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Opinião

Assembleias Gerais − Clube e SAD – Reflexões (Parte I)

Por Tito Arantes Fontes
07 Out, 2021

Estamos em pleno tempo de Assembleias Gerais!

 

Estamos em pleno tempo de Assembleias Gerais! Primeiro a do Clube no passado dia 30 de Setembro. Hoje (4.ª feira, dia 6 de Outubro, dia em que escrevo) a da SAD. Olhemos para cada uma delas em particular.

A Assembleia Geral do Clube na passada semana foi mais um triste espectáculo… umas poucas centenas de Associados tudo fazem para perturbar a Assembleia, inviabilizando que outros Associados possam acompanhar o desenrolar dos trabalhos e ouvir como deve ser as intervenções de quem usa da palavra. Tudo isso faz com que cada vez menos Associados tenham paciência (e sim, é esta a palavra certa!) para aguentar estas penosas Assembleias do Clube… infelizmente chegámos a este ponto! Em boa hora, e depois de algumas experiências iniciais, que começaram há largos anos, bem antes do mandato dos actuais Órgãos Sociais, desde logo no mandato dos seus imediatos antecessores, encontrou-se uma forma de contornar estes manifestos “comportamentos totalitários” que só me fazem lembrar as famosas “RGAs” do meu tempo de estudante (Reuniões Gerais de Alunos - que vivi no Liceu D. João de Castro em Lisboa e na Universidade em Coimbra - que se prolongavam à exaustão para permitir no final a votação pelos “resistentes” das moções que melhor aprouvessem a quem queria vencer não pela razão, mas sim pela exaustão… como se isso fosse algum método democrático!).

A solução encontrada no seio do SPORTING CP foi – e bem! - a de permitir que a votação dos vários pontos da “ordem de trabalhos” possa ocorrer a partir do momento em que a Assembleia é declarada aberta. É uma boa solução! Quem se sente esclarecido sobre os pontos em discussão pode, assim, votar logo e – se quiser – sai da Assembleia. Por outro lado, quem pretender esclarecimentos fica a acompanhar os trabalhos… tentando ouvir o que essa “minoria totalitária” deixar… e votará ou quando chegar ao final do período de intervenções ou quando desistir de tentar perceber o que é dito face à algazarra que essa “minoria totalitária” não desiste de perpetuar! Este é o quadro associativo em que decorrem as Assembleias do nosso Clube! Não pode ser pior!

Assim, com este “caldinho cultural”, não surpreende que cada vez menos Sócios marquem presença nas Assembleias do SPORTING CLUBE DE PORTUGAL! E que – consequentemente – deixem este nas mãos dessa “minoria totalitária”… que literalmente goza com toda a massa associativa ao chumbar consecutivamente tudo quanto seja proposto pela Direcção, máxime – nesta última Assembleia – as contas de dois exercícios (2019/2020 e 2020/2021) e o orçamento para 2021/2022. Damos, assim, nós próprios, matéria para um “chorrilho” de comentários e de programas televisivos que dizem que os Sócios do SPORTING CP não estão com a Direcção, etc, etc… ou seja damos assim matéria de gaudio para essa gente que nos odeia! Um regabofe a que a “minoria totalitária” nos sujeita!

Nesta ultima Assembleia do Clube, depois do espectáculo a que parcialmente ainda assistimos, vieram os resultados das votações… tudo chumbado menos o nome das sete portas do Estádio José Alvalade! E mesmo este ponto foi aprovado por uma maioria quase que “à tangente”! O resto foi tudo chumbado por 400 associados… a maioria dos 700 e tal que marcaram presença na Assembleia! Mas certo é que esses 400 são uma minoria, uma ínfima e ridícula minoria, dos Sócios do SPORTING CP que podem ter lugar na Assembleia…

Por isso - e bem - o Presidente Frederico Varandas disse o que disse no final da Assembleia Geral! Os sócios têm o dever de comparecer e votar nas Assembleias do Clube… e não deixar que minorias activas, mobilizadas e sempre em permanente contestação “de tudo e de nada” mandem no Clube!

Foi – assim e bem! - anunciada nova Assembleia para dia 23… oxalá que sim! E oxalá que a massa associativa do SCP – como tantas e tantas vezes já fez no passado, nomeadamente quando o futuro do Clube assim o exigia! - compareça em força para se votar, finalmente e como espero, a aprovação das contas dos exercícios de 2019/2020 e 2020/2021 e do orçamento de 2021/2022! E – com isso – acabar com o “interminável festim” que tem servido de alimento aos nossos adversários… sim, falo das gentes que estão a soldo dos “poderes bicolores” que tanto, desde logo nos últimos 40 anos, nos têm prejudicado e roubado! É com esses que a “minoria totalitária” que temos no nosso Clube parece, afinal, ter objectivamente pactos e estratégias comuns! Fica aqui o desafio e o convite para todos e cada um dos sócios que fazem parte dessa “minoria totalitária” pensar e reflectir sobre o que está verdadeiramente a fazer ao SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!

A Assembleia da SAD é outra coisa. Nesta consegue-se falar! E dessa – por absoluta falta de espaço - falarei na crónica da próxima semana!

P.s. Futebol – prosseguimos com mais uma vitoria no Campeonato Nacional, depois da jornada europeia. Jogo difícil em Arouca… e bem ganho! Utilmente ganho! Já outros… caíram do pedestal estratosférico onde já estavam… um voo a pique, descontrolado… para um “estatelanço” de gargalhada total!!!

