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Um momento mágico

Por Juvenal Carvalho
23 Mar, 2023

"Um golo especial marcado por um jogador especial". Foi assim que Rúben Amorim se referiu na conferência de imprensa realizada após o jogo, ao momento mágico protagonizado por Pedro Gonçalves.

Genial, inolvidável, sublime, espantoso, estratosférico, são adjectivos que me assaltam para descrever aquele momento que vai correr Mundo, o qual arrisco dizer que terá sido dos mais fantásticos que me recordo de ver num jogo de futebol

O Emirates Stadium e o poderoso Arsenal curvaram-se perante este momento de um Leão genial, de carácter e com uma personalidade tão arrebatadora, que os cerca de quatro mil leões que presenciaram ao vivo e os milhões que assistiram pela televisão, jamais esquecerão aquele momento. Que estarreceu os ingleses, que se curvaram à classe daquele menino franzino, mas com "potes" de talento, nascido em Trás-os-Montes, terra de gentes de têmpera.

Mas para além do momento especial do tal jogador especial, o importante é falar do todo que representou a chegada do Sporting CP aos quartos-de-final da Liga Europa. E nesse todo, que alegria imensa tivemos todos os que trazem o Leão no coração, muito passou pelo "dedo" do mestre Rúben Amorim, que colocou o Leão desde o início do jogo com pose senhorial e que mostrou rapidamente ao que ia. Personalidade, atitude ímpar e muita e bem conseguida posse de bola, que nem o golo do Arsenal − na primeira vez que os londrinos chegaram à nossa baliza, nos demoveu. Foi com classe, carácter e toneladas de querer... querer muito, que após o golo do Arsenal o Sporting CP foi sempre mais equipa até ao minuto 90 e depois soube sofrer no prolongamento, na tal lógica do "onde vai um vão todos". Nem a expulsão de Ugarte − quanta classe e pulmão ele tem, fez ruir o sonho. Guardado para o fim estava o momento de colocar a cereja no topo do bolo em nome de grandes penalidades. Onde a sorte deu muito trabalho. Primeiro Jeremiah St. Juste deu o mote, para que seguidamente, por esta ordem, Ricardo Esgaio, Gonçalo Inácio, Arthur Gomes e por fim − qual momento para mais tarde recordar − Nuno Santos, colocassem o Sporting na próxima eliminatória, ancorados pelas luvas de Antonio Adán, que brilhantemente segurou a quarta grande penalidade marcada pelos gunners, adivinhando o local para onde o brasileiro Gabriel Martinelli quis colocar a bola.

Estava assim, com sangue, suor e lágrimas, estas de uma alegria imensa, consumado um momento fantástico da vida do nosso Clube − mais um.

Agora o tempo é de olhar para o futuro, não só no Campeonato Nacional, como na Liga Europa, já no dia 13 de Abril, porque foi a 'vecchia signora' que nos calhou no sorteio, enfrentar a Juventus olhos nos olhos e com a confiança plena que o caminho da meia-final pode ser possível. Superando-nos de novo. Que se cuidem os adversários, porque este Leão, que já teve momentos menos bons esta época, está vivo e de boa saúde. Que o Arsenal tenha sido o ponto de partida para algo inolvidável. Como alguém do futebol disse um dia: 'Deixem-me sonhar'. Porque ainda é grátis, e acreditar é algo que a têmpera deste grupo de trabalho nos permite. 

Fomos Leões indomáveis. Contem connosco. Somos o Sporting Clube de Portugal!