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Opinião

Muito mais que um treino

Por Miguel Braga *
14 Out, 2021

“No Afeganistão, não tínhamos estas condições para melhorar enquanto jogadoras. É uma grande oportunidade para nós, nem consigo explicar. Podemos ser aquilo que quisermos”. Sadaf Sharifzada sabe bem de onde escapou.

É impossível compreender o que é ter a vida assim, virada do avesso, com apenas 15 e 16 anos. É impossível ficar indiferente à realidade de dezenas de raparigas que tiveram de abandonar o país de origem, cada uma com a sua história dramática, de fuga, de reencontros e de esperança (páginas 14 e 15).

O Sporting CP recebeu de braços abertos uma selecção jovem de futebol do Afeganistão para um treino conjunto com a equipa feminina de sub-15. Em causa, muito mais do que um simples treino: “quando jogo futebol sinto‑me livre, como uma rapariga normal, igual a uma qualquer que viva noutra parte do mundo”, afirmou Sadaf Sharifzada, uma das jogadoras afegãs. Apesar dos seus apenas 16 anos, Sadaf sabe bem de onde escapou: “no Afeganistão, não tínhamos estas condições para melhorar enquanto jogadoras. É uma grande oportunidade para nós, nem consigo explicar. Podemos ser aquilo que quisermos”.

É, de facto, muito difícil compreender uma realidade onde é negada a possibilidade de sonhar às jovens, onde são e irão ser negados direitos e liberdades que julgamos universais. “Quero mostrar aos talibãs que somos tão poderosas quanto os homens e que sou mais corajosa do que aqueles que dizem que as mulheres têm de estar em casa. Quero mostrar‑lhes o meu poder”. De Lisboa para o Mundo, o poder de todas estas raparigas será um exemplo para milhares de tantas outras, cujo quotidiano foi interrompido, sem prazo para regressar a uma normalidade que se deseja que seja extensível a toda a Humanidade. Estes exemplos servem também para nos obrigar a parar e pensar nos privilégios que temos e que devemos valorizar todos os dias. A toda a comitiva do Afeganistão, o Sporting CP expressou o desejo de futura cooperação e disponibilidade para ajudar no acolhimento do grupo. Será a própria sociedade portuguesa a dar os próximos passos.

Vários Leões do Sporting CP voltaram a brilhar nos SUDS Open Euro TriGames – os Europeus para atletas com Síndrome de Down −, na natação e no ténis de mesa (página 26). Começando pelo último, João Soldado conquistou quatro medalhas, revalidando títulos e provando mais uma vez a sua condição de atleta de eleição. Já dentro de água, destaque para Diogo Matos, João Vaz, André Almeida e, especialmente, Vicente Pereira – os vários recordes nacionais, europeus e até mundiais deste quarteto, ajudaram à conquista do terceiro lugar da selecção nacional no torneio por equipas. Já o nosso Vicente Pereira foi o Michael Phelps de serviço ao conquistar sozinho, nada mais nada menos que 12 medalhas de ouro com quatro recordes mundiais e cinco recordes nacionais. Impressionante.

Por último, destaque também para a primeira grande entrevista da nova vida de João Pereira (páginas 16 a 18), antigo internacional português que na época passada sagrou-se Campeão Nacional e que agora abraçou a missão de ser treinador-adjunto da nossa equipa de sub-23: “o Sporting CP é especial porque é diferente a vários níveis”. E essa diferença é um dos motores da dimensão do Clube.

Editorial da edição n.º 3841 do Jornal Sporting

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

Leões que não se esquecem

Por Juvenal Carvalho
14 Out, 2021

Que rica História tem o Sporting Clube de Portugal. Que enorme acervo tem o nosso Jornal, retratando essa mesma História!

Através de um grupo de amigos criado no WhatsApp, com a particularidade de todos eles serem Sportinguistas, e na sua maioria terem passado pelo Jornal Sporting, recebi, no caso através do Gonçalo Pereira, um grande Leão que já passou por esta casa, e das pessoas mais geniais que conheço quanto à sua capacidade de escrita, uma foto do Jornal Sporting onde pontificavam nomes incontornáveis da história do nosso Jornal. Corria então a década de 90. Sou leitor deste jornal desde criança, uma leitura semanal quase peregrina. Dos tempos em que João Xara-Brasil era o director, e em que escreviam Inácio Teigão − era seu ávido leitor −, António Baptista, entre outros. Estava mesmo longe de pensar que algum dia conseguiria escrever umas linhas para este nosso Jornal, aquele que é "só" o mais antigo de clubes a nível mundial e o do meu/nosso coração.

