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“É uma cidade que conjuga o desporto, a arte e a tecnologia, idealizada como um “museu’”

Por Sporting CP
25 Mar, 2021

André Bernardo, membro do Conselho Directivo do Sporting Clube de Portugal, revelou ao Jornal Sporting pormenores sobre a Cidade

O que é a Cidade Sporting?  

É uma cidade do universo Sporting CP que conjugará o desporto, a arte e a tecnologia, idealizada sobre o conceito base de uma cidade como um “Museu”, ou, como nós gostámos de a chamar: a “8.ª Arte”. Como não poderia deixar de ser, com o Sporting Clube de Portugal no epicentro, mas que estende o Hub Desportivo, que nós já somos, a um Hub Cultural e com intenção, no futuro, de ser também um Hub Empresarial.

O que ganha o Clube com este projecto, que tem também um papel social muito importante e isso sempre foi marca do Sporting CP desde a sua fundação?  

A Cidade Sporting é um passo muito importante no cumprimento da nossa visão de que o desporto seja um meio para atingir um fim de melhoria do bem‑estar da vida das pessoas. Nós, com este projecto, vamos criar um espaço que vai ter várias dimensões, além da desportiva, que já disponibilizamos, atraindo as pessoas à prática desportiva de forma lúdica em espaços abertos, dando dinamismo a zonas que hoje não o têm, mesmo em dias de jogo. Ao mesmo tempo “pintando” esses espaços com as melhores referências artísticas e tecnológicas, de forma a que, no seu conjunto, sejam também uma referência e uma atracção do ponto de vista cultural. Gosto de dar Bilbao como exemplo, com as devidas salvaguardas, mas há um antes e um depois na notoriedade da cidade devido à construção do Museu Guggenheim. A ambição da Cidade Sporting é essa e, inclusive, tem como conceito‑base uma “Cidade‑Museu”. Uma dimensão reforça a outra e, portanto, consideramos que o Sporting CP sai amplamente reforçado e coloca o Clube e o desporto onde eles devem e merecem estar.

Mas considera que, hoje em dia, o desporto tem má percepção e não ocupa o lugar que deveria?

Acho que há uma minoria de eventos, de comportamentos, e uma falência de credibilidade de algumas instituições, sobretudo no futebol, que não representam de todo a maioria, pelo contrário, mas que cria às vezes uma percepção negativa generalizada. Para nós, a Cidade Sporting vai ser mais um passo no sentido certo e em linha com o ADN Sporting. E, pegando nas palavras do Rúben Amorim na conferência de imprensa de sábado passado, quando algum miúdo estiver na dúvida agora vai ter duas opções de caminho certo: a Academia Cristiano Ronaldo ou a Cidade Sporting.

Este projecto vai arrancar já no mês de Maio com a criação de uma ‘artéria verde’ que ligará o Estádio José Alvalade ao Pavilhão João Rocha e que será uma pista de tartan. Porquê esta “artéria” e porquê uma pista de tartan? 

A artéria verde tem vários objectivos: funcional, lúdico e simbólico. Começando de trás para a frente, simbolicamente ela representa alegoricamente o eclectismo que faz parte do nosso ADN, ligando o estádio ao pavilhão, e também esta cidade como um “organismo com vida”, e verde; lúdico porque vai tornar espaços mortos em espaços vivos, que podem ser utilizados para a prática de desporto ou convívio; e, finalmente, funcional porque vamos recuperar aquela parte da promenade.

Em Junho o projecto ganhará, depois, outra dimensão com a criação de um campo de basquetebol e um parque de skate. Porquê essas modalidades? 

São espaços outdoor com características próprias para estas modalidades. A recuperação do basquetebol do Sporting CP tem sido um sucesso em vários sentidos, e é, claramente, uma das modalidades mais populares do Mundo e o “basquetebol 3x3” será este ano modalidade olímpica – embora fique claro que este campo não é oficial para essa prática.  Existe aliás um projecto em curso muito interessante da FPB que se chama 3x3 BasketArt e que vai em linha com o que vamos fazer. O skate tem vindo a crescer muito, sobretudo entre os mais jovens, e nós, tal como fizemos no surf, queremos apostar na modalidade. De qualquer forma, este projecto pretende ser uma referência nas várias vertentes das restantes sete artes e, portanto, ainda vamos apresentar muito mais coisas no futuro. Inclusive com a requalificação do próprio estádio e pavilhão. Portanto teremos “cenas dos próximos capítulos” progressivamente.

Lisboa é a Capital Europeia do Desporto em 2021. De que forma acha que a Cidade Sporting vai contribuir para o sucesso de Lisboa? 

Foi uma feliz coincidência de timing. Este projecto está pensado há muito tempo e temos, inclusive, estado a trabalhar em colaboração com a Câmara Municipal de Lisboa (CML) para o executar, assim como com a Junta de Freguesia do Lumiar. O feedback e receptividade ao projecto foi óptimo desde o início e queria, aliás, enaltecer o excelente apoio do GAU (Gabinete de Arte Urbana da CML). Esperamos que a Cidade Sporting possa contribuir para que o sucesso de Lisboa como Capital Europeia do Desporto possa ser ainda maior. A História do desporto em Portugal e de Lisboa tem vindo a ser em grande parte escrita pela do Sporting CP. Acabámos, inclusive, de ter duas atletas do Sporting CP que ganharam duas medalhas de ouro nos Europeus de Atletismo.

Neste momento ainda só se conhece a ‘cara’ da pista de tartan, que será verde e branca, e as do campo de basquetebol e do parque de skate já estão em andamento?

Este projecto será um pouco como a Sagrada Família, em Barcelona, tem um início, mas não necessariamente um fim (risos). Posso confirmar que já estão em andamento, mas decidimos revelar cada um a seu tempo.

A Cidade Sporting dará cor – e muito mais! – às imediações do Estádio José Alvalade e do Pavilhão João Rocha. Como espera que seja recebida pelos Sportinguistas?  

Como não poderia deixar de ser, os Sportinguistas serão os principais visados e beneficiados do projecto, directa e indirectamente. Em primeiro lugar porque a Cidade Sporting será um projecto pioneiro, em segundo porque melhora as condições do estádio, pavilhão e áreas periféricas, e, consequentemente, isso convidará os Sócios e os adeptos a poderem viver e conviver nesta cidade para além dos dias de jogo. E, inclusive, durante os dias de jogo com um leque de possibilidades de que antes não dispunham. E porque este projecto constituirá também, a médio/longo prazo, um novo fluxo de receita extra, directa ou indirectamente, fora dos actuais, importante para a sustentabilidade do Clube.