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Opinião

E Se 2021 não for como 2021?

Por André Bernardo
17 Jun, 2021

Muitos Parabéns e obrigado ao Jorge Fonseca, à equipa de futsal e a todos os que pertencem ao Universo Sporting, por terem tomado uma decisão, por terem tomado a decisão de Ser Sporting

E Se Jorge Fonseca não tivesse sido Campeão do Mundo duas vezes?

E Se o Sporting CP não tivesse feito a sua melhor época de sempre no futsal?

E Se estivéssemos a caminhar para o vigésimo ano sem o título nacional no futebol?

E Se há quase 115 anos José Alvalade e os seus congéneres não tivessem tomado a decisão que tomaram?

E Se?

Num estudo efectuado em Harvard a estudantes universitários, 70% responderam considerarem-se procrastinadores. Em bom português, sete em cada dez destes estudantes adopta o lema “É p’ra amanhã, deixa lá não faças hoje”*.

Não decidir é em si mesmo uma decisão. Uma que nos deixa à mercê do acaso ou do status quo mais do que devia.

E uma coisa é certa, se não tivéssemos alterado o nosso rumo, o Sporting CP de hoje seria uma ilusão.

Recupero, a propósito, parte de três editorias que escrevi anteriormente:

[Edição 3775] - “É necessário que tudo mude para que tudo (Não) fique na mesma”

“Tanto no Jornal Sporting como em toda a nossa restante estratégia, viemos mudar para que o futuro do Sporting Clube de Portugal mude de facto para melhor, num regresso ao seu ADN de pioneirismo, vanguardismo, união e inclusão. 

Não esperamos que seja fácil e relembro as palavras de Maquiavel a esse propósito: “Devemos convir que não há coisa mais difícil de se fazer, mais duvidosa de se alcançar, ou mais perigosa de se manejar do que ser o introdutor de uma nova ordem, porque quem o é tem por inimigos todos aqueles que se beneficiam com a antiga ordem, e como tímidos defensores todos aqueles a quem as novas instituições beneficiariam”.”

[Edição 3776] - “Regresso ao Futuro – A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo”

“Regressando ao Futuro” até à data actual, e olhando em retrospectiva, haveria certamente caminhos diferentes ao que trilhámos. 

No âmbito desportivo poderíamos não ter investido os poucos recursos disponíveis na retenção de 89 atletas das camadas jovens, não ter alterado o modelo de rendimento desportivo, não ter feito obras na Academia, ter deixado continuar os miúdos sem rede de transportes, ou não ter renovado os relvados dos campos de treino.

No âmbito operacional poderíamos ter negligenciado os nossos colaboradores que nunca tinham tido um processo colectivo de revisão salarial, protelado o investimento urgente em instalações e equipamentos obsoletos, não ter iniciado um projecto de transformação digital ou ter enveredado por um caminho de soluções ‘chave na mão’.

Existe um caminho, aparentemente mais fácil, de apresentar soluções rápidas e de cosmética, mas que compromete sempre o futuro.

A luz ao fundo do túnel existe e o caminho para lá chegar está identificado. Mas não é um percurso curto. E prometer atalhos para saídas mais rápidas é entrar na mesma senda de sempre, em que a luz ao fundo do túnel revela ser um comboio que vem em sentido contrário e atropela o futuro do Sporting CP por mais dez anos.

Achamos que é fundamental a continuação desta maratona, assim como é também agora crítico encontrar novas respostas para uma situação diferente.”

[Edição 3795] – “Porque 2021 não será como “2021”

Qualquer marca é consequência da percepção gerada por dois factores: i) a sua herança; ii) a experiência que as pessoas têm com os vários pontos de contacto com a mesma.

Quanto à primeira, cabe-nos com orgulho recuperar a nossa identidade de Ser Sporting e transmitir o nosso ADN único. E só tem ADN quem tem um código de valores que preserva. 

Quanto à segunda, uma marca tem de entregar aquilo que “promete” na experiência que fornece aos seus nos diversos pontos de interacção existentes. E como tal, falando somente no plano extradesportivo, a experiência que queremos dar no nosso Estádio/Pavilhão/Academia, nos nossos canais digitais, entre outros pontos, são temas que temos identificados e que requerem um ponto de viragem.

Temos um projecto muito bem definido para isso e, apesar das limitações financeiras, os Sportinguistas ‘vão poder ver porque 2021 não será como “2021”’.

Nas incertezas da vida, uma coisa é certa: se tivéssemos vivido na dúvida da acção não tínhamos vivido “à nossa maneira”, se tivéssemos vivido no conforto da certeza não tínhamos evoluído, se não tivéssemos tomados muitas decisões que tomámos, uma delas Ser Sporting, nenhum de nós seria quem é. E se nenhum de nós fosse quem é, o Sporting Clube de Portugal não seria o que é.

Muitos Parabéns e obrigado ao Jorge Fonseca, à equipa de futsal e a todos os que pertencem ao Universo Sporting, por terem tomado uma decisão, por terem tomado a decisão de Ser Sporting.  Desfrutemos de um ano pleno de Glória na História do Sporting Clube de Portugal.