Nessa foto recordei grande nomes do Jornal Sporting, alguns que já não estão entre nós. Lembrei de António Capela, quantas deliciosas estórias dele ouvi in loco. Um Leão imenso. Recordei também Silva Falcão, António Ramos, Galvão Correia e António Martins. Vi igualmente uma das referências de todos os tempos deste nosso Jornal, a Senhora Leonor Roque, bem como Ruben Coelho, outra figura incontornável na vida do nosso Jornal, e que num telefonema, em 2012, sabendo da minha oposição à direcção então vigente, me convidou para fazer uma coluna de opinião no nosso Jornal. Enfim, foi até com alguma emoção que vi aquela fotografia. 

Ter tido o privilégio de ter privado com eles, além de conhecimento e respeito, bebi toneladas de Sportinguismo e fez-me crescer humanamente. O nosso Jornal, cada vez mais perto de ser centenário, tem sido escrito por Homens e Mulheres que lhe acrescentaram valor. Milhões de caracteres já nele foram escritos. Onde o Sporting Clube de Portugal foi seguramente elevado ao seu mais alto esplendor. Disse atrás que nunca pensei em conseguir escrever algumas linhas nele, num percurso que, com interrupções, esta é a terceira vez que o faço. Com que orgulho, e contando com a vossa paciência para me ler.

E se neles me inspirei para escrever umas linhas nesta coluna de opinião, uma certeza terei. Se antes foi com outros directores, a quem agradeço terem contado comigo, agora é com André Bernardo, a quem dou aqui os parabéns pelo excelente trabalho que está a realizar no clube.

Apenas uma coisa me prende e me faz mover, e essa é o Sporting CP. Porque todos passamos, e 2022 será o ano do centenário do Jornal Sporting.

Acima de tudo e de todos. Nunca fiz, deste espaço, um local que não fosse tão só para exaltar o Sportinguismo. É assim que gosto de ser e de estar. 

E, claro, que se esta opinião foi motivada pela fotografia do Gonçalo e do que ela mexeu comigo, aos da foto que partiram, aos que ainda estão connosco, e a tantas outras fotos a juntar a esta fotografia do nosso Jornal, o meu reconhecimento a todos eles. 

Que rica História tem o Sporting Clube de Portugal. Que enorme acervo tem o nosso Jornal, retratando essa mesma História!

Assembleias Gerais – Clube e SAD - Reflexões – (Parte II)

Por Tito Arantes Fontes
14 Out, 2021

Continuamos a nossa reflexão sobre o modo como as Assembleias Gerais do nosso Clube e da sua SAD têm funcionado

 

Continuamos a nossa reflexão sobre o modo como as Assembleias Gerais do nosso Clube e da sua SAD têm funcionado, centrando agora a nossa atenção – conforme anunciei na semana passada – nestas últimas. Ou seja, nas Assembleias Gerais da SPORTING SAD, empresa cotada em bolsa, como se sabe.

Pois bem, o cenário de funcionamento é aqui totalmente distinto – e bem ao contrário - do que sucede nas Assembleias do Clube. As inscrições para o acesso dos accionistas (e não necessariamente Sócios do SPORTING CLUBE DE PORTUGAL) às Assembleias da SAD obedecem, desde logo, a um rigoroso “ritual”, que – desde sempre, há mais de 20 anos – é “religiosamente” cumprido. No respeito pela lei e pelo definido nos Estatutos da SPORTING SAD. Assim, os accionistas que querem estar presentes têm de o comunicar ao presidente da Mesa da Assembleia Geral e os bancos onde estejam depositadas as suas acções terão de confirmar para a mesma entidade a existência e “bloqueio” das mesmas. Tudo com antecedência em relação à data da Assembleia que estiver em causa de, grosso modo, uma semana (sendo que o prazo para o accionista fazer a sua comunicação termina no dia anterior ao prazo para os bancos confirmarem a existência e bloqueio das acções).

Na prática, a SPORTING SAD tem tido nos últimos anos Assembleias Gerais com a presença de cerca de 50 accionistas. Gente de um modo geral bem preparada e que vai debater os relatórios e contas de cada exercício e os demais pontos da ordem de trabalhos que em cada Assembleia estejam em causa. Por exemplo, este ano, no passado dia 6 de Outubro, debateram-se também pontos referentes às remunerações dos titulares dos órgãos sociais, nomeadamente aos membros do Conselho de Administração da SAD, bem como um ponto sobre autorização para o mesmo Conselho efectuar emissões de empréstimos obrigacionistas até ao montante de 50 milhões de euros.

