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Opinião

Amo‑te, Sporting!

Por Juvenal Carvalho
18 Fev, 2021

Neste amor de uma vida com o nosso Clube ri e chorei. Vi levantar centenas de troféus, mas também tive profundas noite de tristeza em que não conseguia dormir. Todas as relações intensas têm momentos bons e maus

Falar do nosso grande amor não requer inspiração, é normal e recorrente. É incontornável. É algo que sai de dentro de nós de forma natural.

Contudo, decidi escrever esta coluna de opinião que hoje estão a ler no passado domingo. E quis a data que a mesma fosse alusiva ao Dia dos Namorados e fez‑me abrir o coração para o amor de uma vida, o meu/nosso Sporting Clube de Portugal.

Como todos nós, no processo de vida, namorei, casei, tive filhos. Sou, afinal, comum dos mortais, igual a tantos outros nestas etapas da passagem terrena.

Contudo, com o Sporting Clube de Portugal o meu namoro é de uma vida e para a vida. Começou em menino. Cresceu com o tempo. É algo quase inexplicável, mas tão belo... direi mesmo inolvidável.

Aquando criança começou mesmo por ser às escondidas dos meus pais, de quem fugia literalmente de casa para ir ver os treinos da equipa de futebol, muitas vezes em vão por serem à porta fechada, mas onde ficava no final dos mesmos junto da mítica Porta 10‑A para ver os meus ídolos. E eram todos, não fazia distinções.

Chegado o fim‑de‑semana fazia os trabalhos escolares a correr e lá ia a caminho de Alvalade para ver tudo. Do futebol às modalidades. Era também o tempo em que pedia aos meus pais a semanada antecipada para ir ver o Sporting CP de lés‑a‑lés de Portugal e até ao estrangeiro. Tempos em que a minha mãe, que nunca se opôs a este namoro, embora uma fervorosa adepta do CF “Os Belenenses”, me dizia para levar a cama para o estádio e dormir lá, tal a minha loucura pelo Clube.

Este fervor podia ir caindo com a idade. Mas não. Depois do namoro, acabei por casar com o Sporting CP ao entrar ainda tão jovem para o dirigismo pela porta do basquetebol. Passei ainda pelo futsal – então futebol de cinco, onde comecei a escrever crónicas de jogos para o nosso jornal –, andebol e futebol juvenil.

Passei sempre tanto ou mais tempo ao lado deste grande amor do que com a minha família real. Passei também o Sportinguismo à minha filha, numa família de Belenenses. Foi um troféu para mim que jamais esquecerei.

Neste amor de uma vida com o nosso Clube ri e chorei. Vi levantar centenas de troféus, mas também tive profundas noite de tristeza em que não conseguia dormir. Todas as relações intensas têm momentos bons e maus. Ajudam até a fortalecer. Foi e ainda é assim com o meu/nosso grande amor.

Recordo‑me como se fosse hoje, e já está perto de chegar aos 50 anos – o tempo voa, o dia em que pelas mãos de meu pai entrei na secretaria do antigo estádio e assinei o contrato de fidelidade de uma vida com o Sporting CP. Quando me fiz Associado até hoje, e sempre cumprindo escrupulosamente as minhas obrigações, ganhando, perdendo... gostando mais deste jogador, treinador ou dirigente. Todos nós passamos. Eterno só o Sporting Clube de Portugal.

Estarei a teu lado até ao fim do meu percurso de vida ou mesmo para além dele.

Só assim sei estar nesta nossa relação tão intensa.

Amo‑te, Sporting!

O “Senhor Atletismo”

Por Miguel Braga*
11 Fev, 2021

(...) foi também por altura desses feitos que o meu pai me disse: “por trás de um grande fundista português estará sempre o professor Mário Moniz Pereira”

Cresci em casa tendo o professor Moniz Pereira como uma das grandes referências nacionais até porque o meu pai acompanhava, como podia, os resultados, performances e afins de todo o atletismo do Leão. Os dois tinham por hábito ter longas conversas que começavam sempre na música (nota: o professor também foi autor de alguns fados, entre eles “As duas Faces do Amor”) e descambavam invariavelmente nas pistas 
de tartan.

Numa altura em que havia apenas dois canais de televisão, o Sporting Clube de Portugal costumava ou ser o único Clube português presente nas grandes provas internacionais ou aquele que, com alguma frequência, colocava atletas no pódio. E foi assim, que nos primeiros anos da década de 80 do século passado, me habituei a ver na televisão os feitos de Fernando Mamede ou Carlos Lopes, mas também de Ezequiel Canário, Joaquim Pinheiro, gémeos Castro e tantos outros.

1984 acabou por ser o ano que ficou marcado para sempre na nossa memória colectiva: não só pelo recorde mundial de Mamede nos 10 000 metros no meeting de Helsínquia, não só pela vitória e respectivo ouro de Carlos Lopes na maratona dos Jogos Olímpicos de Los Angeles, mas porque foi também por altura desses feitos que o meu pai me disse: “por trás de um grande fundista português estará sempre o professor Mário Moniz Pereira”.
Nesta edição do Jornal Sporting, dedicamos algumas páginas [14 a 19] ao “Senhor Atletismo” português. Vários jornais não seriam suficientes para explicar a grandeza de alguém que dedicou a vida ao Sporting CP e ao desporto nacional, formando campeões de eleição, mulheres e homens que ganharam os mais diversos títulos envergando a camisola do Clube e também de Portugal. Tentamos, de forma resumida, dar a conhecer aos mais novos e recordar a todos os outros, a vida e legado de um dos grandes portugueses do século XX.

