Técnico Leonino, satisfeito com a vitória a fechar o campeonato, aponta já à Taça de Portugal

No rescaldo da vitória sobre o FC Porto, que selou a consagração do Sporting CP como bicampeão nacional, Ricardo Costa analisou a exibição da sua equipa e apontou desde logo os ensinamentos a retirar para a final da Taça de Portugal, agendada para o próximo sábado, em Santo Tirso.

"Tiramos sempre ilações. Na primeira parte não estivemos ao nosso nível. Não defendemos como habitualmente, deixámos passar muitas bolas, tivemos dificuldades em controlar os pivots e travar a transição ofensiva do FC Porto. Sofremos demasiados golos sem conseguir recuperar defensivamente. Enquanto esteve fresco, o adversário manteve um ritmo muito alto e marcou-nos 21 golos na primeira parte - é demasiado para uma defesa como a nossa", começou por dizer em conferência de imprensa.

Mais do que aspectos tácticos, o técnico Leonino identificou um défice de atitude nos primeiros 30 minutos.

"Mais do que corrigir a estratégia, era preciso rectificar a ambição, a intensidade, a vontade de disputar cada bola, de fazer faltas. Fizemos apenas seis faltas ao ataque do FC Porto na primeira parte - manifestamente pouco. Felizmente, foi fácil falar com os atletas ao intervalo. O que estava feito, estava feito. Era preciso mudar o comportamento, e acho que saímos com outra atitude e outro espírito na segunda parte. Acima de tudo, é isso que levámos deste jogo. Já não há surpresas quando se joga com o FC Porto, tal como nós já raramente os surpreendemos. São duas excelentes equipas. A nossa melhoria defensiva foi, sem dúvida, a chave para a vitória", apontou.

Ricardo Costa não escondeu que o facto de o título já estar conquistado teve algum impacto na entrada da equipa.

"Nós queremos ganhar todos os jogos, somos sérios no trabalho, mas há sempre algum relaxamento. A palestra foi diferente, porque era um momento de festa, mas a ambição de vencer mantém-se. Ninguém gosta de perder. Senti, ao intervalo, que os jogadores estavam frustrados porque não era aquela a imagem que queriam deixar, não era assim que queriam festejar. Acabámos por conseguir dar a volta. Ao longo da época, foram sempre exemplares, com um comportamento irrepreensível. E raramente precisei de puxar pela motivação, porque eles próprios o faziam. Foi a festa perfeita. Os nossos adeptos mereciam despedir-se com uma vitória", congratulou-se.

A fechar, o treinador verde e branco comentou ainda as recentes renovações de contrato de cinco atletas da equipa principal, reforçando a confiança no projecto Leonino.

"Estes cinco jogadores que renovaram têm sido muito importantes para nós. São atletas cobiçados por grandes clubes, mas quiseram cá ficar. Escolheram este projecto e, enquanto treinador, fico muito contente por isso. Vamos procurar manter a estrutura que temos tido. Podemos substituir um ou outro jogador pontualmente, mas a base mantém-se e isso é o mais importante", garantiu.