De sublinhar que estas Assembleias decorrem com um elevado sentido cívico da generalidade dos accionistas presentes, sendo que os mesmos intervêm de modo aprofundado sobre a totalidade dos pontos de cada ordem de trabalhos, questionando nomeadamente o Conselho de Administração sobre todos os aspectos que tenham por relevantes e que digam respeito à vida da SAD e aos pontos da ordem de trabalhos. Por exemplo, nos últimos anos, o actual presidente da Mesa da Assembleia Geral tem sido, aliás, tolerante neste aspecto, efectuando uma “interpretação lata” dos limites dos assuntos que deveriam ser contidos no exclusivo domínio da SAD e/ou da ordem de trabalhos de cada Assembleia, permitindo – e bem, na nossa opinião – a abordagem de questões conexas que ajudam ao melhor enquadramento da vida da SAD e da sua interacção com a vida do Clube.

Certo é que as perguntas são feitas num tom de voz civilizado, racional, de modo fundamentado, o que permite a sua compreensão pelos demais participantes na Assembleia. As respostas dos membros do Conselho de Administração são, pelo seu lado, ouvidas por todos os presentes. Pergunta-se tudo e ouvem-se respostas sobre tudo. Inclusive os accionistas – se assim o entenderem - poderão comentar que não foram totalmente esclarecidos. Resulta desta sã “vivência democrática” que as Assembleias da SAD são, nesse aspecto da urbanidade, Assembleias verdadeiramente exemplares. Normalmente demoradas, alargando-se por várias horas… a última por cerca de sete horas; a do ano passado por creio umas nove horas. Mas – sempre e isso sim – Assembleias onde dá gosto ir, estar… e onde se debatem verdadeiramente temas “SPORTING”!

Fica, pois, aqui a reflexão se não devemos todos, agora falando para os Sócios do SPORTING CLUBE DE PORTUGAL, aprender com este exemplo das Assembleias da SPORTING SAD! Não podemos continuar a ter Assembleias do Clube em que ninguém se ouve, ninguém se respeita! E em que – por isso mesmo – a maioria dos Sócios não vão… ou se vão só querem votar e sair!

É um tema para reflexão e decisão futura… a meu ver a curto prazo! Numa próxima alteração de Estatutos… premente e imperiosa! Até lá… voltando às Assembleias do Clube… no dia 23 é mesmo para se comparecer em peso na Assembleia do SPORTING CP e ouvir mais uma vez a voz dos únicos, verdadeiros e sempre donos do Clube: os Sócios do SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!!

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!!

Passo a passo

Por Miguel Braga
07 Out, 2021

“O desporto transformou a minha vida. Fiquei cega aos 12 anos e aos 13 comecei a praticar o goalball, que devolveu a minha vontade de viver e sonhar novamente”. As palavras são da nossa atleta Ana Carolina Duarte.

O Sporting CP conquistou no passado fim-de-semana o seu 41.º título europeu. O feito foi alcançado pela equipa feminina de goalball do Clube que venceu, pela segunda vez consecutiva, a Champions League (antiga Superliga Europeia).

Esta modalidade é um verdadeiro caso de dedicação, de superação, de persistência, de querer ser mais e melhor. No caso da nossa equipa feminina, treinam com os homens e não têm outras equipas para competir em Portugal, apenas na Europa. “O desporto transformou a minha vida. Fiquei cega aos 12 anos e aos 13 comecei a praticar o goalball, que devolveu a minha vontade de viver e sonhar novamente. Eu achava que não seria mais capaz de fazer desporto e a minha vida sem o goalball não é nada”. É desta forma que a nossa Ana Carolina Duarte resume a importância da modalidade na sua vida. E é assim que, em poucas palavras, explica o papel central que o desporto tem para si. “Esta vitória foi uma construção de todas nós”, disse.

O goalball nasceu pouco depois do fim da Segunda Guerra Mundial com a missão de integrar pessoas com falta de visão – na sua grande maioria soldados que regressaram a casa com mazelas da guerra. E foi assim, em 1946, o austríaco Hanz Lorenzen e o alemão Sep Reindle apresentaram ao mundo um novo jogo, com regras e equipamentos próprios: duas equipas (constituídas por três pessoas cada), duas balizas e uma bola a ser lançada pelo chão com o objectivo de marcar golo ao adversário. A bola tem algumas características específicas: dimensão idêntica a uma bola de basket, mais pesada, com pequenos guizos que permitirem ouvir o som do movimento. Os atletas têm ainda de usar tampões oculares e viseiras opacas de forma a garantir que todos competem em pé de igualdade.

A simplicidade das regras do jogo permitiu que o mesmo fosse crescendo até 1976 onde teve a sua primeira aparição nos Jogos Paralímpicos em Ontário – ainda que tenha sido numa versão apenas de exibição, ou seja, sem medalhas. Estes Jogos foram também os primeiros onde as pessoas com deficiência visual competiram pela primeira vez.