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!

Projectos com ADN Sporting CP

Por Miguel Braga*
30 Set, 2021

“É tudo mérito delas que trabalham muito, tanto as mais novas como as mais velhas. (…) Ganhámos e se ganhamos, ganhamos todas juntas”, disse a treinadora Mariana Cabral.

Mais um feito da equipa liderada por Luís Magalhães a acrescentar ao regresso escrito a ouro da modalidade. Em Sines, o Sporting CP venceu o Imortal BC – finalista vencido da última edição da Taça de Portugal que está no nosso Museu - por 76-64, conquistando a primeira Supertaça de Basquetebol da História do Clube – nunca é demais recordar que em 2 anos, além desta Supertaça, esta equipa venceu um Campeonato Nacional e duas Taças de Portugal, com o pequeno grande detalhe de que liderávamos o campeonato interrompido pela pandemia. Regressando ao jogo, o mesmo foi complicado com uma entrada forte do Imortal BC. Porém, a magia Joshua Patton (MVP do jogo com 17 pontos), Micah Downs (17), Mike Fofana (13 pontos), Travante Williams (13 pontos) e companhia impôs a Lei do Leão. No final da partida, Luís Magalhães era um técnico satisfeito: “Atingimos o primeiro grande objectivo que era começar esta época como acabámos a última: a ganhar troféus”. No sábado, começa a defesa do título de Campeão Nacional frente à AD Ovarense, na Arena de Ovar.

Quem também não conseguiu conter a sua satisfação foi a treinadora Mariana Cabral, depois da expressiva vitória por 5-1, frente ao SL Benfica, em jogo a contar para a segunda jornada da primeira fase da Liga BPI. “É tudo mérito delas que trabalham muito, tanto as mais novas como as mais velhas. (…) Ganhámos e se ganhamos, ganhamos todas juntas”. Depois de vencer as rivais na Supertaça, ainda no final de Agosto, a equipa feminina do Sporting CP volta a demonstrar que é possível construir um projecto com o ADN Sporting com competência e dedicação, assente nos valores do Clube. Estas vitórias frente a um rival que investiu muito mais acrescentam responsabilidade e crença nelas próprias, na treinadora e na estrutura. A época está no seu início, mas os sinais são encorajadores. Sábado há nova prova de fogo frente ao SCU Torreense.

Este sábado, a equipa de Rúben Amorim desloca-se a Arouca, para enfrentar o recém-promovido clube local, com o objectivo de somar os três pontos da vitória. Para trás, está já o jogo a contar para a Liga Campeões, no Signal Iduna Park, frente ao Borussia Dortmund (1-0). Apesar da exibição personalizada, não conseguimos o nosso objectivo: “ninguém vai feliz para casa. (…), mas os rapazes estão de parabéns, no futuro seremos melhores. A equipa cresce a olhos vistos. Este jogo não retira mais/menos confiança na equipa, mostra aos jogadores que são capazes de melhor”. É com este apelo à fibra de cada um e de cabeça levantada que temos de dar resposta à altura dentro de campo. Até porque vem aí mais uma pausa FIFA – altura certamente para a equipa técnica trabalhar com a juventude do Clube e recuperar jogadores – e uma consequente sequência de jogos que requer a máxima força e concentração.

Ontem, 4.ªfeira, começou a Champions League do Goalball, onde as equipas feminina e masculina de goalball do Sporting CP vão defender os respectivos títulos europeus conquistados na última edição. Recorde-se que esta competição não se disputou no ano passado devido à pandemia. “Somos campeões em título, mas temos de respeitar todos os adversários”, afirmou Márcia Ferreira, treinadora e directora da modalidade. “Foi um ano e meio muito difícil para todos, sobretudo para estes atletas que, como sabemos, interagem através do toque e estiveram privados disso. Ainda assim, nós no Sporting CP conseguimos, com muito empenho e dedicação, trabalhar muito bem e preparar esta prova da melhor forma”. A todos, desejos de conquistas e superação.

Este sábado, também entramos em campo para lutar pela Supertaça de voleibol, frente ao SL Benfica. Depois de conquistado o Torneio Raça Vareira, no passado fim‐de‐semana, com vitórias frente ao SL Benfica (3‐1) e o SC Caldas (3-0), os Leões de Gersinho querem trazer o troféu para casa. Que a força e a determinação estejam com eles.

Editorial da edição n.º 3839 do Jornal Sporting

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

Fez-se História em Sines!

Por Juvenal Carvalho
30 Set, 2021

Esta época, no fundo não só no basquetebol como nas outras, começou como acabou a anterior, sob o signo da vitória.

Dizer que em pequenino fugia literalmente aos meus pais para ir ver tudo o que fosse modalidade do Sporting Clube de Portugal, num processo que se iniciou no velhinho Pavilhão de Alvalade, ainda na fase da minha infância, e que depois teve continuidade na Nave, não é manifestamente exagero algum. Guardo ainda amigos desses imemoriais tempos, com verdadeiras sessões contínuas em Alvalade, bem como em outros pavilhões ou estádios.

Via todas as modalidades com a mesma paixão, todas com o sentimento uno e indivisível de ganhar em tudo, e felizmente era − ontem como hoje − quase sempre bem-sucedido.

