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Malha verde e branca

Por Pedro Almeida Cabral
28 Abr, 2022

Depois de ter vencido convincentemente no Bessa, por três tentos marcados contra um Boavista FC que ficou a zeros, Rúben Amorim, com a clarividência que lhe é conhecida, afirmou que era a resposta que esperava da equipa. Acrescento que também era a resposta que, certamente, milhares de Sócios e adeptos esperavam. Porque, mesmo vindo de dois jogos menos conseguidos, é evidente que este Sporting CP tem nervo e joga como sói dizer-se, com a faca nos dentes. Em qualquer campo, contra qualquer adversário, em qualquer competição.

Parece exagero meu? Nem tanto. A reacção da distinta leitora ou do caríssimo leitor dependerá do número de anos que leva acompanhando o Sporting CP. Quem, como eu, caminha para uma considerável dose de experiência de vida (um eufemismo para quem já calcorreou umas décadas), lembra-se bem de muitas épocas que se esfumavam, de repente, em péssimas exibições que teimavam em repetir-se 90 minutos após 90 minutos. Nunca se sabia bem como a equipa iria reagir a resultados adversos. E muitas vezes nem reacção havia, com o onze vadiando pelo campo, ansiando pelo apito final. Mas nunca esperei – nunca esperámos – que este Sporting CP tropeçasse no Bessa. Vitória de raiva de uma equipa que não desiste nunca.

O jogo foi de sentido único para a baliza boavisteira. Assim foi porque Coates esteve imperial, com cortes oportunos e passes longos de grande acerto. E também porque Palhinha voltou à sua forma habitual: mandão no meio-campo, gerindo bem o ritmo do jogo. Falo também de Nuno Santos, que estica o jogo tão a gosto de Rúben Amorim, sempre com uma mentalidade competitiva contagiante. E, para o fim, um jogador que cada vez está mais entrosado e que muito promete na próxima época: Marcus Edwards. O jovem inglês tem um pé esquerdo predestinado e uma imprevisibilidade de movimentos alucinante. Mas, na verdade, toda a equipa ajudou a tecer uma malha verde e branca que aprisionou o Boavista FC e resultou em robustos três pontos.

Do campeonato, pouco falta. Três meras jornadas apenas. Pena que fique indelevelmente marcado pelos constantes assédios do treinador e pessoal dirigente do FC Porto a todo e qualquer árbitro que não apite a gosto. Um espectáculo que não se vê em país nenhum com um campeonato civilizado, que se repete quase todos os fins-de-semana e a que ninguém quer pôr cobro. Aliás, viu-se bem como é na derrota do FC Porto contra o SC Braga. Para o Sporting CP, faltam dois jogos em casa e um fora. O título parece distante, embora não impossível. Da nossa parte, é só jogar como jogámos no Bessa, lutando até ao último segundo da última parte do último jogo da última jornada.