Desesperados
14 Out, 2016
Editoral do Director do Jornal Sporting na edição desta semana
Querer transformar a opinião em infracção parece ser a prática preferida. Mesmo que uma opinião sobre determinados factos não corresponda à realidade, isso não altera a percepção que dela se possa ter. Percepcionamos a realidade de acordo com a nossa experiência e a informação que sobre ela dispomos, por isso não se queira condenar ninguém por delito de opinião, porque até prova em contrário vivemos ainda num estado de direito.
Mas não podemos confundir percepção, com maledicência para não utilizarmos adjectivação mais apropriada, para situações e protagonistas que mais à frente daremos conta.
A dinâmica do nosso Clube e a recuperação do orgulho Sportinguista permitiu já ultrapassar os 150 mil associados e bater os recordes de assistência no Estádio José Alvalade, mantendo sustentadamente a assistência acima dos 40 mil espectadores, como podemos ler nas páginas 12 e 13 desta edição, o que está a deixar desesperadas algumas almas mal aventuradas, que não olham meios para atingirem os fins.
Uma dessas situações mereceu mesmo a intervenção do Presidente da Mesa da Assembleia-Geral, face à calúnia e difamação para com o nosso Clube, nomeadamente o seu órgão máximo, a Assembleia-Geral de Sócios. O mesmo protagonista, corroborado por outro acólito na sua ridícula e hilariante tese de defesa, tentou em programa televisivo ficcionar para salvar a pele com invenções, números de ilusionismos para enganar papalvos, além da gravidade de fazer uso de material obtido ilicitamente. Para justificar uma tese bacoca sobre a calúnia que lançou sobre uma Assembleia-Geral do Sporting Clube de Portugal em concreto, presidida por Jaime Marta Soares, apresentou outra Assembleia-Geral sem qualquer relação, com a agravante de ser de outra entidade e presidida por outra pessoa, no caso por João Sampaio.
O que dizer de alguém que tem este tipo de práticas? Não vamos falar de credibilidade de quem não a tem nem das fontes anónimas plantadas porque os nossos leitores não merecem que os façamos perder tempo com quem não se justifica. No entanto a “chica espertice” saloia só nos preocupa porque somos pais e cidadãos e a dita figura afirma-se jurista e professor pelo que tememos pelas vítimas dos ensinamentos das suas “boas práticas”.
Como não há duas sem três, a orquestra da maledicência teve ensaio na casa dos vouchers para de seguida actuar afinada em vários canais. Tentando-se valer da iliteracia financeira que infelizmente nos rodeia tentam criar ruído e desinformação sobre contas. Clarifiquemos então o que são contas individuais e consolidadas. Imagine o leitor que o seu agregado familiar é composto por quatro pessoas: pai, mãe, filha e filho. Cada um deles ganha mil euros, no total do agregado familiar são quatro mil euros. Se o filho comprar o telemóvel da irmã por cem euros, a irmã em vez de mil passa ter uma receita de mil e cem euros, passando as receitas totais do agregado a totalizar quatro mil e cem euros, a filha apresenta mil e cem euros e os restantes mil euros cada. No entanto quando consolidamos as contas, os movimentos dentro do agregado, neste caso a venda do telemóvel, é anulado porque à receita de 100 euros da irmã corresponde um custo de igual montante para o irmão. Assim as receitas consolidadas desta família mantém-se nos quatro mil euros enquanto as contas individuais da filha são de mil e cem euros.
Quando numa organização se dá uma instrução a alguém através de canal externo é sinal de falta de autoridade e alinhamento interno. De igual forma, se é dada uma instrução externamente para alguém externo significa também o seu ascendente e controlo desses. Quem é lobo não queira vestir a pele de cordeiro.
O “pragmático” é a personagem de uma saga que conheceu novos episódios recentemente. Personagem low-profile, bem-falante e insinuoso no circuito da influência. Princípios, valores, ética e deontologia não constam da sua prática. A confiança é um bem alienável e subalternizada perante o “instinto pragmático”. Assenta-lhe a parábola do elefante e do escorpião em que este para atravessar o rio pede ajuda ao elefante e depois acaba por o matar, morrendo também, justificando a sua conduta pela sua essência de escorpião e é assim também o nosso “pragmático”, em qualquer domínio da sociedade, empresarial, política ou desportiva.
Boa leitura!