Para a história, fica a vitória por 12 a 2, frente ao FIFH Malmo, da Suécia. Com a particularidade de o jogo não ter chegado ao fim – o goalball tem essa regra: uma vez atingida a diferença de dez golos o jogo acaba e está conhecido o vencedor. E, neste caso, representou a conquista do 41.º título europeu para o Sporting CP. Parabéns a todos os envolvidos.

Com as vitórias do futsal masculino e do rugby feminino no passado feriado, o Sporting CP fez o pleno dos Troféus Stromp desta época, num total de dez vitórias. Mais uma demonstração de força do nosso eclectismo que nos faz encarar a temporada com optimismo em várias frentes.

Uma palavra também para os nossos supercampeões do futsal. Depois das conquistas pelo Clube, sete dos nossos Leões foram reis na Lituânia onde se sagraram, pela primeira vez na história, Campeões do Mundo por selecções da modalidade. Os nossos sinceros e sentidos parabéns.

Finalmente, no futebol, a equipa de Rúben Amorim conquistou em Arouca mais três pontos, permitindo encarar esta pausa FIFA com o foco no descanso e recuperação dos jogadores. O Sporting CP volta a fornecer vários jogadores a várias selecções, com dois destaques: a primeira vez de Matheus Nunes e a primeira vez que uma equipa portuguesa cede dois jogadores à selecção espanhola, para o caso, Pedro Porro e Pablo Sarabia. Que continuem a espalhar qualidade dentro de campo. E que regressem bem, idealmente sem lesões.

Editorial da edição n.º 3840 do Jornal Sporting

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

Tanto Sporting, quanto orgulho

Por Juvenal Carvalho
07 Out, 2021

Na semana em que o Sporting Clube de Portugal chegou à quadragésima primeira conquista europeia do seu historial

Na semana em que o Sporting Clube de Portugal chegou à quadragésima primeira conquista europeia do seu historial, esta com a motivação suplementar de ter chegado através do desporto adaptado, com a equipa feminina de goalball a sagrar-se vencedora da Champions League, num clube - o nosso - que além do Esforço, Dedicação, Devoção e Glória do nosso lema, também tem a inclusão social como bandeira, sendo mesmo incomparável aos demais neste apostar no desporto adaptado, e também aí fazer a diferença pela positiva, e que tanto nos enche de orgulho.

Orgulho é também a expressão para o que sentimos no passado domingo, na longínqua Lituânia, quando Portugal se sagrou Campeão do Mundo de futsal. Claro que não chamo as vitórias do nosso país, atribuindo-as ao nosso clube, mas que é impossível dissociar as mesmas, isso parece-me inequívoco.

Foram sete os Leões que representaram Portugal. Tomás Paçó, João Matos, Zicky Té, Erick Mendonça, Pauleta, Miguel Ângelo e Pany Varela, com a cereja no topo do bolo a passar pelo facto dos quatro primeiros desta lista serem da "cantera", produtos "made in Sporting".

Nada é por acaso, até porque o Sporting Clube de Portugal, como em tanta e tanta coisa tem sido o pioneiro, também no futsal o mesmo tem que ser dito, por ser verdadeiro.

A esta lista, poderia ainda acrescentar o nome de Cardinal, que infelizmente uma grave lesão sofrida ainda na época passada o impediu de ser Campeão do Mundo, e logo ele, que tanto merecia estar neste épico levantar da taça, a mais importante à escala planetária.

Neste êxito, em que já destaquei os nossos atletas, quero também ressalvar os restantes jogadores, que tão brilhantemente representaram o nosso país, independentemente do clube que representam, até porque quando envolve a selecção das quinas isso passa ao lado. Na minha qualidade de desportista, e pese o jogador nunca ter representado o nosso Clube, jamais deixarei de me recordar das lágrimas do "mágico" Ricardinho aquando do hino de Portugal antes do jogo. Um momento épico de alguém que tantos e tantos jogos fez pelo nosso País e que o sente como poucos. Para recordar, e que deve servir de exemplo para os mais jovens, sobretudo para os que agora estarão a iniciar a sua carreira.

Foi assim mais uma semana em que o nosso Clube honrou os seus fundadores. Onde estiverem estarão garbosos e com tanto orgulho do momento vivido pelo Leão rampante, onde ganhar é recorrente não só no plano nacional como internacional.

Ser do Sporting CP é isto. Não se explica...sente-se!

