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Opinião

Tempos estranhos

Por Juvenal Carvalho
20 Out, 2022

Escrevi aqui neste mesmo espaço a semana passada, após o jogo menos conseguido com o Marselha, entre outros, numa época completamente atípica, em que somámos a sexta derrota oficial em pouco mais de dois meses de competição, que o momento era de reflectir..., mas de tocar a unir.

E que o próximo jogo era para a Taça de Portugal, e que teríamos de o ganhar para darmos a volta por cima.

Pois bem, nada disso aconteceu. Antes pelo contrário. Ouvi a conferência de imprensa no pós-jogo de Rúben Amorim, que estava visivelmente agastado − como qualquer Sportinguista que se preze − e retive a afirmação de que não estamos a conseguir resolver os problemas dentro do próprio jogo, e falou ainda da nossa incapacidade latente para marcar golos, e para decidir bem, e que a culpa é dele. Gosto de quem assume, e gosto genuinamente do nosso treinador, essencialmente porque é alguém que, se mais provas precisasse em apenas duas épocas já ganhou quatro troféus, e um deles o Campeonato Nacional de 2020/21, depois de 19 anos de jejum, e a História não só não se apaga, como consigo ver ainda a luz ao fundo do túnel nesta época.

Com todo o respeito pelo Varzim SC, este histórico do futebol português está no terceiro escalão, e não é normal, longe disso, o Sporting CP ser eliminado desta forma. Dizer isto é tão óbvio que nem a minha condição de colunista do nosso jornal o inibe. Seria até falta de honestidade intelectual da minha parte, porque só sei escrever do nosso Clube emocionalmente, aligeirar este problema que o próprio treinador o assume.

Na vida a glória é tantas vezes efémera. No futebol essa é quase a cada jogada, quanto muito a cada jogo. Vivemos nas últimas duas épocas momentos particularmente felizes. Não sou favorável ao célebre ditado que o passado é museu. Não, esse não se apaga, e tivemos momentos fantásticos a fazer mesmo esquecer que infelizmente, nas últimas décadas, havíamos ganho muito menos do que o desejaríamos. Épocas houve em que os rivais falavam do nosso Natal de forma jocosa. Mas o registo tem sempre que ser mais o do passado recente, e acredito muito na volta por cima, e nunca o de voltar a tempos que queremos esquecer.

Ninguém, nem o Conselho Directivo nem o treinador, podem aligeirar − e não o irão fazer − o momento que é francamente negativo. Claro que algo está mal. Claro que não podemos, nem devemos fazer o papel de avestruz e enterrar a cabeça na areia. Ou mesmo querer tapar o sol com a peneira.

Sei que o grupo de trabalho está animicamente em baixo. É claro e notório. Quem mais do que eles quer dar a volta por cima. Quem mais do que eles deseja as vitórias.

Estará nas mãos − neste caso pés ou cabeça − deles, mas também de quem nos lidera, tanto na parte directiva como técnica, arranjar soluções em conjunto e ultrapassar este momento. Não quero(emos) voltar às décadas menos ganhadoras. Elas existiram. Por tudo isto, só podemos reagir… ou reagir. Já no próximo sábado, porque o tempo urge. E porque a esperança é verde, não pode morrer. Depois da tempestade terá que vir a bonança.

PS - Pior ainda foi ouvir no jogo de futsal do passado domingo, repetida e criminosamente, os adeptos do rival − claro que não todos, nem a sua maioria − a continuar a imitar os sons do very light da nossa tão triste recordação no Jamor em 1996. Ainda pior que qualquer derrota em campo. Até quando? O crime compensa?

Aprovação clara de “resultados históricos”

Por Miguel Braga
20 Out, 2022

Editorial da edição n.º 3894 do Jornal Sporting

Foram pouco mais de 1250 Sócios que se deslocaram no passado fim-de-semana ao Pavilhão João Rocha para a Assembleia Geral (AG) comum ordinária do Sporting Clube de Portugal. Em causa, a apreciação e votação do Relatório de Gestão e Contas do Sporting Clube de Portugal, respeitantes ao exercício de 1 de Julho de 2021 a 30 de Junho de 2022, elaborado pelo Conselho Directivo e acompanhado do Relatório e Parecer do Conselho Fiscal e Disciplinar.