Salvador Salvador renovou na semana passada com o seu Clube do coração, terminando assim uma novela e um assédio a uma das grandes figuras do presente e do futuro do andebol nacional. Em entrevista (páginas 22 a 24), o jogador explica que “as notícias iam saindo e (…) a maior parte delas só serviam para me desestabilizar a mim e à Direcção do Sporting CP. Sempre tive a cabeça no Sporting CP, assim como o coração”. De corpo, alma e coração no Clube, Salvador Salvador terá agora mais responsabilidades, até porque também chegou a altura de deixar ir outro dos nossos, o consagrado Frankis Carol, que se despede nas páginas 26 a 28: “não podia dizer que não, é uma grande oportunidade para mim e tenho de a aproveitar. Agradeço ao Sporting CP ter compreendido o meu lado e deixar-me ir”. O jogador cubano, internacional pelo Qatar, fez quase 400 jogos pelo Clube e marcou 1621 golos de Leão ao peito, envergando também a braçadeira de capitão e conquistando vários títulos. A Frankis, o nosso agradecimento.

E se há homem a quem os Sportinguistas também agradecem a dedicação, esse homem é Nuno Dias, figura central do futsal do Sporting CP, treinador vencedor e de currículo simplesmente invejável. Será ele o nosso próximo convidado do ADN de Leão (pág. 29), o podcast que continua a dar a conhecer o outro lado dos nossos Leões e Leoas.

No futebol mantemos a concentração, o foco e a vontade de vencer o próximo jogo. Temos 48 pontos, mas faltam ainda 48 pontos em disputa. Tal como disse depois do jogo com o Gil Vicente FC, o presidente Frederico Varandas, “se a força é uma qualidade importantíssima para alcançar a vitória, a inteligência ainda é mais, por isso queria fazer um apelo a todos os Sócios e adeptos: o Sporting tem de respeitar sempre os seus dois rivais. Têm muita força dentro e fora do campo. É um erro histórico não o fazer. A arrogância, a bazófia, são meio caminho para a derrota e uma vitamina extra para os nossos rivais”. O caminho é longo ainda e devemos todos manter a humildade e os pés bem assentes na terra. 

 

Editorial da edição n.º 3806 do Jornal Sporting

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

Os opinadores

Por Juvenal Carvalho
11 Fev, 2021

(...) Repor a justiça é um acto inerente à mesma justiça. Nunca pode ser visto como “precedente perigoso” alguém, e aqui falo de que clube for, querer que se faça justiça. Não querer ver isso é mesmo não querer ver nada

Começo esta coluna de opinião com uma evidência. Decididamente, e não entro em futurologia, e sei bem que nada está ganho e que o caminho a percorrer será árduo, o Sporting Clube de Portugal começa a incomodar, e fundamento a minha opinião sustentando‑a em diversos opinadores da nossa praça.

Falo de pessoas com tempo de antena, que estão para o futebol como Carlos do Carmo estaria para o rock, ou Luciano Pavarotti para o fado. 

Aos dias de hoje, aqueles que gostavam tanto de um Sporting CP bonzinho nos relvados, e que até aqui ou ali diziam que éramos prejudicados e que era evidente uma diferença de tratamento, são hoje os mesmos que querem tapar o sol com a peneira e aqui‑d’el‑rei, espumam de raiva e verberam contra o tratamento dado ao clube deles, que no deve e haver têm décadas de saldo positivo e que agora são afinal os ‘calimeros’ da nossa praça. Que viram falta do Coates em Famalicão, que não viram penálti no lance do Zaidu em Alvalade, etc. Como diria o míster Quinito, numa expressão tão sua, e que fez escola, que se referia muitas vezes ao jogo como entretido.

É também entretido, mas com um misto de revolta com escárnio, ouvir esses opinadores, que de lentes coloridas em riste, querem minimizar épocas menos bem preparadas, e que nunca esperavam – e tanto ainda falta – ver o Sporting CP na liderança.

Fiquei feliz em tempos, e não quero pôr toda a gente no mesmo saco, porque programas e pessoas existem em que só se fala do jogo jogado, que alguns canais tivessem acabado com as aleivosidades de alguns em programas que nada acrescentavam que não o fomento do ódio.

São também os mesmos que vêem num cartão amarelo caricato mostrado a João Palhinha no Bessa, e no recurso de despenalização do nosso Clube a um erro admitido pelo próprio árbitro Fábio Veríssimo, um “precedente perigoso”.

Pois bem, precedente perigoso, é outra coisa. É mesmo um jogador entrar em campo e num simples minuto ser‑lhe mostrado amarelo num lance normal. Repor a justiça é um acto inerente à mesma justiça. Nunca pode ser visto como “precedente perigoso” alguém, e aqui falo de que clube for, querer que se faça justiça. Não querer ver isso é mesmo não querer ver nada. 

Que o Sporting CP continue a dar razão a estas pessoas para continuarem a sua saga. É sinal de que os incomodamos, e até se percebe no ar uma santa aliança contra os mesmos.

É porque alguma coisa estamos a fazer bem. E estamos a fazer bem no local certo. Dizia‑me um velho Leão que já não está no mundo dos vivos que para ganharmos tínhamos não só de ser melhores, mas sim muito melhores. Era eu uma criança e interiorizei isso. Hoje lembro‑me amiúde dele. E ainda não havia o mediatismo destes opinadores de pacotilha. 

Era ainda no tempo da televisão a preto e branco, e em que eu lia no nosso jornal, então ainda muito jovem, as tão bem escritas prosas de Inácio Teigão contra alguns apitadores. Pouco ou nada mudou. Mudaram‑se os tempos, mas não se mudaram as vontades. Continua tudo como dantes... apenas apareceram aqueles que hoje são os protagonistas dos novos tempos e invertem tudo aquilo que nós vimos. Os opinadores.

Carta a Coates

Por Pedro Almeida Cabral
11 Fev, 2021

(...) Haver jogadores tão humanos como tu que nos mostram como são e como sentem é bem maior que os meros 90 minutos de um jogo. Desejo e desejamos-te força. Também por isto, obrigado Capitão

Caro Seba, escrevo-te momentos depois do nosso encontro com o Gil Vicente FC. Foi um jogo difícil e intenso. Na primeira parte, sofremos bastante. Ainda não tinha passado um quarto de hora e foste, uma vez mais, imperial num corte na nossa grande área. Nos segundos 45 minutos, devemos-te a vitória. Aonde foste tu rematar e cabecear para os dois golos, fomos todos celebrar. Há quem fale em estrelinhas, como se o futebol fosse de deitar sortes. Mas também há quem veja o óbvio: o Sporting Clube de Portugal lutou, e lutou com discernimento, fazendo por merecer a reviravolta até ao apito final.

Lembro-me quando chegaste ao Sporting CP vindo da Premier League há cinco anos. A necessidade de ter um central com as tuas características era premente. Do empréstimo pelo Sunderland AFC à permanência no Sporting CP foi um ápice. As épocas foram passando e és hoje o jogador mais antigo do plantel. A braçadeira de capitão assenta-te bem. Pela experiência e pela alma com que vestes a camisola verde e branca. Isso bastaria para seres a voz da equipa em campo. Só que se vai revelando algo mais. Depois de uma temporada com algum azar, regressaste para o que está a ser a tua melhor época no Sporting CP. Outros poderiam ter-se deixado abalar. Ao contrário de ti, que jogas agora com posicionamento impecável e fabulosos cortes milimétricos, comandando toda a linha defensiva no exigente esquema de três centrais de Rúben Amorim. Ainda arranjas tempo para investir na frente, com cinco golos marcados, a um do teu máximo de seis numa época, quando faltam 16 jogos. Não tens só a braçadeira do capitão. És o Capitão. O que é completamente diferente. 

Vimos as tuas emocionadas declarações após o jogo com o Gil Vicente FC. Sabemos as razões. Perder um amigo tão novo da maneira que foi é duro. Partilhá-lo da maneira que fizeste ainda mais. Mas esse é o principal motivo que me levou a escrever-te. O futebol é demasiado importante para ser apenas futebol. A amizade, o respeito, a superação e o esforço são aquilo que o futebol nos permite perceber melhor. Haver jogadores tão humanos como tu que nos mostram como são e como sentem é bem maior que os meros 90 minutos de um jogo. Desejo e desejamos-te força. Também por isto, obrigado Capitão. Saudações Leoninas.

 

Jogo a jogo… pés no chão!!!

Por Tito Arantes Fontes
11 Fev, 2021

Fizemos uma extraordinária primeira volta do Campeonato, a melhor de sempre da nossa centenária história! Saibamos, pois, agora honrar esse fantástico marco com uma segunda volta que a dignifique… para honra e Glória do nosso SCP!

Acabámos agora o jogo de Barcelos… um daqueles jogos que nos consome “anos de vida”… inicio prometedor nos primeiros minutos e depois, depois fomos caindo, deixando andar e o Gil Vicente FC a acercar‑se cada vez mais da nossa baliza… cada vez com mais perigo… até que marcou mesmo! A coisa ficou mais difícil e – claramente – todos víamos que na segunda parte muita coisa tinha de mudar! E mudou… não sei o que Rúben Amorim disse no balneário aos nossos jogadores, mas sei – isso sim – que a nossa atitude mudou e mudou para melhor! Passámos a jogar com outra intensidade, com outra vontade, com outra garra… e íamos ganhando “bola atrás de bola”… as ditas “primeiras bolas”, as “segundas” e até as “terceiras”… era uma avalanche contínua, de pressão constante, de arreganho… até que – tal como na primeira volta no José Alvalade – aos 83 minutos conseguimos o empate! Merecido! Sofrido e merecido! Tudo podia ainda acontecer… e aconteceu… no segundo minuto dos “descontos”… pum, já está, outro golo do SCP! Reviravolta no resultado! Vitória do SCP! Herói do jogo? COATES! Mais uma imperial exibição a defender, coroada com dois golos… prova que temos aqui um central que é também um avançado e dos bons! Obrigado, COATES!!! Mais ainda por ser num dia especial, depois de uma semana em que o futebol uruguaio perdeu um amigo teu, de muitos anos! Deus sabia e abençoou‑te… para lhe poderes dedicar – como bem fizeste! – os dois golos da tua felicidade, da nossa felicidade!