Ainda hoje assim é, quero sempre, e indiferenciadamente que o Sporting CP ganhe em todas as modalidades.

Mas, comum dos mortais, se defeitos tenho, o de ser cínico não faz parte de mim. E hoje, até porque desde tão jovem entrei pela porta do dirigismo no Clube através do basquetebol, mantendo o amor por todas as outras, é nesta que o meu coração mais palpita.

No passado sábado, com os meus amigos Edgar Vital, Raul Castanheira e Jorge Patinho, todos eles Leões e homens da modalidade, o caminho foi até Sines.

Era a primeira competição de uma caminhada que queremos repleta de êxitos. No vocabulário do nosso basquetebol a palavra derrota não faz parte do léxico da modalidade.

Regressada em 2019 a equipa sénior masculina, vinte e quatro anos depois de um inusitado interregno, e que em boa hora este Conselho Directivo decidiu reactivar, sábado em Sines o Museu ficou mais rico com a conquista da primeira Supertaça do nosso basquetebol, juntando este êxito ao Campeonato Nacional e a duas Taças de Portugal, tudo isto num percurso de apenas dois anos, e com a particularidade de estarmos a liderar o campeonato no primeiro ano de competição, quando a pandemia em que vivemos interrompeu a prova.

Esta época, no fundo não só no basquetebol como nas outras, começou como acabou a anterior, sob o signo da vitória. Que Sines tenha sido o tónico para que os comandados por Luís Magalhães, um treinador feito para ganhar, arrancarem para mais uma época de sonho, para que se faça história... acrescentando mais história à já tão imensa que temos.

Depois deste grupo de trabalho ter honrado Stromp, ao vencer o Lusitânia no Troféu com o seu nome, a semana haveria de culminar da melhor forma. No fundo, 'à Sporting'. Com aquele ADN como somos nós.

Com a continuidade de Diogo Ventura, Micah Downs, Afonso Guedes, Diogo Araújo, João Fernandes e Travante Williams, chegaram ainda os reforços Miguel Maria Cardoso, Josh Martin, Daniel Relvão, Daniel Machado, Tanner Omlid, Mike Fofana, António Monteiro e Joshua Patton. Serão estes Leões que estarão às cavalitas do professor Luís Magalhães para ganharem mais uma "guerra". Nós na bancada faremos o resto, e nunca os deixaremos sós.

Sábado próximo será o arranque do campeonato em Ovar, frente a um histórico da modalidade, a AD Ovarense. Que seja o início de algo que lá para Junho de 2022 nos faça felizes. E não só no basquetebol. Porque no Sporting CP não existem limites para sonhar!

Andebol Europeu

Por Pedro Almeida Cabral
30 Set, 2021

A julgar pelo andebol jogado nesta eliminatória, estamos no bom caminho.

Há um clube português que tem o melhor palmarés europeu de andebol em Portugal, sendo o único que ganhou dois títulos europeus, duas Taças Challenge. Uma conquistada em 2010, contra os polacos do MMTS Kwidzyn, com uma segunda mão inesquecível no Pavilhão de Almada. E a outra arrecadada em 2017, vencendo confortavelmente os romenos do AHC Potaissa Turda. Também é esse clube que em 1971 chegou a uma meia-final da Taça dos Campeões Europeus, antecessora da actual EHF Champions League. Esse clube é, como não podia deixar de ser, o Sporting Clube de Portugal, onde o andebol tem raízes profundas e adeptos dedicados.

Cada vez que se inicia uma nova época europeia, tenho esperança de que o Sporting CP chegue longe e, quem sabe, surpreenda equipas mais experientes, de países onde o andebol tem um nível competitivo mais elevado. Já aconteceu e pode tornar a acontecer. Anteontem, fomos à Dinamarca alcançar um competente e suado triunfo perante os dinamarqueses do TTH Holstebro por 28-31, na qualificação para a fase de grupos da Liga Europeia. É certo que levávamos de Portugal uma vitória por 31-25, com margem para jogar com mais tranquilidade. Mas os dinamarqueses não iriam propriamente facilitar. E não facilitaram: começaram a todo o gás, com quatro golos sem resposta. O Sporting CP foi reequilibrando na primeira meia hora e conseguimos chegar ao intervalo com apenas um golo de diferença, a perder por 16-15. Muito mérito para Natán Suárez com quatro golos decisivos, vários dos nove metros, com eficácia de 100%. Na segunda parte, a turma Leonina surgiu mais concentrada e a jogar andebol europeu, com o inevitável Carlos Ruesga a desequilibrar, Francisco Tavares a assinalar uma boa partida (quatro golos no jogo, 100% de eficácia), Skok decisivo, com várias defesas, e miúdos como Francisco Costa e André José a mostrarem serviço (cinco golos juntos no jogo).

Segue-se agora o sorteio da Liga Europeia para determinar os grupos da próxima fase da competição. O Sporting CP precisa de rodar a sua equipa em cenário europeu e fazer crescer um plantel jovem e refrescado, com a ambição do nosso novo treinador Ricardo Costa. A julgar pelo andebol jogado nesta eliminatória, estamos no bom caminho.

Um Clube tão grande como os maiores da Europa

Por Miguel Braga
22 Set, 2021

O lema do Clube aplica-se a toda uma estrutura que respira e trabalha sentindo o peso da instituição e a responsabilidade de exibir o Leão ao peito.

