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Opinião

Aconteceu Sporting

Por Pedro Almeida Cabral
15 Set, 2022

Veio aventurada a tarde da última terça-feira. Estádio repleto, adeptos entusiasmados, equipa motivada, técnico esclarecido e entendimento perfeito do jogo deram um merecidíssimo triunfo ao Sporting Clube de Portugal perante o Tottenham Hotspur FC, que ainda não tinha perdido nenhum jogo nesta temporada. Bem mais do que a mera conquista dos três pontos na fase de grupos da UEFA Champions League, esta vitória é uma vitória de quem sabe que o Sporting CP só pode entrar em campo – em qualquer campo – para ganhar. Não importa, sequer, que o adversário seja, como é o Tottenham Hotspur FC, de outro campeonato. É que a equipa inglesa está avaliada em mais de 600 milhões de euros, sensivelmente o triplo da avaliação da nossa.

Porém, os euros não correm em campo, nem treinam jogadores. A razão pela qual o futebol é o deporto mais popular do mundo é que em futebol tudo pode acontecer. Sobretudo, quando joga este Sporting CP, com a faca nos dentes e olhos fixados nas redes adversárias. Entrámos disciplinados, cientes de que o embate com a equipa inglesa que anda pelo topo da Premier League e tem jogadores como Son, Kane e Richarlison iria exigir paciência e sofrimento. E lá fomos, formosos e seguros, envolvendo o Tottenham Hotspur FC numa corrente defensiva que agrilhoava os ataques adversários. Na primeira parte, esta estratégia resultou em cheio, a permitir lançar ataques venenosos por parte dos Leões. Será sempre lembrada aquela jogada de Edwards, que fintou toda a linha defensiva inglesa, com Perišić a ficar a ver a bola passar por duas vezes, e só falhou o golo devido ao braço direito de Lloris que, in extremis, desviou para canto.

A segunda parte contou outra história. O jogo ficou mais aberto. Sucederam-se oportunidades para os dois lados. Mas havia algo nos jogadores do Sporting CP que fazia querer seguir o jogo atentamente. Misto de confiança e vontade. Parte de crença, parte de inconformismo. A astúcia de Rúben Amorim fez o resto. Raras vezes se viram substituições tão acertadas. Paulinho, entrado aos 76´, mostrou que sabe usar bem a cabeça e desviou oportunamente para o primeiro golo, no último minuto do tempo regulamentar. Já Arthur Gomes, aos 90´+2, na primeira vez que vestia a verde e branca, no primeiro jogo que entrou, na primeira vez que tocou a bola, fintou com arte e engenho Emerson e marcou o segundo golo, levando Alvalade ao delírio.

Das centenas de jogos que tive o prazer de ver nosso Estádio, este foi dos que mais apreciei. E não foi só pela vitória. Foi, acima de tudo, porque aconteceu o Sporting CP que por tantos e tantos anos ansiámos, sem temores nem receios, só e só com o pensamento na vitória, não importando a dimensão ou o nome do adversário. É este o Sporting CP que queremos e merecemos e que, estou certo, ainda vamos ver muitas vezes esta época.

“O longo prazo não é simplesmente a soma dos curtos prazos”

Por André Bernardo
15 Set, 2022

Editorial da edição n.º 3889 do Jornal Sporting

Em 1980, Ronald Reagan, à data candidato pela primeira vez à presidência dos Estados Unidos da América, imortalizou a pergunta “estão melhor do que estavam há quatro anos?”, que viria a ter um impacto determinante no resultado das eleições.

Decorriam as disputadas eleições para a presidência norte-americana quando, a 28 de Outubro, no último debate antes da votação, e na sua derradeira intervenção, o ex-actor se dirigiu na televisão à audiência com esta pergunta.

Jimmy Carter era então o presidente e candidato para renovar o seu mandato, com as sondagens a anunciarem uma renhida contenda.
Por curiosidade, esse período tem, do ponto de vista económico, algumas semelhanças com a actualidade no que concerne a uma inflação crescente, preços dos combustíveis com subida de 30% em menos de um ano e estagflação.

A resposta do povo americano à pergunta de Reagan, em forma de voto, viria a ser um estrondoso ‘não’, o que asseguraria a derrota de Carter e a primeira presidência a Ronald Reagan.

A famosa tirada entraria desde então para o pódio das mais célebres frases de campanhas por ser considerada o momento crítico que desempata a eleição.

