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Um exemplo de dedicação

Por Miguel Braga *
17 Set, 2021

A maior parte terá começado esta ligação ao Clube por via familiar. É assim com muitos de nós. Ainda em criança temos o privilégio de alguém zelar pelo nosso Sportinguismo. Com a maioridade, chega a responsabilidade de assumir por completo essa relação.

São os nossos Sócios mais antigos, sinal de vitalidade do Clube e de dedicação sem par. 75 anos são mais do que uma vida e, neste caso em particular, prova de uma ligação emocional sem paralelo. Num país onde tanta vez se critica a falta de cultura cívica e associativa da população, estes casos são verdadeiros exemplos a seguir. A maior parte terá começado esta ligação ao Clube por via familiar. É assim com muitos de nós. Ainda em criança temos o privilégio de alguém zelar pelo nosso Sportinguismo. Com a maioridade, chega também a responsabilidade de assumir por completo essa relação. Segundo os nossos estatutos, no artigo 16.º, “são Sócios efectivos os cidadãos que tenham, de acordo com a lei, atingido a maioridade”. E estes “integram, de modo permanente e directo, a vida do Clube, contribuindo, designadamente, para a sua manutenção e desenvolvimento”.

Neste particular, é uma construção de uma vida. Mês a mês, ano após ano e aqui, década após década. Mais do que as vitórias e as conquistas, o que está em causa são os valores que o Clube defende e representa. A todos, sem excepção, o nosso profundo reconhecimento e obrigado.

O Sporting CP realizou frente ao FC Porto uma exibição personalizada que merecia mais golos e um melhor resultado final. A (in)justiça do futebol tem destas coisas e, infelizmente, também continua a ter outras. Por essa razão, o Sporting CP enviou à Comissão de Instrutores da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) um pedido para a elaboração de um auto de flagrante delito a Pepe. Em causa, um lance dentro da área do FC Porto, aos 32 minutos, que passou em claro à equipa de arbitragem de campo e também à equipa que está confortavelmente sentada na Cidade do Futebol e sem a pressão do público ou dos bancos no estádio. Não está em causa a qualidade do central azul e branco, internacional por Portugal. Está em causa uma agressão clara aos olhos de todos. Estes lances não devem fazer parte do “normal” do futebol português.

O regresso à Liga dos Campeões não correu como esperado. No entanto, apesar do resultado, a reacção que se pede à equipa – e que os próprios jogadores e treinador frisaram no final da partida – começou logo após o apito final. A forma como os Sportinguistas presentes em Alvalade se despediram dos jogadores representa um excelente sinal para que o grupo regresse aos triunfos já no domingo, na difícil deslocação ao reduto do GD Estoril Praia, uma das boas sensações do campeonato nestas primeiras jornadas. 

A dor de cada Sportinguista é partilhada por todos no balneário. Mas tal como disse Luís Neto no final da partida “como grupo vamos sair mais fortes. Fomos formados na vontade de fazer mais e melhor, somos muito unidos e um grupo que se conhece muito bem. Às vezes, estes golpes vêm pelo melhor motivo. Amanhã já todos estarão fortes no treino." Do lado de Paulinho, a receita para o futuro próximo: “O Sporting no ano passado também foi eliminado em casa por números desta natureza. Reagiu bem e é isso que vamos fazer: reagir”. Não nos esqueçamos que esta é a equipa campeã nacional, que venceu também a Taça da Liga e a Supertaça. Não nos esqueçamos que estes são os primeiros passos de uma longa e difícil caminhada. Não nos esqueçamos que os jogadores e equipa técnica merecem todo o nosso apoio. E ontem, no estádio, demos prova disso mesmo. Somos da raça que nunca se vergará. Que ninguém duvide.

Editorial da edição n.º 3837 do Jornal Sporting

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal