Your browser is out-of-date!

Update your browser to view this website correctly. Update my browser now

×

Taxonomy term

Português, Portugal

O Campeonato das Cadeiras Partidas

Por André Bernardo
29 Abr, 2021

Anunciamos hoje, em primeira mão no Jornal de clube mais antigo do Mundo, que o nosso Estádio vai ter novas cadeiras… e serão verdes!

A Teoria das Janelas Partidas

O que é que um carro abandonado no Bronx/Nova Iorque, Palo Alto/Califórnia ou no Lumiar/Lisboa podem ter em comum? E o que é que isso pode ter a ver com o Sporting Clube de Portugal?

A resposta à primeira pergunta é a Teoria das Janelas Partidas, segundo a qual sinais visíveis de desordem social, comportamento anti-social ou crime criam um ambiente urbano que encoraja mais comportamentos anti-sociais, mais desordem e mais crime.

A teoria pode sintetizar-se no seguinte exemplo que lhe deu nome: se existir uma janela partida num edifício e a mesma não for reparada, a tendência é para que o edifício rapidamente fique com todas as janelas partidas. E isto é verdadeiro para qualquer bairro, independentemente da natureza do seu estrato social.

A “lógica” é que uma janela partida durante muito tempo sem ser reparada mostra sinais de que ninguém se importa, gerando-se um efeito contaminador de “partido por cem, partido por mil”.

A Teoria foi introduzida em 1982 por James Q. Wilson e George L. Kelling, mas viria a tornar-se mais popular quando foi utilizada no âmbito da implementação de uma política de combate ao crime na cidade de Nova Iorque.

A resposta directa à pergunta inicial foi dada por um teste efectuado pelos autores do estudo, que colocaram um carro abandonado no Bronx e outro no bairro de Palo Alto para concluir que, a partir de danos visíveis de abandono, o efeito de vandalismo era idêntico em ambas as regiões, apesar das diferenças de estrato socioeconómico entre elas.

Em suma: o “Espaço” importa. Obviamente pelo efeito real de conforto, porque sinaliza exteriormente sinais, de cuidado ou descuido, porque psicologicamente interfere animicamente na motivação/disposição humana e finalmente porque induz comportamentos. 

E a solução é desenhar espaços que induzam, inconsciente ou conscientemente, a bons comportamentos e à imagem pretendida, encarando os problemas enquanto eles são pequenos, não os deixando escalar.

E o que tem isto a ver com o Sporting CP? A resposta a esta pergunta é: Cadeiras Verdes.

Anunciamos hoje, em primeira mão no Jornal de clube mais antigo do Mundo – e cujos detalhes do projecto pode consultar nesta edição – que o nosso Estádio vai ter novas cadeiras… e serão verdes!

Após 18 anos, pela primeira vez desde a construção do novo estádio, e após um ano de pandemia que impediu a presença dos nossos Sócios e adeptos no recinto, substituímos as cadeiras. E é assim que daremos as boas-vindas a todos à Cidade Sporting, na sua casa-mãe: o Estádio José Alvalade.

Rúben Amorim disse, e bem, que o “Campeonato do Futuro” do Sporting CP já está ganho. Dentro de campo pela retoma da aposta na Formação, fora dele pelo projecto e trabalho contínuo que está a ser feito na requalificação das infra-estruturas (e não só), no âmbito do segundo e quarto pilares estratégicos, em que definimos:

2.º Pilar – Infra-estruturas

“O rendimento das Pessoas é, em grande parte, resultado das condições de espaço e equipamento que as mesmas têm para trabalhar”.

4.º Pilar – Interacção com o Sócio

“Estádio/Pavilhão: Melhorar a experiência do ponto de vista de conforto, tecnologia, prestígio e imagem”.

Neste campeonato lutamos sobretudo com o Sporting CP, em que cada um tem de contribuir para a preservação do nosso ADN e património, para que a cada dia gostemos ainda mais daquilo que vemos quando nos olhamos ao espelho.

2021 não vai parecer 2021.

Bem-vindos à Cidade Sporting!

Bem-vindos ao (novo) Estádio José Alvalade com Cadeiras Verdes!

 

Editorial da edição n.º 3817 do Jornal Sporting

“O Homem é a única máquina do tempo conhecida”

Por André Bernardo
31 Mar, 2021

O Jornal Sporting cumpre hoje 99 anos, tendo sido “a máquina do tempo” que recupera o melhor do ADN Sporting desde 1922, homenageando as suas lendas, retratando a sua actualidade e dando voz aos seus personagens

O ano é 1922. A música de fundo é foxtrot, estilizada pelo ruído distintivo do vinil a sair do megafone do gira-discos. O dia é o trigésimo do terceiro mês desde que o ano é novo e os intérpretes são Gago Coutinho e Sacadura Cabral. O relógio marca as sete horas desde que o dia 29 deixou de o ser. A aeronave é o hidroavião Fairey F III-D MkII. O motor é apenas um, fabricado pela Rolls-Royce, e o som deixa para trás um dos maiores feitos da História, a primeira travessia de avião do Atlântico Sul e a chegada ao Brasil para celebração dos 100 anos do grito do Ipiranga que coroou D. Pedro I, o primeiro Imperador do Brasil. O dia é 30 de Março de 1922.

São 18 os anos que faltam para que nas terras de destino do voo nasça um novo imperador do futebol: o Rei Pelé.

Está quase a completar um ano desde que António Stromp nos abandonou para sempre e faltam ainda 99 anos para chegarmos até 2021, já num novo milénio.

Um ano depois o ano é 1923 e inicia-se a “maior corrida do planeta” em Sarthe, França, as 24 horas de Le Mans.

O ano é 1929 e a crise da grande Depressão abala o Mundo, uma década depois do final da 1.ª Guerra Mundial e da Gripe Espanhola se tornar a pandemia mais mortífera de sempre. Passaram 11 anos após a morte do nosso fundador José Alvalade.

O ano é 1930, o local o Uruguai. O evento é o primeiro Campeonato do Mundo de Futebol.

A década é a dos anos 40, marcada na primeira metade pela 2.ª Guerra Mundial. A segunda metade marca para sempre o futebol português com a equipa de orquestra do Sporting CP a ser tricampeã. A assinatura de autor são mais de 1.200 golos dos eternos ‘Cinco Violinos’.

Desde os anos 50 até à data, o Homem chega à Lua, Portugal sai da ditadura e entra na CEE e o Muro de Berlim cai.

Pelo meio, em Outubro de 1971, ocorre a “Luta do Século” entre Muhammad Ali e George Foreman, com a vitória do “I am the Greatest”.

Agora os anos são os 80 e Portugal ganha a primeira medalha de Ouro nuns Jogos Olímpicos. Estamos em Los Angeles em 1984. O atleta é o Leão Carlos Lopes

A década seguinte de 90 é escrita por Michael Jordan no basquetebol, carregando às costas o número 23 e os Chicago Bulls a seis títulos da NBA. O primeiro deles no ano de 1991.

Em 1992 Robert Kelly Slater torna-se também pela primeira vez campeão mundial de Surf. A primeira das 11 vezes que o fazem subir ao Olimpo mundial do Desporto. 

Dois anos depois o ano é 1994 e torna-se trágico com a última corrida do génio do volante e capacete de “Ordem e Progresso”, Ayrton Senna.

O ano é 2000 e 18 anos após o último campeonato ganho o Sporting CP é de novo campeão nacional em futebol.

Dois anos depois estreou o filme “A Máquina do Tempo”, baseado na obra literária com o mesmo nome que remonta a 1895.

Cito a propósito o escritor Georgi Gospodinov que diz que “O Homem é a única máquina do tempo conhecida”.

O Jornal Sporting cumpre hoje 99 anos, tendo sido “a máquina do tempo” que recupera o melhor do ADN Sporting desde 1922, homenageando as suas lendas, retratando a sua actualidade e dando voz aos seus personagens. E assim continuará a escrever esta História Interminável.

O ano é 2003 e é construído o novo Estádio de Alvalade.

Em 2007 o iPhone revoluciona o Mundo, e Steve Jobs e a Apple imortalizam o seu nome na História.

O ano é 2018 e o ataque à Academia de Alcochete marca o momento mais negro na História do nosso Clube.

O ano é 2020 e o Mundo volta a ser abalado por uma pandemia mundial, a COVID-19.

