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50 anos do Campeonato da Liberdade

Por Mafalda Barbosa
25 Abr, 2024

Editorial da edição n.º 3973 do Jornal Sporting

Proibição de sacudir pó para a rua ou de jogar cartas em comboios.

Crianças separadas por género. Enfermeiras, hospedeiras e telefonistas proibidas de casar.

Obrigatoriedade de ter uma licença emitida pelas autoridades para andar de bicicleta ou para usar isqueiro.

Estes são apenas alguns exemplos de como era a vida no nosso país durante a ditadura.

Curiosidades à parte, o dia 25 de Abril de 1974 foi uma… quinta-feira, tal e qual como hoje.

Há precisamente 50 anos o Sporting Clube de Portugal, então líder do Campeonato Nacional, regressava a Portugal depois de ser eliminado na República Democrática da Alemanha, pelo Magdeburgo, nas meias-finais da Taça UEFA.

Todos os voos para Lisboa estavam cancelados e o regresso à pátria tornou-se numa pequena odisseia. O Sporting CP voou de Frankfurt para Madrid e fez o resto da viagem de autocarro para Badajoz.

Mas a história estava longe do seu final [ver páginas 16 e 17].

A comitiva Leonina tinha saído de Portugal sob o Estado Novo e regressava a casa já depois da Revolução.

Na época de 1973/1974, Portugal foi pintado de verde e branco, tal era o domínio do Clube no nosso país.

O Sporting CP fez a dobradinha e tornou-se no primeiro clube português a vencer uma competição em liberdade (neste caso, duas).

"O Sporting sagrou-se campeão em ano de glória para as suas cores e que o foi igualmente para a nação portuguesa. O ano que marcou a mudança de rumo dos destinos do nosso Clube veio assinalar também o ressurgimento da pátria portuguesa. (…) Neste ano de ressurreição do povo português, o Sporting orgulha-se de ser o Campeão de Portugal Livre", podia ler-se na edição de 31 de Maio do Jornal Sporting, a primeira após a conquista do título.

Há 50 anos, num país renascido, tinha acabado de nascer o Campeão da Liberdade.