Com o falecimento de João Rocha, desaparece uma das mais carismáticas figuras do universo leonino.

Nascido a 9 Julho de 1930, em Setúbal, assumiu a presidência do Sporting Clube de Portugal em 7 Setembro de 1973, uma época muito difícil da vida do Clube, e tornou-se um homem impulsionador de grande viragem, dirigente que projectou o Sporting a nível nacional e internacional. O dirigente não escondia o sonho: "Fascina-me a ideia de erguer uma grande obra, apoiada por milhares ou milhões de pessoas e que possa representar uma viragem histórica na vida dos nossos clubes desportivos". Abria-se assim o mais longo período de um homem na Presidência do Sporting, detido até então pelo comandante Oliveira Duarte. João Rocha foi Presidente entre 1973 e 1986. Já com a autorização datada de 9 Março de 1974 pelo Secretário de Estado do Tesouro, José Luis Sapateiro, para a constituição da Sociedade de Construções e Planeamento S.A.R.L. e a emissão de 2.500.000 acções, de valor nominal de 100 escudos, não foi contudo possível a sua concretização por força das circunstâncias políticas da época. Apesar desta contrariedade, a nível desportivo os resultados na temporada de 1973/74 foram espectaculares: o Sporting não só foi Campeão Nacional, como venceu a Taça de Portugal e chegou à meia-final da Taça dos Vencedores das Taças. Hector Yazalde foi o primeiro jogador do Sporting a receber a Bota de Ouro, pelos 46 golos marcados no Campeonato, que ainda hoje constituem recorde na Europa. Além de competente gestor, João Rocha sempre se assumiu como um líder do Departamento de Futebol, procurando manter uma relação muito próxima com os jogadores. A forma apaixonada como se entregou ao Clube, relançando as várias modalidades desportivas, sobretudo as de maior visibilidade, aquelas que, a nível internacional, dessem a conhecer ao Mundo o nome do Sporting - casos do Atletismo, Andebol, Basquetebol, Hóquei em Patins e Ciclismo - elevou o Sporting a um patamar nunca antes alcançado. Durante os seus mandatos, o Clube conquistou 1.210 títulos nacionais, 52 Taças de Portugal e oito Taças Europeias em várias modalidades, que nessa altura eram 22 e movimentavam 15.000 praticantes. Em 1978, por sua iniciativa, o Sporting foi o primeiro Clube português a visitar a República Popular da China; no ano seguinte ultrapassou todas as dificuldades e conseguiu que o Sporting fosse o primeiro Clube português a visitar a República Popular de Angola. No futebol, o Sporting conquistou sete títulos nos seus mandatos: Campeonatos Nacionais de 73/74, 79/80 e 81-82; Taça de Portugal em 73-74, 77-78 e 81-82 e ainda a Supertaça de 81-82. João Rocha foi responsável pela construção da Bancada Nova (1983), com aproveitamento dos seus baixos, a Nave de Alvalade, com 4 recintos de jogo, 20 ginásios e 30 balneários. Homem de enorme espírito de iniciativa incentivou a criação do primeiro grupo organizado de adeptos. Incentivados pela sua filha Margarida, em 1976, um grupo de jovens amigos – «encabeçados» pelos seus três filhos, decidiram fundar a Juventude Leonina, com o objectivo de apoiar in loco as equipas do Sporting. A desgastante actividade tanto a nível interno como externo, principalmente o combate isolado às formas como outros conseguiam a hegemonia futebolística, debilitaram-lhe a saúde. Este facto, associado à quase ausência de vida familiar, tal era a sua entrega às actividades do Clube, levou-o a passar o testemunho em 30 de Setembro de 1986. Foi por três vezes galardoado pelo Grupo Stromp: em 1973,"Sócio do Ano" e em 1974 e 1975 "Dirigente do Ano". O facto de em 1977 ter passado a integrar o Grupo, impediu-o, por força das normas internas, voltar a poder ser galardoado. O Prémio "Os Rugidos do Leão" foi-lhe atribuído em 1981. Em Assembleia Geral do Sporting Clube de Portugal realizada em 23 Outubro de 1987 foi-lhe atribuída a mais alta condecoração do Clube, o "Leão de Ouro com Palma". João Rocha é uma das maiores referências históricas desta grandíssima colectividade, como ele gostava de dizer, ao referir-se à maior potência desportiva nacional, o Sporting Clube de Portugal , a quem se dedicou intensamente, e tanto ajudou a crescer. Mário Soares Casquilho

Mário Jorge recorda o episódio em que o antigo presidente mudou os pitons das botas dos jogadores.