* Excerto da letra da música “É P’ra Amanhã…” de António Variações.

 

Editorial da edição n.º 3824 do Jornal Sporting

Ganhar ou ganhar, eis o SCP!

Por Juvenal Carvalho
17 Jun, 2021

Esta época, culminada com o décimo sexto título nacional, com a fantástica particularidade de ter tido como epílogo uma goleada (2‑6) em casa do eterno rival, foi verdadeiramente de sonho

Na minha coluna de opinião de hoje, a exemplo das anteriores, e para gáudio de todos nós, vou escrever sobre conquistas, o que tem sido recorrente. Hoje não fujo à regra. O ouro de Jorge Fonseca e um futsal também de ouro são o mote. Que mais motivos teria para escrever pleno de felicidade? Como está no título, vou escrever sobre Sporting CP, e em duas partes: ganhar ou ganhar é este o nosso ADN. 

1 ‑ A palavra ouro começa a ser recorrente no vocabulário de Jorge Fonseca, um Leão como poucos, que nos honra e orgulha, e que ao elevar bem alto o nome de Portugal, não menos eleva o nome do grandioso Sporting Clube de Portugal.

Depois do ouro em Tóquio (2019), agora o “bi” em Budapeste (2021). Para a história fica assim o seu segundo título mundial consecutivo na categoria de -100 kg, feito só ao alcance dos verdadeiros predestinados, dos que nasceram com um dom fora do comum.

Aos 28 anos, e com uma carreira que promete ainda muitos mais sucessos, Jorge Fonseca, que ainda recentemente renovou o vínculo ao seu/nosso Clube do coração, não só entrou definitivamente para a galeria dos imortais do desporto português, como para nós, Sportinguistas, ficará eternamente imortalizado como um dos Grandes, daqueles que Francisco Stromp, onde estiver, se orgulhará imenso.

Jorge Fonseca, bem como Pedro Soares, o seu treinador, e homem que ao leme do nosso judo já conquistou colectivamente dois títulos de Campeões Europeus, entre tantos outros, estão literalmente de parabéns. Um trabalho que merece de todos nós um grande reconhecimento, e que tem anos de conquistas atrás de conquistas, medalhas atrás de medalhas. Nada é por acaso. Como disse na chegada ao Aeroporto de Lisboa, de cachecol do Sporting ao pescoço, o campeoníssimo Jorge Fonseca: “Na primeira vez disseram que foi sorte. Na segunda não pode ser só sorte, já é trabalho”. 

Claro que ninguém é campeão por acaso. Na modalidade que for. E porque a sorte é feita de muito trabalho, para daqui a pouco mais de um mês, em Tóquio, local da primeira medalha de ouro no Mundial, que chegue mais uma medalha, agora nos Jogos Olímpicos. 

Um exemplo de perseverança e de luta. Um campeão. Obrigado, Leão!

2 ‑ Falar de futsal no Sporting Clube de Portugal sem falar de vitórias, é tão estranho quanto inusitado. A palavra vitória nesta modalidade é não só recorrente, como é também o seu nome do meio.

Esta época, culminada com o décimo sexto título nacional, com a fantástica particularidade de ter tido como epílogo uma goleada (2‑6) em casa do eterno rival, foi verdadeiramente de sonho. Terá sido mesmo épica, e como referiu o nosso treinador Nuno Dias, uma época nunca conseguida por nenhum clube a nível mundial. À Taça de Portugal, Taça da Liga e UEFA Futsal Champions League, juntou‑se agora o Campeonato Nacional. 

Ver jogar esta equipa de futsal é um verdadeiro deleite. Tudo é preparado ao pormenor, cada jogada é estudada e escalpelizada com mestria, tudo é no fundo conseguido com uma sorte imensa, feita de muito trabalho.

Do treinador Nuno Dias, bem como de toda a sua equipa técnica, passando pelo “capitão” João Matos, por Guitta, que “fecha” a baliza como ninguém, e por todos os outros jogadores, que fizeram com uma categoria inolvidável um colectivo inultrapassável. Uma época em que durante o tempo regulamentar não perdemos qualquer jogo nacional ou internacional. A época, que começou com uma vitória no “João Rocha” frente ao CR Leões de Porto Salvo (3‑2) e que acabou no passado domingo, na Luz, com uma goleada frente ao eterno rival, será daquelas para mais tarde recordar. Ganhámos tudo. E aliámos à classe o esforço, a dedicação e a devoção. Que mais precisaríamos para alcançar a Glória? Nada. E também nada é por acaso. Nuno Dias sabe que o sucesso é feito de trabalho. Os jogadores sabem que trabalham como ninguém. Até parece fácil quando assim é.

Ainda agora acabou, e já estou ansioso por mais recitais e conquistas: ‘à Sporting’!

Futsal, uma época mais que perfeita

Por Pedro Almeida Cabral
17 Jun, 2021

Não há palavras que cheguem para descrever a nossa época no futsal. Tudo o que se diga parece ficar aquém do alcançado. Entrando em quatro competições, conquistámos os quatro títulos disputados

Não há palavras que cheguem para descrever a nossa época no futsal. Tudo o que se diga parece ficar aquém do alcançado. Entrando em quatro competições, conquistámos os quatro títulos disputados: Taça de Portugal (da época anterior), Taça da Liga, UEFA Futsal Champions League e Campeonato Nacional. Sempre apresentando excelente futsal e equipas tacticamente superlativas. Um desfile de triunfos que consagra o Sporting CP como o melhor clube europeu de 2021. Aliás, nenhum outro clube ganhou a tantas equipas campeãs este ano. Na UEFA Futsal Champions League, ganhámos, à vez, ao campeão russo, ao campeão espanhol e ao campeão europeu. E, no Campeonato Nacional, fomos campeões destronando o anterior campeão, SL Benfica. Começámos esta época com pouco. Acabámos esta época com tudo.

Para expressar ainda melhor o que fez o nosso futsal, seguem alguns dados esclarecedores. Em toda a época, não perdemos um único jogo no tempo regulamentar. Temos o maior número de golos marcados e o menor número de golos sofridos na fase regular do Campeonato Nacional. Fomos a primeira equipa portuguesa a ganhar o título europeu e o título nacional na mesma época. Inaugurámos um quadruplete inédito: Taça de Portugal, Taça da Liga, UEFA Futsal Champions League e Campeonato Nacional. Ganhámos a Liga dos Campeões de Futsal da UEFA por 4-3 depois de estarmos a perder por 0-2 ao intervalo, numa reviravolta perante o FC Barcelona, a equipa europeia com o maior orçamento e, provavelmente, a melhor equipa do Mundo. Conquistámos o Campeonato ao SL Benfica no campo do adversário e em apenas quatro jogos, nunca estando em dúvida que seríamos campeões. No jogo final, chegámos mesmo a golear o SL Benfica por 6-2. E ao longo da época revelámos um craque, Zicky, e uma grande promessa, Tomás Paçó. Se há perfeição no futsal, em 2021 a época do Sporting CP não foi apenas perfeita. Foi mais que perfeita. Ou, como disse e bem o nosso magnífico treinador Nuno Dias, deve ser mesmo a melhor época de uma equipa de futsal de sempre a nível mundial.

E se há clube que merece esta recompensa em títulos é o Sporting CP. Somos fundadores da modalidade em Portugal, ganhámos o primeiro Campeonato Nacional em 1990 e o nosso futsal sempre combinou formação e experiência. Temos o dobro dos campeonatos nacionais do SL Benfica e somos o único clube português com duas Champions, conquistadas nos últimos três anos. Somos ainda o terceiro clube europeu mais titulado. O esforço, a dedicação e devoção compensam. O glorioso ano de 2021 fica para sempre.

 

P.S. – Um leitor Sportinguista atento leu a crónica anterior sobre o bicampeonato de basquetebol de 1981-1982 e colocou-me uma dúvida. Referi-me aos fabulosos irmãos Baganha sem mais, o que poderia induzir em erro. Os irmãos eram fabulosos e, por isso imortais na história Leonina, mas, contrariamente ao que se poderia concluir, apenas o base Augusto Baganha esteve no cinco do bicampeonato. Adriano Baganha, tendo sido jogador nos anos 60, foi sim treinador do Sporting CP no campeonato de 1981. Fica o esclarecimento.  

 

Os Olímpicos como Meta

Por Miguel Braga*
11 Jun, 2021

A primeira medalha de ouro, como se sabe, foi conquistada por uma das maiores lendas do desporto português, atleta do Sporting CP e actual director do atletismo do Clube, Carlos Lopes

Desde o início do século XX que Portugal participa nos Jogos Olímpicos. A primeira vez remonta a 1912, na Escandinávia, fomos o décimo terceiro país a aderir ao Movimento Olímpico – três anos depois de ter sido criado o Comité Olímpico de Portugal e do mesmo ter sido reconhecido pelo COI. Somos, inclusivamente, o 18.º país mais assíduo naquela que é a competição mais emblemática do desporto mundial.

A missão olímpica portuguesa teve início em 1912 e nos 109 anos seguintes, Portugal participou em todas as edições dos Jogos Olímpicos até à data e conquistou um total de 24 medalhas. A primeira medalha de ouro, como se sabe, foi conquistada por uma das maiores lendas do desporto português, atleta do Sporting CP e actual director do atletismo do Clube, Carlos Lopes. Aquela tarde quente em Los Angeles ficará marcada para sempre na memória de mais uma geração. Aliás, Lopes é um dos únicos quatro portugueses que se pode orgulhar de ser duplo medalhado nos Jogos Olímpicos (ouro em Los Angeles, 1984 e prata em Montreal em 1976), juntamente com Rosa Mota (ouro em 1998 e bronze em 1984), Fernanda Ribeiro (ouro em 1996 e bronze em 2000) e Luís Mena e Silva (duas vezes bronze, em 1936 e 1948).

