Ouçam o rugido do Leão
19 Jun, 2025
Confesso que, não sendo o melhor dos optimistas serei, como aqueles que me conhecem pessoalmente o sabem, longe de ser o pior dos pessimistas.
Perguntam vocês: e o que é que isso tem a ver com o Sporting Clube de Portugal?
Pois bem, passo a explicar. Todos sabemos que passámos por períodos pouco ganhadores no futebol – que não no universo das modalidades – não há como o esconder. Em quatro décadas ganhámos somente quatro Campeonatos, a que somámos aqui ou ali alguns troféus na Taça de Portugal, Supertaça e Taça da Liga.
Mas uma coisa existe que inequivocamente tanto nos orgulha e que nos diferencia claramente dos demais, provocando-lhes até espanto e, porque não, um fundado receio, ao assistirem a este imenso rugido do Leão renascido e a criar hábitos ganhadores. Que é interclassista. Que abrange todas as gerações. Sobretudo as mais jovens, numa clara demonstração de grandeza sem paralelo e que sobretudo são o garante do futuro. Arrepiante!
Não nos deixámos abater quando parecia que havia um manifesto conluio do poder instituído para que só houvesse um grande a Sul e outro a Norte. Comentadores havia que falavam na perda das novas gerações de adeptos. Confesso que também o temi. Dizer o contrário era fugir ao que sentia e não o consigo. Comentei até esse assunto em privado com amigos. Uns corroboraram. Outros, felizmente mais optimistas, refutavam a plenos pulmões essa teoria. Sabia que a família Leonina era imensa. Disso nunca duvidei. Mas em 2021,19 anos depois, chegou um campeonato que, mesmo com as limitações então provocadas pelo COVID-19, fez encher o país e as comunidades onde existissem Sportinguistas, numa loucura indescritível. Estava mais do que provado que o Leão continuava vivo... e bem vivo. Esse foi o primeiro grande indicador.
E depois desse, chegaram mais dois e com eles o Bicampeonato e a dobradinha.
E aquilo a que se assistiu nos últimos dois anos foi simplesmente indescritível e revelador de que somos únicos... inigualáveis até na forma como sabemos estar nos festejos. Apareceram, numa demonstração clara de amor, milhares e milhares de Sportinguistas a festejar como se não houvesse amanhã, com claro epicentro no Marquês de Pombal, em Lisboa, mas também desde as maiores cidades do país, e não só, até aos locais mais recônditos.
A forma como a imensidão de crianças e jovens festejaram efusivamente, com cânticos de amor ao Clube, a imitar a máscara de Viktor Gyökeres, a dar vivas ao Sporting CP, a extravasar uma alegria incontida, foi emocionante.
Somos decididamente um clube dos netos até aos avós. Um clube de uma dimensão única.
Os que achavam que o Sporting Clube de Portugal era aquele clube fofinho e que ganharia sempre pouco, estavam profundamente equivocados. Sem arrogância, com a marca indelével da capacidade do trabalho e quanto e bom trabalho tem sido feito, ambicionamos continuar no topo. Tendo a consciência de que ninguém ganha sempre, é legítimo sonhar na manutenção deste momento épico. Ambicionamos agora chegar ao Tri, o que é um objectivo possível.
E é na força motriz desta verdadeira Onda Verde que tem crescido e transbordado de paixão à causa, que temos que nos agarrar e levar os nossos rapazes às cavalitas rumo ao sonho. E que sonho este que nos invade o coração Leonino.
Teremos de ser unos e indivisíveis e não vacilar. Nem quando as virgens ofendidas, que deveriam corar de vergonha por terem um passado recente cheio de casos judiciais, procuram maquilhar os seus fracassos pessoais, numa espécie de papas e bolos para enganar os tolos, querem relativizar as nossas conquistas.
A esses recomendo-lhes Kompensan ou em alternativa que continuem a ouvir o imenso rugido do Leão, aquele que ecoa um pouco por todos os lugares onde existem Sportinguistas. E tantos eles são.