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As lendas nunca morrem

Por Juvenal Carvalho
08 Abr, 2021

Hoje, porque se fossem vivos, teriam feito 97 e 78 anos, respectivamente, nos passados dias 3 e 7 de Abril, recordo aqui dois ‘monstros’ da nossa História. Falo‑vos de Jesus Correia e de Joaquim Agostinho

A brilhante História do Sporting Clube de Portugal é composta por inúmeras referências de todo o sempre nas mais diversas modalidades. São tantas, e tão relevantes e emblemáticas, que falar de todas elas nos caracteres que me são permitidos nesta coluna de opinião seria impossível, e seguramente que por omissão esqueceria muitas destas figuras que marcam de forma indelével uma inigualável e ímpar História do nosso Clube. 

Hoje, porque se fossem vivos, teriam feito 97 e 78 anos, respectivamente, nos passados dias 3 e 7 de Abril, recordo aqui dois ‘monstros’ da nossa História. Falo‑vos de Jesus Correia e de Joaquim Agostinho.

O primeiro, um dos ‘Cinco Violinos’, e o último que partiu do mundo dos vivos, que ouvia falar dele por conversas de meu avô, e que o percurso de vida me permitiu conhecer e vir a fundar com ele e com outros Leões de juba alta, o Núcleo SCP de Paço de Arcos, uma ambição dele de sempre por ser da vila onde nasceu e viveu, e que tanto amava. Lembro como se fosse hoje quando o cumprimentei pela primeira vez, precisamente no dia em que houve a primeira reunião preparatória para a criação do núcleo. Fiquei trémulo de emoção, literalmente. Ouvi então posteriormente, contadas pelo próprio, estórias deliciosas da sua vivência no nosso Clube. Ele amava incondicionalmente o Sporting CP e também o “seu” CD Paço Arcos, onde praticou hóquei em patins, facto que lhe valeria a alcunha do ‘Dois Amores’, ou do ‘Necas’ para os amigos. Tinha sempre um sorriso, um aceno, uma palavra simpática para quem com ele se cruzava. Era um senhor na verdadeira plenitude. Como seu último acto de relevo, numa história deslumbrante, ficará o pontapé de saída dado no primeiro jogo no novo Estádio José Alvalade, ante o Manchester United FC. Foi em Agosto de 2003, ano de sua morte.

Já Joaquim Agostinho, que nunca conheci pessoalmente, fez as minhas delícias de criança. Enchia‑me o quarto com pósteres. Parava a cada dia para ouvir na rádio as chegadas da Volta a Portugal. Lia avidamente todas as crónicas sobre as suas participações na Volta a França. De Norte a Sul enchia de orgulho a enorme legião Leonina. Subia os Alpes e os Pirenéus sem levantar o rabo do selim. Era uma força da natureza. Jamais apareceu algum ciclista português com a sua capacidade. Começou tarde uma carreira recheada de sucesso. O ‘Tino’, como era carinhosamente tratado, personificava a garra do Leão. Infelizmente partiu cedo e de Leão rampante ao peito e de amarelo. Uma queda na Volta ao Algarve provocada por um cão que se atravessou no seu caminho, levou este Campeão. Um Campeão de um Clube repleto de campeões.

Lembrar estes e outros campeões é ter memória. E o Sporting CP é um Clube com memória e que tem uma incomensurável História. Uma História sem paralelo. Obrigado a ambos pelo que representaram. 

As lendas nunca morrem!