Nas páginas 18 a 23 damos a conhecer os nossos atletas olímpicos e aqueles que estão a trabalhar afincadamente para fazer parte deste grupo de atletas de eleição. Como curiosidade, a estreia nacional nos Jogos Olímpicos de Inverno aconteceu apenas em 1952 e nem sempre somos presença assídua – apenas seis participações desde então, sendo que o melhor lugar de sempre foi conquistado por Mafalda Queiroz Pereira em 1998, no esqui acrobático, na 21.ª posição.

Nesta edição do Jornal Sporting, destaque também para mais uma conquista do nosso ténis de mesa, páginas 14 e 15 e poster na página seguinte. “Os nossos jogadores deram tudo e tiveram atitude!”, disse Chen Shi Chao, um dos grandes responsáveis por mais uma vitória, a sexta vez consecutiva que o Sporting CP ganha o título – este foi também o 38.º Campeonato Nacional na modalidade, reforçando a hegemonia Leonina.

No futebol, o segundo lugar conquistado pela equipa B soube a vitória, já que esta foi a melhor classificação de uma equipa secundária do Sporting CP no terceiro escalão nacional, permitiu o acesso à recém‑criada Liga 3 e provou que a estratégia do Clube foi a correcta – já que o regresso da equipa B foi antecipado um ano e a construção do plantel não implicou qualquer contratação. O balanço nas páginas 6 e 7.

Depois do fecho da edição, Sporting CP e SL Benfica defrontam‑se no jogo 3 do play‑off que vai consagrar, este ano, o campeão de futsal. Os dois primeiros jogos – uma vitória e uma derrota para os pupilos de Nuno Dias – ficaram marcados por uma permissividade das equipas de arbitragem à agressividade da equipa adversária. Esperemos que o campo não ganhe tendência para se inclinar sempre para o mesmo lado.


Editorial da edição n.º 3823 do Jornal Sporting
* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

O eterno capitão

Por Juvenal Carvalho
11 Jun, 2021

A mim, como a milhares e milhares de Sportinguistas, fez as nossas delícias. Era ele, a par de Vítor Damas, Rui Jordão, Carlos Lopes, Joaquim Agostinho, e outros, que me forrava as paredes do quarto

‘Primeiro vais jogar no Sarilhense, depois na CUF e, por fim, no Sporting CP’.

Foram estas as palavras de sua mãe, uma apaixonada por futebol, ao contrário de seu pai, homem distante deste fenómeno, que acabariam por ser premonitórias para alegria de ambos.

Falo‑vos, como é óbvio, de Manuel Fernandes. No passado dia 5 de Junho, o nosso eterno capitão completou 70 anos de vida. De uma vida dedicada ao seu/nosso Clube do coração. De uma vida repleta de sucesso a fazer o que gosta, e no Clube de que gosta desde menino.

De raízes profundamente humildes, nascido em Sarilhos Pequenos, uma pacata terra de pescadores e salineiros, situada na margem sul do Tejo, e que em criança ouvia às escondidas dos pais os relatos do nosso Clube, com o rádio tapado debaixo dos lençóis, chegou a Alvalade na década de 70 do século passado, para ter sucesso, e de todos nós um cantinho guardado no nosso coração para todo o sempre.

Estava desde cedo traçado o destino de Manuel Fernandes – o ‘nosso Manel’.

A mim, como a milhares e milhares de Sportinguistas, fez as nossas delícias. Era ele, a par de Vítor Damas, Rui Jordão, Carlos Lopes, Joaquim Agostinho, e outros, que me forrava as paredes do quarto. Era ele que fazia a minha felicidade quando coleccionava as cadernetas de cromos e saía na minha colecção.

Recordo jogos atrás de jogos. Recordo golos atrás de golos. Tantos de tão boa execução, como só ele sabia fazer.

Mas há um dia que me recordo como se fosse hoje, e que naquele momento eu, como tantos de vós, não queríamos que o jogo acabasse, na esperança que acontecessem ainda mais golos. Esse dia, foi o de 14 de Dezembro de 1986. O adversário foi o nosso rival eterno. Estava escrito nas estrelas que aquele haveria de ser o jogo da vida dele. Quatro golos, numa goleada que ficará nos anais da história, os célebres 7‑1. Nesse dia, Manuel Fernandes fez ainda mais história, a acrescentar a um pecúlio já de si verdadeiramente fantástico.

Acabada a carreira como jogador, foi treinador, com uma Supertaça Cândido de Oliveira no seu currículo, e ainda dirigente. Uma vida... uma longa vida de Leão rampante ao peito. O símbolo que ele ama, tanto como cada um de nós.

Como diz um slogan bem conseguido, ele é feito de Sporting. Respira o Clube por todos os poros da sua pele.

Ele será para todos nós o eterno capitão. O tempo voa, parece que foi ontem que o camisola 9 tratava a bola como poucos. Passaram já 70 anos de uma vida cheia. De uma vida com êxitos pessoais e colectivos. De uma vida de Sporting CP.

Até aos 71 anos, Manuel Fernandes. O Sporting Clube de Portugal é o teu/nosso grande amor.