No final do jogo oportunas declarações de Rúben Amorim e do presidente Frederico Varandas! O primeiro escalpelizando bem o jogo, consciente da sofrível, lenta e má primeira parte que fizemos, do mérito do Gil Vicente FC e das alterações que teve de fazer e do diálogo com os jogadores, nomeadamente ao intervalo, para lhes incutir a “poção mágica” da vitória! E sintetizou a sua ideia com a frase “Até voltarmos a ganhar alguma coisa não se pensa em festas! Não imagino festa nenhuma de campeão com os adeptos. Imagino, sim, ganhar ao FC Paços de Ferreira e pensar em como vamos trabalhar e melhorar para esse jogo”! É isso mesmo! Jogo a jogo! Depois veio o nosso presidente Frederico Varandas lembrar que “não ganhámos nada”, salientar que temos de respeitar sempre os nossos dois rivais… “que têm muita força dentro e fora do campo” e lembrar à nação Sportinguista que “a arrogância, a bazófia, é meio caminho para a derrota e uma vitamina extra para os nossos rivais”! Terminou dizendo que “o Sporting CP tem de continuar como até aqui, concentrado, sério, competente, implacável dentro de campo e com a humildade dos gigantes”! Sábias palavras! Ou seja, pés no chão!

Fizemos uma extraordinária primeira volta do Campeonato, a melhor de sempre da nossa centenária história! Saibamos, pois, agora honrar esse fantástico marco com uma segunda volta que a dignifique… para honra e Glória do nosso SCP! E isso, caríssimos Sportinguistas, só com a filosofia que os nossos líderes tão bem apontaram e agora nos recordaram: é jogo a jogo… e pés no chão!!!

Arbitragem – temos assistido ultimamente a arbitragens condignas nos jogos do Sporting CP. Soares Dias no “dérbi dos dérbis”, como já comentámos, Hugo Miguel com o CS Marítimo e Nuno Almeida em Barcelos. Três boas actuações, aqui e ali com erros, bem sei, mas criteriosas e permitindo “jogos saudáveis”. Afinal é mesmo possível haver boas arbitragens em Portugal! Pese embora noutros lados se continue a assistir a inexplicáveis e injustificadas “berrarias”… nomeadamente do “apito azul”, o tal clube que consegue por si só ter mais penáltis que o somatório dos outros três melhores classificados da Liga portuguesa! O tal clube que é o menos amarelado” de todos os clubes da Liga nacional! Pois, ainda assim, não lhes basta… e refilam, barafustam, conspurcam… e expelem constantemente o seu fel, a sua mentira, contaminando o “ar saudável” em que queremos viver! Não, não pode ser!

Conselho Disciplina (CD) – vergonhosa actuação! Não lhe chegou não ter decidido, como devia, a despenalização do Palhinha! Despeitado com o “nó cego jurídico” que lhe foi aplicado pela cristalina decisão judicial do TCAS, desata a emitir comunicados (veiculando conscientemente informação errada), a fazer exposições ao Conselho Superior dos Tribunais Administrativos (um topete!) e a contribuir para um “desinformado” clima em que pululam vários analistas de pacotilha dos meios de comunicação social!  Com tudo isto, contribuiu decisivamente para levar a FPF a anunciar um lamentável, triste e envergonhado recurso para o Supremo Tribunal Administrativo da decisão do TCAS! Pobre Conselho Disciplina! O tal que ainda aplica “filosofias inglesas”, como a tal do “field of play doctrine”, que até os próprios ingleses nem sempre aplicam em matéria disciplinar! Como foi bem demonstrado neste último fim‑de‑semana com a despenalização de dois jogadores na Premier League por terem sido mal admoestados pelo árbitro no decurso de jogos dessa competição. Tudo decidido em menos de oito dias. Como cá o CD poderia ter feito… máxime depois de Fábio Veríssimo ter assumido o seu erro, baseado no facto de não ter visto o lance do Palhinha em toda a sua plenitude. É este mesmo CD que aplicou 45 dias de suspensão ao presidente Frederico Varandas pelas declarações por este proferidas após o jogo de Alvalade com o FCP… ficamos curiosos e atentos para saber qual a sanção que o mesmo CD aplicará a Sérgio Conceição por ter dito, depois do último jogo com a Belenenses SAD, no Jamor, preto no branco, que “fomos enganados” Fomos roubados!”… esperemos pela sanção! E falaremos!

