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Todos seremos poucos...

Por Juvenal Carvalho
10 Jan, 2020

Para que o futuro seja de união – unanimismo é outra coisa, e que abomino – teremos de pensar no Sporting CP acima das pessoas

Dizer que o Sporting Clube de Portugal é enorme é um facto indesmentível e comprovado pelos milhares de troféus que estão expostos no nosso Museu, onde estão retractados 113 anos de uma história imensa, numa obra fantástica, cujo 'pai' do projecto foi Mário Casquilho, um grande e dedicado Leão e amigo.

Hoje não quero falar de passado, por mais que ele nos orgulhe e que nos faça ser de longe o clube que mais conquistas nacionais e internacionais temos no desporto nacional, só batidos, no que concerne aos títulos europeus, pelos colossos espanhóis Real Madrid e Barcelona. 
Quero sim falar de presente, e alavancar o futuro em forma de esperança, inerente ao verde, que é a cor da mesma. Hoje, é indesmentível que pelas mais variadas ordens de razão estamos mais distantes entre nós. Que  o advento das redes sociais nos trouxeram novos e piores tempos, mas a verdade é que temos que ver positivismo onde por vezes nos custa a acreditar nele.

É real que neste país se fala na belenensização do nosso Clube há já algum tempo. É real que até no poder político-desportivo se quer criar um clube grande a Norte e outro a Sul, numa mais do que preconizada bipolarização. É também real que entre esses dois clubes a guerra surda pelo domínio pelo lado ‘sujo’ do futebol é até aberrante.

Mas também é real que se no futebol ganhamos muito pouco para a dimensão do nosso Clube, ainda somos aos dias de hoje um fenómeno de popularidade. E também é real que temos milhares de adeptos espalhados pelo país e pelo estrangeiro, muitos deles jovens – acima de todas as expectativas para quem não ganha –, e de Norte a Sul e Ilhas, sobretudo por acção dos Núcleos do Sporting CP.

Para que o futuro seja de união – unanimismo é outra coisa, e que abomino – teremos de pensar no Sporting CP acima das pessoas. Temos tido dezenas de presidentes e centenas de dirigentes que passam, ficando o Clube. Sou, aliás, marcado pela minha geração, e se tenho que idolatrar alguém a seguir ao símbolo e aos fundadores, será João Rocha, que é para mim o eterno presidente.

Dirão que sou um romântico e que vejo o Sporting CP dessa mesma forma. Não, sou mesmo um tipo com massa crítica, e que não tem amarras nem sou yes man de nada nem de ninguém.

Sou é do Sporting CP nas vitórias e mais ainda nas derrotas, coisa que no futebol temos infelizmente décadas de insucesso. 

Sem dar conselhos, porque quem sou eu para o fazer além de um mero associado a caminho das cinco dezenas de anos de filiação, o Sporting Clube de Portugal é muito mais do que cada um de nós. Sem estarmos unidos no essencial, o fosso de hoje será ainda maior amanhã.