A Federação Portuguesa de Futebol declara, em comunicado oficial, que João Rocha “foi um dos líderes mais marcantes da história dos grandes clubes portugueses.

A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) endereçou, na manhã desta sexta-feira, “as mais sentidas condolências à família enlutada” do ex-presidente do Sporting João Rocha “e ao Sporting Clube de Portugal”. A FPF declara, em comunicado oficial, que João Rocha “foi um dos líderes mais marcantes da história dos grandes clubes portugueses. Durante os seus mandatos, o Sporting foi três vezes campeão nacional de futebol (1974, 1980 e 1982) e somou cerca de 1200 títulos nacionais no conjunto de todas as modalidades do «universo leonino».” João António dos Anjos Rocha, ex-presidente do Sporting, faleceu na madrugada desta sexta-feira, no Hospital da CUF Infante Santo, em Lisboa, com 82 anos, onde se encontrava internado devido a doença prolongada.

Leonor Roque, ex-funcionária do Clube e do Jornal ‘Sporting’ deixou algumas palavras de saudade a João Rocha.

Leonor Roque, ex-funcionária do Clube e do Jornal ‘Sporting’ deixou algumas palavras de saudade a João Rocha. “Já tenho uma saudade imensa dele. Acho que tão depressa não vai aparecer um presidente como ele no nosso Sporting. Numa altura em que entrou e que o País estava mal, pré e pós 25 de Abril. Fez tudo pelo Clube, deu de si e da sua saúde. Ninguém o pode esquecer, o que foi e o que fez. Merecia tudo e não merecia falecer assim, mas todos nós temos um fim. Vai deixar uma saudade enorme, uma angústia, uma tristeza, mas há-de ir para bom lugar e nós nunca o vamos esquecer. Na minha maneira de ver e de ser, era uma pessoa fora de série. O dia hoje é triste, faleceu no dia da mulher, mas era um grande homem. Todos nós devemos honrá-lo. Todos os sportinguistas nunca o podem esquecer”.

Leonor Roque, ex-funcionária do Clube e do Jornal ‘Sporting’ deixou algumas palavras de saudade a João Rocha.

Leonor Roque, ex-funcionária do Clube e do Jornal ‘Sporting’ deixou algumas palavras de saudade a João Rocha. “Já tenho uma saudade imensa dele. Acho que tão depressa não vai aparecer um presidente como ele no nosso Sporting. Numa altura em que entrou e que o País estava mal, pré e pós 25 de Abril. Fez tudo pelo Clube, deu de si e da sua saúde. Ninguém o pode esquecer, o que foi e o que fez. Merecia tudo e não merecia falecer assim, mas todos nós temos um fim. Vai deixar uma saudade enorme, uma angústia, uma tristeza, mas há-de ir para bom lugar e nós nunca o vamos esquecer. Na minha maneira de ver e de ser, era uma pessoa fora de série. O dia hoje é triste, faleceu no dia da mulher, mas era um grande homem. Todos nós devemos honrá-lo. Todos os sportinguistas nunca o podem esquecer”.

Reacção de Carlos Pereira ao falecimento de João Rocha.

Carlos Pereira representou o Sporting durante 30 anos, como jogador e treinador, e recorda João Rocha com muitas saudades. “Foi um grande presidente e uma grande pessoa. Eu estava na equipa principal do Sporting quando ele chegou a presidente, na época de 1973/74, uma época gloriosa na qual ganhámos o campeonato, a Taça de Portugal e chegámos às meias-finais da Taça das Taças”, recorda. “É uma grande perda para o Sporting, pois para além de um fantástico presidente, ainda por cima numa altura em que o Clube atravessava grandes dificuldades financeiras, era igualmente uma excelente pessoa”, sublinha.

Reacção de Carlos Pereira ao falecimento de João Rocha.

Carlos Pereira representou o Sporting durante 30 anos, como jogador e treinador, e recorda João Rocha com muitas saudades. “Foi um grande presidente e uma grande pessoa. Eu estava na equipa principal do Sporting quando ele chegou a presidente, na época de 1973/74, uma época gloriosa na qual ganhámos o campeonato, a Taça de Portugal e chegámos às meias-finais da Taça das Taças”, recorda. “É uma grande perda para o Sporting, pois para além de um fantástico presidente, ainda por cima numa altura em que o Clube atravessava grandes dificuldades financeiras, era igualmente uma excelente pessoa”, sublinha.

