Ver, por exemplo, os "meninos" de Rúben Amorim chegarem à Luz e espalharem classe e uma calma arrebatadora é reflexo deste momento

A vida é feita de momentos e de disfrutar de todos eles como se não houvesse amanhã, e isto serve para todos os itens da nossa existência.

E nós, falo claro para todos aqueles que trazemos o Leão no coração, não somos do Sporting Clube de Portugal porque ganhamos ou porque perdemos. Somos sim, porque o sentimos de forma única. Porque nos momentos menos bons conseguimos sempre arranjar forma de resistir, numa resiliência tão nossa, que muitos, não os nossos detractores por inveja, mas sim os adeptos mais sensatos dos nossos rivais, ficam até boquiabertos, considerando o nosso Clube um caso de estudo, e interrogando-se como é possível sermos ainda isto aos dias de hoje, aglutinando tantos milhares de jovens de Norte a Sul do país, bem como nas Ilhas e um pouco por todo o Mundo, como se viu no dia 11 de Maio, com tantos e tantos jovens a extravasar uma incontida alegria, e muitos deles sem alguma vez terem visto sequer o nosso Clube campeão.

E porque falei em momentos no início desta coluna de opinião, e de desfrutar de todos eles, confesso que estou a viver o meu melhor momento da minha existência enquanto Sportinguista, em que só encontro paralelo com os que vivi na minha juventude nos tempos de João Rocha como presidente. Agora estes tempos são com Frederico Varandas, e com o mérito que lhe posso atribuir por ter reencontrado para o Clube o caminho da Glória, palavra essa que está implícita na nossa essência.

Sente-se e respira-se um Sporting CP a vender saúde e com uma vontade indómita. Ver, por exemplo, os "meninos" de Rúben Amorim chegarem à Luz e espalharem classe e uma calma arrebatadora é reflexo deste momento. Em que o ruído é trocado pelo trabalho. Em que os protagonistas são aqueles que devem ser – obviamente, os jogadores e os treinadores. E isto serve tanto para o futebol como para as outras modalidades. Este é na realidade um momento que não acontece por acaso, até porque o único lugar onde a sorte vem antes do trabalho é no dicionário. Este é o momento em que o método, o rigor e sobretudo a pacificação trazem partes que somadas dão este todo que é o brilhante momento que vivemos.

Vai longe no tempo a célebre frase de Francisco Stromp que perdurará para a eternidade: “Não é o Sporting que se orgulha do nosso valor, nós é que devemos sentir-nos honrados de ter esta camisola vestida”. Nos novos tempos, os das redes sociais, Pedro Gonçalves, ou 'Pote' como é conhecido pela alcunha de infância, escreveu após o dérbi eterno que: “Os heróis nunca partem como favoritos”.

Mais de um século separam estas afirmações. Tanta água correu por debaixo das pontes entre elas. Já vivemos tantos momentos. Nem todos foram bons, apesar da nossa grandiosa história. Este momento, contudo, é de plena felicidade e orgulho no que estamos a vivenciar. Desfrutemos, porque ser do Sporting CP não se explica, sente-se.

E o que se sente é inexplicavelmente bom.