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"A falta de vergonha já ultrapassa todos os limites"

Por Jornal Sporting
03 maio, 2016

Em conferência de imprensa, Octávio Machado comentou a actualidade futebolística em Portugal

Octávio Machado, director para o futebol do Sporting CP abordou, em conferência de imprensa realizada hoje, na Academia Sporting, em Alcochete, vários temas quentes do momento, desde as notícias que têm saído na comunicação social sobre Jorge Jesus, ao caso Doyen e às alegadas conversas tidas no balneário do V. Guimarães no último encontro realizado na Luz. O dirigente ‘leonino’ comentou ainda a acção dos agentes que perturbam a tranquilidade do futebol nacional com a sua forma de fazer comunicação, deixando um ponto importante bem claro: não contem com o Sporting CP para alimentar este clima de descredibilização.

“Todos, responsavelmente, devíamos ter um comportamento que permitisse que este Campeonato, que tem sido extraordinário, com jogos de grandíssima qualidade, e manter uma conduta de harmonia com essas responsabilidades. Mas, infelizmente, há quem não pense assim. No início da temporada foi evidente a criação de factos para criar confusão, como os SMS’s que nunca foram vistos. Foi uma comunicação trafulha e agora, a duas jornadas do fim, voltamos a toda aquela intimidação. Incompreensivelmente, quando pessoas irresponsáveis deviam ter uma conduta de tranquilidade, nestas últimas duas semanas assistimos a algo que nos deixa muito preocupados. Nunca pensámos que as coisas poderiam chegar a este ponto, mas foi uma comunicação que veio da política e que no futebol está a ter o mesmo comportamento: destrói a credibilidade do futebol, dos seus intervenientes, põe tudo em causa e isto merece da nossa parte um reparo, uma indignação enorme”, começou por dizer Octávio Machado, continuando: “Tudo o que foi dito a semana passada em relação ao treinador do Sporting CP, ao Sporting CP, à Doyen, em vésperas de um jogo importantíssimo, não é ingénuo. A nossa resposta foi a que se viu. Depois, durante a semana, decidiu-se tentar desvalorizar isto e falar no árbitro. Este árbitro é o mesmo que não expulsou o Renato Sanches nem o Jardel por duplo amarelo. Os agentes perturbadores do futebol às vezes estranham algumas coisas, mas outras não acham estranheza nenhuma. Contra o V. Setúbal, um dos jogadores que mais se tem destacado na equipa, que está envolvida na descida divisão, não jogou. Não surpreendeu ninguém, foi tudo normal. O anomal é só com os outros. A falta de vergonha já ultrapassa todos os limites”.

“Dizer que se sabe o que é dito no balneário dos adversários é qualquer coisa que nunca se tinha visto no futebol português. Para afirmar com convicção só pode ser com agentes infiltrados ou escutas. A partir de agora, penso que tudo é possível, interessa é ganhar. Com estruturas que trabalham assim, com estes comportamentos, começo a pensar que tudo é possível e percebo melhor que nunca as declarações do Sérgio Conceição, onde disse que passou uma semana terrível e que, espante-se, não só em termos de futebol, Portugal vinha abaixo se ganhássemos ou empatássemos aqui. O que leva alguém que já no primeiro jogo tinha sido ‘comido’ em casa com os ‘penalties’ que nunca se marcam, mas existem, a dizer isto? E isto poderá interpretar-se que é fruto de um clima de terror, coacção, intimidação, que está criado no futebol português e que atingiu os seus limites nesta ultima semana. E só encontro uma justificação: a grande exibição e o grande resultado do Sporting CP no Dragão”, explicou o director para o futebol dos ‘leões’, concluindo: “Todos nós já fomos alvo de queixas. O que desejamos e aquilo para que vamos contribuir é para que estas duas últimas jornadas corram da melhor forma. Vamos tentar ganhar os jogos. Não contem connosco para alimentar este clima, mas temos de o denunciar. Não estamos cá para meter tudo em causa. Contribuímos com espectáculos e massa adepta apaixonada. Queremos e precisamos de tranquilidade para estas duas últimas jornadas. Não contem connosco para esta tentativa de criação de factos fictícios. Não respondo ao director de comunicação que falou das SMS’s, enquanto este não as mostrar. É uma pessoa pouco credível. Se calhar confunde os 600 mil com os 600 milhões do BES. É esse número que anda naquelas cabeças”.