Marco Chagas antigo ciclista do Sporting lamenta a morte de João Rocha

Marco Chagas antigo ciclista do Sporting lamenta a morte de João Rocha:“É uma perda muito grande, se bem que o senhor João Rocha já estivesse há largos anos afastado do Sporting. Para mim é, foi e será sempre o presidente do Sporting, o grande presidente do Sporting. Neste momento, sinto uma grande tristeza, porque foi uma pessoa que me marcou a minha geração e as pessoas que, como eu, tiveram o privilégio de com ele trabalhar, Todos vão sentir a morte de uma pessoa que, mesmo já estando afastada do Clube há algum tempo e não tendo qualquer interferência directa em Alvalade, acaba por ter uma situação marcante na sua passagem, que eu creio que perdurará para sempre na história do Clube”. O ex-ciclista «leonino» recorda o regresso do ciclismo ao Sporting: “O Sporting teve um interregno no ciclismo entre 1975 e 1984, foram 9 anos e o retorno aconteceu por influência e decisão do Dr. João Rocha e, pela presença e regresso às estradas portuguesas do ciclista Joaquim Agostinho, que infelizmente para todos nós, viria a falecer logo nesse ano de 1984. Foram momentos marcantes, o Dr. João Rocha manteve a modalidade, mesmo assim, durante mais dois anos. Já com a sua saída é que o ciclismo acaba por sair definitivamente do Clube”.

Marco Chagas antigo ciclista do Sporting lamenta a morte de João Rocha

Marco Chagas antigo ciclista do Sporting lamenta a morte de João Rocha:“É uma perda muito grande, se bem que o senhor João Rocha já estivesse há largos anos afastado do Sporting. Para mim é, foi e será sempre o presidente do Sporting, o grande presidente do Sporting. Neste momento, sinto uma grande tristeza, porque foi uma pessoa que me marcou a minha geração e as pessoas que, como eu, tiveram o privilégio de com ele trabalhar, Todos vão sentir a morte de uma pessoa que, mesmo já estando afastada do Clube há algum tempo e não tendo qualquer interferência directa em Alvalade, acaba por ter uma situação marcante na sua passagem, que eu creio que perdurará para sempre na história do Clube”. O ex-ciclista «leonino» recorda o regresso do ciclismo ao Sporting: “O Sporting teve um interregno no ciclismo entre 1975 e 1984, foram 9 anos e o retorno aconteceu por influência e decisão do Dr. João Rocha e, pela presença e regresso às estradas portuguesas do ciclista Joaquim Agostinho, que infelizmente para todos nós, viria a falecer logo nesse ano de 1984. Foram momentos marcantes, o Dr. João Rocha manteve a modalidade, mesmo assim, durante mais dois anos. Já com a sua saída é que o ciclismo acaba por sair definitivamente do Clube”.

Fernando Correia, jornalista, antigo director do jornal «Sporting» e actual colunista, relembra, com pesar, a imponente presença de João Rocha no «universo leonino».

Fernando Correia, jornalista, antigo director do jornal «Sporting» e actual colunista, relembra, com pesar, a imponente presença de João Rocha no «universo leonino». Para Fernando Correia, João Rocha “foi o melhor presidente que o Sporting teve até aos dias de hoje. Foi o único dirigente que, após cessar funções no Clube, deixou activos no Sporting, tanto em terrenos, como em dinheiro e até mesmo em atletas. João Rocha viveu as grandes glórias das modalidades «leoninas» e o apogeu do desporto nacional”. Fernando Correia acompanhou, bem de perto, a acção do ex-presidente do Sporting e recorda, por isso, com facilidade, alguns momentos caricatos da sua jornada como dirigente do Clube: “Lembro-me que, no dia 24 de Abril de 1974, o Sporting se tinha deslocado à, então, República Democrática Alemã. No dia seguinte, e dada a Revolução vivida em Portugal, estavam fechadas as fronteiras nacionais, o que impedia a entrada da equipa de futebol do Sporting em terreno luso. No entanto, graças à influência e ao poder de João Rocha houve abertura para uma conversa e eis que tudo acabou por ser resolver. Só mesmo com João Rocha…” Por fim, Fernando Correia desvenda, ainda, um ultimo pedido feito por João Rocha: “Há uns tempos, o nosso antigo presidente pediu-me para escrever um livro com as suas memórias enquanto dirigente do Clube. Posso dizer que a minha maior tristeza passa por saber que não lhe vou poder mostrar a obra da sua história, em vida.”

Fernando Correia, jornalista, antigo director do jornal «Sporting» e actual colunista, relembra, com pesar, a imponente presença de João Rocha no «universo leonino».

Fernando Correia, jornalista, antigo director do jornal «Sporting» e actual colunista, relembra, com pesar, a imponente presença de João Rocha no «universo leonino». Para Fernando Correia, João Rocha “foi o melhor presidente que o Sporting teve até aos dias de hoje. Foi o único dirigente que, após cessar funções no Clube, deixou activos no Sporting, tanto em terrenos, como em dinheiro e até mesmo em atletas. João Rocha viveu as grandes glórias das modalidades «leoninas» e o apogeu do desporto nacional”. Fernando Correia acompanhou, bem de perto, a acção do ex-presidente do Sporting e recorda, por isso, com facilidade, alguns momentos caricatos da sua jornada como dirigente do Clube: “Lembro-me que, no dia 24 de Abril de 1974, o Sporting se tinha deslocado à, então, República Democrática Alemã. No dia seguinte, e dada a Revolução vivida em Portugal, estavam fechadas as fronteiras nacionais, o que impedia a entrada da equipa de futebol do Sporting em terreno luso. No entanto, graças à influência e ao poder de João Rocha houve abertura para uma conversa e eis que tudo acabou por ser resolver. Só mesmo com João Rocha…” Por fim, Fernando Correia desvenda, ainda, um ultimo pedido feito por João Rocha: “Há uns tempos, o nosso antigo presidente pediu-me para escrever um livro com as suas memórias enquanto dirigente do Clube. Posso dizer que a minha maior tristeza passa por saber que não lhe vou poder mostrar a obra da sua história, em vida.”

