valeu a pena servir um clube como o nosso, vale sempre a pena!"

Entre eles? A história. “Aquilo que se escreve, diz e vive é eterno. Criaram-se dois laços de uma paixão que vai durar uma vida, que é de ver, ler e reler. Valeu a pena acreditar porque todos nós fomos ensinados a saber acreditar”, terminou.

Para Carlos Silva, Mário Moniz Pereira será sempre uma memória. “Com esta iniciativa, continuamos a ter o professor connosco, com aquilo que são as memórias para continuar a vivê-las. Estamos numa nova fase do clube em que conseguimos transformar as memórias num testemunho continuado”, revelou.

Para terminar? A emoção sentida por Domingos Castro. Ao visualizar o próprio depoimento sobre a medalha de prata em 5.000 metros nos Mundiais em Roma, o antigo alteta treinado por Moniz Pereira, não conseguiu esconder, de todos, o sentimento de admiração que nutria pelo professor.