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Desconfinar é preciso

Por Miguel Braga*
17 Set, 2020

(...) O regresso à vida não é apenas feito na sala de aula. É na prática do desporto, é na rua, é nos cafés, nos restaurantes, nos cinemas, nos teatros, mas também nas bancadas dos pavilhões e dos estádios do país

Numa semana marcada por notícias sobre casos positivos de COVID-19 em oito jogadores e em dois elementos do staff da equipa de Futebol do Sporting CP, não podemos deixar de pensar no que se podem transformar as próximas semanas, os próximos meses.

Convém sempre recordar que estamos a falar de dez pessoas saudáveis, completamente assintomáticas e que, ao contrário da grande maioria da população, já foi testada mais de uma dezena de vezes nos últimos meses – com vários testes nos últimos dias. Não é racional a penalização ou o excesso de testes a que estão sujeitos comparativamente com qualquer outro sector. O desconhecimento sobre algo não deve ser impeditivo de tudo, com medidas mais restritivas do que os países vizinhos e tratando, no caso nacional, o desporto em geral e o futebol em particular como uma excepção.

Do norte da Europa chegam números que indiciam que podemos ter outra abordagem para com a pandemia – a Suécia teve esta semana os números “mais positivos” do continente, com menor número de novos doentes por habitante, baixando o número de mortes para valores residuais. Os responsáveis suecos falam em política “sustentável”, que não mate a sociedade com a sua própria cura – a notícia foi publicada no The Guardian esta quarta-feira.

Ninguém tem uma bola de cristal para saber o dia de amanhã. Mas sabemos hoje como  podemos enfrentar o futuro: restringindo ou adaptando-nos a uma nova realidade; fechados em casa ou munidos de máscara na rua, lavando as mãos com frequência, respeitando novas distâncias sociais e corrigindo comportamentos; estrangulando empresas ou criando condições para que estas sobrevivam à maior crise das últimas décadas; não ouvindo os parceiros dos mais variados sectores ou chegando a um consenso que nos leve a dar um passo em frente como sociedade e como exemplo europeu.

Esta é também a semana do regresso às aulas, a uma ilusão de vida normal que nos escapa desde Março. Este regresso será uma prova ao nosso civismo, à forma como nos comportamos, mas também de como as autoridades de saúde e os nossos políticos vão encarar o dia de amanhã. O regresso à vida não é apenas feito na sala de aula. É na prática do desporto, é na rua, é nos cafés, nos restaurantes, nos cinemas, nos teatros, mas também nas bancadas dos pavilhões e dos estádios do país.

 

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal