Melhoria evidente na segunda parte deixou leões bem perto de uma reviravolta merecida

O Sporting CP saiu derrotado da Macedónia depois de perder por 28-27 diante do HC Metalurg na terceira jornada da fase de grupos da Velux EHF Champions League.

O adversário do leão foi mais competente durante a primeira parte do jogo, mas a garra da segunda parte leonina reflectiu-se na recuperação de três dos quatro golos de desvantagem ao intervalo (17-13), tendo Bozovic a oportunidade para igualar, ainda antes do último minuto de jogo.

As primeiras imagens da Sporting TV deram conta de uma lesão em Tiago Rocha num momento em que as dificuldades na finalização se faziam sentir para ambas as equipas. Nos cinco minutos iniciais, só um golo e para o Metalurg. Nikcevic igualou aos seis, depois de Cudic ter lançado uma transição rápida. Aos sete, Francisco Tavares fez o 3-2 na ponta direita e Frankis Carol empatou novamente a partida, desta feita a três golos, com remate de longe. Aos nove, o Sporting CP adianta-se pela primeira vez no marcador. Depois de uma excelente troca de bola na linha, Nikcevic conseguiu espaço e atirou a contar com remate cruzado. O Metalurg, habitual 'cliente' nesta fase desde 2004/2005, não tardou a reagir e retomou a vantagem aos 12 e 14 minutos, já depois de Carneiro marcar de sete metros e Tavares aparecer na ponta direita, com um golaço de rosca.

Edmilson perde de seguida uma bola fácil e o Metalurg passa a vencer por 9-7 aos 16'. Aos 19', a vantagem aumenta para três golos. O cubano Pedro Valdés e abanou com o jogo, resolvendo individualmente alguma lentidão na troca de bola. Francisco Tavares manteve as boas sensações e chegou ao terceiro tento, mas a primeira e segunda linha do Metalurg começou a galgar distâncias. Ora em apoio, ora em suspensão, os remates de longe fizeram a diferença no resultado do primeiro parcial. Nikcevic começava a ter sucesso no duplo pivô; Valdés continuava a mexer com o jogo e Kopco lá conseguiu receber bola para facturar (isto depois de Hugo Canela o reforçar no desconto de tempo). A arma central macedónia começava a ser controlada, mas o pivô contrário recebia e rodava com os seus 110 kg, fazendo mossa na estratégia verde e branca que, aliada a alguma pressa com bola na mão, gerou uma desvantagem de quatro golos ao intervalo (17-13).

Nikcevic abriu as hostilidades, Kuzmanovic, o tal central goleador (seis tentos) respondeu. A diferença mantinha-se, enquanto Edmilson Araújo aparecia na esquerda, aproveitando as desmarcações interiores de Nikcevic, para finalizar. Aos 40', ainda quatro golos de diferença. Após o desconto de tempo, talvez o melhor momento do Sporting CP. Mais agressivo à saída do remate contrário e mais capaz a gerir momentos de ataque, tanto pivô como laterais começavam a conseguir golos sucessivos. As que não entravam, originavam livres de sete metros e aí Carneiro não desperdiçava. Do outro lado, a mesma receita. Bola no pivô e a escolha entre o golo e os sete metros não beneficiava os leões. Pedro Valdés voltou a resolver individualmente e no 24-22 houve hipótese para Kopco reduzir para um golo a diferença. Não foi aí, mas aconteceu aos 25-24, quando Carneiro ganhou espaço para o tiro de longe, ainda com 10 minutos para jogar. O Sporting CP já arriscava a substituição do guarda-redes por um jogador de campo, devido às exclusões, e poderia ter voltado à diferença mínima, só que um erro no passe de Felipe Borges para Bosko deu golo certo para o Metalurg. Mesmo com três de desvantagem, o Sporting CP não desistiu e lançou-se convicto em busca do resultado. Aos 55', Cudic defende e permite que Kopco reduza para 27-25. Numa exclusão dupla, a quadra acabou por ficar reduzida a seis jogadores de cada lado. Carol ainda foi excluído também, mas Portela chegou ao 27-26.

Sabendo que havia um 6x5, o Sporting CP esperou pela entrada dos excluídos de ambas as equipas e retirou o guardião. Ora, o 6x6 era decisivo. Bozovic, de regresso a um clube onde jogou, disparou ao poste a oportunidade de igualar, já a pouco mais de um minuto do fim. O contra-golpe levou ao 28-26. Carlos Carneiro atiraria para fora de seguida e, mesmo com o tento de Kopco a fechar, estava decidida a derrota, ficando a ideia de que o cansaço e os problemas físicos (ausências de Solha, Rocha, Ruesga e Asanin) levaram a um resultado que poderia ser diferente.

O Sporting CP mantém os dois pontos e é quarto no grupo D, tendo um jogo à maior do que o Montpellier e do que Motor, ambos com quatro pontos. O Besiktas também tem quatro pontos, mas com três jogos realizados. O HC Metalurg somou a primeira vitória da competição. A 4 de Outubro, os leões recebem o Chekhovskie Medvedi.

Tiago Rocha destaca a confiança da equipa depois de vitórias em deslocações complicadas

Tiago Rocha valoriza o desempenho recente do Sporting CP, dizendo que os triunfos na Turquia, diante do Besiktas para a EHF Champions League, e na Madeira, frente ao Madeira SAD para o Campeonato Nacional, dão confiança para o embate em casa diante do HC Motor Zaporozhye: "Foram dois jogos bastante difíceis, tanto na Turquia como na Madeira. Demos uma boa resposta em ambos e queremos manter o nível nestes próximas partidas importantes".

Para o pivot não há objectivos preferenciais nesta fase inicial da época, salientando a vontade de continuar a vencer, mesmo perante três jogos em cada oito dias: "São duas competições muito importantes para nós. Temos de estar preparados e estamos focados. Semana a semana temos jogo na Liga dos Campeões, tal como no Campeonato Nacional. Sabemos que todos os jogos são difíceis e queremos ultrapassá-los com vitórias".

O Sporting CP recebe o líder do grupo D naquele que será o primeiro jogo europeu no Pavilhão João Rocha (18h). Espera-se um jogo difícil diante de um 'cliente frequente' da prova milionária, levando a que Tiago Rocha saliente a importância de voltar a jogar em casa: "É reconfortante jogar perante os nossos adeptos. Sabemos que teremos o seu apoio para procurarmos mais uma vitória na Liga dos Campeões".