Edo Bosch: "Fizemos muito para mais"
10 Jun, 2025
Técnico fez rescaldo da eliminação e da época
Após a eliminação nas meias-finais dos play-offs do Campeonato Nacional, Edo Bosch, treinador da equipa de hóquei em patins do Sporting CP, esteve em conferência de imprensa, visivelmente abatido, para abordar o desfecho cruel nos penáltis, fazer uma retrospectiva temporada e destacar o contributo dos quatro hoquistas que vão sair do Clube.
Resumo da época
“No princípio da época as coisas estavam difíceis, tínhamos de alterar muitas coisas, mas em Janeiro a equipa encontrou-se e começamos a jogar um bom hóquei. Acho que fizemos uma Taça de Portugal espectacular e, depois, chegamos aos play-offs um pouco mais em baixo. Mas a partir do segundo jogo [das meias-finais] voltámos a jogar o nosso hóquei, com a nossa qualidade, mas os últimos dois, onde podíamos ter ganho a eliminatória, decidiram-se nos penáltis e não caíram para o nosso lado. Parabéns a todos os jogadores porque trabalharam durante todo o ano, quando as coisas saíam e não saíam. Não mereciam este desfecho, porque acho que fizemos muito para mais. O deporto é assim. Há dias felizes e outros duros como hoje.”
O desfecho da meia-final
“No cômputo geral, acho que fizemos uma grandíssima semifinal. Com apenas dois dias para trabalhar [após o segundo jogo], fizemos um terceiro e quarto jogos espectaculares. Este quinto era uma ‘final’, havia nervos dos dois lados, decidiu-se novamente nos penáltis e voltamos a não ter aquela ‘estrelinha’. Todos praticamos os penáltis todos os dias, umas vezes bate no poste e entra, noutras sai… Não sei. Tenho de ver o jogo para ver se alterava alguma coisa, mas acho que fazia o mesmo.”
A despedida de João Souto, Toni Pérez, Matias Platero e Ângelo Girão
“Uma palavra aos que nos deixam. Obrigado por este ano, em que mesmo sabendo que iam sair lutaram até ao último dia e até ao último segundo. Para um treinador que chegou novo foi um orgulho poder ter trabalhado com eles.”
A resiliência do grupo
“Resiliente é a palavra perfeita. Desde o primeiro momento não foi fácil. Tivemos muitas lesões e algumas graves: o Bessa esteve oito semanas fora, agora o Facundo Bridge, e o Mati desde o início da época, além do ‘Nolito’ e do Henrique [Magalhães]. Mas fomo-nos superando e os jogadores vinham sempre com muita vontade de trabalhar e de acreditar. Fizeram tudo e mais para que o desfecho não fosse este. É difícil hoje, muito difícil…”
Balanço da primeira época no comando
“Neste momento é difícil fazer um balanço. Ganhámos uma Taça que o Clube procurava há muitos anos e acho que fizemos uma boa meia-final. Pelo que fizemos ao longo de todo o ano acho que merecíamos estar na final. Trabalhamos muito, fomos regulares, mas não conseguimos. Faltaram detalhes. Queríamos muito, até pelos jogadores que deram muito ao Sporting CP [e vão sair], acabar o ano com dois títulos. Faltou-nos alguma coisa.”
Legado de Ângelo Girão
“O legado que deixou aqui está nas vitrinas do Museu, mas mais do que isso acho que marcou uma era. Vamos continuar a falar do Girão como se fala de outros grandes guarda-redes. Houve um período em que era o melhor do mundo e, agora, acabou num momento alto. Acho que não merecia acabar hoje, pelo que faz e pelo que deu à selecção e ao Clube. Para mim, foi uma honra tê-lo treinado.”