Últimas palavras de Montero enquanto atleta do Sporting, antes de rumar ao Tianjin Teda, da China

No porto de Alvalade houve chegadas e partidas. Hernán Barcos ingressou no Sporting CP, vindo do Tianjin Teda, clube chinês que passará a contar com o ex-‘leão’ Montero para colmatar a ausência do experiente avançado argentino. O colombiano abandonou a capital portuguesa rumo à China, onde irá representar o 13.º classificado da última edição do campeonato local. Aos cofres ‘verde e brancos’ chegaram cinco milhões de euros pela transferência definitiva de Montero, ficando a Sporting SAD com 20% dos direitos económicos do atleta.

Ainda em Lisboa, ‘El avioncito’ deixou uma mensagem de força aos seus antigos companheiros, mostrando-se confiante na conquista do Campeonato Nacional, antes de perspectivar o seu futuro em terras asiáticas. "Deixo o Sporting em primeiro lugar e sei que nada vai mudar independentemente dos jogadores que saiam ou entrem. Se quiserem ser campeões, sei que vamos conseguir e saio orgulhoso por ter cumprido com 50% da meta traçada. Desejo muita sorte a todos os meus colegas, equipa técnica e adeptos”, afirmou, acrescentando: “Vou chegar e adaptar-me à equipa. Estou muito entusiasmado por conhecer uma nova cultura, estar num novo país, poder ser uma peça fundamental de um novo conjunto e, uma vez mais, entregar-me e meter em campo todo o meu talento, todo o dom de jogar futebol. Com humildade e trabalho, vão chegar coisas boas como aconteceu ao longo da minha carreira”.

Em Alvalade desde 2013, Montero admite que vai sentir saudades do País e do Clube, recordando o que mudou em dois anos e meio de Sporting CP. “Saudades? De Portugal, o clima. A possibilidade de estar perto da praia e ter um tempo tão bom como o português, que no Verão é óptimo. E do Sporting, sempre. Alvalade… quando se marca um golo, todos gritam o teu nome. É uma grande sensação e, no futuro, com esta nova equipa, espero fazer as mesmas coisas, os mesmos golos e continuar a melhorar na minha carreira”, confessou, continuando: “Quando cheguei, há dois anos e meio, este era um Clube totalmente diferente em termos desportivos. Era uma altura difícil pelos resultados recentes e penso que muita gente tinha perdido o respeito pelo Sporting CP. Hoje, todos têm muito mais cuidado quando jogam contra nós. A equipa está, a pouco e pouco, a recuperar o estatuto que tinha e fico feliz por ter contribuído com uma pequena parte para essa mudança”.

Em três épocas, o colombiano trabalho com igual número de técnicos, deixando rasgados elogios ao último, Jorge Jesus. “Foi uma experiência muito boa, com três treinadores portugueses, cada um com a sua ideologia. O ‘mister’ Jesus é muito exigente, pede sempre o máximo a cada jogador e tira o melhor rendimento de todos. É um grande estratega, sabe sempre quem colocar em campo em cada jogo dependendo das características que precisa que os jogadores tenham em campo”, explica Montero, que recordou a sua estreia de ‘leão’ ao peito, assim como a despedida de Alvalade: “Não esqueço que entrei no Sporting CP com três golos num jogo. Mas também não esqueço que no último jogo marquei um golo que contribuiu para três pontos importantes para o primeiro lugar. Foram os meus golos mais importantes”.

Em jeito de despedida, Montero recordou a conquista da Taça de Portugal, na época passada, deixando uma mensagem de carinho aos Sportinguistas, agradecendo-lhes todo o apoio demonstrado ao longo da sua estadia em Alvalade. “A final do Jamor foi o meu primeiro título na Europa. Foi uma sensação única com todos os adeptos do Sporting CP a festejar. Estávamos muito felizes e vai marcar-me para toda a vida”, contou, concluindo: “Senti sempre um grande carinho durante dois anos e meio. Senti que não fui o melhor jogador do Clube, mas era um dos favoritos da massa adepta. Agradeço-lhes por todo o carinho, todo o amor e seguramente isso deveu-se aos golos e à entrega que sempre deixei em campo. Nos momentos menos bons sempre senti o apoio de todos os adeptos”.