Foi um feito notável. Vencer a Taça Continental. Outra vez.

Foi um feito notável, dos atletas, do staff, de todos os que acompanham a equipa, dos muitos que à sua maneira contribuíram para o 40.º título europeu do Sporting CP. João Almeida, Gonzalo Romero e João Souto foram os autores dos golos, Ângelo Girão o gigante que evitou vários. A todos, pela ambição e pela conquista, um enorme obrigado com a certeza de que são motivo de orgulho da nação Leonina.

Foi um feito notável porque a esta conquista devemos juntar outras duas – Campeão Nacional e Campeão Europeu –, no espaço de quatro meses. O lema do Clube aplica-se a toda uma estrutura que respira e trabalha sentindo o peso da instituição e a responsabilidade de exibir o Leão ao peito.

Depois de toda a Glória da época passada e de tantos feitos notáveis, a equipa de Nuno Dias tem já outra responsabilidade sob os ombros: no arranque desta temporada todos os Troféus Stromp ficaram em casa. Falta o futsal que se joga apenas em Outubro. Em caso de vitória, será um arranque em pleno, com a ilusão de novas conquistas, mas especialmente com o orgulho de Ser Sporting CP.

Notável foi também o apoio dos Sócios e adeptos depois do resultado não conseguido com o AFC Ajax, no primeiro jogo da fase de grupos da Liga dos Campeões. Começaram logo depois do apito final e esse apoio transportou-se até ao Estoril, onde se fizeram ver e ouvir, dizendo “presente!” à equipa. O golo de Pedro Porro e a comunhão entre jogadores e adeptos nas celebrações é um daqueles momentos do desporto. O futebol com público tem outro encanto. Ainda para mais quando o público é verde e branco.

Na próxima sexta-feira segue-se o CS Marítimo e seria bonito continuar a onda de apoio à equipa com o público a preencher as bancadas de Alvalade. Para um futuro que esperamos que esteja cada vez mais próximo, só podemos imaginar como ficará o nosso estádio com a lotação a 100%. Esta sim, seria uma notícia notável.

Num Clube repleto de feitos e atletas notáveis, para a semana o convidado do nosso ADN de Leão é Jorge Fonseca, bicampeão do mundo e medalhado Olímpico, um dos grandes nomes do desporto português e um atleta que já gravou o seu nome na

História do Clube. Será emitido na próxima semana, um dia depois de novo jogo na Liga dos Campeões, desta vez contra o Borussia Dortmund de Haaland e companhia.

Teremos de ser notáveis.

Editorial da edição n.º 3838 do Jornal Sporting

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

Sede de Títulos

Por Pedro Almeida Cabral
22 Set, 2021

O Sporting Clube de Portugal é um dos maiores Clubes europeus.

O Sporting Clube de Portugal é um dos maiores Clubes europeus. E não o digo por orgulho, vaidade ou aspiração. Afirmo-o porque o Sporting CP constantemente nos prova o seu estatuto e alarga o seu pecúlio de títulos continentais. No passado fim-de-semana soubemos, justamente, ganhar a Taça Continental em hóquei em patins. Levámos de vencida o Lleida por 3-1 num jogo em casa do adversário. Foi o 40.º título europeu do Sporting CP e o 10.º título europeu nesta modalidade. Depois das Ligas Europeias de 2019 e 2021, bisámos também na Taça Continental, repetindo a conquista de 2019. Em apenas dois anos de competição – em 2020 foi tudo cancelado – são quatro títulos europeus em hóquei em patins. Nunca nenhuma equipa portuguesa conquistou tanto na Europa em tão pouco tempo. Somos mesmo o único Clube do nosso país a conquistar a Taça Continental duas vezes seguidas.

Este jogo foi mais uma bela exibição da nossa equipa. Na baliza, Ângelo Girão provou, como se ainda fosse preciso, que é o melhor guarda-redes do mundo. Na primeira parte, foi crucial, defendendo um livre directo e uma grande penalidade, além da já habitual série de espectaculares defesas. Os dois reforços, Henrique Magalhães e João Almeida, ambos provenientes da UD Oliveirense, combinaram um primoroso contra-ataque para João Almeida marcar o primeiro golo do jogo e o primeiro com a camisola verde e branca. No segundo tempo, Gonzalo Romero e João Souto ampliaram a vantagem, reduzindo a equipa espanhola pertíssimo do final. Esta Taça Continental, disputada contra o vencedor da Taça WS Europa, antiga Taça CERS, foi bem mais tranquila que a anterior, contra o FC Porto. Nesse jogo, valeu Gonzalo Romero que marcou dois golos em grandes jogadas individuais, o segundo inesquecível, com uma portentosa stickada do meio da rua. Vitória mais tranquila, mas nem por isso menos saborosa.

Em 2021, depois de ganhar brilhantemente o campeonato nacional e a Liga Europeia, triunfamos agora na Taça Continental. Paulo Freitas comanda uma equipa que tudo quer ganhar, que disputa todos lances como se fossem o último e em que não há defesas impossíveis. E sempre com uma sede de títulos verdadeiramente insaciável.

É isto ser Sporting Clube de Portugal!

Um filme com guião exigente

Por Rodrigo Pais de Almeida
22 Set, 2021

Dificilmente um guião seria tão exigente como o que estava escrito antes do jogo de domingo no Estoril.