Vale a pena ver, ou rever, esta intervenção, sendo que, na minha opinião, uma segunda pergunta mais importante ficou por fazer: “Estamos mais bem preparados para os próximos quatro anos?”.

Extrapolando a mesma questão original ao universo do Sporting CP, e aproveitando o destaque que nesta edição damos aos resultados publicados pela SAD: “Está o Sporting melhor do que estava há quatro anos?”.

Eu responderia: “Não. Estamos muito melhor”. A mesma lógica aplica-se à segunda pergunta.. Não estamos apenas melhor que há quatro anos, estamos muito mais bem preparados para os próximos quatro anos, o que nos deixa em melhor situação do que estivemos nos últimos 20.

Não estamos apenas, ou pontualmente, melhor porque acedemos aos oitavos-de-final da UEFA Champions League em 2021/2022 ou porque ganhámos com propriedade os dois primeiros jogos da actual edição da UEFA Champions League, mas acima de tudo porque conseguimos fazê-lo de forma sustentável e sustentada, sem hipotecar o nosso futuro.
Os bons resultados são consequência do sucesso de uma estratégia semeada em 2018, que agora dá frutos, assente numa estrutura base. Resultam igualmente de um processo de transformação do Clube que está em curso. Os factores aleatórios conjunturais nem sempre permitem que assim seja, mas não devem nunca nublar a objectividade da análise a cada momento, nem muito menos afectar a consistência do trajecto definido.  

Os pés continuam, assim, assentes na terra. Falta caminho por percorrer, com solavancos e curvas inevitáveis, mas sempre tendo presente que o futuro é determinado pelas acções que tomamos hoje, e que “o longo prazo não é simplesmente a soma dos curtos prazos”*.

Saudações Leoninas

*citação de Peter Drucker. A versão completa é: “Tens de produzir resultados no curto prazo. Mas também resultados no longo prazo. E o longo prazo não é simplesmente a soma dos curtos prazos”.

21 anos de amor e conquistas!

Por Juvenal Carvalho
09 Set, 2022

Modalidade que nasceu no Sporting CP em 1985, era então João Rocha o presidente do nosso Clube, o futsal, designação de hoje, e que se transformou numa modalidade universal com cada vez maior projecção internacional, começou com a designação de futebol de cinco e desde então tem tido verdadeiras referências do nosso símbolo desde jogadores a treinadores, passando por dirigentes. As conquistas são mais do que muitas desde o arranque, tanto a nível nacional como internacional. Somos, de forma inquestionável, além dos pioneiros da modalidade, os mais ganhadores de toda a história da mesma.

Falar nestes 37 anos de uma modalidade que já o disse aqui, por acção de Melo Bandeira, o 'pai' de tudo isto que vivenciamos ao longo dos anos, me proporcionou as primeiras linhas neste nosso Jornal Sporting, quando comecei a escrever sobre a modalidade na altura em que pontificavam, orientados por Fernando Coelho Lopes, José Belo, Paulo Mendes, João Trindade, Pireza, Pedro Miguel, Madié e Seninho, entre outros, deixa-me boas recordações. Tempos que recordo, e amizades que ficaram.

Falei daquela primeira equipa, a dos tempos em que muito jovem escrevi para o jornal sobre a modalidade, e para não ser injusto para ninguém, porque as referências são tantas, que me esqueceria de algumas, fico-me por estas, mas uma, porque ainda joga e é um Leão de juba muita alta e um jogador transcendental, está na génese desta minha coluna de opinião.

Falo de João Matos que ainda não tinha nascido aquando da fundação da modalidade, mas tem aos dias de hoje 21 anos − 21!!! − de Sporting Clube de Portugal.

Uma publicação no Instagram do atleta, feita de sentimento e de amor ao Clube que é o seu desde pequenino, anunciando a sua vigésima primeira época de Leão ao peito, por quem já ganhou tudo o que tinha a ganhar tanto no nosso Clube como na selecção nacional, levou-me a não deixar passar estas linhas em sinal de agradecimento de Leão para Leão.