A 31 de Março de 2020, o Sporting Clube de Portugal celebra os 98 anos do Jornal com o lançamento de um novo formato, há precisamente um ano

2020 fica eternamente marcado pela partida de D10S. Fica o legado das suas jogadas. O humano chamava-se Diego Armando Maradona

O ano volta a ser 1922. Vivem-se os “Loucos Anos 20” e regista-se a primeira patente do que viria a ser a Televisão.  O Presidente do Sporting Clube de Portugal é Júlio Araújo. O Clube é Campeão de Lisboa em futebol. Um ano antes de ser pela primeira vez Campeão de Portugal, em 1923. O Clube é mais uma vez pioneiro e torna-se o primeiro a ter um Jornal, na altura chamado Boletim Sporting Club de Portugal. A estreia é com o artigo “Razão de Ser”, escrito por José Serrano, que vale a pena reler e que voltamos a publicar nesta edição. A Razão de Ser continua 99 anos depois. O dia é 31 de Março de 1922.

 

Editorial da edição n.º 3813 do Jornal Sporting

“É uma cidade que conjuga o desporto, a arte e a tecnologia, idealizada como um “museu’”

Por Sporting CP
25 Mar, 2021

André Bernardo, membro do Conselho Directivo do Sporting Clube de Portugal, revelou ao Jornal Sporting pormenores sobre a Cidade

O que é a Cidade Sporting?  

É uma cidade do universo Sporting CP que conjugará o desporto, a arte e a tecnologia, idealizada sobre o conceito base de uma cidade como um “Museu”, ou, como nós gostámos de a chamar: a “8.ª Arte”. Como não poderia deixar de ser, com o Sporting Clube de Portugal no epicentro, mas que estende o Hub Desportivo, que nós já somos, a um Hub Cultural e com intenção, no futuro, de ser também um Hub Empresarial.

O que ganha o Clube com este projecto, que tem também um papel social muito importante e isso sempre foi marca do Sporting CP desde a sua fundação?  

A Cidade Sporting é um passo muito importante no cumprimento da nossa visão de que o desporto seja um meio para atingir um fim de melhoria do bem‑estar da vida das pessoas. Nós, com este projecto, vamos criar um espaço que vai ter várias dimensões, além da desportiva, que já disponibilizamos, atraindo as pessoas à prática desportiva de forma lúdica em espaços abertos, dando dinamismo a zonas que hoje não o têm, mesmo em dias de jogo. Ao mesmo tempo “pintando” esses espaços com as melhores referências artísticas e tecnológicas, de forma a que, no seu conjunto, sejam também uma referência e uma atracção do ponto de vista cultural. Gosto de dar Bilbao como exemplo, com as devidas salvaguardas, mas há um antes e um depois na notoriedade da cidade devido à construção do Museu Guggenheim. A ambição da Cidade Sporting é essa e, inclusive, tem como conceito‑base uma “Cidade‑Museu”. Uma dimensão reforça a outra e, portanto, consideramos que o Sporting CP sai amplamente reforçado e coloca o Clube e o desporto onde eles devem e merecem estar.

Mas considera que, hoje em dia, o desporto tem má percepção e não ocupa o lugar que deveria?

Acho que há uma minoria de eventos, de comportamentos, e uma falência de credibilidade de algumas instituições, sobretudo no futebol, que não representam de todo a maioria, pelo contrário, mas que cria às vezes uma percepção negativa generalizada. Para nós, a Cidade Sporting vai ser mais um passo no sentido certo e em linha com o ADN Sporting. E, pegando nas palavras do Rúben Amorim na conferência de imprensa de sábado passado, quando algum miúdo estiver na dúvida agora vai ter duas opções de caminho certo: a Academia Cristiano Ronaldo ou a Cidade Sporting.

Este projecto vai arrancar já no mês de Maio com a criação de uma ‘artéria verde’ que ligará o Estádio José Alvalade ao Pavilhão João Rocha e que será uma pista de tartan. Porquê esta “artéria” e porquê uma pista de tartan? 