Um filme vive da inspiração dos seus realizadores, produtores, actores e do brilho dos espectadores. Um filme segue o seu guião. Retrata acontecimentos que lá estão escritos numa sequência determinada para nos contar uma história. Enquadra cenas e factos. Sucedem-se momentos bons, menos bons para no final nos trazer uma conclusão ou simplesmente nos deixar a pensar…

Dificilmente um guião seria tão exigente como o que estava escrito antes do jogo de domingo no Estoril. O Campeão Nacional vinha de dois empates para a Liga Bwin com enquadramentos diferentes. Em Famalicão, num dia menos bom, e em casa com o FC Porto, numa exibição de enorme qualidade onde o empate deixou o sabor amargo de alguma injustiça. Mas, sobretudo, vinha de uma ressaca de derrota caseira para a Champions League. E tinha pela frente “somente” a grande surpresa da Liga até ao momento, com apenas um empate nos primeiros cinco jogos da temporada, e a jogar perante os seus associados.

Era necessário reagir a um preâmbulo tão difícil. Reescrever o guião pelo realizador e estar preparado para os “twists” próprios de Hollywood. Saber interpretar. Fechar a película com sucesso colocando uma pedra sobre aqueles que passam, mesmo depois de todas as “prequelas” do último ano e meio, do estado de histeria à depressão no mesmo mês. Na mesma semana. Ou, por vezes, no mesmo jogo!

Rúben Amorim assumiu que esta foi a semana mais difícil que este grupo de trabalho já viveu. Pudera. Um grupo que no último ano só falhou a conquista da Taça de Portugal a nível nacional. Um grupo muito jovem e que ainda passa pelas famosas “dores de crescimento”. Um grupo que tem vindo a ser alvo de algumas lesões traumáticas que têm afastado dos jogos alguns jogadores fundamentais. Um grupo que habituou os seus sedentos Sócios e adeptos a vitórias. A bom futebol. Agora a saber que tem a responsabilidade de assumir o momento e reagir.

A alegria natural e contagiante desta equipa não deve ter sido posta de lado, mas os sorrisos na cara que transbordam nos “Inside Sporting” e nos “Backstage Sporting” deram lugar a responsabilidade e compromisso para reagir com atitude e oferecer uma vitória para quem os saudou da forma reconfortante que saudou no final do jogo com o Ajax Amsterdam.

O Estoril entrou em campo com vontade de não deixar o Sporting CP reagir. Qualidade na posse e a sair em construção. Intensos com bola a procurar “ferir” entre os centrais e os laterais. À procura de espaços similares ao último jogo dos Leões, mas com mais simplicidade e rapidez a colocar a bola na frente depois de contornar a pressão da primeira linha defensiva Leonina. Os primeiros 15 minutos de jogo mostravam o “filme” que os pupilos de Bruno Pinheiro queriam protagonizar, mas ficaram-se por aí. Coincidiu a única defesa (e boa) de Adán com a reviravolta no sentido de jogo, que a partir daí foi único e sempre favorável à nossa jovem equipa.

Devia estar escrito no balneário pelo próprio Rúben Amorim que “depressa e bem não há quem”, e o Sporting CP começou então a reagir e a mostrar os seus intentos. Com o regresso do capitão Coates, promoveu-se a entrada de Matheus Reis a central canhoto e Sarabia no lugar de Jovane. Quando o Sporting CP recuperava a posse de bola o adversário recuava os dois médios

defensivos para junto da linha mais recuada, um na marcação individual a Paulinho e outro a tentar conter a influência da dupla Palhinha-Matheus Nunes. As marcações eram individuais, mas era em equipa que se ultrapassariam os desafios, e com a calma necessária para trabalhar a bola e esperar pelos momentos certos de atacar a baliza estorilista.

O Estoril recuava para tirar a profundidade e os espaços nas costas da sua defesa que os Leões tanto gostam de explorar formando uma linha de praticamente seis elementos. Rúben Amorim deu indicações claras para apostar na posse e na variação de corredores de jogo do Sporting CP. Com paciência, com qualidade no passe, e a fazê-lo cada vez com mais frequência e rapidez, começaram-se a abrir espaços e por três vezes na primeira parte só por milagre evitaram que o Sporting se adiantasse no marcador.

A astúcia do “realizador” Rúben Amorim mais uma vez viria a fazer a diferença. O ligeiro ajuste posicional da dupla de médios Matheus Nunes – Palhinha a adiantarem-se no terreno quando sem bola, e a abrirem como verdadeiros médios interiores quando a equipa tinha a posse de bola, permitiu as triangulações entre o central – ala – médio interior que fomentavam a posse de bola num dos corredores. Obrigavam o Estoril a bascular em torno do lado em posse de bola e libertavam espaço no corredor contrário onde após passe rápido de variação de flanco o ala e o médio interior estavam sempre em vantagem e com possibilidade de “galgarem” metros sobre a defensiva adversária.

Paulinho, sempre ele, a criar espaços e desequilíbrios posicionais na frente ou mais recuado em zonas de construção. Sarabia e Jovane a jogarem quase como dois avançados à espera das entradas dos alas, dos interiores e do Nº 9 que também é Nº 10. A lateralidade do irrequieto Nuno Santos e do pujante Pedro Porro. O verdadeiro cerco à baliza do Estoril estava montado, as oportunidades sucediam-se e, para além do 1-0, outros ficaram por marcar numa noite onde a eficácia voltou a estar de costas para a nossa equipa. A segurança do eixo defensivo com Matheus Reis e Neto em bom plano liderados pelo capitão Coates seguraram as ténues investidas do adversário nos minutos finais.