Tanta tarde e noite de glória nos proporcionou que seleccionar a melhor de todas as conquistas − tantas − é trabalho hercúleo. Mas a palestra motivacional de uma das duas conquistas europeias do Sporting, ainda me ecoam pelos ouvidos e me emocionam a cada passo. Aquele grito na cabine para os companheiros: “E agora a resposta hoje, é sim ou não, querem ser lembrados como Leões? Sim! Como Leões? Sim! Como Leões? Sim!”. Foi tão emocionante quanto sentido de dentro. Além de um grande jogador, existe em João Matos mais um dos nossos e daqueles que a máxima #ondevaiumvãotodos se aplica na plenitude.

João Matos é simplesmente um Senhor, um Líder e um 'Capitão' dentro e fora das quadras, e não é preciso conviver com ele para o aferir.

Apetecia-me pedir-lhe mais 21 anos, mas por impossível, que o seja até quando as forças e a sua alegria contagiante pelo jogo e pelo clube o permitirem. Obrigado, Campeão. Obrigado, João Matos!

Historisch

Por Pedro Almeida Cabral
09 Set, 2022

Histórico. E vai em alemão e tudo! A vitória contra o Eintracht Frankfurt por três golos sem resposta entra directamente para o álbum de ouro europeu do Clube. Nunca o Sporting Clube de Portugal havia ganho um jogo de futebol na Alemanha. De 1970 até hoje, foram 14 jogos, com 13 derrotas e um empate, contra o FC Bayern Munique, em 2007. Finalmente quebrou-se este enguiço! Também nunca o Sporting CP havia ganho em casa alheia na Liga dos Campeões, com um resultado tão expressivo, e sem sofrer golos. Uma vitória fora por mais golos só tinha ocorrido na edição da época passada, quando defrontámos o Besiktas JK e vencemos por 4-1. E não nos podemos esquecer que o Eintracht Frankfurt é o actual campeão em título da Liga Europa, o que ainda dá mais brilho ao nosso feito.

Se, por vezes, os jogos de futebol correm por acaso, com uma ou outra jogada de inspiração e lances providenciais, este foi, ao invés, um jogo preparado ao detalhe e executado rigorosamente pela equipa. Rúben Amorim soube encontrar o antídoto certo para derrotar a turma germânica. A ideia era contrariar a construção do adversário logo no início, não deixando que as transições se realizassem, até porque a equipa alemã joga com extremos de qualidade, Kamada e Lindstrom. Tirando um erro ou outro, prontamente resolvidos por Adán e Coates, o que vimos na primeira parte foi um Sporting CP organizado e coeso, em contraste com a falta de ideias dos alemães. Em equipa que ganha, não se mexe. E em estratégia que resulta, também não. Na segunda parte, o 3-4-3 Leonino ficou mais consistente e permitiu arriscar sortidas rápidas, que foram extremamente eficazes e deram golos. O primeiro foi de Edwards, assistido por Morita, que, em plena área, soube aguardar friamente pelo momento certo para disparar. Logo de seguida, Edwards fez o trabalho todo no corredor direito e assistiu Trincão. Já merecia tanto este golo, o nosso extremo. A fechar, Nuno Santos, entrado para a ponta final, finalizou com sucesso uma bela jogada de ataque construída por Porro. Três golos de pé esquerdo de três esquerdinos, baralhando a defesa adversária em momentos cruciais, como no golo de Trincão, que recebe a bola com um magistral toque com o pé esquerdo, ficando o defesa alemão a uma eternidade de espaço para poder interceptar. Uma bela entrada na Liga dos Campeões que poderia ter terminado com mais golos nossos.

No futebol, a volatilidade impera. Ainda ontem, se punha em causa um treinador e uma equipa que, em dois anos, conquistaram um campeonato, duas Taças da Liga e uma Supertaça. Se há fórmula para o sucesso, passa sempre pelo trabalho sério, pela constância dos métodos e objectivos e pela persistência. Tudo que se tem visto em campo deste Sporting CP. Se hoje, estamos felizes com esta vitória histórica, saibamos amanhã levar esta equipa mais longe, onde sabemos que ela pode chegar.

Manter o foco e a qualidade

Por Miguel Braga
09 Set, 2022

Editorial da edição n.º 3888 do Jornal Sporting

O Sporting CP fez história na Alemanha, frente ao Eintracht Frankfurt, no jogo de estreia da edição da Liga dos Campeões 2022/2023. Relembremos que estamos perante o vencedor da última Liga Europa, pertencente ao Pote 1 do sorteio da mais importante competição de Clubes do Mundo.

