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Sporting CP contra o vírus

Por Pedro Almeida Cabral
01 maio, 2020

Cada Sportinguista deve cuidar do Clube que, pelo esforço de tantos, lhe foi entregue

Vivemos tempos que nunca tínhamos vivido. Devido à emergência viral, mudámos os nossos hábitos mais elementares. Passámos a controlar o que tocamos, onde respiramos e com quem falamos. Não é a vida que tínhamos. Mas também não é outra, tão irreal que parece.

Este estado pandémico afectou profundamente o desporto. As competições estão interrompidas e discute-se se devem e como podem acabar. Em particular, o futebol levanta as maiores dúvidas. Uns defendem que os campeonatos nacionais só podem ser anulados. Outros defendem que têm que ser terminados custe o que custar. Enquanto não há solução definida, emergiu a dura realidade financeira da maior parte dos clubes portugueses, deixando a nu o que muitos fingem não ver. Salários em atraso, estruturas em implosão, atletas em dificuldades, há de tudo.

Este será o ano em que futebol parou. Com os mercados de compras e vendas encerrados, todos os clubes que não pertençam a emires ou oligarcas endinheirados serão afectados com consequências imprevisíveis. Em Portugal também será assim, com tesourarias suspensas e engenharias financeiras criativas para fintar cofres vazios sedentos de transferências tilintantes.

Quando regressar o futebol, durante algum tempo não será o que conhecemos. Atletas estarão sujeitos a testes preventivos. A doença infecciosa mais conhecida do mundo poderá ser considerada uma lesão. O cuidado com a integridade física dos jogadores pode até inibir prestações desportiva de alto rendimento. E os jogos à porta quase fechada só poderão levar poucas centenas de adeptos ao estádio. Há quem diga que será um novo futebol. Eu digo que dificilmente será futebol algum. 

Nunca em 114 anos (verdadeiros) de história, o amor e a dedicação ao Clube foram tão postos à prova. Cada Sportinguista deve cuidar do Clube que, pelo esforço de tantos, lhe foi entregue. Somos todos nós que vamos levar o Clube, o nosso Clube, em ombros para que atravesse estes tempos com o seu património de paixão intacto. Quando tudo passar, regressaremos em força aos nossos lugares no estádio, no pavilhão e onde quer que haja um atleta de verde e branco para celebrar um golo, um ponto ou uma marca. É isso que a grandeza do Sporting Clube de Portugal exige de nós. E é isso que tantos que ergueram este Clube nunca nos perdoariam que falhasse.