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Para mais tarde recordar

Por Miguel Braga
23 Mar, 2023

Há jogos assim. Que ficam gravados na memória colectiva, não só de todos os Sportinguistas, mas de todos os portugueses. O Sporting CP foi a Londres discutir com o Arsenal FC a passagem aos quartos-de-final da Liga Europa, sabendo que do outro lado do campo estava o líder da Premier League, com uma equipa recheada de estrelas e com um orçamento muito superior ao nosso.

O Emirates Stadium estava cheio, com um total de 59.929 adeptos: dos nossos 4.000 ao camarote da norte-americana Kim Kardashian, todos aguardavam com uma certa ansiedade o apito inicial do árbitro espanhol Antonio Mateu Lahoz, marcado para as 20h00.

As estatísticas de jogo provam que foi um confronto equilibrado e bem jogado: 53% de posse de bola para a equipa inglesa, 47% para o Sporting CP; 13 remates para eles, 15 para nós; percentagem de passe de ambas as equipas acima dos 80%; cinco cantos para o Arsenal FC, sete para o Sporting CP; mais de 1.000 passes certeiros entre ambas as equipas.

Ao golo marcado pelo Arsenal FC ainda na primeira parte, respondeu o Sporting CP com um momento de génio de Pedro Gonçalves: “fantástico”, “inacreditável”, “golo do ano”, “incrível”, “fabuloso”, “do outro mundo”, foram alguns dos elogios escritos na imprensa nacional e internacional. Estávamos no início do minuto 61 do jogo, quando o nosso 28 recuperou a bola ainda no nosso meio-campo; alguns passos sozinho com a bola e Pote fez aquilo que ninguém estava à espera: rematou à baliza a mais de 50 metros, e nem o voo de Aaron Ramsdale evitou o momento de Glória. Estava feito o empate e estava dado o mote para uma noite histórica do Sporting CP.

Até final do jogo, António Adán provou porque é um guarda-redes fora de série e a equipa bateu-se estoicamente contra um dos clubes mais em forma esta época – em 2022/2023 a equipa de Mikel Arteta venceu 72% dos seus jogos (percentagem que sobe para os 74% se contabilizarmos apenas os jogos em casa).

Acabámos o jogo com dez jogadores – devido à expulsão de Manuel Ugarte já no final do prolongamento −, sendo que metade desses jogadores são sub-21: na defesa, Ousmane Diomande com 19 anos e Gonçalo Inácio com 21; no meio-campo, Dário Essugo com 18 anos e Mateo Tanlong com 19; na frente de ataque Youssef Chermiti também com 18 anos. Juventude que nos garante o futuro, mas que conta e de que maneira para o presente do Clube. Caberá a Rúben Amorim e à sua equipa técnica continuar a trabalhar e a aproveitar estes (e outros) activos talentosos à sua disposição.

Antes do próximo jogo na Liga Europa frente aos italianos da Juventus FC, em Turim, o Sporting CP terá um triplo embate interno no espaço de nove dias, frente ao CD Santa Clara (casa), Gil Vicente FC (fora) e Casa Pia AC (fora). Mais uma vez a receita está dada: um jogo de cada vez, no final faremos as contas. Abril será mais um mês decisivo.