Your browser is out-of-date!

Update your browser to view this website correctly. Update my browser now

×

Foto D.R.

Agora é a sério!

Por Jornal Sporting
09 Ago, 2018

Editorial do director interino para a edição n.º 3.688

Estamos à porta de mais um arranque da Liga NOS. Domingo, pelas 18h30, os nossos leões entram em campo, em Moreira de Cónegos, onde naturalmente só os três pontos interessam. A pré-época pode não ter dado grandes vislumbres do que poderá a equipa orientada por José Peseiro fazer, mas a partir de agora é a sério! Volta a velha e conhecida ditadura dos resultados, perante os quais uma simples bola na trave pode ditar a distância abismal entre sucesso e insucesso. Estaríamos todos descansados se fosse apenas esse o argumento a determinar os vencedores. Relembra-se a máxima deixada pelo professor Moniz Pereira, que dava conta da sorte dar muito trabalho. É precisamente esse trabalho que jamais poderá ser colocado em causa por factores externos ao já escrutinado rendimento dos atletas envolvidos nas mais diversas competições, aqui aplicados ao futebol. O Sporting CP pugna constantemente pela verdade desportiva mas todos os anos a conversa parece voltar aos mesmos tópicos de sempre: a intensidade. Aliás, excelente substituto para o tão perigoso factor da intenção, que faria entrar por caminhos (ainda) mais escorregadios.

A que conclusões terá chegado a Federação Portuguesa de Futebol, a Liga e Conselho de Arbitragem sobre o facto de não ter havido um só árbitro luso a apitar no Mundial? Portugal, que é campeão europeu e foi uma das três ligas europeias a estrear o vídeo-árbitro na época transacta, algo que chegou a servir de arma de arremesso ao anterior Presidente do Sporting Clube de Portugal, que defendia a solução como uma das mais prementes para se reduzir substancialmente a margem de erro de quem se quer 'invisível' no relvado.

Míster: o caminho pode ser sinuoso mas Goethe dizia (e bem) que as montanhas não podem ser vencidas excepto se forem atravessadas por eles, caminhos sinuosos, aqueles que parecem calhar sempre ao Sporting CP em sorte quando outros conhecem – ou lhes facilitam – vias mais directas, ainda que moralmente condenáveis, pois legal e juridicamente estão em curso vários processos de averiguação que ainda não se conhecem o desfecho.

No entanto, é o Sporting CP que faz vender jornais e enche intermináveis horas de antena de rádio e televisão, num tratamento desigual, na forma e no conteúdo, em constantes atropelos aos mais elementares e básicos deveres da imprensa: de informar com verdade o seu público. Este assunto, aliás, esteve sempre na ordem do dia nas páginas deste Jornal desde a sua primeira edição, como Boletim Sporting, que saiu para as bancas a 31 de Março de 1922. Neste número que tem nas mãos [páginas 9, 10 e 11], o tópico foi abordado pelo actual presidente da Comissão de Fiscalização, Henrique Monteiro, antigo director do semanário Expresso e jornalista desde 1979. Admitiu que o nosso Clube, realmente, nunca teve aquilo a que se chama 'boa imprensa'. Não a ter poderia não ser problemático caso o inverso (leia-se 'má imprensa') não fosse prejudicial aos interesses do Clube. A questão não é de somenos. A comunicação atingiu o galáctico nível de poder determinar o redondo falhanço de uma excelente mensagem ou o seu contrário. Não faltam casos de ambas as realidades para o comprovar. Fica o desejo de os Sportinguistas saberem reconhecer a credibilidade das suas fontes e assim fundamentarem as suas opiniões. Liberdade é isto!