A equipa e os jogadores fizeram História, porque este era o décimo quinto jogo do Sporting CP em território alemão e o histórico era fracamente desfavorável: 13 derrotas e apenas um empate, com dez golos marcados contra 34 sofridos.

Para ajudar à festa, o estádio estava cheio, 50.500 pessoas, com direito a coreografias e muito apoio germânico. A um canto, a armada lusa, uma pequena mancha verde no meio de um mar branco e preto − e do início ao fim, tal como a equipa, os nossos foram incansáveis.

Se na primeira parte, os erros da equipa foram compensados com um super Adán e um super Coates, na segunda parte a exibição foi a todos os níveis memorável: três golos sem resposta frente a uma equipa alemã não é coisa que se veja todos os dias no futebol europeu; Edwards, Trincão e Nuno Santos foram os goleadores de serviço, mas o que fica é a atitude e a forma com que a equipa encarou o jogo. Mérito para os jogadores, mérito por certo para Rúben Amorim e restante equipa técnica.

O nosso treinador tem repetido que futebol é o momento. Por isso, é necessário retirar destes momentos o melhor de cada um para enfrentar o próximo, o outro e o seguinte. O calendário em ano de Mundial do Qatar é, de facto, uma prova de resistência à qual não estávamos habituados.

E foi mesmo isso que Rúben disse no final do jogo: “É importante pelo momento, mas não muda nada. Ganhámos um jogo na Liga dos Campeões, mas somos o oitavo classificado na Liga. Não quero que os meus jogadores andem de um lado para o outro em termos de emoções. Agora vão dizer-lhes que são os maiores, mas têm de ganhar ao Portimonense SC, que tem mais cinco pontos que nós”. O mote está dado e, mais uma vez, o próximo jogo é o mais importante. No futebol actual não há tempo para respirar, apenas para trabalhar e pensar na conquista dos próximos três pontos.

Fazer história tem essa particularidade: daqui a uns anos, aquela noite de Frankfurt será tema de conversa em muitas casas portuguesas. No tempo presente, o jogo mais importante é mesmo contra o Portimonense SC, sábado às 18h00, no Estádio José Alvalade. A equipa merece o apoio dos nossos Sócios e adeptos.

Para memória futura

Por Miguel Braga
31 Ago, 2022

Editorial da edição n.º 3887 do Jornal Sporting

116 anos de História fazem do Sporting Clube de Portugal um clube rico em memórias individuais e colectivas. Dizia o Padre António Vieira que “o efeito da memória é levar-nos aos ausentes, para que estejamos com eles, e trazê-los a eles a nós, para que estejam connosco”. O Museu Sporting é o repositório das glórias alcançadas que passam de geração em geração, garantindo que a memória persistirá e que os mais novos terão acesso aos alicerces do que faz a alma Sportinguista crescer e subsistir ao longo do tempo. É no Museu que podemos ficar a conhecer os nossos fundadores, que podemos ver objectos de outros tempos, que ficamos a conhecer páginas de ouro e prata da História do Clube fundado em 1906.

O Museu Sporting faz hoje 18 anos. Foi inaugurado a 31 de Agosto de 2004, durante a presidência de António Dias da Cunha e liderado por um dos guardiões do passado verde e branco, Mário Casquilho. A eles e a todos os que contribuíram e contribuem para manter vivo o espólio Leonino, a mais sincera admiração e o mais sentido obrigado.

E porque é de memória que falamos, Malcolm Allison é possivelmente o primeiro treinador que me lembro ao leme da equipa principal do Sporting CP. Lembro-me bem também da invasão de campo pelos adeptos para comemorar a vitória no Campeonato e de ver Ferenc Mészáros a abandonar o relvado apenas de cuecas, rodeado por milhares de pessoas em festa. Pouco tempo depois, também tenho a recordação de ver, ainda criança, os quatro golos sem resposta que o Sporting CP aplicou ao SC Braga da autoria de um dos grandes tridentes do futebol português: António Oliveira (dois golos), Manuel Fernandes e Rui Jordão. ‘Big Mal’ é a nossa Lenda nesta edição comemorativa dos 18 anos do Museu.

Destaque também para a entrevista do jovem Leão Diogo Travassos, também ele com 18 anos de idade. “É por isto que lutamos todos os dias, por Taças como as que vemos aqui”, é o mote para o sonho que é possível alcançar de verde e branco, seja em que modalidade for, seja perante este ou aquele adversário.