Os Sócios voltaram a demonstrar o seu apoio à estratégia seguida pelo Clube (aprovação com 81,16% de votos a favor), mas ficou também demonstrado que o formato para as últimas Assembleias Gerais – de coincidirem com o dia de jogo da equipa de futebol – tem os resultados que se pretende: uma maior e mais activa participação dos Associados do Sporting CP. Foi isso mesmo que afirmou João Palma, presidente da Mesa da Assembleia Geral: “Mesmo que não tenha sido em dia de jogo, estamos satisfeitos com a afluência dos Sócios, gostaríamos que fosse maior e apelámos a que venham. Achamos que participar na vida associativa do Clube é uma demonstração de força, de riqueza associativa e de vivacidade do Sporting CP. Portanto, aqui fica o apelo para que, quem não veio hoje, venha numa próxima, porque é um prazer tê-los cá e poder esclarecê-los consoante os temas em discussão”. Convido à leitura da página 7, onde João Pedro Silva, secretário da Mesa da Assembleia Geral do Clube desvenda um estudo sobre os diferentes formatos, afluência e presença dos Sócios em dia de AG.

Antes do início da AG, o presidente Frederico Varandas congratulou-se com os melhores resultados de sempre apresentados no Relatório de Gestão e Contas – lucro de 13,6 milhões de euros − da História do Clube: “Apresentámos resultados históricos. Desde 2010 que pairava uma nuvem cinzenta de uma possível perda [da maioria] da SAD, em que o Clube teria de entregá-la aos bancos em 2026. Propusemos evitar isso desde 2018 e fizemo-lo antes do tempo. É uma grande vitória e a principal razão para este resultado”. E aproveitou para reforçar a estratégia que tem seguido desde 2018: “Não existe sucesso desportivo sem sucesso financeiro. Os relatórios e contas das SAD dos três ‘grandes’ são públicos, auditados e obrigatórios. Basta irem ver se existe algum desinvestimento do Sporting CP. Pelo contrário. Agora, essa doutrina de que o Sporting CP desinveste na parte desportiva para apostar na parte financeira é pura patetice".

Existem poucas palavras para descrever os feitos dos verdadeiros Leões Vicente Pereira, João Vaz, Diogo Matos e André Almeida no 10.º Campeonato do Mundo de natação adaptada e natação artística DSISO (Organização Internacional de Natação para Síndrome Down). A competição ainda vai a meio, e a tripla Leonina já conquistou o título de Campeão do Mundo em pelo menos uma prova, com um total de 16 medalhas das 20 que Portugal tem, até ao momento. Quando acreditamos, a superação não tem limites. Um exemplo.

Hora de reflectir... mas de tocar a unir

Por Juvenal Carvalho
14 Out, 2022

O rótulo de passar de bestiais a bestas é, desde sempre, recorrente no desporto, bem como o contrário. Afinal, sempre assim foi, não é de agora, e isso, porque o jogo é vivido intensamente a cada momento, até apimenta a clubite. Porque a paixão é tantas vezes irracional.

E é esta a verdade para a grande maioria dos adeptos, porque eles − eu também − o vivem sempre com a lógica da paixão, e onde tantas vezes prolifera o emocional, o que não tem, de forma alguma, de ser minimamente condenável. 

É assim de todo o sempre. Assim será no futuro. É tanto isto que faz mover a paixão pelo Clube.

Eu, que não sou o pior dos pessimistas, e que tendo a ser calmo, também falo sozinho, dou palmadas nas cadeiras, chamo até nomes quando as coisas não correm bem, no fundo sou apenas mais um dos "irracionais" na vivência do nosso Sporting CP.

