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A retaguarda do sucesso

Por Juvenal Carvalho
03 Mar, 2022

A dois dias de mais um acto eleitoral no nosso Clube, e como o meu propósito aqui não é revelar tendências, porque a democracia e a pluralidade de opiniões também nos diferenciam e nos fizeram ser cada vez maiores, o meu propósito é ter memória, porque ter memória é ter história.

E o ter memória é dizer, e sobretudo recordar, que o Sporting Clube de Portugal ao longo dos seus 115 anos de vida se fez de pessoas. Sei que esta é uma frase feita, mas que acarreta uma verdade irrefutável.

Sem elas, era impossível o Clube ter a grandeza que tem aos dias de hoje. E se, como os nossos fundadores tão bem o preconizaram, somos mesmo um clube grande, tão grande como os maiores da Europa, muito disso se deve aos seus protagonistas, e falo de todos, dos mais aos menos mediáticos. São tantos e tão bons ao longo da nossa grandiosa história, que seria impossível enumerar todos. Até porque um clube com mais de um século de histórias para contar, tem obrigatoriamente que ter muitas e muitas referências. Francisco Stromp disse um dia: 'Não é o Sporting que se orgulha do nosso valor. Nós é que nos devemos sentir honrados por ter esta camisola vestida'.

E se esta frase ficará eternizada para todo o sempre, não só pela importância de quem a proferiu, mas sobretudo por ter sido esse o mote que tem marcado o nosso desígnio para ter tanto sucesso, também existem os outros, os que não idolatramos pelos títulos, porque são os que não envergam o símbolo nos estádios, nos pavilhões, nas pistas, nas piscinas, onde for, mas são tanto do suporte do sucesso que é a imagem de marca do nosso Clube.

Quando no início desta coluna de opinião falei que o Sporting CP se faz de pessoas, foi no sentido de não querer falar só dos atletas, dos treinadores ou dos dirigentes mais mediáticos. Queria referir-me essencialmente a tanto trabalho invisível, mas tão profícuo e gratificante. Um trabalho que vai dos médicos aos fisioterapeutas, dos técnicos de equipamentos aos funcionários do Clube, acabando nos seccionistas, que saem dos seus empregos rumo a Alvalade, e tanta e tanta vez em prejuízo das suas famílias.

Sei, por experiência própria, que está neste trabalho invisível muita da base do sucesso. Vivi por dentro esta realidade, logo sei do que falo. O que é feito para que nada falte aos atletas, seja em que modalidade for. E esse trabalho, é feito por anónimos que escapam à maioria das pessoas por não aparecerem nas fotos, mas que os atletas e treinadores sabem da sua valia e do quão importantes são para os êxitos alcançados.

A estes ilustres anónimos, aos de hoje e aos de todos os tempos, que tanto fazem pelo Sporting Clube de Portugal, quero deixar nesta coluna de opinião o meu apreço e o meu obrigado. Também eles são campeões. Na dedicação, na perseverança, no amor à causa. Fazem parte do todo. Um todo brilhante que nos faz ser decididamente ímpares e enormes. São eles a retaguarda do sucesso.