Liga Portugal – tem a Liga nos seus quadros uma senhora de nome Sónia Carneiro. É empregada da Liga! O Sporting CP é associado histórico e fundador da Liga! Pois bem, essa senhora, vá lá saber‑se porquê, resolveu botar opinião no passado domingo num jornal desportivo do Norte! E falou sobre a “field of play doctrine”… mas será que essa empregada não deveria, num tema sensível que envolve um associado histórico e fundador da Liga estar sossegada, tranquila e caladita?… pois, parece que sim, que era assim que a senhora deveria estar… portanto, ó Liga, põe lá ordem na tua casa! Respeita os teus associados fundadores e históricos! E – por isso e para isso – diz lá aos teus empregados para se “empregarem” nos temas próprios dos seus postos de trabalho… deixando os outros para quem de direito! Até porque – decisiva razão – os empregados da Liga não se devem imiscuir nas discussões, divergências, questões que envolvam os seus associados!

Viva o Sporting Clube de Portugal!!!

Passo a passo

Por Miguel Braga*
04 Fev, 2021

(...) o Sporting CP já conseguiu a melhor pontuação nos últimos 72 anos, igualando um dos recordes dos míticos “Cinco Violinos”. Que a equipa continue a corresponder, passo a passo, jogo a jogo, é o desejo de todos nós

Semana intensa, marcada pelo dérbi lisboeta, pelo que se passou fora e dentro de campo, com direito a uma considerável azáfama no final de mercado. Ainda antes do jogo da passada segunda-feira, o país futebolístico foi surpreendido com uma posição intransigente do Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol relativamente à (injusta) suspensão de João Palhinha, provocada por um famigerado cartão amarelo aos 79 minutos no jogo no Bessa, contra o Boavista FC, três minutos depois de ter entrado em campo.

Recordemos que, num acto digno e de coragem, Fábio Veríssimo admitiu o erro ao Conselho de Disciplina: “após visionar as imagens da jogada (ângulo oposto ao meu posicionamento) considero que a mesma não cumpre os critérios para ataque prometedor. Deste modo, a acção disciplinar não foi adequada”. Com estas palavras, o árbitro internacional abriu a porta para que a verdade desportiva prevalecesse sobre o erro do momento, algo que está previsto no regulamento da competição. Mas a justiça elementar bateu de frente com uma posição do CD, escudada na “field of play doctrine” que, em pleno século XXI, continua a servir interesses que não são os de um futebol mais transparente e equilibrado. 

Como Carlos Barbosa da Cruz escreveu, e muito bem, esta semana no jornal Record, “se se generalizou o uso do VAR, porque se concluiu, e bem, que a tecnologia podia suprir os naturais erros de julgamento dos árbitros, não entendo por que é que essa mesma tecnologia já não serve para corrigir lapsos” dessa natureza. Não aproveitar todos os recursos que estão ao nosso alcance para trazer mais justiça ao mundo, seja do futebol ou outro qualquer meio ou indústria, é afastarmo-nos do propósito de lutar por uma sociedade melhor e mais justa.
Com a admissão por parte do árbitro do seu erro, com imagens que o comprovem, insistir no erro é, simplesmente, desvirtuar a justiça desportiva. E como alguém disse um dia: “se errar é próprio do Homem, insistir no erro é próprio do diabo”. Independentemente da discussão jurídica, a verdade é que em menos de um mês, o Sporting CP voltou a ser prejudicado, à imagem do que aconteceu com o caso dos “falsos positivos” de Nuno Mendes e Andraž Šporar. 

Em campo, o Sporting CP impôs-se ao seu rival com uma vitória inequívoca, construída com muito trabalho e uma crença de que o jogo só acaba quando o árbitro assim o ordena. Já depois do minuto 91, a pressão de Bruno Tabata, Jovane Cabral e Daniel Bragança (todos saídos do banco) do lado esquerdo do ataque do Sporting CP foi fundamental para criar os desequilíbrios na defesa rival; com Pedro Porro pela direita, Matheus Nunes ao meio e Palhinha à entrada da área, o Sporting CP atacou com mais de metade da equipa porque acreditou até ao fim que era possível conquistar os três pontos. E Matheus Nunes fez explodir de alegria todos os Sportinguistas com aquela cabeçada certeira, fazendo entrar a bola no centro da baliza adversária.

Nesse mesmo dia, o Sporting CP reforçou o seu plantel com a chegada de Matheus Reis, João Pereira e Paulinho. Três jogadores de qualidade, com experiência de campeonato nacional e sem necessidades de longos períodos de adaptação. Aos três, desejamos todas as vitórias: o sucesso do colectivo será sempre a garantia de superação individual.

Amanhã será disputado o último jogo da primeira volta da Liga NOS. Seja qual for o resultado, o Sporting CP já conseguiu a melhor pontuação nos últimos 72 anos, igualando um dos recordes dos míticos “Cinco Violinos”. Que a equipa continue a corresponder, passo a passo, jogo a jogo, é o desejo de todos nós.

 

Editorial da edição n.º 3805 do Jornal Sporting

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

Quanta raça, quanto querer...