A artéria verde tem vários objectivos: funcional, lúdico e simbólico. Começando de trás para a frente, simbolicamente ela representa alegoricamente o eclectismo que faz parte do nosso ADN, ligando o estádio ao pavilhão, e também esta cidade como um “organismo com vida”, e verde; lúdico porque vai tornar espaços mortos em espaços vivos, que podem ser utilizados para a prática de desporto ou convívio; e, finalmente, funcional porque vamos recuperar aquela parte da promenade.

Em Junho o projecto ganhará, depois, outra dimensão com a criação de um campo de basquetebol e um parque de skate. Porquê essas modalidades? 

São espaços outdoor com características próprias para estas modalidades. A recuperação do basquetebol do Sporting CP tem sido um sucesso em vários sentidos, e é, claramente, uma das modalidades mais populares do Mundo e o “basquetebol 3x3” será este ano modalidade olímpica – embora fique claro que este campo não é oficial para essa prática.  Existe aliás um projecto em curso muito interessante da FPB que se chama 3x3 BasketArt e que vai em linha com o que vamos fazer. O skate tem vindo a crescer muito, sobretudo entre os mais jovens, e nós, tal como fizemos no surf, queremos apostar na modalidade. De qualquer forma, este projecto pretende ser uma referência nas várias vertentes das restantes sete artes e, portanto, ainda vamos apresentar muito mais coisas no futuro. Inclusive com a requalificação do próprio estádio e pavilhão. Portanto teremos “cenas dos próximos capítulos” progressivamente.

Lisboa é a Capital Europeia do Desporto em 2021. De que forma acha que a Cidade Sporting vai contribuir para o sucesso de Lisboa? 

Foi uma feliz coincidência de timing. Este projecto está pensado há muito tempo e temos, inclusive, estado a trabalhar em colaboração com a Câmara Municipal de Lisboa (CML) para o executar, assim como com a Junta de Freguesia do Lumiar. O feedback e receptividade ao projecto foi óptimo desde o início e queria, aliás, enaltecer o excelente apoio do GAU (Gabinete de Arte Urbana da CML). Esperamos que a Cidade Sporting possa contribuir para que o sucesso de Lisboa como Capital Europeia do Desporto possa ser ainda maior. A História do desporto em Portugal e de Lisboa tem vindo a ser em grande parte escrita pela do Sporting CP. Acabámos, inclusive, de ter duas atletas do Sporting CP que ganharam duas medalhas de ouro nos Europeus de Atletismo.

Neste momento ainda só se conhece a ‘cara’ da pista de tartan, que será verde e branca, e as do campo de basquetebol e do parque de skate já estão em andamento?

Este projecto será um pouco como a Sagrada Família, em Barcelona, tem um início, mas não necessariamente um fim (risos). Posso confirmar que já estão em andamento, mas decidimos revelar cada um a seu tempo.

A Cidade Sporting dará cor – e muito mais! – às imediações do Estádio José Alvalade e do Pavilhão João Rocha. Como espera que seja recebida pelos Sportinguistas?  

Como não poderia deixar de ser, os Sportinguistas serão os principais visados e beneficiados do projecto, directa e indirectamente. Em primeiro lugar porque a Cidade Sporting será um projecto pioneiro, em segundo porque melhora as condições do estádio, pavilhão e áreas periféricas, e, consequentemente, isso convidará os Sócios e os adeptos a poderem viver e conviver nesta cidade para além dos dias de jogo. E, inclusive, durante os dias de jogo com um leque de possibilidades de que antes não dispunham. E porque este projecto constituirá também, a médio/longo prazo, um novo fluxo de receita extra, directa ou indirectamente, fora dos actuais, importante para a sustentabilidade do Clube.

Cidade Sporting

Por Sporting CP
25 Mar, 2021

Clube inova e cria a Cidade Sporting que envolverá desporto, arte e tecnologia, dando novos espaços e vida ao Estádio José Alvalade e ao Pavilhão João Rocha, assim como às suas imediações, num projecto que tem como conceito-base uma “Cidade-Museu”

O Sporting Clube de Portugal continua a inovar e, nesse sentido, vai criar a Cidade Sporting que envolverá desporto, arte e tecnologia.

Um espaço pioneiro, pensado para dinamizar o ecossistema Leonino, dando uma nova vida ao Estádio José Alvalade, ao Pavilhão João Rocha e às suas zonas envolventes, permitindo dar aos Sportinguistas uma nova experiência, um novo espaço de convívio e a possibilidade da prática desportiva.