E se era em mais jovem, assim continuo. É sinal que o meu Sportinguismo continua exacerbado e imaculado.

Gosto de ver o nosso Clube, como todos vocês, ganhar sempre. É isso que nos move e é nisso que a cada jogo, independente da modalidade ou do adversário, acreditamos.

Na quarta-feira, confesso que esperava mais. Não o dizer seria contra a minha forma de estar. Fez-me até lembrar a Lei de Murphy a forma como decorreu a parte inicial do jogo, e não só, com os franceses. A repetir o ocorrido na semana anterior em terras gaulesas.

Escrevo ainda esta coluna de opinião a quente, logo triste com esta exibição, como com qualquer outra derrota do nosso Clube. Detesto ter este sentimento − pouco antes havia tido também no basquetebol − mas quero encontrar motivos para tentar ver coisas positivas numa derrota. Não quero passar paninhos quentes, mas quero acreditar em dias melhores. Será um chavão dizer que dias melhores virão? Que seja, mas eu acredito nisso.

Será outro chavão dizer que temos que levantar a cabeça? Que seja, mas tenho a profunda convicção que os rapazes assim o farão. Uma coisa sei e não é chavão algum. Quando as coisas correm menos bem, poderia até escrever sobre História Leonina − uma 'praia' que gosto tanto de abordar − e não dos resultados desportivos. Mas não. Apesar da minha 'irracionalidade', gosto demais do Sporting Clube de Portugal para o abandonar ou fugir do assunto nos maus momentos. Afinal, recordo-me tanto das palavras de um grande Leão, já falecido, que tantas vezes me dizia: 'Somos do Sporting porque o amamos. Não pelos resultados do futebol. Porque se assim fosse não o seríamos'. Já agora, e para terminar, tentando ver algum positivismo num momento em que reafirmo estar a escrever a quente, e naturalmente desanimado. Ainda estamos em todas as disputas possíveis. Domingo há jogo para a Taça de Portugal, e é para ganhar.

A hora é de reflectir, mas sobretudo, e obrigatoriamente, de ter que tocar a unir.    

Em todos os momentos

Por Juvenal Carvalho
07 Out, 2022

Numa semana em que tantos motivos tivemos para sorrir, não só no plano nacional, mas também internacional, com o basquetebol e o andebol a conseguirem o apuramento para a fase de grupos das competições europeias onde estão inseridos, com o râguebi feminino a conquistar a sua quarta Supertaça consecutiva, e ainda com o atletismo, nos dois géneros, a trazer para o Museu os títulos nacionais de estrada, os momentos menos bons também aconteceram. Isto do desporto tem coisas de difícil explicação. Claro que falo do jogo da Champions League em Marselha. Quando Trincão marcou cedo e Pote, pouco depois, poderia ter ampliado o marcador, estava no ar mais uma tarde que cairia para o Leão, mas eis que em pouco tempo, sendo isto um jogo colectivo onde os erros serão para serem assumidos por todos, Antonio Adán, um guarda-redes fantástico, e porque tenho memória lhe agradeço tanto, esteve num dia não. Foi até expulso ao minuto 23. Essa condição de ser humano e errar é intrínseca a todos. E ele é humano e um profissional de excelência. Que como humano jamais esquecerá este dia menos bom. Mas que terá que ser com o apoio de todos, como o fez, e com que propriedade, o nosso treinador ao afirmar na Conferência de Imprensa no pós-jogo 'não preciso dizer nada ao Adán, ele já nos salvou tantas vezes'. Afinal tem estado em várias conquistas com mãos de ferro. Estarei sempre ao lado dele, como aliás de todos os outros. Ser do Sporting é estar em todos os momentos. E afinal, mesmo com este percalço, ainda estamos na liderança do grupo ao virar para a segunda volta.

Logo, desistir é para os fracos. E desses não reza a história neste grupo de trabalho de Rúben Amorim. Quarta-feira estaremos todos unos e indivisíveis. Só assim podemos seguir em frente. E eu, acredito muito que vamos seguir. 