Por Juvenal Carvalho
04 Fev, 2021

Dá gosto ver com quanto querer, com quanta raça, os meninos de Rúben Amorim entram em cada jogo sem olhar a adversários, sem olhar a quem está do outro lado. Lutar, lutar e lutar é o lema

Seria cínico da minha parte não vos revelar que este jogo com o rival da segunda circular não é apenas para mim o dérbi eterno. É mesmo o dérbi que me faz apaixonar. O dérbi que me faz até ser irracional. É sempre um dia que parece ter 48 horas, tal a ansiedade e o nervoso miudinho que me invade desde que acordo até à hora do início do jogo. Direi até que roça o irracional este meu estado de alma.

Na segunda-feira nada diferiu. Acordei, contudo, com uma fé inabalável. Este lema do #OndeVaiUmVãoTodos, veio para fazer escola e eu, como todos nós, estamos ao lado destes rapazes, e sobretudo acreditamos neles.

Não quero começar o jogo pelo lado marginal. Não quero falar por isso da forma como só o tribunal haveria de repor a justiça e colocar João Palhinha em campo.

Quero só falar do que vi. E o que vi foi um Sporting Clube de Portugal a ser mais equipa desde o apito inicial. A querer mais. A ter mais equipa, porque no futebol o que conta é um todo que quer muito, repleto de jovens complementados com outros mais experientes, que luta por cada bola como se fosse a última.

Dá gosto ver com quanto querer, com quanta raça, os meninos de Rúben Amorim entram em cada jogo sem olhar a adversários, sem olhar a quem está do outro lado. Lutar, lutar e lutar é o lema.  

E como quem luta como eles, dá razão ao velho ditado português que diz que quem porfia sempre alcança. E não é que alcançaram mesmo, e que para fim estaria guardado o bocado que nos pôs em êxtase. 

Matheus Nunes, sim, falo desse menino cheio de talento, que joga com cabeça assente no lugar como poucos, e que seria também de cabeça que nos deu uma vitória que só vale três pontos, mas que emocionalmente para os Sportinguistas vale muito mais que isso. É o gosto tão peculiar e especial de ganhar ao nosso arqui-rival de todo o sempre.

Faltam 18 finais a partir de agora. Amanhã será com o CS Marítimo, numa deslocação onde teremos umas contas a ajustar, a primeira das 18. Será já com a integração de Paulinho, João Pereira e Matheus Reis no plantel que encararemos os jogos até ao final desta época. Que sejam felizes nesta etapa de Leão ao peito. Que venham ajudar e reforçar um plantel que quer muito. Que faz da mistura da garra com a classe a sua imagem de marca. 

Qual de nós não está orgulhoso do momento que está a vivenciar, sabendo que o futebol vive do momento? Ninguém, que se orgulhe de ser Sportinguista, respondo eu.

Nada está ganho. Até ao fim muita água correrá por debaixo das pontes. Uma coisa sei. Com este esforço, esta dedicação e esta devoção, a glória estará mais perto.

O Leão, e estes Leões já deram provas disso mesmo, só se curvam para beijar o símbolo. 

Caminhamos juntos... somos feitos de Sporting!

Jogo a jogo

Por Pedro Almeida Cabral
04 Fev, 2021

(...) há uma entrega, um empenho e um esforço que, combinados com a alegria confiante dos nossos jogadores, tornam este Sporting CP um adversário temível

Jogo a jogo, vai ganhando o Sporting Clube de Portugal pontos para o campeonato. À beira de terminar a primeira volta – falta apenas o jogo com o CS Marítimo na Madeira –, comanda o Sporting CP com 42 pontos, mais quatro que o FC Porto e mais nove que o SC Braga e que o SL Benfica. A última partida, contra o SL Benfica, nunca seria apenas o jogo da 16.ª jornada. Pelo que rodeia este dérbi, há sempre algo mais em causa. Mas a vitória valeu os três pontos de sempre. E nada mudou no topo, a vantagem do Sporting CP face ao FC Porto continua a ser de quatro pontos, havendo ainda muito campeonato para jogar.

Ainda assim, não podemos perder de vista o significado desta vitória. Os recordes existem para ser batidos. E os resultados negativos também. Há nove anos que o Sporting CP não levava de vencida o SL Benfica em casa para o campeonato. A última vez tinha sido em 2012, com um golo solitário marcado por Wolfswinkel. Nove longos anos! Nunca poderá o Sporting CP aspirar a grandes voos passando tanto tempo sem conquistar três pontos em casa a um dos crónicos candidatos ao título. Encerra-se um ciclo negativo, que esperemos que nunca mais se repita.

Para além da vitória, há algo neste Sporting CP que nos agarra. As equipas jogaram sempre encaixadas, não dispondo de grandes oportunidades, nem havendo rasgos individuais. Só que há uma entrega, um empenho e um esforço que, combinados com a alegria confiante dos nossos jogadores, tornam este Sporting CP um adversário temível. O golo de Matheus Nunes conta esta história. No final do jogo, com o SL Benfica com as linhas subidas, adivinhava-se uns últimos minutos sufocantes para a equipa Leonina. Não foi assim. Em insistência e em crença, a equipa do Sporting CP subiu até onde pôde e seria Matheus Nunes a finalizar com grande oportunidade o único golo da partida. O mesmo Matheus Nunes que chamado a substituir Palhinha, que quase não jogou pelas confusões do Conselho de Disciplina da Federação (o que fica para outra crónica), soube estar à altura do desafio. São jogos como este que demonstram que vale sempre a pena lutar olhos nos olhos com qualquer adversário. E é com esta atitude que o Sporting CP continuará a entrar em campo, jogo a jogo, até ao fim do campeonato.

