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Foto José Cruz

Sporting CP celebrou o Festival da Primavera das escolas de natação

Por Jornal Sporting
26 Mar, 2017

Cerca de 250 jovens leões, dos 5 aos 17 anos, deram provas na piscina do Multidesportivo de Alvalade de que o futuro do Clube está garantido

O ponteiro do relógio aproxima-se a passos largos das 11 horas da manhã, ao mesmo tempo que várias famílias começam a chegar a conta-gotas ao Multidesportivo de Alvalade, a casa das modalidades do Sporting. Ao colo, de mão dada, ou até mesmo às cavalitas, os miúdos demonstram-se bastante animados e faladores. “Pai, deixa-me ir ali às máquinas buscar um chocolate para comer depois da prova”, ouviu-se no hall de entrada. A resposta, embora visivelmente ponderada, não tardou, tendo um cariz pedagógico: “Não dá, ainda chegas atrasado à piscina. Os horários são para se cumprir”. “É rápido”, garantiu convincentemente o pequeno, com um sorriso de orelha a orelha, já que acabou por levar a sua avante.

Uma alegria que contrasta com o tempo lá fora, na rua, onde a chuva não dá tréguas e cai com intensidade. Mas nem o temporal é capaz de tirar brilho ao Festival da Primavera das Escolas de Natação do Clube, que se realizou este domingo e contou com mais de 400 inscrições de jovens leões, entre os 5 e os 17 anos – sendo os mais velhos alunos de competição não federados. Já com o fato de banho vestido, chinelos calçados, de óculos e touca na cabeça, aguardam pela chamada em linha, devidamente identificados por escalão, à frente dos blocos de partida. Nas bancadas, os pais também esperam ansiosamente, enquanto se debatem com o calor, natural, que se faz sentir junto à piscina – que, diga-se, convidava a banhos.

Ouve-se um apito de um treinador: “Aos seus lugares”. Está na hora. Posicionam-se nos blocos e ultimam os preparativos. Mais um apito e… splash! Sai mais uma série de mergulhos, uma constante durante cerca de duas horas. Seja crawl, ou bruços, 25/50 ou até mesmo 100 metros, o Sporting ganhou sempre. O objectivo era simples: competir e evoluir.

“Este festival é, no fundo, um momento de avaliação. As aulas começaram em Setembro e desde essa altura que fomos fazendo avaliações ao longo dos períodos. Depois, para mostrar o trabalho desenvolvido aos pais, e também para termos uma noção de como as coisas estão a decorrer, organizamos este evento, nesta altura do ano. Para eles, este é o primeiro contacto com a competição, já que estão habituados a um contexto apenas de aulas”, começou por dizer ao Jornal Sporting Maria Júlia Sobral, coordenadora técnica das Escolas de Natação do Sporting.

Ao serviço do Clube há já 29 anos, a responsável leonina explicou que este festival anual, que se realiza desde sempre, visa aperfeiçoar a evolução dos praticantes. “Sabemos que estas crianças são capazes de nadar 25, 50 ou 100 metros e inscrevemo-los nessas provas. A avaliação é sempre técnica, tendo em conta a forma como nadam: se fizeram bem a respiração ou se bateram bem as pernas. Por outro lado, cronometramos os tempos que vão fazendo. De festival para festival vamos comparando os registos e durante as aulas vamos corrigindo os pontos menos positivos. Melhoram sempre, até porque com trabalho consegue-se sempre melhores resultados”, frisou, feliz pelo sucesso do evento, que começou a ser preparado com uma semana de antecedência.

Do modo de sobrevivência ao alto rendimento
No total, cerca de 250 rapazes e raparigas, apoiados por 20 técnicos de uma equipa composta por quase 40 profissionais, deram provas de que o futuro da natação verde e branca está garantido. Uma opinião partilhada por Carlos Cruchinho. “O futuro do Sporting está aqui a ser desenvolvido. Quero deixar também uma palavra de agradecimento aos professores que são, no fundo, a face não visível deste departamento: 34 profissionais que trabalham aqui com extrema dedicação. Sem eles, não conseguíamos alimentar a competição”, sublinhou o responsável máximo do departamento e treinador da equipa principal do Sporting.

Tendo por base o orgulho e os níveis de decibéis dos inúmeros aplausos dos pais presentes nas bancadas (completamente lotadas), o balanço só poderia ser satisfatório: “Está a ser extremamente positivo. O que nos interessa, sobretudo, é que os miúdos gostem de aqui estar e participar. Obviamente que vamos tirando algumas referências quanto aos mais competitivos, verificando quem lida melhor com a classificação. Contudo, tiramos os tempos aos miúdos apenas por uma questão de graça. O que nos dá mais prazer é ver alguns dos mais pequeninos a terminar uma prova de 25 metros quase em modo de sobrevivência e depois, mais tarde, evoluem e chegam até a atletas de alto rendimento”.

Com cerca de 2000 praticantes, 800/900 em condições de poder participar em eventos deste género, é na formação que a natação do Clube sustenta as bases para o sucesso. “Quantas mais crianças tivermos a praticar, maior será o leque de escolha e até mesmo de resultados no futuro”, garantiu Carlos Cruchinho.

Orgulho, ansiedade e chuva à mistura
“Mal consegui dormir de noite à espera que chegasse a hora de entrar para a piscina”, diz-nos Maria, uma das jovens nadadoras em competição (9 anos), antes de ser ‘engolida’ por um grupo de colegas. “Fiquei em segundo na prova de bruços”, diz um deles. “E eu em terceiro”, riposta outro, num clima de bom ambiente e muitas gargalhadas. De facto, o convívio foi nota dominante, em contraste com o tempo que se fazia sentir no exterior do multidesportivo. Ainda assim, como diz a célebre música, ninguém quis ficar em casa.

“Ficámos surpreendidos pelo número de participantes. Não só porque o tempo não convidava a sair de casa, mas também pela mudança que fizemos a nível de horário – este festival costumava ser à tarde. Tivemos muita afluência e muita alegria dos miúdos. Pelas expressões que fizeram nas bancadas, os pais também devem ter gostado”, referiu Paulo Melo, professor de natação dos leões e também treinador da equipa sénior de pólo aquático.

Uma teoria confirmada por José Gonçalves, de 39 anos, um dos muitos pais presentes nas bancadas. “Este tipo de iniciativas é excelente, uma forma de conseguirmos ver os filhos a nadar, o que não é fácil durante a semana. Para os miúdos, também é uma óptima introdução à competição. Foi muito positivo”, salientou, destacando a postura exemplar da filha: “Estava um pouco ansiosa, mas encheu-se de coragem e portou-se muito bem. Ficou em segundo lugar numa das provas e em quarto noutra. É um orgulho grande vê-la a enfrentar o desafio com coragem, fazendo o melhor possível”.

Talento de família? José Gonçalves riu-se, mas não teve dúvidas na reposta: “Sai à mãe, que também era nadadora”.

É o que se chama meter água, mas com estilo, à moda do leão. O Sporting é isto!