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Amo‑te, Sporting!

Por Juvenal Carvalho
18 Fev, 2021

Neste amor de uma vida com o nosso Clube ri e chorei. Vi levantar centenas de troféus, mas também tive profundas noite de tristeza em que não conseguia dormir. Todas as relações intensas têm momentos bons e maus

Falar do nosso grande amor não requer inspiração, é normal e recorrente. É incontornável. É algo que sai de dentro de nós de forma natural.

Contudo, decidi escrever esta coluna de opinião que hoje estão a ler no passado domingo. E quis a data que a mesma fosse alusiva ao Dia dos Namorados e fez‑me abrir o coração para o amor de uma vida, o meu/nosso Sporting Clube de Portugal.

Como todos nós, no processo de vida, namorei, casei, tive filhos. Sou, afinal, comum dos mortais, igual a tantos outros nestas etapas da passagem terrena.

Contudo, com o Sporting Clube de Portugal o meu namoro é de uma vida e para a vida. Começou em menino. Cresceu com o tempo. É algo quase inexplicável, mas tão belo... direi mesmo inolvidável.

Aquando criança começou mesmo por ser às escondidas dos meus pais, de quem fugia literalmente de casa para ir ver os treinos da equipa de futebol, muitas vezes em vão por serem à porta fechada, mas onde ficava no final dos mesmos junto da mítica Porta 10‑A para ver os meus ídolos. E eram todos, não fazia distinções.

Chegado o fim‑de‑semana fazia os trabalhos escolares a correr e lá ia a caminho de Alvalade para ver tudo. Do futebol às modalidades. Era também o tempo em que pedia aos meus pais a semanada antecipada para ir ver o Sporting CP de lés‑a‑lés de Portugal e até ao estrangeiro. Tempos em que a minha mãe, que nunca se opôs a este namoro, embora uma fervorosa adepta do CF “Os Belenenses”, me dizia para levar a cama para o estádio e dormir lá, tal a minha loucura pelo Clube.

Este fervor podia ir caindo com a idade. Mas não. Depois do namoro, acabei por casar com o Sporting CP ao entrar ainda tão jovem para o dirigismo pela porta do basquetebol. Passei ainda pelo futsal – então futebol de cinco, onde comecei a escrever crónicas de jogos para o nosso jornal –, andebol e futebol juvenil.

Passei sempre tanto ou mais tempo ao lado deste grande amor do que com a minha família real. Passei também o Sportinguismo à minha filha, numa família de Belenenses. Foi um troféu para mim que jamais esquecerei.

Neste amor de uma vida com o nosso Clube ri e chorei. Vi levantar centenas de troféus, mas também tive profundas noite de tristeza em que não conseguia dormir. Todas as relações intensas têm momentos bons e maus. Ajudam até a fortalecer. Foi e ainda é assim com o meu/nosso grande amor.

Recordo‑me como se fosse hoje, e já está perto de chegar aos 50 anos – o tempo voa, o dia em que pelas mãos de meu pai entrei na secretaria do antigo estádio e assinei o contrato de fidelidade de uma vida com o Sporting CP. Quando me fiz Associado até hoje, e sempre cumprindo escrupulosamente as minhas obrigações, ganhando, perdendo... gostando mais deste jogador, treinador ou dirigente. Todos nós passamos. Eterno só o Sporting Clube de Portugal.

Estarei a teu lado até ao fim do meu percurso de vida ou mesmo para além dele.

Só assim sei estar nesta nossa relação tão intensa.

Amo‑te, Sporting!