Obrigado por tudo o que representas para todo e cada um de nós!

 

P.S. – O ténis de mesa conseguiu o hexa e o trigésimo oitavo título nacional do seu historial. Parabéns a esta secção.

Ainda o Basquetebol

Por Pedro Almeida Cabral
11 Jun, 2021

Fica o nosso campeonato, 39 anos depois. E a ansiedade para a próxima época. A história nunca se repete. Mas seria muito bonito repetir o bicampeonato 40 anos depois

Na ressaca das melhores semanas de sempre da história do Sporting Clube de Portugal, com a conquista do tão desejado Campeonato Nacional de futebol e das Ligas dos Campeões de futsal e de hóquei em patins, é ainda tempo de falar do enorme triunfo alcançado no basquetebol.

Ao contrário do que se pensa, apesar dos intervalos em que o basquetebol vai surgindo na vasta oferta de modalidades que o eclectismo Leonino oferece aos seus Sócios, esta modalidade tem raízes fundas no Clube. Sempre que tivemos cincos fortes e vencedores, Sócios e adeptos acompanharam o basquetebol Leonino com entusiasmo. Quer nos anos 50, com os primeiros três Campeonatos Nacionais. Quer mais tarde nos anos 60 e anos 70. E, sobretudo, no início dos anos 80, com o bicampeonato de 1981/1982, em que se destacaram os fabulosos irmãos Baganha e os norte‑americanos John Fultz e Mike Carter. Com um historial tão rico, o Sporting CP não podia regressar para passear na quadra. E não passeou. Ganhou o primeiro campeonato após o regresso, juntando às duas Taças de Portugal conquistadas de seguida, a de 2020 e a de 2021. Mais do que voltar à modalidade, o Sporting CP regressou honrando a sua história.

Quem não tenha visto os cinco jogos da fase final contra o FC Porto poderá pensar que se venceu tranquilamente. Nada mais errado. Levar de vencida uma equipa como a do FC Porto, reforçada para a fase final com um extremo da qualidade de Nevels, exigiu do Sporting CP o melhor que o Clube pode dar. Travante, Ventura, Catarino, Ellisor, Smith e Downs assinaram prestações memoráveis. Ganhar um campeonato com tanto mérito só foi possível com esforço intenso, dedicação permanente e devoção absoluta. Foi também esse o sentido do belíssimo discurso do nosso treinador, Luís Magalhães, cujas palavras e maneira de estar não são apenas as de um campeão. São as de um homem experimentado que sabe que a essência do desporto é a superação de nós mesmos e não o ódio e a raiva ao adversário.

Por fim, se houve jogo de basquetebol emocionante nesta temporada, foi o que deu o campeonato ao Sporting CP. Voltas, reviravoltas e ansiedade até ao fim. Já devo ter visto o último minuto desse desafio uma dezena de vezes. Sobretudo os dois pontos de Smith a sete segundos do fim e a desastrada falta do poste Anderson do Porto, que permitiu a Downs fazer o 86‑85 final em lance livre. As lamentáveis cenas no final do jogo e as afirmações destemperadas dos dirigentes portistas não merecem mais do que esta menção. Fica o nosso campeonato, 39 anos depois. E a ansiedade para a próxima época. A história nunca se repete. Mas seria muito bonito repetir o bicampeonato 40 anos depois.

 

Os heróis do título!!!

Por Tito Arantes Fontes
11 Jun, 2021

(...) Uma equipa que foi um todo! Uma equipa que “inventou” o “Onde Vai Um, Vão Todos!!!”… que o viveu, que o experimentou, que o forjou com suor e lágrimas… e até sangue!

Dediquei já várias destas minhas colunas ao título de Campeão que perseguíamos há anos e que – agora – no dia 11 de Maio de 2021 alcançámos, depois de uma época verdadeiramente espectacular! Agradeci de coração, tentando expressar o que passa no seio da massa associativa e simpatizante do nosso Clube, ao presidente Frederico Varandas e a toda a Direcção e “estrutura”, com especial destaque para Hugo Viana! Agradeci também já a Ruben Amorim e a todo o corpo técnico que o acompanha, nas várias vertentes que gravitam à volta de uma equipa profissional de futebol!

Falta um agradecimento muito especial aos Heróis do terreno… aos Heróis das chuteiras! Aos que se apresentam em campo, equipados a rigor para defender as cores do SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!!

Este é um agradecimento eterno… daqueles “eternos” que são inesquecíveis, que se vão situar no domínio da lenda… do fantástico… do romântico… do belo! Da perfeição! Uma equipa que foi um todo! Uma equipa que “inventou” o “Onde Vai Um, Vão Todos!!!”… que o viveu, que o experimentou, que o forjou com suor e lágrimas… e até sangue! Uma equipa que assumiu esse lema e que brilhantemente o transportou para os milhares e milhares de Sportinguistas espalhados – como ainda agora bem demonstrado ficou – pelos “quatro cantos” do Mundo! E que nos fez – a Todos e a cada Um de nós – acreditar… acreditar que sim… acreditar que era possível sermos mesmo Campeões Nacionais! E fomos! Nesse agora “eterno e lendário” dia 11 de Maio de 2021!

