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Honrar Moniz Pereira

Por Pedro Almeida Cabral
16 Fev, 2023

Na centenária história do Sporting Clube de Portugal, há muitas personalidades que sobressaem. Não só pelo que deram ao Clube como pelo que deram ao país. Aliás, como a história do desporto em Portugal se confunde com a história do Sporting CP, há quem seja simultaneamente uma figura nacional e uma figura do Clube. Moniz Pereira é um desses casos. Conhecido pelo seu papel fundamental no desenvolvimento do atletismo em Portugal, foi um artífice de campeões Sportinguistas como Carlos Lopes ou Fernando Mamede, mas também Francis Obikwelu e Naide Gomes. Não poderá haver honra maior do que recordar alguém por uma frase que condense a sua maneira de estar. É o caso de Moniz Pereira de quem se lembra sempre o famoso dito: “Há treino todos os dias!”. Sob uma aparente simplicidade, o que queria dizer é que o sucesso é resultado de aperfeiçoamento e crescimento pessoal constantes. E que isso só se consegue com esforço, dedicação e devoção permanentes. Todos os dias.

Fez no domingo passado 102 anos que Moniz Pereira nasceu. Esteja onde estiver, terá apreciado deveras o fabuloso triunfo do seu Clube de sempre que ocorreu, coincidência estelar, nesse mesmo dia. Fomos novamente campeões nacionais de pista coberta, tanto em femininos, o que já vinha sendo um hábito, como em masculinos, ganhando por meio ponto ao SL Benfica. Uma dobradinha atlética para juntar à de 2021, a última vez que a conseguimos. Para ver em perspectiva: em femininos, foi o 28.º título, o 13.º de seguida. Já em masculinos, foi o 19.º título.

Embora a prova tenha tido prestações femininas marcantes, como Patrícia Mamona a igualar a melhor marca do ano, com 14,41m, ou Marta Onofre, a dominar o salto com vara, foi nos masculinos que a competição foi até ao fim. A última prova do certame, a estafeta dos 4X400, foi decisiva, pois tanto Sporting CP como SL Benfica tinham os mesmos pontos. Mas bastava terminarmos num dos dois primeiros lugares, o que veio a acontecer. De destacar também os nossos reforços ucranianos, Andrii Protsenko, que saltou 2,17m, e Roman Kokoshko, a lançar o peso a 21,66m, obtendo a pontuação máxima nas suas provas. Tal como Nuno Pereira, nos 3.000 metros.

Assim se fez a história dos triunfos Leoninos, com um Sporting CP em crescendo. Recordo que em Julho passado, nos campeonatos nacionais de atletismo, vencemos em femininos e em masculinos fizemos a mesma pontuação que o SL Benfica. Na altura, teve de se fazer desempate pelos triunfos individuais, ganhando o adversário. Mas ficou a clara sensação que, brevemente, regressaríamos ao pleno do atletismo nacional. Provavelmente, desde aí, treinámos todos os dias, com o espírito de Moniz Pereira. O resultado está à vista.