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Campeões

Por Pedro Almeida Cabral
27 maio, 2021

Quando se diz, e muitos disseram, que o Clube definhava quase irreversivelmente, a festa Sportinguista deixou ver inúmeros jovens que ou não se lembravam ou ainda não haviam nascido no último campeonato

Passam dias e dias, mas o sentimento de orgulho permanece. O Sporting Clube de Portugal foi o justo vencedor do Campeonato Nacional de futebol da época 2020‑2021. O país vestiu‑se de verde e branco como há muito não se via e celebrou, de forma algo contida devido à pandemia, o título que já nos escapava há quase vinte anos.

Ao que às celebrações diz respeito, dois factos chamam a atenção. O primeiro é a acentuada juventude de muitos daqueles que fizeram seu este título. Quando se diz, e muitos disseram, que o Clube definhava quase irreversivelmente, a festa Sportinguista deixou ver inúmeros jovens que ou não se lembravam ou ainda não haviam nascido no último campeonato. Nenhum Clube vive sem a renovação dos seus adeptos. Não somos excepção. Porém, pelo que se viu, o futuro do Sporting CP está mais do que garantido. O segundo facto, talvez surpreendente para muita gente, foi a dimensão dos festejos em Moçambique. Por obrigação profissional tenho viajado muitas vezes para esse país. E fiquei a conhecer a fabulosa história do Clube em terras moçambicanas, onde temos profundas raízes. Até há bem pouco tempo, a esmagadora maioria dos moçambicanos que seguem o futebol português eram do Sporting CP, deixando bem para trás os nossos rivais. Ainda hoje isso é visível, nos nossos núcleos em Maputo, no sul, e em Pemba, no extremo norte, que não têm igual dos nossos adversários. Não foi por acaso que no penúltimo jogo do campeonato, os nossos jogadores envergaram camisolas com Cabo Delgado nas costas. Forma de chamar a atenção para o drama vivido nessa província de Moçambique, mas também de homenagear a sólida ligação do país ao Sporting CP.

Arrumadas as canas, podemos dizer que a festa foi muito bonita. Não podemos é voltar a estar tanto tempo sem fazê‑la. A dimensão nacional do Sporting CP impõe que o campeonato seja verde e branco mais vezes. Desejar não chega. Pensar ainda menos. O sucesso não resulta da aspiração emocional ou da guerra permanente. Mas sim do trabalho afincado da estrutura de futebol, que tantas vezes foi maldita sem razão, de uma direcção estável e com o pensamento no Clube, de uma comunicação dirigida a Sócios e adeptos e da rejeição vincada de polémicas e discussões estéreis. Respeitando esta fórmula, estaremos sempre muito perto de ser aquilo que queremos: ser campeões novamente.