O projecto arranca já no próximo mês de Maio com a criação de uma artéria verde, que simulará uma pista de tartan – que o Sporting CP deixou de ter com a demolição do antigo estádio –, que ligará os dois edifícios Leoninos.

O segundo passo será dado em Junho com a criação de um campo de basquetebol e de um parque de skate junto ao estádio. Os dois espaços serão alvo de pinturas de arte urbana, ganhando também uma dimensão cultural e uma atractiva estética adicional.

O Sporting CP quer com isso apostar no skate, à imagem do que fez com o surf, e reforçar a aposta no basquetebol, modalidade que recuperou em 2019/2020, ainda que, neste caso, numa componente mais lúdica, mas que pretende atrair mais praticantes. O campo de basquetebol embora não seja oficialmente de 3x3 – modalidade olímpica a partir deste ano –, está alinhado com o projecto 3x3 BasketArt, promovido pela Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB).

Estes espaços ainda estão a ser desenvolvidos e serão idênticos a vários que já existem pelo Mundo fora, nomeadamente nos Estados Unidos da América, onde a arte urbana se faz sentir em maior escala, com estes desportos a serem também muito praticados.

Em Portugal já há também exemplos, com o mais recente a ser em Lisboa. Em Novembro de 2020, o campo de basquetebol do Bairro dos Lóios, mais conhecido por Chicago, em Chelas, foi revitalizado pela dupla Halfstudio e ganhou uma nova vida [ver fotografia], tendo agora, além de muito mais cor, condições mais apelativas.

Este projecto do Sporting CP vem, assim, de certa forma, também ao encontro do da própria cidade de Lisboa, que em 2021 é Capital Europeia do Desporto, e que com isso dará aos lisboetas e aos seus visitantes novos espaços para a prática desportiva.

A Cidade Sporting foi e está, inclusive, a ser planeada com a colaboração da Câmara Municipal de Lisboa (CML), nomeadamente através do Gabinete de Arte Urbana (GAU), e com a Junta de Freguesia do Lumiar.

O GAU é a entidade que está a projectar os espaços que a CML quer melhorar um pouco por toda a cidade, no âmbito da Lisboa Capital Europeia do Desporto 2021, tendo este projecto também um papel social de enorme relevo.

Todos os novos espaços que estão a ser e que serão erguidos na capital portuguesa, e que serão de livre acesso aos utilizadores, permitirão que Lisboa se torne mais moderna, mas sobretudo que aumentem os recursos e assim, consequentemente, os níveis da prática desportiva.

O Sporting CP, tendo na sua génese um papel social muito importante e activo, construindo desde 1906 uma história ecléctica, estará, portanto, e mais uma vez, em consonância com o desenvolvimento e as intenções da própria cidade com este projecto pioneiro da Cidade Sporting.

Uma cidade que, pela arte e envolvimento que terá, será uma espécie de “Cidade‑Museu”, com o Sporting CP no seu epicentro, reunindo as vertentes desportiva, cultural e empresarial do Clube.

Bem-vindos à Cidade Sporting

Por André Bernardo
25 Mar, 2021

A Cidade Sporting terá forte presença de elementos artísticos de Arte Urbana, que marcarão presença nos já planeados campos de “Street Basket” e “Skate Park” que esperamos ter prontos antes do início da próxima época

A 8.ª Arte

Em 1923, Ricciotto Canudo imortalizaria o Cinema como a Sétima das Artes, no seu Manifesto das Sete Artes e Estética da Sétima Arte. 

O intelectual italiano definia o Cinema como a arte que consegue congregar todas as outras numa só e “inscreve-o no domínio das outras disciplinas artísticas, conferindo-lhe um carácter estético, e reconhece-o enquanto linguagem, capaz de renovar, transformar e difundir as outras Artes, num projecto de Arte Total”*.

Apresentamos hoje a Cidade Sporting a todos os Sportinguistas, num projecto de Arte Total – a que designámos “a 8.ª Arte” – que terá o Desporto como epicentro, como não poderia deixar de ser, mas que combinará Desporto, Arte e Tecnologia

Este é um projecto que vamos dar a conhecer progressivamente, mas que terá como base o conceito da Cidade Sporting como um Museu.