Sebastián Coates renovou contrato com o Clube. O nosso capitão é já uma referência do Sporting CP, com 285 jogos de Leão ao peito e 28 golos marcados. Coates é, ao dia de hoje, o 20.º jogador com mais jogos com a verde e branca, à frente de nomes como Rui Jordão, Venâncio ou Morais. O seu próximo marco é alcançar outra figura mítica do Clube e do país, o ‘Zé da Europa’, José Travassos. Pela forma como está em campo e nos treinos, pela paz que transmite, pela garra e devoção empregue a cada minuto, Coates é e será um exemplo a seguir. São jogadores assim que fazem a diferença, são homens assim que lideram as gerações futuras. A Coates também o nosso mais profundo agradecimento. Gracias, Capitán!

Muito para Crescer

Por Pedro Almeida Cabral
31 Ago, 2022

As décadas passam. Os anos sucedem-se. As épocas disputam-se. Os jogos começam. A quadra rejubila. Os golos são marcados. E os títulos avolumam-se. Em poucas palavras, é esta a descrição que melhor assenta ao futsal do Sporting Clube de Portugal. Muito mais que uma secção do nosso Clube é, sobretudo, a modalidade verde e branca em que o esforço, a dedicação e a devoção andam sempre acompanhados da glória. São 42 títulos europeus e nacionais, incluindo duas UEFA Futsal Champions League, 17 Campeonatos, nove Taças de Portugal, dez Supertaças e quatro Taças da Liga.

Seguidor das modalidades do Sporting CP que se preze, acompanha atentamente os torneios de pré-época. São jogos que se disputam com alguma intensidade competitiva e que dão sempre indicações do que se perspectiva para as exigentes temporadas que se seguem. Este ano o futsal Leonino tornou a marcar presença no Masters de Futsal, disputado em Portimão, e venceu com brilhantismo.

A abrir, a repetição da final da última UEFA Futsal Champions League, com o Sporting CP a defrontar o FC Barcelona. E o que pudemos ver foi, tão-só, uma das melhores primeiras partes de sempre da nossa equipa. Um ataque trepidante, esbanjando classe e pontaria, fez o resultado quase final. Chegámos ao intervalo a bater o campeão europeu de forma categórica, por 6-2. Na segunda parte, a equipa catalã havia de marcar um solitário golo, fechando o resultado. Os muitos golos do Sporting CP foram marcados por Diego Cavinato, Pany Varela, Erick Mendonça, Hugo Neves, com Esteban Guerrero a bisar. O segundo jogo, contra o Inter Movistar, era uma autêntica final, a repetição dos encontros decisivos da UEFA Futsal Champions League de 2017 e de 2018. O Sporting CP não facilitou e venceu por 3-1. Esteban Guerrero abriu a contagem numa magnífica recepção e remate. Depois, foi Merlim, num remate cruzado, bem longe da baliza, a fazer o que, provavelmente, foi o golo do torneio. E, finalmente, Esteban Guerrero aproveitou da melhor forma um ressalto. Como nem só de ataque vivem as equipas de futsal, Bernardo Paçó esteve exímio, a negar, por duas vezes o golo aos espanhóis.

Podia ficar satisfeito por ser a segunda conquista deste torneio, depois de 2019, que nos torna a única equipa que o conseguiu. Ou podia alegrar-me pelo excelente nível do futsal praticado, em que fomos, sem dúvida alguma, a melhor equipa. Contudo, nada mais me apraz que as palavras de Nuno Dias, o nosso treinador, que comentou esta vitória dizendo que ainda havia “muito para crescer”. A sorte sorri aos audazes. Mas sorri ainda mais aos que sabem que há sempre algo para trabalhar e aperfeiçoar e que, tantas e tantas vezes, o sucesso nos atraiçoa. É com esta equipa, com este treinador e com toda a esta secção que vamos crescer esta época.

