Seguir em frente!
04 Set, 2025
É impossível a alguém que esteve no Estádio José Alvalade, ou que assistiu ao clássico via televisão, apontar algo a uma equipa do Sporting Clube de Portugal que foi abnegada e determinada e que, paradoxalmente, na altura em que estava por cima do jogo, acabou por sofrer dois golos no espaço de três minutos, sendo o segundo um balde de água fria, pese a excelente execução do jogador portista.
Mas mesmo com todas as contrariedades, o Leão foi para cima e lutou muito pelo resultado até ao apito final. Foi com muita transpiração e, admito, aqui ou ali com a ansiedade a prevalecer sobre a inspiração, que decorreram os últimos minutos, já depois de reduzirmos. Demos tudo. Não foi possível.
Sim, estamos tristes. Perder pontos ante os rivais directos, para mais em casa, é algo que não esperávamos, mas o futebol é tantas vezes isto, para além de termos de admitir que o FC Porto está bem melhor na actualidade do que esteve na temporada passada.
Agora, terminado que está o mercado e sabendo que são estes, pelo menos até ao próximo mês de Janeiro, que envergam o símbolo do Leão rampante ao peito, que teremos de manter o foco no essencial. Afinal, este jogo valeu só três pontos, que bem sei que contávamos que fossem nossos, mas o futebol não é ciência exacta.
O objetivo do Tri mantém-se perfeitamente vivo. Sabemos bem que não será fácil, já não o era, mesmo que tivéssemos ganho este jogo. Mas não vamos desistir do objetivo. Depois da paragem para as seleções espera-nos uma deslocação difícil ao terreno do Famalicão, antes de iniciarmos, no nosso estádio, a caminhada na UEFA Futebol Champions League ante os cazaques do Kayrat Almaty.
A época vai ser longa, cheia de competições e de vicissitudes. Estamos preparados para as próximas "batalhas". Até ao fim... do fim.
Mas lá estou eu a repetir-me. Aquela veia ecléctica que vai morrer comigo. O nosso Clube é bem mais do que uma equipa de futebol.
Por isso, deixo para o fim um facto cada vez mais indesmentível. O andebol do Sporting CP está decididamente no topo. E se alguém disso duvidava – acredito que praticamente ninguém – no passado fim-de-semana, na cidade de Matosinhos, surgiu claramente a confirmação desse facto. Jogar olhos nos olhos com o FC Barcelona e claudicar apenas na marcação de livres de sete metros, ainda com a agravante da dupla de arbitragem não cumprir as regras e se decidir por não marcar um livre de sete metros contra os catalães no último lance do tempo regulamentar, só não foi épico porque não caiu para nós. Mas, sem entrar no registo das vitórias morais, tendo eu estado presente no jogo da final saí do pavilhão profundamente orgulhoso e com uma convicção. Esta equipa vai dar-nos ainda muitas alegrias. Jogam enormidades e são uma verdadeira família em campo. Esteve tão perto, a Supertaça Ibérica. Outros troféus chegarão a seu tempo. Classe e trabalho são o garante disso mesmo. Enormes, estes Leões!
P.S – Existem saídas que nos marcam. E a de Ricardo Esgaio, tantas vezes injustiçado por alguns dos nossos, marcou-me. Sai como Bicampeão depois de uma vida de Leão ao peito, quando chegou da Nazaré em menino para servir o seu clube do coração durante 17 anos. Felicidades, Ricardo Esgaio.