Entrevista de Frederico Varandas

Um ano presidência do Clube
“O balanço é muito positivo. Encontrámos [Setembro de 2018] um Clube estilhaçado, em que os cinco maiores valores desportivos tinham rescindido e com necessidades de tesouraria de 100 milhões de euros, 40 dos quais a clubes que ninguém pagou atempadamente e que tivemos de resolver. Para conseguir pagar tivemos de fazer duas operações em tempo recorde. A somar a isto tudo, conseguimos resolver três processos de rescisão, ficar em terceiro lugar e vencer dois títulos. Foi uma época muito positiva. A nível de títulos fizemos a melhor época dos últimos 17 anos.”

O melhor dia e o pior
“O dia a seguir à conquista da Taça de Portugal foi o melhor dia, por ver o orgulho dos Sportinguistas na rua; o pior foi a Supertaça.”

Contas do Clube 
“Hoje, o Sporting CP está muito mais governável do que estava. A situação financeira está muito melhor. Ideal? Não, e isso limitou-nos no mercado. Dos 100 milhões que tivemos de arranjar, 40 foram para pagar coisas do passado. Gostava de ter tido mais 10 milhões de euros para atacar o mercado, mas esta é a nossa responsabilidade e não abdicamos disso.”

Reestruturação financeira
“É um processo longo e duro com os bancos. Nós defendemos os nossos interesses e os bancos defendem os seus. Posso dizer que está prestes a finalizar e que temos muito boas expectativas quanto ao resultado final desta negociação. Este cargo exige não entrar em pormenores. É um trabalho invisível, mas que está a ser feito.”

Contestação
“Necessidade de 100 milhões de tesouraria, resolvido; empréstimo obrigacionista, feito; operação de securitização do contracto da NOS, feito; dois títulos, feito; aposta na Academia, feito. Contestação ao primeiro desaire? Os Sportinguistas não são estúpidos e conhecem o Clube. Ao primeiro desaire, lá vêem os esqueletos que falam que está tudo uma desgraça e que estão preocupados, mas não lhes ouvi uma palavra quando ganhámos a Taça da Liga e a Taça de Portugal. Tenho defeitos, muitos, mas estúpido não sou e os Sportinguistas também não e não gostam disto. Estas pessoas, sem humildade democrática, intitulam-se porta-vozes do Sporting CP na desgraça. Contestar o trabalho desta direcção, com as condições com que entrámos no Clube, ou é porque não se percebe nada de futebol ou é porque se é intelectualmente desonesto e isto demonstra o carácter e a dignidade destas pessoas. Quando falam do fosso do Sporting CP, sim, é algo que existe, mas fui eu que o criei? Fomos nós que estamos aqui, uma nova geração? Eu sempre vi este fosso, que parece que interessa a alguns, mas a mim não me interessa nada. Estamos a sair deste fosso, continuamos a trepar quer eles queiram quer não. Não vou abdicar dos valores do Sporting CP.”

Segundo ano de mandato
“A prioridade é fazer o que estamos a fazer: ter rigor financeiro e, desportivamente, manter o nosso rumo que é este – apostar forte na formação.”