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Fusão entre História e Arte

Por Mafalda Barbosa
15 Fev, 2024

Editorial da edição n.º 3963 do Jornal Sporting

Fez as marcações dos campos. Lavou os balneários. Foi tesoureiro, secretário, presidente e fundador.

De Leão rampante ao peito praticou futebol, críquete e ténis.

Tinha a pintura como hobbie, mas também a fotografia. O interesse pela câmara escura levou-o a deixar algumas chapas de vidro inéditas, como auto‑retratos. São também conhecidas diversas fotografias da sua autoria dos tempos da formação do Sporting CP, publicadas em jornais e revistas, como a Tiro e Sport.

Com um enorme espírito empreendedor, pensava por ele próprio. Tinha uma forte consciência do que dizia e do sonho a que se propunha.

Homem de grandes paixões e convicções fortes opôs-se às tendências recreativas em desenvolvimento no Campo Grande Football Club, que ajudou a fundar em 1904. Defendia que se deveria dar prioridade às actividades desportivas.

Assim o fez. Sonhou o que qualquer Sportinguista pode sonhar.

José Alvalade fez história ao fundar um clube verdadeiramente ecléctico. Um clube para todos, onde a rectidão, o carácter e o pioneirismo têm lugar.

Foi com essa visão vanguardista que o Sporting Clube de Portugal eternizou, no Estádio, o seu fundador. Pelas mãos do consagrado Daniel Eime, José Alvalade está agora perpetuado num mural com mais de 20 metros de altura.

A história e a arte cruzam-se de diferentes formas, “a arte não reproduz o que vemos. Ela faz-nos ver”*. Que possamos, agora, ver uma imponente obra de arte urbana a céu aberto que retrata aquele que, com força, determinação e ambição, escreveu as primeiras páginas de uma História interminável.

A nós, Sportinguistas, cabe-nos cumprir os valores do Clube e honrar a sua História.

*Frase de Paul Klee (pintor, desenhista, poeta e professor. Os seus trabalhos foram influenciados pelo expressionismo, cubismo e surrealismo. Pioneiro na teoria do abstraccionismo, foi um dos principais professores da importante escola de arte vanguardista na Alemanha − Bauhaus)