Sabemos que esta fantástica equipa valeu mesmo como EQUIPA, como um todo, como uma só, como uma muralha! E sabemos que ela foi constituída por jogadores extraordinários de Esforço, de Dedicação e de Devoção… em busca da Glória do Clube… da Glória do SPORTING CP! E assim, essa – a GLÓRIA! – foi alcançada!

Destacamos – tendo todos presentes, um a um – alguns desse nossos Heróis!

COATES – El Capitán! Extraordinário de abnegação, de querer, de qualidade! Uma inolvidável época! Brilhante a todos os títulos! Soberbo a defender! Divino a golear… Salvador mesmo! O aprumo, a educação, o “saber estar”, a galhardia, o verbo, o “discurso”, tudo faz de Coates um jogador que mora e sempre morará no coração de todos os Sportinguistas! Épico o jogo de Barcelos, onde marcou dois golos contra o Gil Vicente FC, em Fevereiro deste ano… épico por essa reviravolta no marcador nos últimos dez minutos de jogo… e épico pela dedicatória de Coates ao seu amigo de sempre, ao seu irmão como lhe chamou, Santiago Garcia! O que chorámos contigo, Coates! Choraremos sempre… és dos nosso… és eternamente SPORTING CP e o SPORTING CP é eternamente teu! Obrigado, Coates!

PALHINHA – Extraordinário jogador! Soberbo! Robusto! Um pêndulo… com regra e esquadro! Um produto da nossa formação… que foi burilando e amadurecendo com outras experiências profissionais… pois bem, regressou no início desta época a Alvalade… e foi um “Veni, Vidi, Vici!”… Um pilar! Um dos obreiros fundamentais do Título! Um Campeão! E – para além das suas extraordinárias artes no terreno de jogo – foi também o artista que deu azo a um autentico “show” e “baile jurídico”… num processo em que ficou patente a razão que lhe assistia e a infâmia que, mais uma vez, o “poder bicolor” e os seus lacaios, queriam infligir ao SPORTING CP! Obrigado, Palhinha!

POTE – O goleador! O homem que chegou no Verão… sem um título de jornal, sem uma primeira página que se visse, sem um “debate televisivo”, sem uma “novela galáctica” por trás… (quase como tinha sucedido uns anos antes com Bruno Fernandes!)… sem uma referência dos “inteligentes” do costume da nossa praça, todos enfeudados às suas agendas… pois, Pote chegou… e começou, jogo atrás de jogo, remate após remate, a fazer o que melhor sabe… a jogar e a marcar golos! Muitos golos! Foi o goleador do Campeonato… o melhor marcador do Campeonato Nacional! Um médio… à frente de todos os outros… dos “incensados e endeusados” de milhões, muitos milhões…Obrigado, Pote!

ADÁN – O nosso guarda-redes! E que grande “portero” foi o SCP buscar! A sua contratação e a sua chegada também não deram nenhuma notícia… melhor assim! Os “espertos” nem deram por ela… os “sabem-tudo” nem se aperceberam! Homem seguro, experiente, proveniente da grande escola “madridista” e com experiência feita e vivida em grandes clubes espanhóis! Mostrou logo ao que vinha… vinha-nos dar pontos! E deu muitos… muitos pontos que foram fruto da quase inviolável baliza à sua guarda! Triunfo total em Lisboa e em Portugal! Momento alto da carreira deste categorizado jogador! Obrigado, Adán!

NUNO MENDES – O “benjamim”! Percebeu-se logo que era uma jóia… e daquelas que se impõem logo! Assim foi! Um jogador dos pés à cabeça! Dizendo logo no início do Campeonato, no jogo de Portimão, ao que vinha… vinha para marcar golaços e para – jogando ao nível do melhor que há no mundo como defesa-lateral – nos maravilhar! Época de grande nível! Esforço contínuo! Total entrega! Selecção A de Portugal! Valorização imensa! Produto de Alcochete! Mais um da nossa Academia!

E, por fim, TANTOS E TANTOS OUTROS JOGADORES… todos eles… MAX, FEDDAL, GONÇALO INÁCIO, NETO, QUARESMA, PORRO (outro “desconhecido”… já internacional A por Espanha!), JOÃO PEREIRA, ANTUNES (o Vitorino!), JOÃO MÁRIO (que saboroso o seu regresso a casa!), MATHEUS NUNES (que golos fundamentais contra SL Benfica e em Braga!), DANIEL BRAGANÇA (o “perfume” do futuro!), TABATA, NUNO SANTOS (endiabrado!), TIAGO TOMÁS (o nosso sempre TT!), os “chegados” PAULINHO, MATEUS REIS, os “saídos” WENDEL, VIETTO, ŠPORAR e BORJA, o “especial” PLATA… e o meu querido JOVANE, o “pronto-socorro”, que acredita sempre… e sempre pronto a resolver e a ajudar!!!

VIVA o SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!!!