Mário Jorge, jogador que representou o Sporting durante 17 anos, recorda João Rocha com muitas saudades. “Foi um grande presidente do nosso Clube. Tenho apenas uma palavra para o definir: liderança”, elogia. O antigo futebolista «leonino» conta um episódio que ilustra a forma como João Rocha vivia o Sporting e como era próximo dos jogadores. “Num jogo que realizámos fora de casa com o Neuchâtel Xamax, para a Taça UEFA, elas alagaram o campo de propósito. Não tínhamos pitons próprios para aquele terreno e foi o presidente João Rocha quem foi comprar os pitons. E depois, ele próprio quem os colocou nas botas”, recorda.

Mário Jorge recorda o episódio em que o antigo presidente mudou os pitons das botas dos jogadores.

Mário Jorge, jogador que representou o Sporting durante 17 anos, recorda João Rocha com muitas saudades. “Foi um grande presidente do nosso Clube. Tenho apenas uma palavra para o definir: liderança”, elogia. O antigo futebolista «leonino» conta um episódio que ilustra a forma como João Rocha vivia o Sporting e como era próximo dos jogadores. “Num jogo que realizámos fora de casa com o Neuchâtel Xamax, para a Taça UEFA, elas alagaram o campo de propósito. Não tínhamos pitons próprios para aquele terreno e foi o presidente João Rocha quem foi comprar os pitons. E depois, ele próprio quem os colocou nas botas”, recorda.

Agostinho Abade, ex-dirigente do Conselho Fiscal do Sporting Clube de Portugal e colaborador próximo de João Rocha, durante a presidência do mesmo, deixou um depoimento emocionado pelo falecimento do ex-presidente do Clube.

Agostinho Abade, ex-dirigente do Conselho Fiscal do Sporting Clube de Portugal e colaborador próximo de João Rocha, durante a presidência do mesmo, deixou um depoimento emocionado pelo falecimento do ex-presidente do Clube. “Estou obviamente muito triste e comovido com a morte do melhor presidente do Sporting de sempre, para mim. Também pela morte e pelo desaparecimento de um grande amigo e companheiro”, revela. Agostinho Abade enalteceu a visão estratégica do antigo dirigente de Alvalade: “João Rocha esteve no Sporting numa altura em que o Clube sofria uma crise financeira e desportiva bastante grande. Não havia dinheiro para comprar bolas nem para comprar equipamentos, mas ele apareceu e teve a visão de curar problemas a curto prazo e de ver a longo prazo, através de arranjar vários instrumentos financeiros que pudessem projectar o Clube”. “Tinha noção que o Sporting, na altura, estava atrás do Benfica e que para recuperar teria de arranjar meios financeiros, meios de dinamizar a massa associativa e o Clube: Impulsionar a componente financeira; Excelente aposta na alta competição, para que o Sporting não dependesse só de futebol, foi importante e os muitos títulos que conseguiu nas modalidades de alta competição; Terceira grande patente, a aposta na formação que trouxe muitos jovens para o Sporting, na altura. Na ginástica, natação e também no judo. Penso que o Sporting chegou a ser, de longe, a melhor formação do país”, enumera. “Era um líder nato, humilde, talvez um pouco tímido para quem não o conhecesse de perto. No meu caso concreto foi o meu pioneiro como dirigente do Sporting, com quem eu aprendi muito. Portanto, sinto muito o seu falecimento”, finaliza.

Agostinho Abade, ex-dirigente do Conselho Fiscal do Sporting Clube de Portugal e colaborador próximo de João Rocha, durante a presidência do mesmo, deixou um depoimento emocionado pelo falecimento do ex-presidente do Clube.

Agostinho Abade, ex-dirigente do Conselho Fiscal do Sporting Clube de Portugal e colaborador próximo de João Rocha, durante a presidência do mesmo, deixou um depoimento emocionado pelo falecimento do ex-presidente do Clube. “Estou obviamente muito triste e comovido com a morte do melhor presidente do Sporting de sempre, para mim. Também pela morte e pelo desaparecimento de um grande amigo e companheiro”, revela. Agostinho Abade enalteceu a visão estratégica do antigo dirigente de Alvalade: “João Rocha esteve no Sporting numa altura em que o Clube sofria uma crise financeira e desportiva bastante grande. Não havia dinheiro para comprar bolas nem para comprar equipamentos, mas ele apareceu e teve a visão de curar problemas a curto prazo e de ver a longo prazo, através de arranjar vários instrumentos financeiros que pudessem projectar o Clube”. “Tinha noção que o Sporting, na altura, estava atrás do Benfica e que para recuperar teria de arranjar meios financeiros, meios de dinamizar a massa associativa e o Clube: Impulsionar a componente financeira; Excelente aposta na alta competição, para que o Sporting não dependesse só de futebol, foi importante e os muitos títulos que conseguiu nas modalidades de alta competição; Terceira grande patente, a aposta na formação que trouxe muitos jovens para o Sporting, na altura. Na ginástica, natação e também no judo. Penso que o Sporting chegou a ser, de longe, a melhor formação do país”, enumera. “Era um líder nato, humilde, talvez um pouco tímido para quem não o conhecesse de perto. No meu caso concreto foi o meu pioneiro como dirigente do Sporting, com quem eu aprendi muito. Portanto, sinto muito o seu falecimento”, finaliza.