18 anos que retratam uma História

Por Sporting CP
31 Ago, 2022

31 de Agosto de 2004. O Clube era então presidido por António Dias da Cunha. Foi esta a data em que foi inaugurado o Museu do Sporting Clube de Portugal neste novo complexo. Está lá desde então, e, felizmente, com muitas actualizações depois deste momento, retratada a história...a imensa história do nosso Clube. 18 anos passaram desde que em boa hora foi levado por diante um espaço que retrata toda uma vida de um Clube, o nosso, com 116 anos de existência, e com tanta e tanta conquista ali simbolizada. O 'pai' deste espaço, com a colaboração de outras pessoas, porque ninguém faz nada sozinho, foi o senhor Mário Casquilho. Para mim, e repetindo-me por convicção sobre o conhecimento histórico do Sporting CP, Mário Casquilho é o mais dos mais em termos de cultura Leonina. Uma verdadeira enciclopédia por quem me curvo respeitosamente.

Depois dele, e até à actualidade, com Isabel Victor, a responsável do espaço aos dias de hoje, já estiveram outras pessoas e todas elas com um trabalho meritório e de uma dedicação incrível para que a menina dos nossos olhos, o nosso Museu, esteja sempre lindo e apelativo para quem o visita. E muitos são os Leões que fazem questão de ir ao nosso local de culto. Eu, pessoalmente, com extraordinário orgulho, tive o privilégio de recentemente estar no Centro de Memórias a dar o testemunho da minha vivência no Clube e vi o empenho com que as pessoas, na sua maioria jovens, tratam aquele 'brinquedo' que é o ex-líbris das nossas conquistas.

Não é sem emoção que o mais insensível dos Sportinguistas, ao fazer a visita guiada ao Museu e ver ali exposto um verdadeiro exemplo do que é um Clube ecléctico, não deixa de soltar uma lágrima marota. São tantos e tantos os troféus. Tantos e tantos os homens e mulheres que fizeram com que tudo isto fosse possível, que seria injusto enumerar cada um deles. O Museu é sobretudo o reflexo do Esforço, da Dedicação e da Devoção que ilustram a nossa imensa Glória. Como nenhum outro Clube no nosso aís. Estão ali retratados Campeões Mundiais, Europeus e Olímpicos. Troféus individuais e colectivos. Desde os fundadores à actualidade, a nossa história orgulha-nos. Para simbolizar o meu momento mais feliz das vezes que lá estive, levei a Ana Rita, a minha filha, ainda pequenina, ao Museu depois de lhe comprar um Leão de peluche que ela designou como 'Leo'. Agora, aquando da entrega do meu emblema de 50 anos de Associado - está quase - quero levar a Leonor, a minha neta. O Museu serve sobretudo para transmitir cultura e divulgar o ideal. É esse o propósito de cada um de nós. Pelo Sporting CP não há limites. Somos mesmo tão grandes como os maiores da Europa!

Venha o próximo jogo!

Por Juvenal Carvalho
25 Ago, 2022

Como Sportinguista procuro ser quase sempre pragmático, mas nunca consigo ser tão racional quanto tantas vezes o desejaria. Assumo que a irracionalidade do momento, sobretudo nos jogos de maior carga emocional, e seja em que modalidade for, porque o Sporting CP para mim está acima de uma equipa de futebol, me tolda o raciocínio e digo coisas, principalmente quando algo corre menos bem - quem nunca? - que por vezes, passado o calor da luta, e mais a frio, me penitencio por estar a exceder-me e a entrar numa espiral em que não me revejo.   

Afinal sou, como tantos de vós, um Sportinguista normal: que vibra com as vitórias e sofre com as derrotas, mas que nunca abandona o Clube e que, como me dizia o Sr. Olímpio, grande mentor do meu amor ao nosso Clube, não sou do Sporting CP pelo que ganha, porque infelizmente ganha muito menos do que eu desejaria, mas sim porque o amo.

É essa, e tão só essa, a minha 'cartilha'. Escrevo sempre desassombradamente e quando toca ao 'meu' Clube a emoção é o meu nome do meio.
Não gosto de perder jogadores. Ao longo da história vi partir grandes jogadores para clubes rivais até. Não gosto de perder nunca, mesmo que em locais onde o nosso saldo é infinitamente negativo ao longo da história. Não acho que esteja tudo bem, e coisas haverá a melhorar, até porque não sou o pior dos pessimistas, como o seu contrário também é verdade, e acredito em ajustes que nos irão levar a uma época ao nível dos nossos pergaminhos.

Ainda estamos na terceira jornada. Afinal - que bom seria ganhar sempre - já tivemos duas deslocações muito difíceis. Esta prova é de regularidade e de todos contra todos. O adversário seguinte é o GD Chaves.