P.S. – … persiste a vergonha do CD da Cláudia… mais 30 dias de suspensão para o exemplar Sérgio Conceição… punição esta para – mais uma vez! – cumprir nas férias, à volta de uma piscina, com caipirinha ou gin tónico na mão… é assim… quem não se dá ao respeito vai mesmo de modo acelerado de vergonha em vergonha… total falta de pudor desta gente!!! Isto sim, isto é mesmo DEGRADANTE… e não o que outros – que com isto são beneficiados e protegidos! – andam a bolsar!!!

Como irmãos

Por André Bernardo
04 Jun, 2021

Esta vitória é acima de tudo uma conquista de um grupo que, tal como todos hoje em dia no universo do Sporting, foi recebido como família, que se trata mutuamente como família, e que sente que o Sporting CP é a sua família

A equipa de basquetebol do Sporting Clube de Portugal voltou, viu e venceu. Em concreto, no espaço de dois anos, duas taças de Portugal, e um título de Campeão nacional. São conquistas muito especiais, com nota de destaque para a última, por vários motivos.

Especial porque é conquistada numa recta final de um ano que já colocou no Museu Sporting e na História do Clube dois títulos Europeus – futsal e hóquei em patins (bicampeão) – e a conquista do título de Campeão Nacional de futebol, 19 anos depois, e da Taça da Liga.

Muito especial porque a última tinha ocorrido há 39 anos, em 1982.

Especialíssima porque o Sporting CP há três anos não tinha basquetebol. Deixou de ter pela primeira vez precisamente em 1982, após ser bicampeão. A modalidade foi retomada, nos escalões “inferiores”, em 1984, mas seria de novo extinta em 1995. E, portanto, este título timbra este regresso em plena Glória.

E finalmente hiperespecialíssima porque ela é consequência de uma causa que vou resumir na frase: “Somos como irmãos”.

A frase não é minha, foi dita ontem. em bom inglês, pelo jogador norte-americano Micah Downs em entrevista após o jogo: “We are like brothers”.

Escrevi-o no meu anterior artigo e repito: “Nada vem do Nada”.

Esta vitória é acima de tudo uma conquista de um grupo que, tal como todos hoje em dia no universo do Sporting, foi recebido como família, que se trata mutuamente como família, e que sente que o Sporting CP é a sua família.

E Micah chegou há apenas quatro meses.

O acumular de conquistas que se estão a alcançar este ano têm este mesmo registo, descrito pelos próprios intervenientes.

Porque todos os dias têm de ser dias de Sporting.

Porque este é o ADN Sporting, na vitória ou na derrota. Porque isto é uma família. Porque Isto é o Sporting CP!

 

Editorial da edição n.º 3822 do Jornal Sporting

Segundos que decidem um título

Por Miguel Braga*
04 Jun, 2021

(...) O norte‑americano fez o derradeiro lançamento, mas há todo um grupo de pessoas que está de parabéns, que sabe, melhor do que ninguém, o caminho percorrido para chegar até aqui

Uma das belezas do Desporto são as vitórias arrancadas a ferros. Aquele último esforço, aqueles últimos segundos de uma competição, que decidem pontos, jogos, vitórias e, por vezes, campeonatos. Como exemplo poderíamos falar do corredor que ultrapassa o adversário nos últimos metros por 0,05 segundos, daquele que salta mais um centímetro do que o outro na derradeira tentativa, do golo de Miguel Garcia contra o Az Alkmaar ou dos cinco segundos finais do último jogo do Campeonato Nacional de basquetebol, também conhecido por Liga Placard, que colocou frente‑a‑frente o Sporting CP e o FC Porto. Uma jogada defensiva para evitar a derrota acabou em falta atacante evidente e inequívoca sobre Micah Downs. O norte‑americano fez o derradeiro lançamento, mas há todo um grupo de pessoas que está de parabéns, que sabe, melhor do que ninguém, o caminho percorrido para chegar até aqui. A entrevista no pós‑jogo a Miguel Afonso é uma belíssima explicação do que é um projecto, uma fé, um amor e dedicação ímpares ao Clube, de um todo, staff oficial e não só, de Luís Magalhães, de José Tavares, de António Paulo e Flávio Nascimento, de Travante a Diogo Ventura, de João Fernandes a James Ellisor, a todos os jogadores, ao Edgar e ao Juvenal, a todos os que acompanham no Pavilhão João Rocha o dia‑a‑dia da equipa, a todos os adeptos que ao longe continuaram a apoiar e aos que festejaram in loco mais uma vitória para a história Leonina.

Mas o Desporto tem sempre os dois lados da medalha, quem ganha e, inevitavelmente, quem perde. Este ano de 2021 revelou um mau perder transversal do FC Porto assente numa narrativa bélica contra as arbitragens, pressionando e condicionando o futuro, seja dentro ou fora de campo, nesta e noutras modalidades. Ao longo do ano futebolístico essa foi uma das formas de agir e os exemplos são conhecidos por todos. Porém, não se limitaram à Liga NOS ou à Taça da Liga.