Mas como referi na entrada desta coluna de opinião, o Sporting CP é mais do que futebol, e a Europa também se rendeu ao poderio do Leão. No basquetebol, na FIBA Europe CUP ao derrotar, respectivamente, os alemães do BG Göttingen (84-83) e os belgas do Antwerp Giants (98-85), assegurando a presença na fase de grupos, e no andebol, ao afastar os dinamarqueses do Bjerringbro-Silkeborg com um agregado nas duas mãos (61-55), também continuam em prova. Em breve entrarão em acção o futsal, o voleibol, o hóquei em patins e o ténis de mesa. O objetivo é aumentar o número de 42 conquistas. E porque somos Sporting Clube de Portugal, tudo o que não seja sonhar com isso é pensar pequeno. Afinal, o nosso ADN é o de conquistas. E são possíveis. Claro que são!

Para o fim deixo a modalidade colectiva e individual que mais conquistas deu ao nosso Clube. Claro que falo no atletismo. Se em jeito de rescaldo de uma época agora terminada, no feminino, da pista ao crosse, passando pela estrada, foi alcançado o pleno de conquistas, no masculino está, quero acreditar, para breve o regresso aos títulos na pista, este ano já esteve por um fio, sendo que no crosse só um erro vergonhoso da organização nos impediu de ser campeões nacionais, e na estrada fomos mesmo campeões no passado domingo.

Falar de atletismo é falar de toda uma história de conquistas. Como nenhum outro.

Leõezinhos

Por Pedro Almeida Cabral
07 Out, 2022

De olhos fixos no presente, temos também de prestar atenção ao que será o futuro. Pode ser que tenhamos tido esta semana um vislumbre da próxima geração de talento a chegar à equipa sénior. A folgada vitória dos juniores do Sporting Clube de Portugal na Youth League, por seis golos sem resposta do Olympique de Marseille, deixa-nos a imaginar o que poderá ser a evolução de alguns destes Leõezinhos. É certo que esta competição tem características muito próprias. Os modelos de formação variam de país para país e os jogos nem sempre têm um ritmo competitivo aproximado ao escalão principal. Ainda assim, talento é talento. Quando existe em proporções generosas, há possibilidade de explodir. Mas vamos ao jogo.

Após um início mais físico em que os franceses ameaçaram e falharam inacreditavelmente um golo certo, a superioridade técnica Leonina impôs-se com naturalidade. Um fabuloso trabalho na ponta esquerda de Afono Moreira, que partiu os rins a um defesa gaulês, culminou com um toque subtil de Rodrigo Ribeiro que inaugurou o marcador. Seria novamente o ponta-de-lança Rodrigo Ribeiro a ser decisivo, com uma assistência para Samuel Justo, que marcou o segundo. Logo de seguida, o inevitável Rodrigo Ribeiro com um passe de calcanhar assistiu Mateus Fernandes para o terceiro. Na segunda parte, mais do mesmo. O Sporting CP não tirou o pé do acelerador e seguiu a grande velocidade, com mais três golos. O quarto teria novamente a assinatura de Rodrigo Ribeiro, numa cabeçada oportuna. Bem como o quinto golo, igualmente de cabeça. Aqui chegados, é tempo de balanço. O jovem jogador Sportinguista esteve, portanto, nos cinco golos, marcando três e assistindo para dois, não desperdiçando oportunidades. Segue na terceira posição dos melhores marcadores da prova e deixa belíssimas indicações que tem asas para voar mais alto. O resto do desafio ainda teve história. Houve tempo para mais um golo, desta feita de Afonso Moreira, com um remate colocado na grande área marselhesa. O jovem extremo a coroar também uma excelente exibição, iniciada com a magnífica assistência do primeiro golo. Porém, nem só de atacantes vive esta equipa. O nosso guarda-redes, Diego Callai, defendeu um penálti, deixando as nossas redes imaculadas numa tarde perfeita. 