O ideal será sempre não fazer o papel de avestruz e meter a cabeça na areia, mas sim unir-nos em prol do símbolo e ajudar a melhorar o que está mal e a aplaudir o muito que o passado recente merece de ser aplaudido. Detesto unanimismos. Menos quando toca ao símbolo. Aí, passam jogadores, treinadores e dirigentes e fica o Sporting Clube de Portugal.

Afinal, este grito de alma não é de desespero algum. Porque acredito muito que dias melhores virão e que nada está perdido, porque ninguém perde quando a procissão ainda não saiu do adro. O #ondevaiumvãotodos não pode nunca ser erradicado. Porque os treinadores treinam, os dirigentes dirigem e a nós, por mais que tenhamos tácticas ideais e ideias diferentes para gerir o Clube, resta-nos aplaudir, sem contudo deixar de ter massa crítica. Mas para construir. Porque para querer mal, porque são rivais, temos os adversários. Um Leão só se curva para beijar o símbolo.

Venha o próximo jogo!

Memória

Por Pedro Almeida Cabral
25 Ago, 2022

Fez há dias 56 anos um dos Sportinguistas que me deu uma das maiores alegrias da minha vida. Beto Acosta, como era conhecido, foi o argentino matador fundamental para a conquista do nosso campeonato de futebol da época 1999/2000. Chegou na época anterior, em dezembro de 1998, por indicação de um grande treinador que passou pelo Clube, o croata Mirko Jozić. Para não destoar dos tempos actuais, também Acosta chegou, jogou e foi criticado. Tornou-se recorrente comentar, em tom jocoso, que os seus 32 anos eram idade a mais para o futebol e que os seus problemas com ciática eram mais próprios de quem devia estar num lar. Há coisas no Sporting Clube de Portugal que persistem em não mudar. 

Porém, calando todos os detractores e enchendo o peito de todos os admiradores, na época seguinte, Acosta arrancou para a conquista do campeonato com 22 golos e exibições inesquecíveis. Apesar do final feliz, o início não foi brilhante. Nas primeiras dez jornadas, tivemos até alguns resultados comprometedores. Para além do empate a abrir com a equipa mais fraca desse campeonato, o CD Santa Clara, que ficaria em último, empataríamos novamente à quarta e à quinta jornada, com o CF Estrela da Amadora e o Gil Vicente FC, e perderíamos à sétima jornada com uma equipa que, na altura, nos causava especiais dificuldades, o FC Alverca. Já à nona jornada, no clássico no Estádio das Antas com o FC Porto, uma derrota por três golos sem resposta. Chegámos à décima jornada em quarto lugar, a cinco pontos do líder, SL Benfica. O campeonato parecia, uma vez mais, irremediavelmente perdido. Mas, jogo a jogo, o Sporting CP foi escalando na classificação até que recebemos o FC Porto. Se ganhássemos, passávamos para o primeiro lugar. E foi exactamente o que sucedeu, uma vitória por 2-0 que arredou os portistas do título. Acosta marcou o golo que selou a vitória, ainda hoje comentado por todos os Sportinguistas que viram esse jogo. Um passe desastrado de um jogador do FC Porto, Secretário, a quem desejo as melhoras por se encontrar gravemente doente, foi directo para os pés do argentino goleador, que não perdoou. O resto, foi história. Ou melhor, a história do nosso 21.º campeonato. 

Se me lembro de Acosta, não é somente pelo seu aniversário. É porque me recordo especialmente desse campeonato, o primeiro em que, verdadeiramente, festejei como campeão. Sobretudo, lembro-me do início titubeante e da forma como o Sporting CP perdeu, sem apelo nem agravo, o clássico da nona jornada, sofrendo três golos sem conseguir marcar. É, coincidentemente, o mesmo resultado do jogo do fim-de-semana, contra o FC Porto no Estádio do Dragão. Aliás, como me lembro bem dos dois jogos, posso dizer que neste último causámos mais perigo que naquele que se jogou há 23 anos. Não fora a exibição monstruosa do guardião portista e talvez o resultado final fosse outro. A memória não serve só para nos aquecer a alma com boas lembranças. É também para nos recordar que, por vezes, a história se escreve da mesma maneira com palavras diferentes. Deixemos o que ainda de campeonato há para jogar, que é muito, e, no final, fazemos contas.

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