Uma vitória festejada com os Sócios e adeptos presentes e que apoiaram do primeiro ao último instante. Na raça. Justa. Inquestionável. E uma reacção digna de um filme dos grandes lutadores. Como só dão os verdadeiros Campeões quando alguém os tenta encostar às cordas: Uníssona, Implacável… e Épica! Uma exibição segura, paciente, dominadora e que permite à equipa trabalhar confiante e com olhos no próximo adversário, o CS Marítimo.

40 TÍTULOS EUROPEUS!!!

Por Tito Arantes Fontes
22 Set, 2021

Já vamos nos 40 Títulos Europeus! O hóquei neste passado fim-de -semana, com a conquista de mais uma Taça Continental, fez-nos chegar a esse extraordinário número!

 

Pois… é verdade… já vamos nos 40 Títulos Europeus! O hóquei neste passado fim-de -semana, com a conquista de mais uma Taça Continental, fez-nos chegar a esse extraordinário número! Em várias modalidades… começou em 1964 no futebol (a aclamada Taça das Taças!) e foi passando por muitas outras modalidades… atletismo (desde 1977 na sua vertente de corta-mato e – mais tarde, a partir de 2000 – de pista), hóquei (desde 1977), andebol (desde 2010), goalball (desde 2018), judo (desde 2018) e futsal (desde 2019)! São sete modalidades diferentes! Creio que é único no Mundo!

Estes 40 Títulos são tanto masculinos (35 títulos, o primeiro em 1964), como femininos (cinco títulos, o primeiro em 2016)! Por si só essa é também uma enorme demonstração do poderio – em qualquer dos géneros humanos - da Maior Potência Desportiva Portuguesa!

As modalidades – sete como já indicámos – repartem estes 40 Títulos Europeus do seguinte modo: um título no futebol, 20 títulos no atletismo, dez títulos no hóquei, dois títulos no andebol, três no goalball, dois no judo e dois no futsal! Impressionante! Verdadeiramente espectacular!

É também de salientar o facto de − desde 2018 para cá − o SPORTING CP ter obtido 15 destes 40 Títulos Europeus! Uma máquina vencedora! Com acentuado protagonismo de vitória nos últimos anos: cinco títulos em 2018! sete títulos em 2019! três títulos em 2021! E em 2020 não houve títulos… pois houve o malfadado “covid”!

Se juntarmos a estes títulos as nossas medalhas Olímpicas… pois é arrasador! Temos de tudo… Ouro, Prata e Bronze! Só nestes últimos Jogos Olímpicos vieram mais duas medalhas: a Prata da nossa amada princesa Patrícia Mamona e o Bronze do nosso querido gigante Jorge Fonseca! Desde Carlos Lopes é assim… sempre a arrasar! E medalhas Olímpicas também em várias modalidades… desde o atletismo ao tiro, desde o judo ao futebol! E na canoagem! São 11 medalhas… duas de Ouro (Carlos Lopes e Amunike), sete de Prata (Armando Marques, Carlos Lopes, Juskowiak, Francis Obikwelu, Ionela Târlea, Emanuel Silva e Patricia Mamona) e duas de Bronze (Rui Silva e Jorge Fonseca)!

Não há paralelo com este nosso palmarés! Não há paralelo em Portugal… e não há nem na Europa, nem no Mundo! Definitivamente… o SPORTING CLUBE DE PORTUGAL é mesmo A MAIOR POTÊNCIA DESPORTIVA!

No cenário português a comparação é mesmo arrasadora… pois, nem somando todos os nossos rivais, os seus números se aproximam sequer do nosso palmarés!

FUTEBOL

Depois do difícil jogo que tivemos com o Ajax e que nos deixou famintos de vitórias… vinha o Estoril, na Amoreira, a equipa sensação da presente temporada! A resposta da nossa equipa foi aquela que todos queríamos… garra, querer, ganas e o espírito vencedor que nos caracterizou no ano passado! Emblemático desse espírito o

pundonor do nosso Palhinha… é ver o modo como festejou um corte que fez junto da linha lateral já no final do jogo! Aquilo sim, aquilo é alma de Leão! Com todo este querer… mais uma vitória, merecida, limpinha, como mandam as regras… depois de termos encostado o Estoril, a tal equipa sensação, às cordas, nomeadamente na 1.ª meia hora da segunda parte… foi asfixiante!

A arbitragem a cargo do nosso “velho” conhecido Tiago Martins… que tanto já nos prejudicou… esteve (finalmente!) em bom nível… ainda que eu continue sem perceber o porquê dos minutos de desconto nesta temporada… quando o SPORTING CP está a ganhar “fora” pela margem mínima temos no mínimo seis ou sete minutos de “descontos” (como no Estoril)… quando queremos ainda chegar à vitória concedem-nos apenas quatro minutos (vidé jogo com o FCP!). E isso com situações similares de “paragens”… alguém explica “isto”? Eu não consigo “lá chegar”…

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!