41 e outros números

Por Pedro Almeida Cabral
07 Out, 2021

Foi no passado fim-de-semana que o Sporting Clube de Portugal conquistou o seu 41.º título europeu

41. Foi no passado fim-de-semana que o Sporting Clube de Portugal conquistou o seu 41.º título europeu. As Leoas da equipa feminina de goalball sagraram-se Bicampeãs da Europa, renovando o título conquistado há dois anos. São mais de quatro dezenas de títulos continentais ganhos pelo Clube. O primeiro no ano de 1964, a famosa Taça das Taças do cantinho de Morais. E este último, 57 anos depois. Futebol, atletismo, hóquei em patins, andebol, goalball, judo e futsal são as sete modalidades em que alcançámos a glória europeia. Só nos últimos três anos, o Sporting CP conquistou 11 destes títulos, mais de um quarto do total. O único clube em Portugal que é verdadeiramente ecléctico a nível europeu.

7. Portugal sagrou-se campeão mundial de futsal. Um título que vem na senda de conquistas Leoninas. O percurso europeu do Sporting CP na UEFA Champions League tem sido notável, tendo chegado nos últimos dez anos cinco vezes à final, ganhando os títulos de 2019 e de 2021. Fomos o clube mais representado na selecção com sete jogadores em 16, dominando, por completo, a convocatória. O segundo clube, o Braga/AAUM, estava representado por apenas três jogadores e o SL Benfica por um. Tomás Paçó, Erick Mendonça, João Matos, Pany Varela, Miguel Ângelo, Pauleta e Zicky Té são os campeões mundiais da equipa de futsal do Sporting CP. O nosso Pany Varela foi o homem da final contra a Argentina, marcando dois golos. Para muitos, foi mesmo o melhor jogador da competição. Um título de Portugal, mas com sabor a verde e branco.

4. Já se jogaram oito jornadas do Campeonato Nacional de futebol. O Sporting CP segue a um ponto do primeiro, SL Benfica, disputando a liderança. Se tem havido alguma cerimónia na produção ofensiva, somos, ainda assim, a terceira equipa mais concretizadora. Como já é hábito no futebol do Campeão, não sofrer golos é essencial. Até agora, apenas encaixámos quatro golos, 0,5 golos por jogo. Somos, naturalmente, a equipa menos batida do campeonato, a par do Portimonense SC. Até temos menos um golo sofrido que na temporada passada, na mesma fase da competição. É só continuar assim, melhorando o acerto atacante.

15. Ganhámos perante o FC Arouca na última jornada. 2-1 o resultado final. O primeiro golo nosso é uma extraordinária jogada de futebol em qualquer estádio do mundo. Até ao golo, trocaram-se nada mais nada menos que 15 passes entre dez jogadores, culminando no encosto de Matheus Nunes para as redes adversárias. Arte poética futebolística. Executada por uma equipa que teve mudanças face às opções habituais, com destaque para a titularidade de Daniel Bragança. E que jogava na ressaca europeia da Champions, tradicionalmente um jogo sempre difícil para nós. Neste quadro, só podemos concluir que Rúben Amorim mexe na equipa como há décadas não se via em Alvalade.

Assembleias Gerais − Clube e SAD – Reflexões (Parte I)

Por Tito Arantes Fontes
07 Out, 2021

Estamos em pleno tempo de Assembleias Gerais!

 

Estamos em pleno tempo de Assembleias Gerais! Primeiro a do Clube no passado dia 30 de Setembro. Hoje (4.ª feira, dia 6 de Outubro, dia em que escrevo) a da SAD. Olhemos para cada uma delas em particular.

A Assembleia Geral do Clube na passada semana foi mais um triste espectáculo… umas poucas centenas de Associados tudo fazem para perturbar a Assembleia, inviabilizando que outros Associados possam acompanhar o desenrolar dos trabalhos e ouvir como deve ser as intervenções de quem usa da palavra. Tudo isso faz com que cada vez menos Associados tenham paciência (e sim, é esta a palavra certa!) para aguentar estas penosas Assembleias do Clube… infelizmente chegámos a este ponto! Em boa hora, e depois de algumas experiências iniciais, que começaram há largos anos, bem antes do mandato dos actuais Órgãos Sociais, desde logo no mandato dos seus imediatos antecessores, encontrou-se uma forma de contornar estes manifestos “comportamentos totalitários” que só me fazem lembrar as famosas “RGAs” do meu tempo de estudante (Reuniões Gerais de Alunos - que vivi no Liceu D. João de Castro em Lisboa e na Universidade em Coimbra - que se prolongavam à exaustão para permitir no final a votação pelos “resistentes” das moções que melhor aprouvessem a quem queria vencer não pela razão, mas sim pela exaustão… como se isso fosse algum método democrático!).