Armando Biscoito foi o «braço direito» de João Rocha durante mais de 13 anos ao serviço do Sporting, assumindo as funções de Secretário-geral do Clube.

“Muitas saudades”. São estas as primeiras palavras de Armando Biscoito quando confrontado com o recente falecimento do ex-presidente do Sporting, João Rocha. Armando Biscoito foi o «braço direito» de João Rocha durante mais de 13 anos ao serviço do Sporting, assumindo as funções de Secretário-geral do Clube. Hoje, anos mais tarde, não esquece os momentos de alegria, esforço, tristeza e devoção que viveu ao lado de João Rocha. “Lamento imensamente esta perda. É sempre difícil superar uma ausência deste calibre. Nunca hei-de esquecer os dias de intenso trabalho que partilhei com este grande homem. Nunca hei-de esquecer todos os problemas e todas as vitórias que vivemos ao serviço do Sporting. Recordo com muitas saudades o presidente João Rocha e tudo o que vivemos juntos”, refere emocionado.

Armando Biscoito foi o «braço direito» de João Rocha durante mais de 13 anos ao serviço do Sporting, assumindo as funções de Secretário-geral do Clube.

“Muitas saudades”. São estas as primeiras palavras de Armando Biscoito quando confrontado com o recente falecimento do ex-presidente do Sporting, João Rocha. Armando Biscoito foi o «braço direito» de João Rocha durante mais de 13 anos ao serviço do Sporting, assumindo as funções de Secretário-geral do Clube. Hoje, anos mais tarde, não esquece os momentos de alegria, esforço, tristeza e devoção que viveu ao lado de João Rocha. “Lamento imensamente esta perda. É sempre difícil superar uma ausência deste calibre. Nunca hei-de esquecer os dias de intenso trabalho que partilhei com este grande homem. Nunca hei-de esquecer todos os problemas e todas as vitórias que vivemos ao serviço do Sporting. Recordo com muitas saudades o presidente João Rocha e tudo o que vivemos juntos”, refere emocionado.

Mário Moniz Pereira fala do falecimento do nosso antigo presidente.

Mário Moniz Pereira reagiu ao falecimento do nosso antigo presidente João Rocha. “É uma pessoa a quem o Sporting deve muito e também tenho de reconhecer que eu próprio devo muito a João Rocha”, refere. O “Senhor Atletismo” não quis tecer mais comentários. “Gosto muito da vida e não gosto de falar da morte”, justifica.

Mário Moniz Pereira fala do falecimento do nosso antigo presidente.

Mário Moniz Pereira reagiu ao falecimento do nosso antigo presidente João Rocha. “É uma pessoa a quem o Sporting deve muito e também tenho de reconhecer que eu próprio devo muito a João Rocha”, refere. O “Senhor Atletismo” não quis tecer mais comentários. “Gosto muito da vida e não gosto de falar da morte”, justifica.

Faleceu o antigo presidente do Sporting Clube de Portugal, João Rocha (1930-2013)

Faleceu o antigo presidente do Sporting Clube de Portugal, João Rocha (1930-2013). João António dos Anjos Rocha nasceu a 9 de Julho de 1930, em Setúbal, e foi presidente do Sporting Clube de Portugal entre 1973 e 1986, tornando-se para sempre numa figura de referência do Clube, que guindou à posição de maior potência desportiva nacional. João Rocha tornou-se no presidente mais duradouro da História do Sporting, tornando esse período num dos mais profícuos desportivamente. Apostando no ecletismo, durante esse mandato foram conquistados 1210 títulos nacionais, 52 Taças de Portugal e oito taças europeias em diversas modalidades. Também nesse período, o Sporting atingiu mais de 15 mil praticantes em todas as modalidades. No futebol, sagrou-se campeão nacional logo na primeira época, atingindo ainda as meias-finais da Taça das Taças. Com João Rocha na presidência, o número de sócios triplicou e foi ele que edificou a então bancada nova, aumentando significativamente a lotação do Estádio José Alvalade. Edificou para cima de uma dúzia de ginásios, proporcionando a prática do desporto, e da ginástica em particular, a milhares de pessoas de todas as idades. Foi galardoado três vezes com o Prémio Stromp e ficará sempre na História do Sporting como um presidente marcante, que perdurará na memória de todos os Sportinguistas. Esta sexta-feira, pelas 18h00, o corpo de João Rocha seguirá para a Basílica da Estrela, sendo rezada missa às 20h00. Amanhã, sábado, terá lugar uma missa pelas 13h30, saindo o funeral, pelas 15h00, para o Cemitério do Alto de São João (crematório).