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Aves de médio porte para um Leão predador

Por
04 Ago, 2017

O Sporting não visita a vila das Aves desde 2006, mas quis o sorteio que fossem os leões a apadrinhar o regresso do clube nortenho à primeira divisão. O saldo é totalmente favorável aos verdes e brancos, que têm quatro vitórias em quatro jogos

Não negando o favoritismo dos comandados de Jorge Jesus, há que contar com uma boa réplica do conjunto da casa. O Desportivo das Aves, que terminou a Ledman LigaPro apenas atrás do Portimonense, construiu um plantel extremamente interessante para a dimensão do clube e tem todas as condições para se impor no escalão máximo. Apesar de o objectivo ser a permanência, há motivos para crer que a turma de Ricardo Soares poderá lutar por uma posição mais tranquila na tabela.  

A previsão é arriscada, mas o exemplo recente do GD Chaves serve para provar que o facto de estarmos perante um emblema primodivisionário não afasta a possibilidade de um campeonato acima das expectativas. Ricardo Soares demonstrou ser um treinador competente, sobretudo na forma como organiza as suas equipas defensivamente, sendo certo que aproveitou algum trabalho feito por Jorge Simão. Desta vez, num contexto relativamente semelhante, vai assumir a equipa desde o início e poderá implementar o seu modelo de jogo com mais tempo. Se os resultados aparecerem, de preferência com um futebol apelativo, o técnico de 42 anos dará uma prova de valor indiscutível. 

Nesta fase da temporada, ainda restam dúvidas sobre qual será a estrutura base da equipa nortenha. Ricardo Soares assentou o seu Chaves num 4-4-2, mas a abundância de extremos no plantel do Aves levanta a hipótese do 4-3-3, que poderia valorizar as características de nomes como Amilton, Salvador Agra ou Sami. A concorrência nas alas será, aliás, uma boa dor de cabeça ao longo da temporada, com várias opções de qualidade ao dispor. 

Independentemente do sistema que venha a ser utilizado, podemos esperar uma equipa à semelhança do Chaves: coesa, sempre com linhas próximas e uma pressão muito eficaz no seu meio-campo. Após a recuperação de bola, os médios vão procurar a velocidade dos extremos e tentar surpreender o adversário dessa forma. O Sporting está avisado. 

Um plantel com asas
de primeira

A equipa nortenha não começou bem a nova temporada e já foi afastada da Taça da Liga, após uma derrota com o Moreirense. Com um plantel totalmente renovado e a mudança no comando técnico, o resultado não é de todo dramático, até porque a equipa das Aves tem uma margem de progressão enorme. 

Além de Gauld e Mama Baldé, cedidos pelos leões ao clube das Aves, o emblema nortenho conta com uma base de jogadores muito experiente. Ricardo Soares levou de Chaves alguns elementos da sua confiança, já habituados aos seus métodos. Nélson Lenho foi um dos laterais-esquerdos mais regulares do último campeonato (vem sendo utilizado no centro da defesa), e Braga será sempre um elemento útil neste plantel. Ponck, que também deixou Trás-os-Montes, lutará por uma posição no eixo defensivo com Defendi, Xandão e Diego Galo. 

No meio campo, Ryan Gauld será significado de qualidade acrescentada neste plantel. Gonçalo Santos, médio defensivo que se destacou ao serviço do Estoril, Vítor Gomes e Luís Alberto, ambos com percursos relevantes no futebol português, garantem alternativas a Ricardo Soares. Mais à frente, Alexandre Guedes, formado no Sporting, tem condições para ser a referência ofensiva e será interessante perceber se consegue repetir os 13 golos que apontou no ano anterior.