A solução encontrada no seio do SPORTING CP foi – e bem! - a de permitir que a votação dos vários pontos da “ordem de trabalhos” possa ocorrer a partir do momento em que a Assembleia é declarada aberta. É uma boa solução! Quem se sente esclarecido sobre os pontos em discussão pode, assim, votar logo e – se quiser – sai da Assembleia. Por outro lado, quem pretender esclarecimentos fica a acompanhar os trabalhos… tentando ouvir o que essa “minoria totalitária” deixar… e votará ou quando chegar ao final do período de intervenções ou quando desistir de tentar perceber o que é dito face à algazarra que essa “minoria totalitária” não desiste de perpetuar! Este é o quadro associativo em que decorrem as Assembleias do nosso Clube! Não pode ser pior!

Assim, com este “caldinho cultural”, não surpreende que cada vez menos Sócios marquem presença nas Assembleias do SPORTING CLUBE DE PORTUGAL! E que – consequentemente – deixem este nas mãos dessa “minoria totalitária”… que literalmente goza com toda a massa associativa ao chumbar consecutivamente tudo quanto seja proposto pela Direcção, máxime – nesta última Assembleia – as contas de dois exercícios (2019/2020 e 2020/2021) e o orçamento para 2021/2022. Damos, assim, nós próprios, matéria para um “chorrilho” de comentários e de programas televisivos que dizem que os Sócios do SPORTING CP não estão com a Direcção, etc, etc… ou seja damos assim matéria de gaudio para essa gente que nos odeia! Um regabofe a que a “minoria totalitária” nos sujeita!

Nesta ultima Assembleia do Clube, depois do espectáculo a que parcialmente ainda assistimos, vieram os resultados das votações… tudo chumbado menos o nome das sete portas do Estádio José Alvalade! E mesmo este ponto foi aprovado por uma maioria quase que “à tangente”! O resto foi tudo chumbado por 400 associados… a maioria dos 700 e tal que marcaram presença na Assembleia! Mas certo é que esses 400 são uma minoria, uma ínfima e ridícula minoria, dos Sócios do SPORTING CP que podem ter lugar na Assembleia…

Por isso - e bem - o Presidente Frederico Varandas disse o que disse no final da Assembleia Geral! Os sócios têm o dever de comparecer e votar nas Assembleias do Clube… e não deixar que minorias activas, mobilizadas e sempre em permanente contestação “de tudo e de nada” mandem no Clube!

Foi – assim e bem! - anunciada nova Assembleia para dia 23… oxalá que sim! E oxalá que a massa associativa do SCP – como tantas e tantas vezes já fez no passado, nomeadamente quando o futuro do Clube assim o exigia! - compareça em força para se votar, finalmente e como espero, a aprovação das contas dos exercícios de 2019/2020 e 2020/2021 e do orçamento de 2021/2022! E – com isso – acabar com o “interminável festim” que tem servido de alimento aos nossos adversários… sim, falo das gentes que estão a soldo dos “poderes bicolores” que tanto, desde logo nos últimos 40 anos, nos têm prejudicado e roubado! É com esses que a “minoria totalitária” que temos no nosso Clube parece, afinal, ter objectivamente pactos e estratégias comuns! Fica aqui o desafio e o convite para todos e cada um dos sócios que fazem parte dessa “minoria totalitária” pensar e reflectir sobre o que está verdadeiramente a fazer ao SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!

A Assembleia da SAD é outra coisa. Nesta consegue-se falar! E dessa – por absoluta falta de espaço - falarei na crónica da próxima semana!

P.s. Futebol – prosseguimos com mais uma vitoria no Campeonato Nacional, depois da jornada europeia. Jogo difícil em Arouca… e bem ganho! Utilmente ganho! Já outros… caíram do pedestal estratosférico onde já estavam… um voo a pique, descontrolado… para um “estatelanço” de gargalhada total!!!

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!

Projectos com ADN Sporting CP

Por Miguel Braga*
30 Set, 2021

“É tudo mérito delas que trabalham muito, tanto as mais novas como as mais velhas. (…) Ganhámos e se ganhamos, ganhamos todas juntas”, disse a treinadora Mariana Cabral.

Mais um feito da equipa liderada por Luís Magalhães a acrescentar ao regresso escrito a ouro da modalidade. Em Sines, o Sporting CP venceu o Imortal BC – finalista vencido da última edição da Taça de Portugal que está no nosso Museu - por 76-64, conquistando a primeira Supertaça de Basquetebol da História do Clube – nunca é demais recordar que em 2 anos, além desta Supertaça, esta equipa venceu um Campeonato Nacional e duas Taças de Portugal, com o pequeno grande detalhe de que liderávamos o campeonato interrompido pela pandemia. Regressando ao jogo, o mesmo foi complicado com uma entrada forte do Imortal BC. Porém, a magia Joshua Patton (MVP do jogo com 17 pontos), Micah Downs (17), Mike Fofana (13 pontos), Travante Williams (13 pontos) e companhia impôs a Lei do Leão. No final da partida, Luís Magalhães era um técnico satisfeito: “Atingimos o primeiro grande objectivo que era começar esta época como acabámos a última: a ganhar troféus”. No sábado, começa a defesa do título de Campeão Nacional frente à AD Ovarense, na Arena de Ovar.