Veja‑se a equipa B do FC Porto: em Janeiro era “a nossa equipa bem pode queixar‑se, mais uma vez, dos erros alheios que determinaram a perda de pontos. Foi mais do mesmo”; em Fevereiro: “Estão a brincar com o trabalho dos jogadores, treinadores e staff. Foi um golpe duro, ninguém percebeu a expulsão, só o árbitro percebeu”; em Março: “Não são os adversários que têm tirado pontos ao FC Porto B, têm sido os árbitros”; em Abril, a culpa recaía numa “decisão muito polémica da equipa de arbitragem”.

Também a final da Liga Europeia de hóquei em patins ficou marcada por declarações do mesmo género. “Ainda não foi desta que o FC Porto voltou a conquistar a Liga Europeia de hóquei em patins. Na final disputada no Pavilhão Gimnodesportivo do Luso, os Dragões perderam diante do Sporting por 4‑3, após prolongamento, mas o trabalho da equipa de arbitragem espanhola teve muito que se lhe diga”. Todas estas citações ou são de responsáveis, jogadores, newsletters ou afins das equipas azuis e brancas.

Regressando ao basquetebol, não bastaram as imagens dos pontapés às cadeiras, não bastou danificar o troféu do vencedor ou rodear o árbitro – será que estes actos vão ter consequências à altura? De “foi das maiores roubalheiras a que assisti. Uma roubalheira monumental”, a “foi a maior vergonha que vi em toda a minha vida! Peço desculpa a todos os que gostam de basket e de desporto pelo que acabaram de assistir! Hoje gozaram connosco e com o trabalho de uma época inteira”, ou “foi um título sonegado às claras num resultado fortemente influenciado pelo árbitro Carlos Santos”, de tudo se queixaram os azuis e brancos, ameaçando até, imagine‑se, abandonar a modalidade. A forma e o conteúdo são o mesmo e é transversal. A culpa, se não ganham, é sempre das arbitragens. Mérito dos outros é que não.


* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

É do Basquetebol. É do Sporting CP

Por Juvenal Carvalho
04 Jun, 2021

O 'We Are Te Champions' terá de se tornar viral no sistema de som do nosso pavilhão. Com público seria ainda mais lindo este título, porque o ‘João Rocha’ tem muito mais encanto vestido de verde e branco

Vou ser duplamente sincero. Estou a escrever a minha coluna de opinião mais emocional de sempre no nosso Jornal. Estou também, e por escrita após o jogo, ainda trémulo e com uma alegria tão contagiante, que é difícil por palavras descrever este tão feliz sentimento vivido, de quem se sente como que um menino a quem acabaram de dar um brinquedo.

Falar e escrever sobre basquetebol é algo que me apaixona particularmente.

E que melhor momento poderia ter do que falar sobre o nono título nacional do nosso historial, com a particularidade de voltar a ter como palco a nossa casa, e 39 anos depois.

Era eu então um menino, quando assisti ao vivo ao título de 1981/1982. Pontificavam, treinados por Mário Albuquerque, Augusto Baganha, Rui Pinheiro, Carlos Lisboa, Israel, Mike Carter, João Cardoso, Hélder Silva e Ricardo Jasão, entre outros. Foi então uma alegria indescritível. Os interregnos todos no basquetebol após esse título, com duas suspensões da modalidade, fez com que fosse tão suado quanto ansiado este regresso. Tenho, com orgulho, um passado como dirigente da modalidade. Todos, desde antigos dirigentes, jogadores e treinadores, esperaram por este momento. Ele foi possível por aposta deste Conselho Directivo, que em boa hora fez regressar a modalidade ao seu palco mais competitivo.

Desde o início de 2019/2020 até agora já ganhámos duas Taças de Portugal e agora foi colocada a cereja no topo do bolo deste projecto. Na passada quarta-feira chegou o momento tão esperado. Tive de novo o privilégio de estar presente. Desta feita a ser entrevistado para a Sporting TV e a assistir ao mesmo ao lado do meu amigo de mais de trinta anos, o Miguel Afonso. Como ele mereceu este campeonato. Como o Sporting Clube de Portugal lhe poderá estar grato pela sua luta neste regresso.

Falámos horas sobre este projecto. Sei da sua dedicação e amor à causa. Aliado ao seu conhecimento da modalidade, esteve ainda presente o empenho e a arte de um todo. Do homem do leme Luís Magalhães – a quem dei um abraço no fim, sentido e emocional; aos jogadores, que prefiro não destacar nenhum num colectivo tão poderoso, foram uns heróis. Uns heróis vestidos de verde e branco com o símbolo do Leão rampante ao peito. Como foi bonito ver a genuinidade com que festejaram um título tão marcante para o universo Leonino.

Foi feita de sangue, suor e lágrimas esta conquista. Outras virão certamente.

O We Are Te Champions terá de se tornar viral no sistema de som do nosso pavilhão. Com público seria ainda mais lindo este título, porque o ‘João Rocha’ tem muito mais encanto vestido de verde e branco.

É nossa. É do basquetebol. É do Sporting CP.

É tão bom ser Sportinguista!

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