Seguimos em primeiro no nosso grupo com duas vitórias e um empate. Embora esteja ao nosso alcance, a qualificação não está garantida. Até agora, ficam sinais encorajadores de que podemos chegar longe na competição. Da nossa parte, devemos acompanhar, incentivar e apoiar estes Leõezinhos. Estou certo de que alguns deles irão dar-nos a satisfação de jogarem pela equipa principal no Estádio, sob ovação geral. E aí poderemos lembrar-nos como tudo começou, em jogos como este.  

Semana de emoções

Por Miguel Braga
07 Out, 2022

Editorial da edição n.º 3892 do Jornal Sporting

O atletismo do Sporting CP voltou a fazer história ao vencer pela primeira vez nas quatro equipas − masculinos e femininos seniores e masculinos e femininos juniores − o Campeonato Nacional de estrada, que teve lugar em Joane, Vila Nova de Famalicão. “Isto era algo que nunca tínhamos conquistado. (…) Conquistámos quatro títulos colectivos, quatro títulos muito saborosos”, afirmou um visivelmente satisfeito Paulo Reis, coordenador técnico do atletismo do Sporting CP. Também António Nogueira da Costa, coordenador do meio-fundo verde e branco, era um técnico realizado: “A estratégia delineada foi a seguida pelos atletas. Conseguimos o objectivo principal e além disso alcançámos títulos individuais. Os meus parabéns a esta instituição que é o Sporting CP, que tanto tem ajudado e contribuído para que estes títulos sejam conseguidos”. Num domingo de história, destaque também para Licínio Pimentel que se despediu em beleza de uma carreira plena: “Saio com a sensação que dei tudo o que tinha para dar. Agradecer ao Sporting CP as oportunidades que me proporcionou ao longo destes anos. Saio com um sorriso e de coração cheio, porque tive vitórias e conquistas muito importantes para mim. O Sporting CP deixa estas marcas bonitas nos atletas”. Obrigado, Leão.

Também a equipa feminina de rugby do Sporting CP continua a escrever a ouro os seus feitos, com a quarta conquista consecutiva da Supertaça, ao vencer a AEES Agrária de Coimbra por 31-10, no relvado do Estádio Nacional. Mais um motivo de orgulho para o treinador Filipe Luís: “no historial esta Supertaça representa mais um título. E é por isto que este Clube luta todos os dias e sempre em todas as modalidades. Temos o sentido de missão de continuar a vencer”, frisou no final. A todas as jogadoras e staff, um obrigado e parabéns por mais esta conquista.

De parabéns também estão o andebol e o basquetebol que garantiram o apuramento para a fase de grupos das respectivas competições europeias. O primeiro objectivo foi atingido, cabe agora a cada uma das equipas continuar a trabalhar para evoluir na Europa.

Em terras de França, sensações bem diferentes para as equipas do Sporting CP. O início da tarde foi prometedor com os jovens leões da Youth League a ganharem ao Olympique de Marseille por uns expressivos 0-6. “Já dei os parabéns a todos, por aquilo que demonstraram num contexto europeu e pela ambição que tiveram”, afirmou Filipe Çelikkaya. Para o treinador “este resultado valida a qualidade do jogador do Sporting, CP e o trabalho que é feito na Academia não só por esta equipa técnica, mas por todas as outras”. Rodrigo Ribeiro com três golos e duas assistências deixou em campo, uma vez mais, pormenores que prometem fazer a diferença no futuro. Já à noite, a equipa de Rúben Amorim acabou derrotada por 1-4 num jogo com demasiados contratempos e que teremos oportunidade de rectificar já na próxima semana quando recebermos o Olympique de Marseille no Estádio José Alvalade. Por tudo o que se passou em campo e fora dele, é essencial a resposta não só da equipa, mas também de todos os Sportinguistas. Porém, ainda antes do quarto jogo da fase de grupos da UEFA Champions League, a equipa viaja aos Açores para medir forças com o CD Santa Clara. Respeitando sempre os nossos adversários, o objectivo é claro: ganhar, ganhar e ganhar. 

