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Entrada e saída de Leão

Por Juvenal Carvalho
11 Abr, 2024

O dérbi eterno é daqueles jogos que mexe muito com cada um de nós. Podemos dizer, do ponto de visto pragmático e até realista, que é um jogo que só vale três pontos. Mas na verdade vale muito mais, sobretudo no aspecto emocional e tem, é completamente indesmentível, um sabor diferente. Tão diferente que, assumo, no meu caso pessoal, nem o passar dos anos fazem com que cada dia de jogo contra eles − e na semana passada foi em dose dupla − deixe de me sentir inevitavelmente estranho. 

E no sábado foi apenas mais um dia no escritório a esse nível. Para mais com o que estava em jogo neste dérbi.

E este jogo, contrariando aquele velho e bem conhecido adágio popular que diz "Entrada de Leão saída de sendeiro", acabaria ao invés por ser entrada de Leão e saída de... Leão. 

Ainda estava a acabar de ser cantado (passavam apenas 46 segundos do início jogo) o sempre tão contagiante quanto mítico "O Mundo Sabe Que" no estádio, quando Pote pincelou com uma verdadeira obra de arte a jogada do nosso primeiro golo, servindo Geny Catamo que fuzilou literalmente o guardião adversário. Mas para o fim estaria, para gáudio de milhares e milhares de Leões, guardado o melhor bocado da noite. E de novo com a chancela do herói improvável. Quando, após um canto marcado por Marcus Edwards, a bola sobrou para o moçambicano, e este com um remate colocado e indefensável conseguiu aquilo que muitos já não esperavam e fez o Nobre Vulcão vir abaixo ao minuto 90+1, com a obtenção do segundo golo. A magia africana fez-se de novo sentir, num jogo que Geny Catamo jamais apagará da sua memória. Ficará para a eternidade. Quão determinante tem sido este menino, recrutado em tão boa hora ao Amora FC, naquele que constituiu um verdadeiro golpe de asa do nosso scouting. Sabe jogar, é humilde... tem tudo para se tornar num caso muito sério.

Mas claro que não se resume a ele esta vitória. Ela foi de um colectivo que muito quer. Que porfia para poder alcançar. Que faz da disputa de cada bola, como se fosse a última da sua vida. Existe tanto, é inequívoco, o "dedo" de Rúben Amorim bem como da sua equipa técnica e retaguarda directiva. O Sporting Clube de Portugal tem uma equipa de futebol que respira saúde. 

Mas nada está ganho. E terá que ser − e acredito muito que assim será, com os pés assentes no chão que irão ser encaradas as sete "finais" que faltam até ao fim do campeonato. Como tem sido apanágio, cada adversário será estudado ao pormenor para que consigamos levar a bom porto aquilo a que nos propusemos. 

E já amanhã, pelas 20h15, teremos em Barcelos, ante o Gil Vicente FC, mais uma "final". Ancorados na Onda Verde que continua a crescer a cada dia, a cada jogo, terão que ser onze Leões a fazer dentro do relvado a nossa alegria. Porque nós, a uma só voz, na bancada, e por acreditarmos tanto neles, teremos que ser a mola impulsionadora, o tal #ondevaiumvãotodos. Será mais uma vez com a premissa que um Leão só se curva para beijar o símbolo, que queremos os três pontos. Como também os queremos na próxima terça-feira, em Famalicão, no jogo que ficou em atraso por falta de policiamento. 

Jogo a jogo. Sem arrogância, mas sim com toneladas de suor e com espírito de missão... eis o que todos juntos queremos para o Sporting Clube de Portugal.