Quem também não conseguiu conter a sua satisfação foi a treinadora Mariana Cabral, depois da expressiva vitória por 5-1, frente ao SL Benfica, em jogo a contar para a segunda jornada da primeira fase da Liga BPI. “É tudo mérito delas que trabalham muito, tanto as mais novas como as mais velhas. (…) Ganhámos e se ganhamos, ganhamos todas juntas”. Depois de vencer as rivais na Supertaça, ainda no final de Agosto, a equipa feminina do Sporting CP volta a demonstrar que é possível construir um projecto com o ADN Sporting com competência e dedicação, assente nos valores do Clube. Estas vitórias frente a um rival que investiu muito mais acrescentam responsabilidade e crença nelas próprias, na treinadora e na estrutura. A época está no seu início, mas os sinais são encorajadores. Sábado há nova prova de fogo frente ao SCU Torreense.

Este sábado, a equipa de Rúben Amorim desloca-se a Arouca, para enfrentar o recém-promovido clube local, com o objectivo de somar os três pontos da vitória. Para trás, está já o jogo a contar para a Liga Campeões, no Signal Iduna Park, frente ao Borussia Dortmund (1-0). Apesar da exibição personalizada, não conseguimos o nosso objectivo: “ninguém vai feliz para casa. (…), mas os rapazes estão de parabéns, no futuro seremos melhores. A equipa cresce a olhos vistos. Este jogo não retira mais/menos confiança na equipa, mostra aos jogadores que são capazes de melhor”. É com este apelo à fibra de cada um e de cabeça levantada que temos de dar resposta à altura dentro de campo. Até porque vem aí mais uma pausa FIFA – altura certamente para a equipa técnica trabalhar com a juventude do Clube e recuperar jogadores – e uma consequente sequência de jogos que requer a máxima força e concentração.

Ontem, 4.ªfeira, começou a Champions League do Goalball, onde as equipas feminina e masculina de goalball do Sporting CP vão defender os respectivos títulos europeus conquistados na última edição. Recorde-se que esta competição não se disputou no ano passado devido à pandemia. “Somos campeões em título, mas temos de respeitar todos os adversários”, afirmou Márcia Ferreira, treinadora e directora da modalidade. “Foi um ano e meio muito difícil para todos, sobretudo para estes atletas que, como sabemos, interagem através do toque e estiveram privados disso. Ainda assim, nós no Sporting CP conseguimos, com muito empenho e dedicação, trabalhar muito bem e preparar esta prova da melhor forma”. A todos, desejos de conquistas e superação.

Este sábado, também entramos em campo para lutar pela Supertaça de voleibol, frente ao SL Benfica. Depois de conquistado o Torneio Raça Vareira, no passado fim‐de‐semana, com vitórias frente ao SL Benfica (3‐1) e o SC Caldas (3-0), os Leões de Gersinho querem trazer o troféu para casa. Que a força e a determinação estejam com eles.

Editorial da edição n.º 3839 do Jornal Sporting

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

Fez-se História em Sines!

Por Juvenal Carvalho
30 Set, 2021

Esta época, no fundo não só no basquetebol como nas outras, começou como acabou a anterior, sob o signo da vitória.

Dizer que em pequenino fugia literalmente aos meus pais para ir ver tudo o que fosse modalidade do Sporting Clube de Portugal, num processo que se iniciou no velhinho Pavilhão de Alvalade, ainda na fase da minha infância, e que depois teve continuidade na Nave, não é manifestamente exagero algum. Guardo ainda amigos desses imemoriais tempos, com verdadeiras sessões contínuas em Alvalade, bem como em outros pavilhões ou estádios.

Via todas as modalidades com a mesma paixão, todas com o sentimento uno e indivisível de ganhar em tudo, e felizmente era − ontem como hoje − quase sempre bem-sucedido.

Ainda hoje assim é, quero sempre, e indiferenciadamente que o Sporting CP ganhe em todas as modalidades.

Mas, comum dos mortais, se defeitos tenho, o de ser cínico não faz parte de mim. E hoje, até porque desde tão jovem entrei pela porta do dirigismo no Clube através do basquetebol, mantendo o amor por todas as outras, é nesta que o meu coração mais palpita.