 

Janeiro vitorioso… e Fevereiro promete!!!

Por Tito Arantes Fontes
04 Fev, 2021

(...) já estamos em Fevereiro… ou seja, ultrapassado está o terrífico Janeiro… o mês em que vários “oráculos” balbuciavam que iríamos fraquejar, alguns até – após a nossa brilhante vitória na Taça da Liga – fazendo contas de “sumir”

1. Escrevo depois de ontem à noite o Sporting CP ter ganho de modo categórico ao seu rival da Segunda Circular! Foi uma bela vitória! Saborosa! Mais saborosa porque obtida através de um golo pleno de oportunidade já nos “descontos”! E que merecido que foi esse nosso golo! Obrigado Matheus Nunes, “ganda joga” que fizeste! Obrigado TT, foste o “maior” (adorei aquela de “olhares” o velho e experiente Otamendi no “olho”… a pô-lo no sítio!). Fizemos o dobro dos remates à baliza do nosso adversário (que – é bom sublinhar – não teve uma única verdadeira e clamorosa oportunidade de golo!). Tivemos o dobro das acções ofensivas na área adversária, várias constituindo-se como – de longe – os lances mais vistosos e perigosos do jogo, máxime o remate de cabeça do Neto aos 40 minutos de jogo! Tivemos oito cantos a nosso favor e do outro lado apenas um contra nós! Foi justo! Foi justíssimo! E tudo isto num jogo “tacticamente amarrado”, cheio de “duelos”, como agora se diz, muito disputado, muito intenso… um bom jogo de futebol, emotivo até ao fim! A arbitragem foi a prova que Soares Dias é, quando quer, um bom árbitro! Pena é que – contra nós – muitas vezes “não queira” ser esse “bom árbitro” que tem capacidade para ser… e que, por isso, como bem nos demonstrou em jogos passados, nos prejudique com acinte, muitas vezes com perverso acinte mesmo! Quem apita como ontem Soares Dias apitou está mesmo obrigado a deixar-se de “dolos”, de todos os “dolos”, incluindo os “dolos intensos”, de que tanto tem padecido quando tem de apitar o SCP! E, claro, que à boleia da nossa justa vitória, não estou a salientar os seus maiores erros de ontem… a não expulsão de Gilberto aos 63 minutos, por acumulação de amarelos, e o facto do inenarrável Pizzi só ter visto amarelo aos 75 minutos, depois das inúmeras faltas que andou a distribuir durante o jogo todo!

2. O nosso Rúben Amorim festejou com entusiasmo, com garra e com querer o nosso golo! Está – como desde que chegou a Alvalade, é mais do que evidente – muitíssimo motivado e focado no excelente trabalho que tem vindo a fazer. E – claro – continua também a exibir-se de modo superior nas intervenções públicas, como se nota nas conferências de imprensa com que sistematicamente nos brinda. No final do jogo deste eterno dérbi assistimos, pois, a mais uma notável prestação. É “jogo a jogo”… e agora o mais importante é o desafio na Madeira, já na próxima sexta-feira, contra o CS Marítimo. Este é para ganhar, vingando a eliminação da Taça de Portugal! Saliento ainda, entre as muitas coisas que Rúben tem dito, uma que me é especialmente querida: é que é mesmo muito difícil marcar golos ao SCP! Só sofremos nove golos em 16 jogos! E quase que não há oportunidades de golo contra nós… ontem não houve mesmo! Os nossos “trintões” estão ali concentrados: Adán (belo guarda-redes), Neto (experiência), Coates (imperial) e Feddal (coragem) têm sido inultrapassáveis… e sempre que necessário contam com o apoio de jovens já certezas como Gonçalo Inácio e Eduardo Quaresma! E ainda com a preciosa ajuda dos laterais Porro e Nuno Mendes… os dois, soberbos!

3. Recebemos, agora, três reforços que nos parecem de peso: Paulinho, João Pereira e Matheus Reis! Cada um com a sua missão específica! Cada um com o seu valor! Cada um por uma razão própria! E tudo isso o Rúben Amorim já bem explicou! Bem-vindos e boa sorte! É só seguir o exemplo dos que cá estão! São reforços, são nossos! Atrevo-me a confessar que ao saber ontem da notícia me lembrei de outro “trio de luxo” que fomos buscar há uns vinte anos atrás na “janela de Inverno”… André Cruz, César Prates e Mpenza… e depois foi o que todos sabemos! E festejámos!