Com o falecimento de João Rocha, desaparece uma das mais carismáticas figuras do universo leonino.

Nascido a 9 Julho de 1930, em Setúbal, assumiu a presidência do Sporting Clube de Portugal em 7 Setembro de 1973, uma época muito difícil da vida do Clube, e tornou-se um homem impulsionador de grande viragem, dirigente que projectou o Sporting a nível nacional e internacional. O dirigente não escondia o sonho: "Fascina-me a ideia de erguer uma grande obra, apoiada por milhares ou milhões de pessoas e que possa representar uma viragem histórica na vida dos nossos clubes desportivos". Abria-se assim o mais longo período de um homem na Presidência do Sporting, detido até então pelo comandante Oliveira Duarte. João Rocha foi Presidente entre 1973 e 1986. Já com a autorização datada de 9 Março de 1974 pelo Secretário de Estado do Tesouro, José Luis Sapateiro, para a constituição da Sociedade de Construções e Planeamento S.A.R.L. e a emissão de 2.500.000 acções, de valor nominal de 100 escudos, não foi contudo possível a sua concretização por força das circunstâncias políticas da época. Apesar desta contrariedade, a nível desportivo os resultados na temporada de 1973/74 foram espectaculares: o Sporting não só foi Campeão Nacional, como venceu a Taça de Portugal e chegou à meia-final da Taça dos Vencedores das Taças. Hector Yazalde foi o primeiro jogador do Sporting a receber a Bota de Ouro, pelos 46 golos marcados no Campeonato, que ainda hoje constituem recorde na Europa. Além de competente gestor, João Rocha sempre se assumiu como um líder do Departamento de Futebol, procurando manter uma relação muito próxima com os jogadores. A forma apaixonada como se entregou ao Clube, relançando as várias modalidades desportivas, sobretudo as de maior visibilidade, aquelas que, a nível internacional, dessem a conhecer ao Mundo o nome do Sporting - casos do Atletismo, Andebol, Basquetebol, Hóquei em Patins e Ciclismo - elevou o Sporting a um patamar nunca antes alcançado. Durante os seus mandatos, o Clube conquistou 1.210 títulos nacionais, 52 Taças de Portugal e oito Taças Europeias em várias modalidades, que nessa altura eram 22 e movimentavam 15.000 praticantes. Em 1978, por sua iniciativa, o Sporting foi o primeiro Clube português a visitar a República Popular da China; no ano seguinte ultrapassou todas as dificuldades e conseguiu que o Sporting fosse o primeiro Clube português a visitar a República Popular de Angola. No futebol, o Sporting conquistou sete títulos nos seus mandatos: Campeonatos Nacionais de 73/74, 79/80 e 81-82; Taça de Portugal em 73-74, 77-78 e 81-82 e ainda a Supertaça de 81-82. João Rocha foi responsável pela construção da Bancada Nova (1983), com aproveitamento dos seus baixos, a Nave de Alvalade, com 4 recintos de jogo, 20 ginásios e 30 balneários. Homem de enorme espírito de iniciativa incentivou a criação do primeiro grupo organizado de adeptos. Incentivados pela sua filha Margarida, em 1976, um grupo de jovens amigos – «encabeçados» pelos seus três filhos, decidiram fundar a Juventude Leonina, com o objectivo de apoiar in loco as equipas do Sporting. A desgastante actividade tanto a nível interno como externo, principalmente o combate isolado às formas como outros conseguiam a hegemonia futebolística, debilitaram-lhe a saúde. Este facto, associado à quase ausência de vida familiar, tal era a sua entrega às actividades do Clube, levou-o a passar o testemunho em 30 de Setembro de 1986. Foi por três vezes galardoado pelo Grupo Stromp: em 1973,"Sócio do Ano" e em 1974 e 1975 "Dirigente do Ano". O facto de em 1977 ter passado a integrar o Grupo, impediu-o, por força das normas internas, voltar a poder ser galardoado. O Prémio "Os Rugidos do Leão" foi-lhe atribuído em 1981. Em Assembleia Geral do Sporting Clube de Portugal realizada em 23 Outubro de 1987 foi-lhe atribuída a mais alta condecoração do Clube, o "Leão de Ouro com Palma". João Rocha é uma das maiores referências históricas desta grandíssima colectividade, como ele gostava de dizer, ao referir-se à maior potência desportiva nacional, o Sporting Clube de Portugal , a quem se dedicou intensamente, e tanto ajudou a crescer. Mário Soares Casquilho