Como a Primeira Vez

Por Pedro Almeida Cabral
29 Set, 2022

E o Leão meteu a quinta! A abrir a temporada de futsal, conquistámos pela quinta vez seguida a Supertaça de futsal, frente ao histórico rival, SL Benfica. Desde 2017 que este troféu nos pertence (embora não se tenha realizado em 2020). Nos últimos anos, o domínio do futsal do Sporting CP tem sido, nada mais nada menos, que avassalador. Além dos triunfos maiores das duas UEFA Futsal Champions League, 2019 e 2021, chegámos também ao bicampeonato nacional de 2021-2022. Temos ainda três Taças de Portugal seguidas, de 2019 a 2022 (a edição de 2021 foi cancelada) e duas Taças da Liga também uma atrás da outra, de 2021 e 2022. Este pecúlio faz com que esta Supertaça recém-conquistada seja o oitavo título a nível nacional ganho consecutivamente pelo Sporting CP. São duas temporadas seguidas a ganhar tudo a nível interno. Não é para todos. Mas é para o Sporting CP.

O jogo disputado no fim-de-semana teve muita coisa. Desde grandes golos, a belas jogadas desenhadas, passando por incerteza no resultado. Mas teve, sobretudo, um justíssimo vencedor. Golos só na segunda parte. O primeiro foi um oportuno remate de João Matos a inaugurar a contagem a nosso favor. Após o empate do SL Benfica, Erick, num livre ensaiado, subiu a parada para o segundo. E, Estebán, a espreitar uma nesga desde a nossa grande área, rematou colocado para o 3-1. Porém, o SL Benfica haveria de empatar. Já no prolongamento mais um golo para cada lado, com o nosso a ser marcado por Sokolov, num belo tiro à beira da baliza, que deixa água na boca para a época que agora começou. Este equilíbrio a quatro golos teria de ser decidido nos penáltis. Para enfrentar os marcadores benfiquistas, Bernardo Paçó saiu do banco. Logo no primeiro remate, Rocha, acusando a pressão, desperdiçou. Depois, Bernardo Paçó encheu o espaço entre os postes e não deixou Arthur e Diego Antunes concretizarem. Vitória justa para quem a mais procurou.

Qual o segredo para tanta conquista perante tão apetrechado rival? Há-de ser o trabalho sério e constante, o estudo permanente do jogo, a construção cuidada dos plantéis e, como não podia deixar de ser, o apoio entusiástico de Sócios e adeptos. Decisivo também será o trabalho do nosso treinador Nuno Dias, provavelmente o melhor treinador de futsal do mundo, que consegue, ano após ano, reinventar equipas e superar-se a cada competição. Mas talvez o ingrediente secreto seja visível nas comemorações de cada título. Bernardo Paçó, escasso instante após defender o último penálti, apontou para o símbolo do Leão rampante e sorriu. Após tantos títulos, Bernardo Paçó festejou este como se tivesse sido o primeiro. A superioridade técnica dá vitórias. Aliada ao rigor táctico resulta em títulos. Mas anos e anos a ganhar só acontecem porque nunca damos nada por ganho e atiramo-nos a cada competição como se fosse a primeira vez que entramos na quadra. Tal como Bernardo Paçó nos mostrou nas suas celebrações.

Ganhar, ganhar ou... ganhar!

Por Juvenal Carvalho
29 Set, 2022

Que dizer mais desta modalidade que já não tenha sido dito neste percurso único, em que o nosso futsal ganha troféus como respira... de forma natural? Direi que tudo já foi dito nesta saga em que ganhar, ganhar, ou ganhar é um lema de todo o sempre da sua existência.

Desta vez, para diferenciar um pouco de tudo aquilo que é recorrente, e que acaba com o inevitável 'capitão' João Matos de troféu no ar, rodeado dos seus colegas de equipa, começo pelo fim daquela que foi mais uma... apenas mais uma conquista do nosso futsal, no caso a quinta Supertaça consecutiva deste fabuloso grupo de trabalho.