Um exemplo de dedicação

Por Miguel Braga *
17 Set, 2021

A maior parte terá começado esta ligação ao Clube por via familiar. É assim com muitos de nós. Ainda em criança temos o privilégio de alguém zelar pelo nosso Sportinguismo. Com a maioridade, chega a responsabilidade de assumir por completo essa relação.

São os nossos Sócios mais antigos, sinal de vitalidade do Clube e de dedicação sem par. 75 anos são mais do que uma vida e, neste caso em particular, prova de uma ligação emocional sem paralelo. Num país onde tanta vez se critica a falta de cultura cívica e associativa da população, estes casos são verdadeiros exemplos a seguir. A maior parte terá começado esta ligação ao Clube por via familiar. É assim com muitos de nós. Ainda em criança temos o privilégio de alguém zelar pelo nosso Sportinguismo. Com a maioridade, chega também a responsabilidade de assumir por completo essa relação. Segundo os nossos estatutos, no artigo 16.º, “são Sócios efectivos os cidadãos que tenham, de acordo com a lei, atingido a maioridade”. E estes “integram, de modo permanente e directo, a vida do Clube, contribuindo, designadamente, para a sua manutenção e desenvolvimento”.

Neste particular, é uma construção de uma vida. Mês a mês, ano após ano e aqui, década após década. Mais do que as vitórias e as conquistas, o que está em causa são os valores que o Clube defende e representa. A todos, sem excepção, o nosso profundo reconhecimento e obrigado.

O Sporting CP realizou frente ao FC Porto uma exibição personalizada que merecia mais golos e um melhor resultado final. A (in)justiça do futebol tem destas coisas e, infelizmente, também continua a ter outras. Por essa razão, o Sporting CP enviou à Comissão de Instrutores da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) um pedido para a elaboração de um auto de flagrante delito a Pepe. Em causa, um lance dentro da área do FC Porto, aos 32 minutos, que passou em claro à equipa de arbitragem de campo e também à equipa que está confortavelmente sentada na Cidade do Futebol e sem a pressão do público ou dos bancos no estádio. Não está em causa a qualidade do central azul e branco, internacional por Portugal. Está em causa uma agressão clara aos olhos de todos. Estes lances não devem fazer parte do “normal” do futebol português.

O regresso à Liga dos Campeões não correu como esperado. No entanto, apesar do resultado, a reacção que se pede à equipa – e que os próprios jogadores e treinador frisaram no final da partida – começou logo após o apito final. A forma como os Sportinguistas presentes em Alvalade se despediram dos jogadores representa um excelente sinal para que o grupo regresse aos triunfos já no domingo, na difícil deslocação ao reduto do GD Estoril Praia, uma das boas sensações do campeonato nestas primeiras jornadas. 

A dor de cada Sportinguista é partilhada por todos no balneário. Mas tal como disse Luís Neto no final da partida “como grupo vamos sair mais fortes. Fomos formados na vontade de fazer mais e melhor, somos muito unidos e um grupo que se conhece muito bem. Às vezes, estes golpes vêm pelo melhor motivo. Amanhã já todos estarão fortes no treino." Do lado de Paulinho, a receita para o futuro próximo: “O Sporting no ano passado também foi eliminado em casa por números desta natureza. Reagiu bem e é isso que vamos fazer: reagir”. Não nos esqueçamos que esta é a equipa campeã nacional, que venceu também a Taça da Liga e a Supertaça. Não nos esqueçamos que estes são os primeiros passos de uma longa e difícil caminhada. Não nos esqueçamos que os jogadores e equipa técnica merecem todo o nosso apoio. E ontem, no estádio, demos prova disso mesmo. Somos da raça que nunca se vergará. Que ninguém duvide.

Editorial da edição n.º 3837 do Jornal Sporting

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

ORGULHO LEONINO

Por Rodrigo Pais de Almeida
17 Set, 2021

Se há coisa que hoje sentimos é que voltámos a ter um treinador, jogadores e uma EQUIPA ao nível do melhor dos nossos Sócios e adeptos!

O futebol é como a vida. Feito de momentos. Momentos que mudam o curso de um encontro. Que condicionam uma substituição. Uma lesão. Uma decisão, seja ela de um jogador ou do árbitro. Uma jogada. Uma ideia para um jogo. Cada jogo é, por si só, um conjunto de múltiplos momentos sequenciais. Apenas uma pequena alteração num deles e tudo o resto será diferente e levará a um percurso e um final potencialmente diferenciado!

Na mesma semana assistimos a dois jogos completamente assimétricos.

No sábado o Sporting CP rubricou uma exibição de grande nível, com solidez e coesão no meio, a construir inúmeras oportunidades de golo. Só o guarda-redes adversário adiou o dilatar de uma vantagem tão curta que foi desfeita no único remate enquadrado do adversário em todo o jogo. Injusto e doloroso. Uma equipa empolgante. Sem medo de ter bola e de construir jogo em linhas baixas para chegar com espaço mais na frente. Com passes de rotura e longitudinais que criaram desequilíbrios na estrutura defensiva adversária. Uma equipa que mostrou ter crescido muito face aos duelos com o FC Porto da época passada e que nos deixa esperançosos de uma época condizente com as nossas ambições.

