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O "Tino", uma lenda eterna

Por Juvenal Carvalho
20 Jul, 2023

O Sporting Clube de Portugal, como invariavelmente digo, porque existem coisas que não são repetitivas, são apenas, tão só, motivo para um orgulho tremendo... o orgulho de pertencer a uma instituição − a nossa, com uma História que fala por si, e que é retratada no fantástico espaço do nosso Museu para gáudio de todos quantos abraçam a causa Leonina.

"Cansa" de ver na nossa sala de troféus tanta conquista nas mais diversas modalidades, mas também individuais por parte de enormes Leões que, com êxitos nacionais, europeus, mundiais e olímpicos, deram uma expressão inigualável a uma história que já leva 117 anos de vida.

E o mote para a minha coluna de hoje foi sobretudo o facto da história não só não se apagar, como até haver razões para dizer que a mesma é reconhecida, mesmo por quem dela só ouviu falar.

No passado dia 17 de Julho, o jornal Público fez-me recordar alguém único. Numa entrevista a João Almeida, de 24 anos, o melhor ciclista português da sua geração, e que prevê estrear-se na Volta a França em 2024, quando questionado sobre se sonha chegar ao nível de Joaquim Agostinho, respondeu assim: "É um bom desafio, é possível, mas tenho uma dura tarefa pela frente". 

Realmente chegar ao nível do "Tino" é uma tarefa ciclópica. Ainda hoje Joaquim Agostinho é o melhor de todos os tempos. Passem os anos que passarem, aquele campeão único de raízes humildes, da localidade de Brejenjas, em Torres Vedras, será recordado para todo o sempre. 

Verdadeiramente mágico, que como outros que ostentaram e ainda ostentam no peito o Leão do nosso símbolo, me fazem recuar ao meu tão feliz imaginário de criança. 

O "Tino" tinha o condão de me pôr a ouvir, ainda no velho rádio de pilhas, as chegadas da Volta a Portugal, e me fazia ainda ler cada crónica, sobretudo no jornal A Bola, sob a pena de Carlos Miranda, todas as suas performances no Tour de France, onde, mesmo sem ser chefe de fila, alcançou dois pódios e fazia literalmente "miséria" nas etapas, verdadeiramente a doer, e que cansavam só de ver, dos Alpes e dos Pirenéus. Sem levantar o rabo do selim, naquele estilo tão seu, de verdadeira força da natureza. Era arrebatador. Partiu cedo fisicamente, o nosso Campeão. Mas estará para sempre nos nossos corações. Para os que tiveram a possibilidade de o ver pedalar, e também para as novas gerações, que ainda hoje o idolatram e o veneram. O seu legado, como afirmou João Almeida, que é o melhor ciclista português aos dias de hoje, deixou um desafio que, sendo possível, será uma dura tarefa: chegar ao seu nível.

Como de outros atletas do Sporting Clube de Portugal, ao longo dos tempos, que ainda hoje são insuperáveis. E tantos eles são.

A História não se apaga...nunca!