No domingo de manhã, ao ver a alegria estampada no rosto dos cerca de 6500 participantes na Corrida Sporting, desde os mais aos menos jovens, lembrei-me do Professor Mário Moniz Pereira. Fato de treino verde e branco vestido, e cronómetro na mão. Era assim... era sempre assim que o "Senhor Atletismo" se apresentava em cada prova. Para ele, não existiam provas com maior ou menor interesse. Existiam provas que tinham que ser sempre encaradas com exigência máxima por quem envergasse o símbolo do Leão ao peito. 

Onde ele estiver, seguramente que estará feliz. O atletismo, que é de todas as modalidades do nosso Clube aquela que ostenta o melhor palmarés, continua pujante como ele sempre o preconizou. Na décima primeira edição da "nossa" Corrida ficou provado, nas ruas de Lisboa, que estiveram pintadas de verde e branco, que o Leão está bem vivo e a honrar o bom legado que o Professor deixou. Como no fado por ele escrito, "Valeu a Pena". 

Valeu a pena tanta capacidade, tanto trabalho, tantas horas de sacrifícios. Ganhar, ou ganhar... foi sempre assim como ele nos habituou. Olhe por nós lá em cima, Professor, pelo seu/nosso Sporting CP, porque os que cá estão, continuarão a querer fazer mais e melhor para o honrar. Como bem merece. 

Mais e melhor, quer sempre também outro Senhor, para quem o sucesso é o seu nome do meio. Falo de Nuno Dias. Também ele faz com que o futsal seja a nossa jóia da coroa. Um recital dado no passado sábado no recinto do eterno rival... mais um. Ninguém ganha sempre, mas quem trabalha como ele, que tem um verdadeiro grupo composto por excelentes jogadores, ganha muitas vezes. As conquistas falam por si. São aos magotes. Parabéns aos rapazes, que na quadra foram brilhantes, mas também ao incansável apoio dado pelos 'nossos' na bancada 

Mas as emoções do passado fim-de-semana foram mais significativas ainda. No sábado, assisti no "João Rocha" ao jogo de basquetebol ante o Portimonense SC, e além de ver uma equipa quase toda nova a desenvolver os seus automatismos, e a somar até ao momento todos os jogos por vitórias, o que, sem entrar em euforias desmedidas, garante desde já muita competitividade para esta época, o período que mediou entre o fim do basquetebol e o início do andebol, que terminaria com uma vitória fácil ante o FC Gaia, foi para mim emocionante. Revi os meus amigos Ricardo Andorinho e Vojislav Kraljic. Dois grandes atletas e seres humanos. Que pintaram quadros de classe no andebol Leonino. Relembrámos momentos passados juntos, quando eu servi a modalidade como dirigente com eles como jogadores. Retive com emoção uma coisa que o Ricardo me disse. Sem vaidade, mas com orgulho, e como sei que estás na vida como estavas em campo, com muita classe, verdade e empenho, o que me disseste foi muito mais que um galardão. Foi uma infinita felicidade e honra.

É tão bom ser do Sporting Clube de Portugal. Que me proporcionou amigos para a vida. E tu, Ricardo Andorinho, entre outros − felizmente muitos, és um deles.