E porque falo de começar pelo fim? Pelo simples facto de ver os jogadores − quase todos, dos mais velhos aos mais novos já ganharam tudo a nível nacional e internacional de Leão ao peito − a festejarem como se aquele fosse o seu primeiro troféu da carreira. A mesma alegria contagiante de sempre, a provar que nada do sucesso é por acaso. Nesta modalidade, o processo de integração dos novos é também natural. Parece que sempre foram da casa. É assim, tem sido sempre assim.

E ainda neste começo pelo fim, que lindo foi ver Bernardo Paçó, que acabaria por ser o herói dos heróis, a apontar para o símbolo, aquele que nos arrebata a todos, depois de defender o último pontapé de penalidade marcado pelo eterno rival. O do Leão rampante. Aquele que com Esforço, Dedicação e Devoção abre por si só o caminho para a Glória.

Ver Nuno Dias, com os olhos a brilhar dizer que estava a festejar este título como se fosse o primeiro, porque adora ganhar, ver todos os jogadores festejarem no fim do jogo como se aquela taça fosse o primeiro 'brinquedo' da sua vida.

Ver ainda o vogal do Conselho Directivo para a área das modalidades, Miguel Afonso, ser completamente arrebatador no discurso, como só ele, − e isto são palavras de quem como eu com ele priva há mais de três décadas, bem como com sua família − num elogio ao treinador Nuno Dias e ao grupo de trabalho que foi, por tão envolvente, viral nas redes sociais. Foi mesmo emocionante, ouvi-lo dizer que são horas, são dias, são semanas, são meses, são anos de um trabalho fantástico desta equipa, num discurso que teve ainda recados assertivos para quem tenta desvalorizar, sem o conseguir, este grupo de trabalho, que é 'só' a base da selecção nacional que ganhou tudo − literalmente tudo − que havia para ganhar. Foi também comovente, porque saiu de dentro de todo o grupo de trabalho, como grito emocional, a dedicatória deste troféu ao fisioterapeuta Andrew Durães, a passar por um momento muito complicado da sua vida.

É neste #ondevaiumvãotodos num mote transversal às modalidades do Clube, que o Sporting Clube de Portugal se distingue. Daqui, deste espaço, que tenho o privilégio de escrever, digo também eu. Força, Andrew. Quero ver-te a erguer o próximo troféu. Sim, ele vai aparecer em breve. Porque a conquista é o ADN do nosso Clube, e tu − desculpa o trato − tens que estar no meio da próxima festa.

Passada mais esta conquista, já no próximo fim de semana, vai iniciar-se mais um Campeonato Nacional, com a recepção no 'João Rocha' ao Eléctrico FC. Será com respeito por esse opositor, como aliás por todos os outros, que confio seja o início de mais uma caminhada para outra época plena de sucesso. Foi assim pelo fim, mas sabendo que nesta modalidade − e não só − existe sempre um princípio, um meio e um fim. Este, invariavelmente ganhador!

Dia de Sporting

Por Miguel Braga
14 Out, 2022

Editorial da edição n.º 3893 do Jornal Sporting

Realiza-se amanhã, dia 15 de Outubro, a Assembleia Geral Comum Ordinária do Clube, tendo os Sócios como ponto único dos trabalhos a “apreciação e votação do Relatório de Gestão e Contas do Sporting Clube de Portugal, respeitantes ao exercício de 1 de Julho de 2021 a 30 de Junho de 2022”.

Os números apresentados neste Relatório são reflexo da reestruturação financeira levada a cabo nos últimos anos, tendo o Clube atingindo um dos seus melhores resultados de sempre, com um lucro de mais de 13 milhões de euros e alcançado um dos seus grandes objectivos estratégicos: a recompra dos VMOC e a recuperação da maioria do capital da SAD. Nas páginas 16 e 17 desta edição poderá encontrar uma síntese do Relatório e Contas do Clube 2021/2022.

Ao contrário do que tem vindo a ser hábito, esta Assembleia Geral não se realizará, como as últimas, em dia de jogo. Quis a vontade do sorteio da Taça de Portugal que o Sporting CP tivesse neste fim-de-semana (mais) uma deslocação ao norte do País para jogar frente ao Varzim SC. Assim, não haverá jogo, mas não faltarão razões para que os nossos Sócios vivam, de outra forma, um dia de Sporting e de associativismo.

Na página 14 deste Jornal Sporting poderá ficar a saber tudo o que está a ser preparado para quem visitar Alvalade no sábado: a presença do Jubas na Loja Verde, sessões de autógrafos e a selfie da praxe com vários atletas das nossas modalidades – de Maiara Niehues a Patrícia Mamona, passando por antigas glórias como Domingos Castro −, exposição de alguns troféus conquistados nos últimos anos, o sempre energético open day de trampolins e mais uma ou outra surpresa. Sábado é um dia que se quer de verde e branco e de Leão ao peito, desejando a presença dos nossos Sócios para a votação do Relatório e Contas do Clube.

7 em 10

Por Miguel Braga
22 Set, 2022

Editorial da edição n.º 3890 do Jornal Sporting

Com a vitória na Supertaça, o Sporting CP conquistou o sétimo título em dez possíveis desde que o basquetebol sénior masculino regressou ao Clube: uma Liga (2020/2021) três Taças de Portugal (2019/2020, 2020/2021 e 2021/2022) duas Supertaças (2021 e 2022) e uma Taça Hugo dos Santos (2021/2022). Uma história de sucesso escrita a verde e branco com o último capítulo dedicado a uma vitória frente ao eterno rival por cinco pontos de diferença (84-89) no Palácio dos Desportos Helena Sentieiro, em Torres Novas.

Foi um domínio praticamente absoluto com uma excelente demonstração da qualidade da equipa agora liderada por Pedro Nuno Monteiro. Depois de ter ganho a Supertaça como jogador em 1993 pela AD Ovarense, Pedro Nuno Monteiro junta agora a conquista também como treinador, naquele que é o seu segundo título nestas funções: venceu também a Taça de Portugal em 2017/2018 quando liderava o Illiabum Clube. Uma outra curiosidade é que Pedro Nuno Monteiro foi treinado pelo professor Luís Magalhães, o primeiro treinador da equipa desde o regresso a Alvalade.

De salientar também a integração dos novos reforços da equipa neste jogo: Marcus LoVett Jr. (22 pontos), Ivica Radić (18 pontos), Isaiah Armwood (11 pontos) e DJ Fenner (sete pontos) estiveram, de facto, muito bem. Destaque também para os veteranos Travante Williams e Diogo Ventura, com dez e 12 pontos, respectivamente. LoVett Jr. foi considerado o MVP da partida.

Depois da primeira conquista da temporada, a equipa promete agora entrar com a mesma dedicação em todos os jogos e lutar como Leões por todos os títulos nacionais. Na época passada, a equipa conseguiu fazer história na FIBA Europe Cup, chegando aos quartos-de-final da competição, feito que nunca tinha sido alcançado por uma equipa portuguesa. No final do mês, iremos disputar a qualificação para a fase de grupos, no Kosovo, com o primeiro jogo a ser contra o vencedor do KB Trepça (Kosovo) vs. BG Göttingen (Alemanha). Que continuem a escrever a verde e branco a história do regresso da equipa sénior masculina ao Sporting CP é o desejo de todos nós.

Nota final de destaque para o judo do Sporting CP e em especial para Pedro Soares. O treinador foi convidado pela União Europeia de Judo (EJU) a fazer parte da sua Comissão de Treinadores. Um reconhecimento por uma vida dedicada à modalidade e aos títulos que tem conquistado, tanto como atleta como treinador. Um verdadeiro campeão fazedor de campeões.

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