O primeiro passo será dado no início de Maio com a construção de uma “Artéria Verde” que, fisicamente mas também alegoricamente, fará a ligação entre o Estádio José Alvalade e o Pavilhão João Rocha, num símbolo do Eclectismo do nosso Clube, que será reforçado ainda com o desenho de uma Pista Tartan de Atletismo em parte dessa Artéria.  

A Cidade Sporting terá forte presença de elementos artísticos de Arte Urbana, que marcarão presença nos já planeados campos de “Street Basket” e “Skate Park” que esperamos ter prontos antes do início da próxima época. Vamos ainda avançar no futuro para a criação de uma Galeria de Arte

Queria a este propósito agradecer e destacar o exemplar auxílio que nos tem prestado o Gabinete de Arte Urbana (GAU) da Câmara Municipal de Lisboa na edificação do projecto da nossa Cidade.

Bilbao e ir para fora cá dentro

A primeira vez que visitei a cidade de Bilbao foi num mês de Agosto, para as festas da “Semana Grande”, ainda o museu Guggenheim não tinha sido inaugurado. 

Há um ‘antes’ e um ‘depois’ do Guggenheim para a cidade Basca e, em virtude da abertura do museu projectado por Frank Gehry, Bilbao tornou-se uma referência no mapa mundo.

Recuperando o lema do Turismo de Portugal, diria que Bilbao soube ir “para fora cá dentro” de forma magistral, mostrando-se e abrindo-se ao mundo através de um processo de revitalização interna. Desde aí estabeleceu-se como um dos principais destinos de visita em Espanha e tornou-se numa referência internacional. 

Assim como soube Walt Disney, a seu tempo, idealizar de forma pioneira um novo estilo de parque temático que viria a tornar-se na famosa Disneylândia, que recebe milhões de visitantes.    

São apenas alguns exemplos ilustrativos. A Cidade Sporting não será nem Bilbao nem a Disney, será a Cidade Sporting: um espaço único e distintivo a nível mundial. E será um dos maiores dinamizadores da internacionalização da Marca Sporting trazendo a “montanha a Maomé”. 

Dentro deste projecto vamos reactivar algumas zonas do estádio, dinamizando a prática desportiva, atraindo miúdos e graúdos, ao mesmo tempo que do ponto de vista estético tornamos o espaço numa referência artística e de sustentabilidade ambiental, nos vários domínios das sete artes, convidando alguns dos melhores artistas em cada um destes domínios. 

Fá-lo-emos à medida das nossas possibilidades imediatas, mas inauguraremos este projecto em pleno ano de Lisboa como Capital Europeia do Desporto, crentes de que será um catalisador do mesmo.

Aproveitando as palavras recentes de Rúben Amorim, quando um miúdo quiser tornar-se um grande atleta ele sabe que terá duas portas abertas: ou a Academia Cristiano Ronaldo ou a Cidade Sporting

Lisboa e Portugal terão mais um ponto de referência único e diferenciador. 

A Cidade Sporting é uma concepção da nossa visão – “A visão do Sporting CP assenta no princípio basilar de que o desporto é um meio para atingir um fim – melhorar o bem-estar da vida das pessoas”** e vê o desporto como parte integrante da Cultura.

A Cidade Sporting será no seu “core” um Hub Desportivo (elevando o actual a outra dimensão) mas também um Hub Cultural e Empresarial.

Mais tarde faremos uma inauguração e apresentação mais completa de todo o projecto, ao mesmo tempo que faremos um ponto de situação do caminho executado da nossa estratégia. 

Deixo um enorme agradecimento a todos os que contribuíram para o arranque deste projecto pioneiro e que nos permite mostrar ao mundo uma das melhores caras que o Desporto tem. 

É assim que estamos a fazer o Futuro chegar ao Sporting CP. Como já aqui disse, 2021 não vai parecer 2021

Bem-vindos à Cidade Sporting!

* Extraído da Tese de Mestrado “A fábrica de imagens” de Helena Brandão;
** Extraído do documento de visão estratégica 2020-2022 “Regresso ao Futuro”.

 

Editorial da edição n.º 3812 do Jornal Sporting

Subscreva RSS - cidade sporting