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Foto José Cruz e Mário Vasa

Falemos da Europa... e do caminho percorrido para lá chegar

Por Jornal Sporting
21 Out, 2018

José Peseiro, Nani e Salin. Três rostos do futebol do Sporting CP que abordaram o jogo frente ao Arsenal e relembraram momentos das suas carreiras em entrevistas à UEFA

São três das principais figuras leoninas na presente temporada. O técnico José Peseiro, o capitão Nani e o guarda-redes Salin foram os escolhidos para as entrevistas da UEFA, nas quais recordaram vivências únicas do futebol, promovendo o Equal Game e dando voz às experiências internacionais.

Posto isto e feita a contextualização, vamos por partes... ou, neste caso, por rostos. Peseiro foi o rosto europeu do Sporting CP em 2004/05. Que Sportinguista não recorda (com uma certa tristeza) a final da 'velhinha' Taça UEFA frente ao CSKA no Estádio de Alvalade? Esse momento, vivido intensamente por milhões, foi sentido, no banco, pelo actual treinador verde e branco, de uma forma especial. “Nessa época, começámos de forma atribulada. Fizemos mais de 100 golos e não concretizámos o que merecíamos. Infelizmente, não conseguimos títulos, mas não invalida a grande temporada realizada”, relembrou, abordando a maneira de jogar da equipa há 13 anos atrás: “Tinha uma ideia de jogar muito concreta. Éramos muito ofensivos e irreverentes, mas faltou-nos algum equilíbrio defensivo. Os jogadores conseguiam marcar golos e dava gosto ver aquela equipa jogar. Na final da Taça UEFA, podíamos ter ganho, mas no futebol as coisas não acontecem como nós queremos. Futebol é futebol... fizemos coisas muito boas e, apesar de não termos vencido, deixámos a nossa marca".

Volvidos 13 anos, José Peseiro está de regresso a Alvalade. Assumindo uma evolução pessoal e profissional, o técnico explicou o que quer para o futebol do emblema do leão rampante, que conta já esta época com duas vitórias na Liga Europa, frente ao Qarabag e ao Vorskla Poltava. “Não sou o mesmo José Peseiro. Hoje sou mais treinador, mais estável e com maior equilíbrio ofensivo e defensivo. Evoluí em termos psicológicos, tácticos... tenho outras ideias. O Sporting CP de 2018/19 joga num 4-2-3-1 porque estes jogadores têm esse tipo de características”, explicou, falando dos três extremos Nani, Raphinha e Jovane Cabral. “O Nani é um atleta que evoluiu nos últimos 14 anos. Agora, é mais de posse, enquanto os outros são dois jovens que têm muito para dar e ainda se estão a construir. Têm muito potencial, mas temos a noção de que ainda não têm a maturidade para jogar sempre bem".

Peseiro chegou ao Sporting CP sem receios, pronto para dar o seu melhor em prol do Clube. “Em função do contexto que encontrámos, tivemos de reconstruir uma equipa e elevar os níveis de confiança. Sei que com união, trabalho, profissionalismo e ambição podemos conquistar títulos e as derrotas não nos vão desviar do caminho. Temos uma nova Direcção e caminhamos juntos, querendo que se espalhe para todos. Tenho os melhores jogadores do campeonato", vincou.

Sabendo das dificuldades que vai encontrar na jornada dupla com o Arsenal, que se inicia em casa, dia 25 de Outubro, e contempla a deslocação a Londres, dia 8 de Novembro, o treinador aproveitou para fazer uma antevisão. “Temos tantas possibilidades de vencer o Arsenal como vice-versa. A motivação estará no auge, vamos delinear bem a estratégia. Ambicionamos ser os primeiros do grupo e temos essa missão, mas sabemos das dificuldades. Tudo pode acontecer...”, lançou, deixando a ideia de que passo a passo se faz o caminho para o sucesso.

Com a iniciativa Equal Game, a UEFA pertende chamar a atenção para a igualdade no Mundo. Que melhor palco do que os estádios de futebol para o fazer? “Tenho de dar os parabéns à UEFA pelas várias actividades que faz. O futebol consegue, de facto, atenuar as diferenças políticas, culturas e dá-nos a ideia de que temos de aceitar as diferenças”, finalizou Peseiro.

Terminada a conversa com o técnico, foi a vez de Nani se sentar e responder a algumas questões sobre a sua vida futebolística. Formado no Sporting CP, do Sporting CP e com a estreia nas competições europeias pelo Sporting CP, Luís Carlos Almeida da Cunha é um dos rostos mais queridos dos adeptos. “Ganhámos 1-0 ao Inter de Milão na Liga dos Campeões 2006/07, com um golo do Caneira. Foi uma noite muito especial, porque estava a realizar o meu sonho. São aquelas noites que queremos em Alvalade. No segundo jogo dessa Champions, marquei o golo do empate fora de casa, frente ao Spartak e, pessoalmente, foi um momento único”, declarou.

Nascido na Amadora, cumpriu o sonho de jogar com Figo e de ganhar uma Liga dos Campeões (pelo Manchester United). Agora, está de regresso ao Clube de Alvalade e usa a braçadeira de capitão. “Em 2004, cheguei à equipa principal. Aconteceu tudo muito rápido, era muito jovem, mas dediquei-me na pré-época e convenci o treinador. Isso deu uma grande volta na minha vida e foi um sentimento bastante especial”, recordou. Na temporada 2007/08, o extremo transferiu-se de Lisboa para Manchester, onde actuou com as cores do United. Nas sete épocas com os reds, Nani defrontou diversas vezes o Arsenal e relembrou o histórico 8-2. “Lembro-me dos jogos que fiz contra eles, mas esse foi extraordinário. Mostrámos um futebol bonito". Dia 25 de Outubro volta a revê-los, desta vez de leão ao peito. “Fizemos um início de temporada muito bom e atingimos bons resultados. Sabemos que as equipas ainda não estão na máxima força, mas acredito nesta equipa e vamos dar o máximo já no jogo frente ao Arsenal. Eles são um conjunto muito forte, mas não há melhor motivação... será sempre possível vencer”, sublinhou.

Sem se alongar mais, Nani destacou ainda o momento em que ganhou a Champions League com o Manchester United – marcando um penálti na final – e afirmou que as experiências internacionais são enriquecedoras para qualquer atleta. “Percebemos que não somos só nós. Há outras culturas, outros costumes aos quais te adaptas e que vais também considerando família”, terminou.

Aos órgãos da UEFA, houve ainda tempo para falar o número um da baliza, Roman Salin. Em Portugal desde 2010, ano em que se estreou pela Naval, o francês é um confesso fã do nosso país. “Portugal é um país muito bonito e Lisboa é maravilhosa”, começou por dizer o guarda-redes, que logo se debruçou sobre o Clube que o acolhe desde 2017/18. “Somos uma grande formação e temos um bom grupo. Fiquei muito contente por termos ganho o último jogo frente ao Vorskla. Sabíamos que eles eram fortes fisicamente, mas nós temos mais qualidade e foi o que mostrámos. O Arsenal é uma equipa diferente, num contexto diferente, mas vamos trabalhar para dar uma alegria", garantiu.

“A liga francesa é muito física, enquanto a portuguesa é mais táctica”, descreveu Salin, que relembrou o momento da final do Euro 2016: “Estava em casa com a minha família. A França era a favorita, mas Portugal levou a melhor", disse.

Revisitando cada frase dos jogadores e treinador podemos concluir uma coisa: o caminho para o sucesso é feito passo a passo e com muito trabalho e motivação. Será esta a receita para vencer o Arsenal?