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Uma mesa de campeões

Por Juvenal Carvalho
29 Dez, 2022

Existem momentos que o Sporting Clube de Portugal nos proporciona, e eu felizmente já tive a oportunidade de vivenciar alguns, que nos deixam felizes e, passadas que estão as festas natalícias, me souberam como que a um presente.

Esse momento ocorreu no passado dia 17 de Dezembro, na II Gala Albano Narciso Pereira, organizada em ano do centenário do seu nascimento pelo Núcleo do SCP do Seixal, presidido por Carlos Sevilha, com uma organização sublime e com um ambiente de elevado fervor Sportinguista. 

Ouvi falar muito do 'violino' Albano − parabéns a Alexandre Belo Ribeiro pela autoria da sua biografia, simplesmente deliciosa − pelo meu avô, e por Jesus Correia, seu companheiro de equipa de tão grandes e inolvidáveis momentos. Falavam-me ambos do homem que driblava adversários passando-lhes até por debaixo das pernas, do virtuoso como poucos, do operário que se tornou futebolista e que, vim a saber agora, através de seu filho, que comia antes dos jogos bacalhau com grão, que era como que um 'fetiche' para ganhar sobretudo ao eterno rival de Lisboa.

A sala estava cheia e o dia foi de reencontros. Com Aurélio Pereira, − obrigado "mestre" pelos elogios à minha coluna de opinião − Manuel Fernandes, Fernando Fernandes, Vasco Matos e Miguel Afonso − este fez-me até comover com os elogios de uma amizade de muitos anos proporcionada pelo nosso Clube, e pelo reconhecimento que tem pelo meu trajecto no basquetebol.

Mas seria o local onde estive, a mesa número dois com o nome de Rui Pinheiro − descansa em paz, Rui − que fez o meu dia melhor e, se é que é possível, fez ainda sentir-me mais Sportinguista. Nessa mesa estavam campeões de três modalidades diferentes. O basquetebol com Carlos Sousa − o que mais títulos tem na modalidade dos que estão vivos − e Raúl Castanheira, este último é aquele que não há brincadeira entre nós que não acabe no "roubo" de bola dele a Dale Dover, um fantástico norte-americano do FCP daquela época, numa vitória épica, além de Filipe Machado, também nosso antigo jogador que não sendo campeão nas quadras é um amigo e um campeão na sua postura sempre irrepreensível.

Quis também o destino que nessa mesa estivessem dois dos homenageados pelo Núcleo. O andebolista campeão, e natural do Seixal, Fernando Nunes, acompanhado por Vanessa, sua mulher, uma senhora que irradia simpatia e saber estar, e ainda Júlio Rendeiro, o homem que era para mim, como lhe disse, o 'cérebro' da dream team que terá sido a melhor equipa de sempre tanto do nosso Clube como do hóquei em patins mundial.

Relembrei temas e conheci, em estórias deliciosas contadas in loco, momentos por eles vividos que desconhecia. 

Falou-se com fervor do Sporting CP e da sua História imensa. Não é todos os dias que se está numa mesa com campeões de três modalidades diferentes. Outros estavam em outras mesas. Somos decididamente um clube diferente... de campeões e feito de gente de valor e com valores.