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Sevilha, 1983… quanto SCP

Por Juvenal Carvalho
03 Set, 2020

O SCP é muito mais do que cada um de nós. Assim o queiramos, sem futilidades. Um Leão, mesmo que ferido, nunca se abate. Somos da raça que nunca se vergará!

Ter o privilégio de escrever umas linhas para o Jornal do nosso Clube permite-me rebobinar momentos de Sportinguismo militante. Sportinguismo puro e genuíno. Sportinguismo até arrebatador e, como o clima na capital da Andaluzia, naquela viagem para disputar a extinta Taça UEFA de 1983/1984, completamente tórrido.

Corria a década de 1980. Iniciava-se uma época em que como sempre partíamos com infundadas esperanças, sobre a liderança de Josef Venglos, e havíamos até sido campeões no ano de 1982. As bolinhas do sorteio destinaram ao Sporting CP a deslocação a Sevilha. Uma deslocação relativamente curta, mas inesquecível. Jamais esquecerei quando saí de casa, morava então ainda no Bairro de Lisboa que me fez crescer para o Mundo, a ‘minha’ Bica, e fui ter com o meu amigo Tó, então ainda uns putos, para irmos para Sevilha para uma excursão que partia de Alvalade, da velhinha central do antigo estádio.

Lá chegados, era uma imensidão de autocarros que nunca antes havia visto. Eram dezenas e dezenas que se fizeram à estrada. Durante a viagem cruzavam-se com centenas de carros e até outros autocarros de diversas proveniências do país. O asfalto pintava-se de verde e branco. Chegados a Sevilha horas antes do jogo, a temperatura era de mais de 40 graus. O que era isso perante a indomável massa humana que foi ver o nosso Sporting CP. A cada esquina e cruzamento, eram aos magotes os Sportinguistas. A cada ‘tasco’ que se entrava para beber uma ‘caña’, o ambiente era Leonino e exacerbado.

Ainda faltava muito para o jogo, quando eram milhares os Leões que pintavam de verde o mítico Estádio Ramón Sánchez Pizjuán. Houve mesmo um Sportinguista que irrompeu pelo relvado antes do começo do prélio com uma enorme bandeira do Sporting CP, com os Leões em êxtase e os sevilhanos atónitos com o que presenciavam. Sei que posteriormente, e até antes, teremos tido milhares no apoio ao Sporting CP, mas esta foi a minha primeira experiência quando adolescente. O Sporting CP terá uma história imensa de grande apoio. Eu próprio já vivenciei muita jornada de fervor Leonino, mas admito que Sevilha 1983 foi o meu primeiro ‘banho’ de Sportinguismo além-fronteiras. Deu para perceber a nossa dimensão e o nosso amor ao Clube. O resultado desse jogo foi 1-1, e na segunda mão, em Alvalade, com um golo miraculoso do ‘mago’ António Oliveira aos 88 minutos, ganharíamos por 3-2 e seguiríamos em prova.

Jamais esquecerei Sevilha. Jamais esquecerei esse momento inolvidável, dos diversos que tive o privilégio de vivenciar por dentro enquanto dirigente e por fora enquanto adepto.

O Sporting Clube de Portugal, por tudo isto, é muito mais do que cada um de nós. Assim o queiramos, sem futilidades. Um Leão, mesmo que ferido, nunca se abate. Somos da raça que nunca se vergará!