Your browser is out-of-date!

Update your browser to view this website correctly. Update my browser now

×

Foto Pedro Zenkl

Francisco Salgado Zenha: "Não estamos aqui por dinheiro"

Por Sporting CP
30 Set, 2019

Vice-presidente falou da actualidade Leonina em entrevista à Rádio Observador

A dez dias da Assembleia Geral do Clube, o vice-presidente e administrador da SAD responsável pela área financeira do Sporting Clube de Portugal, Francisco Salgado Zenha, deu uma entrevista à Rádio Observador em que tocou em diversos assuntos que dominam a actualidade Leonina.

O primeiro destaque diz respeito à instabilidade que se vive no Clube, uma situação para a qual o administrador da SAD pede tempo e espaço para que se possam atingir resultados.

"Temos de dar condições a quem está à frente do Sporting CP. Não pode ser por um momento mais negativo no futebol profissional que podemos colocar em causa todo um plano e a estratégia definidas pela direcção. A estabilidade é fundamental para tornar o Clube sustentável", lembrou.

A saída de Bas Dost e a novela criada em torno de Bruno Fernandes no mercado de Verão estiveram também na ordem do dia, com o vice-presidente a revelar que a SAD teve de seguir uma estratégia.

"Tudo o que fizemos, voltava a fazer, não tenho dúvidas. Não fazia sentido aceitar o que ofereciam pelo Bruno Fernandes. A venda do Bas Dost foi efectivada porque o custo que ele representava não era comportável para a realidade do Clube. O que temos de perceber é que o Sporting CP não tem capacidade para ter todos os jogadores e tem de tomar decisões", revelou.

Outro dos temas quentes nas últimas semanas tem sido a subida na remuneração do presidente, Frederico Varandas, e dos administradores da SAD. Salgado Zenha defende que esta opção visava apenas e só "profissionalizar a estrutura".

"Há uma comissão accionista independente que faz uma proposta com base na análise do que deve ser o pacote de remuneração do conselho de administração. Essa proposta tem como objectivo aumentar os salários de todos os colaboradores, não só da administração, porque queremos fazer aquilo que para nós faz sentido, que é profissionalizar a estrutura”, disse.

Apesar da proposta ter sido aceite pelo Clube, o vice-presidente assegura que o Conselho de Administração abdicou dela e vai continuar a receber o mesmo que até aqui, vendo ainda reduzidos os prémios por desempenho.  

"O Clube vai aceitar a proposta, mas o Conselho de Administração vai abdicar neste momento e não vai receber nem mais um cêntimo do que no ano passado. (…) Não estamos aqui por dinheiro. Quero salientar que nós, no ano passado, recebemos efectivamente menos do que o Conselho de Administração anterior. Abdicámos do prémio variável, porque para nós não fazia sentido receber os mesmos valores que os jogadores de futebol, ou seja, o que acontecia com o CA anterior é que recebia o mesmo que o Bruno Fernandes. Isto quer dizer que, no ano passado, poderíamos ter recebido o mesmo variável que o Bruno Fernandes, mas não achámos que isso fizesse sentido. Abdicámos”, assegurou.

Para Salgado Zenha, é importante ter todos os colaboradores do Clube motivados e a trabalhar na máxima força, mas para isso é preciso investir: "Não podemos ter jogadores muitíssimo bem pagos e depois todos os que estão nos bastidores insatisfeitos e desmotivados porque são mal pagos”, disse.   

Em relação ao programa eleitoral apresentado há um ano, o vice-presidente dos verdes e brancos garante que parte das promessas foram já cumpridas e reforça que o plano estratégico definido sobrepõe-se a todos os imprevistos.  

"Esta direcção tem um mandato que quer cumprir. Em teoria, todas as direcções devem cumprir mandatos e o que espero é cumprir o mandato e entregar aos Sócios o que nós prometemos. Temos cumprido exactamente aquilo que estava no programa eleitoral. Fazer isso em apenas um ano de mandato prova que sabemos para onde queremos ir", referiu.

Quanto ao empréstimo obrigacionista contraído pelo Clube, Salgado Zenha revela que foi preciso muito trabalho e horas sem dormir para que as negociações chegassem a bom porto.   

"Foi um processo muito difícil, dos mais difíceis em que trabalhei. (...) O que foi conseguido aconteceu por duas razões: pelo trabalho de toda a equipa e por o Clube e os Sportinguistas terem muita força. Tivemos senhores de idade que não sabiam como investir a fazer doações. Isto é o Sporting CP".

Apesar das dificuldades encontradas desde a entrada desta nova administração, o braço-direito de Frederico Varandas acredita que o Clube está mais vivo do que nunca.  

"Acredito que o Sporting CP será eterno. Vamos aguentar se todos estiverem unidos e trabalharem no mesmo sentido e o Clube tem todas as condições para ser sustentável. Posso chegar aqui e dar uma entrevista negativa, pessimista sobre a situação do Sporting CP, mas eu considero que o Clube tem condições para ser sustentável e eterno. Há ferramentas para o fazer e nós temos um plano", concluiu.