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Os meninos 'made in Sporting'

Por Juvenal Carvalho
28 Out, 2022

Londres, quarta-feira, 26 de Outubro de 2022. 

Lembro esta data e local, não que o futebol jovem não tenha inúmeras datas marcantes, porque o Sporting Clube de Portugal tem dado ao longo da sua História tantos e tantos talentos ao mundo de futebol, que nem deveria constituir novidade alguma.

É até recorrente falar do nosso Clube e logo vir à baila o excelente trabalho, que é não só reconhecido pelos nossos rivais, que não o podem escamotear, bem como pelo scouting espalhado pelo mundo, que está atento ao desabrochar dos meninos da nossa 'cantera'. Será até um caso raro a descoberta de tanto talento... talento esse que já deu dois melhores do mundo, Luís Figo e Cristiano Ronaldo, bem como muitos outros que atingiram igualmente o estrelato. Falar de Sporting CP é mesmo falar de uma "maternidade" de talentos sem fim.

E falei de Londres, porque na passada quarta-feira foi uma tarde/noite em que, como no fado de Carlos do Carmo, 'Os Putos', eles pareciam um bando de pardais à solta rumo à ribalta.

O meu almoço foi a degustar o talento da nossa equipa que participa na Youth League, e que assegurou, com uma vitória (1-2) a passagem à fase seguinte, desta competição, mas sobretudo porque se vê trabalho de casa e carradas de talento. De Diego Calai, na baliza, passando pela defesa e pelo meio-campo, onde Marco Cruz com dois 'mísseis' foi o homem do jogo, e ainda pelo ataque, onde ver Afonso Moreira faz-me voltar ao passado em que formámos extremos de classe. Como ver ainda Rodrigo Ribeiro − ambos com apenas 17 anos − me faz ter a esperança que está ali um 'matador' em embrião. Foi, e já que estou num paralelismo musical, recordo Chico Buarque, no seu 'Foi bonita a festa, pá'. 

E essa festa, feita de talento e esperança no futuro da formação, teve continuidade pela noite dentro.  Também poderiam ter jogado na Youth League, mas feitos meninos crescidos, saltaram mesmo para a Champions League pela mão de Rúben Amorim, que mesmo ante o poderoso Tottenham, e num ambiente frenético como só em Inglaterra, não teve medo de apostar neles durante o jogo, tirando jogadores consagrados. Falo de Flávio Nazinho, Mateus Fernandes e Issahaku Fatawu − este uma 'pérola' ganesa descoberta recentemente em África. 

Jogaram mesmo como gente grande, como o poderiam ter feito também Dário Essugo, que esteve no banco, bem como o catalão José Marsà.

Se na Youth League está resolvido, mas o objectivo é manter a liderança do grupo para chegar directamente aos oitavos-de-final, nos mais velhos, mas igualmente repleto de meninos, o objectivo é igual. Os mesmos 'oitavos'. 

Temos de continuar a formar e a criar hábitos de presença na 'montra' do futebol do Velho Continente. E se conseguirmos condimentar isso com a nossa 'cantera', com os tais meninos 'made in Sporting', o brilho é ainda maior. Uma coisa tenho a certeza, o caminho é com estes, e com o despontar de outros. É esta a nossa matriz desde há muitos anos. Claro que complementada com experiência, para que eles cresçam mais sustentadamente. Que na próxima terça-feira estejamos todos muito felizes. Bem o merecemos. Nós acreditamos em vocês. Nos bons, como também nos tempos estranhos que serviram de título à minha coluna de opinião da semana passada.