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Foto D. R.

Em frente!

Por Jornal Sporting
13 Set, 2018

Editorial do director interino do Jornal Sporting para a edição n.º 3693

Se fosse fácil não era para nós', costuma ouvir-se por Alvalade ou nas conversas em família sobre a vida do nosso Clube, como se cada missão fosse de nível herculeano e tivéssemos de fazer um esforço extra para chegar onde outros chegam sem tantos obstáculos. Mesmo os externos podem não ser equitativamente colocados, mas não são esses que contam para estas contas que agora voltaram ao zero, com a eleição de Frederico Varandas como 44.º Presidente do Sporting Clube de Portugal. O acento tónico está mesmo nos obstáculos internos, que invariavelmente marcam a vida do nosso Clube.

O discurso de união do novo líder leonino não pode nem deve ser levado de ânimo leve. Reconhecidamente fracturado depois de um período conturbado da nossa história, o Sporting terá, definitivamente, de viver novos tempos, de concórdia e harmonia, alicerçados na mais cuidada gestão, dando apenas continuidade ao excelente desempenho registado na época 2017/18, aquela que marcou o arranque de uma nova era nas modalidades de pavilhão com a chegada da tão desejada – durante anos – casa das modalidades, baptizada com a melhor homenagem ao Presidente que tanto deu, de forma absolutamente transversal, ao Clube.

Nelson Mandela, Sócio de mérito do Sporting, único Clube com o qual manteve uma relação de Associado, sempre disse que gostaria de ser lembrado como elemento de uma equipa e que a sua contribuição fosse avaliada como a de alguém que executou decisões tomadas por esse mesmo colectivo. No seu discurso de investidura, Frederico Varandas referiu que nasceu Sporting, cresceu Sporting, respira Sporting, mas não é o Sporting. Referiu ainda, emocionado e de voz embargada logo após terem sido anunciados os resultados aos Sócios – que às duas e meia da manhã ainda esperavam na Praça Centenário pelos resultados –, que acabava de se assistir à vitória da independência, resistência, resiliência e da superação.

É, também, o fim de um ciclo e o começo de um novo, com tudo o que de bom possa trazer ao Sporting. São sempre momentos de esperança, mais ou menos desmesurados, com maior ou menor grau de cepticismo, talvez mascarados pela paixão e amor que se tem ao Clube, que por vezes nos tolda o julgamento, mas que ninguém leva a mal quando em doses saudáveis e longe da irracionalidade dos extremismos de ser tudo mau, uma desgraça à beira do apocalipse. "Não há nada como começar para ver como é árduo concluir", escrevia Victor Hugo, alertando para as dificuldades que sempre surgem pelo caminho. No entanto, é precisamente na união pedida pelo novo líder de Alvalade que poderá estar a chave do sucesso. Sartre também dizia que amor, carreira, revolução e outras tantas coisas que se começam sem saber como acabarão. Ninguém sabe. Podemos, isso sim, contribuir para que o desconhecido possa não ser tão nublado.

Parabéns à equipa de futsal por mais um registo histórico na conquista da Supertaça, diante do Fabril, em Loulé, com um 11-0 final no marcador, a maior goleada alguma vez verificada na competição.

Uma palavra de ânimo à equipa de futebol feminina, em especial a Carlyn Baldwin – pela grande penalidade falhada e que motivou até um pedido de desculpas público da jogadora nas suas redes sociais –, pela derrota nos penáltis na Supertaça. Dois anos de projecto em que conquistaram cinco títulos em seis possíveis, tendo perdido o primeiro precisamente no passado fim-de-semana, em Viseu.

Para todas elas, eles e, acima de tudo, para ele, Frederico Varandas, recorda-se o hino dos campeões de 1981/82: EM FRENTE!