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Peyroteo, a lenda que não oferecia contestação

Por Jornal Sporting
27 Jul, 2016

Números ainda hoje inigualáveis e que esperam do Museu FIFA um reconhecimento à altura da maior figura do futebol mundial no que a golos diz respeito.

Perde-se a adjectivação quando o tópico é Peyroteo. Provavelmente, tudo o que qualifique a grandeza do melhor goleador da história do futebol mundial, com a imbatível média de 1,6 golos por jogo, já terá sido usado, dito, redito, sem qualquer abuso ou excessos de linguagem. Merece todos os epítetos que lhe possam ser dirigidos, sempre com uma dimensão homérica, de quem atingiu o patamar dos imortais.

Terminou em 1949 para o futebol, como jogador, mas ainda hoje ninguém lhe conseguiu igualar os recordes que deixou de camisola verde e branca vestida.

Não precisava de se colocar em bicos de pés para se fazer notado. Um farol, dentro de campo, que iluminava os caminhos dos extremos, proporcionando-lhes o tipo de jogo que engrandecia a cada jogo o mais extraordinário dos registos.

No primeiro jogo de leão ao peito, frente ao Benfica, bisou. Era apenas o começo. As águias foram mesmo as suas maiores vítimas: em 33 jogos marcou 53 golos, dando a mesma média (1,6) registada na sua carreira.

A figura era tão transversal que ultrapassava as fronteiras do clubismo. Venerado pela família leonina, respeitado pelos adversários. Nunca percebeu as mudanças de clube, mesmo por razões financeiras. “Nunca teria jogado pelo Benfica ou pelo FC Porto”, contou o filho em entrevista, mais íntima, ao Jornal Sporting, a 19 de Novembro do ano passado. Não pelos nomes, mas porque, simplesmente, para Peyroteo, as mudanças de camisolas era algo de sagrado.

Era de estudar os adversários por acreditar que uma boa equipa é sempre a soma das individualidades. “Boas equipas sem bons jogadores parece-me que não existem”, escreveu o próprio Peyroteo no seu livro de memórias, rematando: “A minha preocupação era sempre estudar o defesa que me cabia defrontar. Seria rápido na antecipação? Saltaria bem na disputa de bola? Teria dois bons pés ou um melhor que outro? Fecha os olhos quando vai à bola? Jogará em subtileza ou força? Tentava explorar as suas fraquezas”.

Talvez por tudo isto, quando o director do Museu FIFA ouviu da boca de Bruno de Carvalho a inigualável história de Peyroteo, tenha ficado a promessa do seu currículo ser devidamente analisado para posterior homenagem e reconhecimento mundial. Não é justiça. É apenas mérito.

Peyroteo em números:

Temporadas: 12

Títulos: 5 Campeonatos Nacionais, 1 Campeonato de Portugal, 4 Taças de Portugal, 8 Campeonato de Lisboa, 1 Taça Império

Jogos: 334 jogos

Golos: 544 golos

Lista de vítimas: Benfica: 53 golos; Belenenses: 45 golos; Académica: 43 golos; Carcavelinhos: 32 golos; Atlético: 30 golos; Unidos Lisboa: 26 golos; V. Guimarães: 24 golos; Casa Pia: 23 golos; FC Porto: 23 golos; Olhanense: 20 golos; Boavista: 18 golos; Elvas: 18 golos; V. Setúbal: 16 golos; Estoril: 14 golos; Salgueiros: 14 golos; CUF: 13 golos; Académico Porto: 13 golos; Fósforos: 13 golos; Barreirense: 12 golos; Leça: 12 golos; Oliveirense: 11 golos; Farense: 10 golos; Lusitano VRSA: 10 golos; Leixões: 9 golos; Famalicão: 8 golos; Marinhense: 6 golos; União Lisboa: 5 golos; Portimonense: 5 golos; Torino: 3 golos; Marítimo: 3 golos; Oriental: 3 golos; Sanjoanense: 3 golos; Sp. Braga: 2 golos; Sp. Covilhã: 2 golos; Seixal: 2 golos