4. E sim, já estamos em Fevereiro… ou seja, ultrapassado está o terrífico Janeiro… o mês em que vários “oráculos” balbuciavam que iríamos fraquejar, alguns até – após a nossa brilhante vitória na Taça da Liga – fazendo contas de “sumir”… pois bem, tudo ultrapassado! Lembrar que este mês tivemos o épico jogo com o CD Nacional, o contratempo da partida com o Rio Ave FC, a jogatana no Bessa e o dérbi com a “confraria dos padres”! E no meio disso a vitória na Taça da Liga! E a infeliz eliminação da Taça de Portugal. De salientar que neste conjunto de “jogos de Janeiro” ganhámos ao FC Porto, ao SL Benfica e ao SC Braga! Ganhámos sempre! Ganhámos sem apelo nem agravo a todas estas equipas “incensadas” pela generalidade dos comentadores da nossa praça… estas equipas que estavam a melhorar, a subir na respectiva forma… vinha aí, pois, o “ai Jesus”… afinal… veio o SCP!

5. Lembrar, por último, que tudo isto foi feito lutando fora de campo contra muitos outros factores… “ele” foi aviões que aterram ou não aterram, “ele” foi jogos que se querem jogar mas afinal são adiados, “ele” foi testes que dizem “covid sim” e são “covid não”, “ele” foi cartões que sim… mas que depois Fábio diz que não… “ele” foi tudo… e o SCP a sofrer, a ser vilipendiado, a ser torturado… tudo ultrapassámos! E – no meio disto – ganhámos um “mártir”… o nosso Palhinha… que justamente foi “salvo” por uma brilhante decisão dos nossos tribunais, que viram o que o Conselho de Disciplina (CD) não viu! E decidiram de modo lesto… o que provocou o triste e lamentável comunicado do CD da FPF… está tantas vezes calado… e bem calado (e ultrapassado) devia mesmo ter ficado!

Viva o Sporting Clube de Portugal!!!

As bases estão lançadas

Por André Bernardo
28 Jan, 2021

“Sejamos luta quando for preciso, E arte quando for a hora, Mas sempre ‘Sporting’”

Taça da Liga

No passado sábado, horas antes da final da Taça da Liga, recebi de um amigo, praticante de capoeira, uma SMS com o seguinte texto: “Sejamos luta quando for preciso, E arte quando for a hora, Mas sempre ‘Sporting’”. A frase original refere-se à “capoeira” e não ao “Sporting”, mas dizia ele que achava que a mesma representava na perfeição o espírito desta equipa dentro de campo e os valores que representa e pelos quais se guia fora dele. 

Não posso estar mais de acordo e penso que a frase tem a virtude de conseguir espelhar, de forma sublime e em poucas palavras, aquilo que tem sido o equilíbrio entre os momentos de luta e arte que esta equipa tem sabido demonstrar.
 
O jogo contra o CD Nacional, que nunca devia ter sido jogado, foi o apogeu da capacidade de luta “física” desta equipa. A meia-final contra o FC Porto, o epítome da luta de “espírito” de quem nunca baixa os braços, e que culminou com a “arte” de Jovane a fazer dois golos. 

A final contra o SC Braga teve os dois bem doseados ao longo do jogo e culminou com a merecida e justa conquista da nossa terceira Taça da Liga.  
São também três as Taças que o Sporting CP já conquistou na era pós-Alcochete em menos de dois anos e meio, mas, acima de tudo, queria destacar que neste período conseguimos lançar as bases para o futuro do Clube e esta é uma Taça made in Sporting.

Made in Sporting. Foram seis os jogadores do Sporting CP pertencentes à formação num plantel com 12 jogadores com menos de 23 anos, seis iniciaram a final como titulares, três deles são ainda juniores. 
E esta Taça é especialmente saborosa precisamente porque é o selar com Glória de um caminho trilhado também ele entre a luta e a arte na implementação de um modelo que passou, entre outras coisas, pela reconstrução da Formação, com a adopção de um modelo inovador centrado no jogador e num investimento em recursos humanos e físicos para oferecer as melhores condições possíveis à concretização do mesmo. 

As bases estão lançadas

Antes de atravessar o Rio Rubicão, Júlio César terá hesitado antes de proferir a frase Alea Jacta Est – “a sorte está lançada” –, que ficaria célebre por significar “uma decisão enérgica e grave, geralmente irreversível, depois de se ter hesitado muito”*.
Ao contrário de Júlio César não hesitámos na decisão de apostar na Formação, assim como não hesitámos na execução dos restantes eixos estratégicos que definimos e que estão em curso. Mas é importante realçar várias coisas. 

A primeira é que antes de eles se tornarem visíveis há um trabalho invisível que tem de ser feito e que não tem necessariamente efeitos imediatos. 

A segunda é que nenhum modelo é imune ao seu contexto e, deixando de fora uma série de condicionantes que poderia referir, continuamos em pandemia e perante uma das maiores crises de sempre. 

A terceira é que um bom modelo é aquele que deixa as bases prontas para a sua própria adaptabilidade, capacidade de aprendizagem e resiliência a novos contextos inesperados. 

A última é que é bom ter sempre presente que este caminho não é irreversível e que estas bases podem ser facilmente destruídas se cairmos na tentação do imediato e quisermos queimar etapas. Mas aquilo que podemos dizer, com satisfação porque foi aquilo a que nos comprometemos, é que, com luta e arte as bases estão lançadas. 

 

* Definição do Dicionário Priberam de Língua Portuguesa.

 

Editorial da edição n.º 3804 do Jornal Sporting

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