No passado sábado, com os meus amigos Edgar Vital, Raul Castanheira e Jorge Patinho, todos eles Leões e homens da modalidade, o caminho foi até Sines.

Era a primeira competição de uma caminhada que queremos repleta de êxitos. No vocabulário do nosso basquetebol a palavra derrota não faz parte do léxico da modalidade.

Regressada em 2019 a equipa sénior masculina, vinte e quatro anos depois de um inusitado interregno, e que em boa hora este Conselho Directivo decidiu reactivar, sábado em Sines o Museu ficou mais rico com a conquista da primeira Supertaça do nosso basquetebol, juntando este êxito ao Campeonato Nacional e a duas Taças de Portugal, tudo isto num percurso de apenas dois anos, e com a particularidade de estarmos a liderar o campeonato no primeiro ano de competição, quando a pandemia em que vivemos interrompeu a prova.

Esta época, no fundo não só no basquetebol como nas outras, começou como acabou a anterior, sob o signo da vitória. Que Sines tenha sido o tónico para que os comandados por Luís Magalhães, um treinador feito para ganhar, arrancarem para mais uma época de sonho, para que se faça história... acrescentando mais história à já tão imensa que temos.

Depois deste grupo de trabalho ter honrado Stromp, ao vencer o Lusitânia no Troféu com o seu nome, a semana haveria de culminar da melhor forma. No fundo, 'à Sporting'. Com aquele ADN como somos nós.

Com a continuidade de Diogo Ventura, Micah Downs, Afonso Guedes, Diogo Araújo, João Fernandes e Travante Williams, chegaram ainda os reforços Miguel Maria Cardoso, Josh Martin, Daniel Relvão, Daniel Machado, Tanner Omlid, Mike Fofana, António Monteiro e Joshua Patton. Serão estes Leões que estarão às cavalitas do professor Luís Magalhães para ganharem mais uma "guerra". Nós na bancada faremos o resto, e nunca os deixaremos sós.

Sábado próximo será o arranque do campeonato em Ovar, frente a um histórico da modalidade, a AD Ovarense. Que seja o início de algo que lá para Junho de 2022 nos faça felizes. E não só no basquetebol. Porque no Sporting CP não existem limites para sonhar!

Andebol Europeu

Por Pedro Almeida Cabral
30 Set, 2021

A julgar pelo andebol jogado nesta eliminatória, estamos no bom caminho.

Há um clube português que tem o melhor palmarés europeu de andebol em Portugal, sendo o único que ganhou dois títulos europeus, duas Taças Challenge. Uma conquistada em 2010, contra os polacos do MMTS Kwidzyn, com uma segunda mão inesquecível no Pavilhão de Almada. E a outra arrecadada em 2017, vencendo confortavelmente os romenos do AHC Potaissa Turda. Também é esse clube que em 1971 chegou a uma meia-final da Taça dos Campeões Europeus, antecessora da actual EHF Champions League. Esse clube é, como não podia deixar de ser, o Sporting Clube de Portugal, onde o andebol tem raízes profundas e adeptos dedicados.

Cada vez que se inicia uma nova época europeia, tenho esperança de que o Sporting CP chegue longe e, quem sabe, surpreenda equipas mais experientes, de países onde o andebol tem um nível competitivo mais elevado. Já aconteceu e pode tornar a acontecer. Anteontem, fomos à Dinamarca alcançar um competente e suado triunfo perante os dinamarqueses do TTH Holstebro por 28-31, na qualificação para a fase de grupos da Liga Europeia. É certo que levávamos de Portugal uma vitória por 31-25, com margem para jogar com mais tranquilidade. Mas os dinamarqueses não iriam propriamente facilitar. E não facilitaram: começaram a todo o gás, com quatro golos sem resposta. O Sporting CP foi reequilibrando na primeira meia hora e conseguimos chegar ao intervalo com apenas um golo de diferença, a perder por 16-15. Muito mérito para Natán Suárez com quatro golos decisivos, vários dos nove metros, com eficácia de 100%. Na segunda parte, a turma Leonina surgiu mais concentrada e a jogar andebol europeu, com o inevitável Carlos Ruesga a desequilibrar, Francisco Tavares a assinalar uma boa partida (quatro golos no jogo, 100% de eficácia), Skok decisivo, com várias defesas, e miúdos como Francisco Costa e André José a mostrarem serviço (cinco golos juntos no jogo).

Segue-se agora o sorteio da Liga Europeia para determinar os grupos da próxima fase da competição. O Sporting CP precisa de rodar a sua equipa em cenário europeu e fazer crescer um plantel jovem e refrescado, com a ambição do nosso novo treinador Ricardo Costa. A julgar pelo andebol jogado nesta eliminatória, estamos no bom caminho.

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