Na quarta-feira vimos uma equipa com uma entrada nervosa e que após o primeiro e segundo momentos do jogo se viu a perder por dois golos de diferença. Condicionou tudo e todos. Dos jogadores ao adepto. Das decisões ao treinador. Uma equipa sem a sua referência defensiva (o capitão e melhor jogador da Liga Portuguesa 2020/2021, Coates) num jogo em que era obrigatório ser sólido. Uma equipa sem o grande impulsionador da fase ofensiva (o melhor marcador da Liga 2020/2021, Pedro Gonçalves) quando precisávamos de agitar o jogo.

Uma equipa que defrontou o poderio do campeão dos Países Baixos. Dotados de uma dupla de centrais que são os primeiros construtores de jogo ofensivo e que estudou muito bem a equipa de Rúben Amorim. Percebendo que a dinâmica da dupla Palhinha-Matheus tinha de ser contrariada, colocou Berghuis e especialmente Gravenberch (19 anos de puro talento deste já titular da sua selecção) entre linhas ofensivas por detrás da dupla leonina, e não a jogar de frente como é usual.

Sempre em superioridade numérica no meio-campo fruto desse “falso” posicionamento, Gravenberch apoiava os centrais e o trinco Alvarez na saída de jogo cuidada ora pelo corredor central ou em tabelas laterais. Mas ainda aparecia nas costas de Palhinha-Matheus na cabeça da área a apoiar Haller, Tadic e Antony criando quase que uma linha de cinco atacantes para cinco defensores e onde a rapidez e o sentido de jogo de quem tem bola dá a vantagem aos atacantes.

Quando o Sporting começava a tentar construir a partir de Adán e do trio defensivo (sempre demasiado fechado no corredor central ao invés da habitual abertura para criar espaço para o passe entrar), o peso de dois golos de desvantagem muito prematuros condicionaram o jogo. Alterou dinâmicas. Mexeu com a confiança dos nossos jovens e ainda pouco experientes jogadores nestas quentes noites europeias. Aglomerou homens onde devia haver espaço. Facilitou a pressão intensa do adversário em linhas avançadas, e raramente conseguiu passar essa primeira linha de pressão que poderia ter sido transposta (como se viu em alguns lances) com o apoio baixo de Paulinho ou com a profundidade de Jovane e Nuno Santos depois do apoio curto do nosso homem mais avançado.

A inexperiência da nossa jovem equipa também ficou bem patente num dado estatístico interessante: 11 vs 27 foram as faltas que cada equipa fez. Os jogadores do Ajax nunca hesitaram em travar as nossas transições com faltas que matavam a jogada antes ainda de ela se tornar perigosa.

A primeira parte da nossa estreia na Liga dos Campeões é feita de três momentos. Os únicos três remates à baliza do AFC Ajax. Os três resultaram em golo. Os três mudaram o curso do jogo. Sorte para uns. Eficácia para outros. São momentos marcantes porque dois deles abrem um jogo nos primeiros nove minutos em que o Sporting CP tinha de gerir para controlar a ansiedade natural, e o outro fecha (42’) a mesma primeira parte restabelecendo a vantagem de duas bolas.

Ao momento da possível viragem com o 2.º golo de Paulinho anulado milimetricamente pelo VAR sucede-se o 1-4. E ainda ao momento do derradeiro grito de revolta Leonino com a bola a embater milagrosamente no poste da baliza e a sair quando podia ter entrado, responde no remate seguinte com o 1-5. Sempre que mostrava que não se rendia, o Leão era impiedosamente abatido com mais um golpe de eficácia neerlandesa. Nunca se rendeu. Mas aos momentos de possível reacção, respondeu sempre o adversário com um momento de desequilíbrio e de golo.

Muitos dos melhores momentos da minha vida estão associados ao Sporting CP. Ao Estádio de Alvalade. Ao Jamor. Aos amigos e familiares nas romarias a acompanhar o Sporting CP. A percorrer estádios por esse mundo fora atrás do nosso grande amor. Momentos de alegria. Outros menos bons. Perdoem-me a sinceridade, mas houve momentos no passado em que a equipa não estava à altura dos Sócios que tinha. Infelizmente, no passado, num ou noutro dia menos bom, nós, os Sócios, esquecemo-nos da nossa verdadeira essência e pontualmente não estivemos nós à altura da equipa.

Mas poucos momentos se comparam ao que vivi na 4.ª feira no final do jogo após uma derrota pesada por 1-5 na nossa própria casa. O estádio, de norte a sul, de nascente a poente, em uníssono a despedir-se da equipa com uma salva de palmas arrebatadora e com cânticos de apoio, recordando o verdadeiro sentido leonino. Os valores inegociáveis do que é ser Sporting CP. De quem não tem memória curta. De quem sabe o que custou chegar até aqui e não quer dar um passo que seja atrás! De quem sabe que tem de fazer muito mais com muito menos que os outros. De quem sente que o Clube se reergue e precisa de todos ao seu lado empurrando-o com o que pode para influenciar positivamente a equipa, rumo às ambicionadas vitórias.

Rúben, não te surpreendas com este momento! Sei que ainda te estás a habituar a ter os Sócios e os adeptos no estádio atrás de ti. E, se tens esse orgulho imenso e genuíno nos teus jogadores, acredita que nós também e que nunca vos deixaremos cair! Porque por muito que nos tentem vergar, vocês lutam até à última gota de suor especialmente quando as coisas vos correm menos bem e isso mexe connosco. Porque se há coisa que hoje sentimos é que voltámos a ter um treinador, jogadores e uma EQUIPA ao nível do melhor dos nossos Sócios e adeptos!

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