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Opinião

Alvalade 2.0

Por André Bernardo
01 Jun, 2023

Editorial da edição n.º 3926 do Jornal Sporting

Em 2018 a vírgula de Oxford* ganhou uma enorme popularidade devido ao processo movido contra a empresa Oakhurst Dairy, nos Estados Unidos. Na origem do processo está a ausência de uma vírgula (de Oxford), que o tribunal norte-americano viria a considerar criar incerteza suficiente para dar parecer a favor dos queixosos. O caso viria a ganhar escala mediática mundial, tendo pelo menos duas consequências mais conhecidas: a empresa acabou por chegar a acordo com os queixosos no valor de 5 milhões de dólares e o legislador viria a adoptar o ponto e vírgula para evitar ambiguidade na interpretação.

Hoje estreamos o nosso equipamento principal da época 2023/2024, com três vertentes simbólicas de celebração: o dia da criança; o aniversário de 20 anos do Estádio; e o início de uma nova Era.

No próximo dia 6 de Agosto sopraremos as 20 velas de aniversário do (novo) Estádio José Alvalade. Fá-lo-emos em modo de homenagem a todos os que fizeram, e fazem, dele a sua casa e imbuídos do mesmo espírito de (re)início que lhe deu origem em 2003.
Adicionamos um ponto ao número 20, neste caso no meio – 2.0 − para dar início a uma nova era de modernização do nosso lar, colocando também um ponto, neste caso final, a quase 20 anos de desinvestimento no nosso Estádio. Já o tínhamos feito com a renovação das cadeiras, evoluindo em paralelo na, igualmente importante, edificação da identidade Sporting, para nos sentirmos em casa.  Na próxima época avançaremos com um conjunto de melhorias, a anunciar brevemente, que vão permitir melhorar a experiência a todos os Sócios e adeptos.

Dia 3 é dia de Play Day e convido todos a virem celebrar o Dia da Criança em família, podendo experimentar (quase) todas as nossas modalidades de forma divertida.

Convite que estendo para enchermos o Pavilhão João Rocha no apoio às nossas equipas, para colocarmos um ponto final, e em Glória, nas finais que temos pela frente.

*Na pontuação da língua inglesa, uma vírgula de Oxford é uma vírgula colocada imediatamente após o penúltimo termo (ou seja, antes da conjunção coordenativa [geralmente e ou ou])  numa série de três ou mais termos.

Assim não VAR

Por Miguel Braga
25 maio, 2023

Editorial da edição n.º 3925 do Jornal Sporting

Dos nove especialistas que falam e escrevem semanalmente sobre arbitragens em Portugal, oito, repito oito, afirmaram que o golo do SL Benfica já depois dos 90 minutos contra a nossa equipa foi mal validado. A saber:

- Em A Bola, Duarte Gomes escreveu: “… o médio encarnado impediu, com o corpo em rotação, a movimentação e Coates (…); o jogador encarnado estava adiantado irregularmente e tomou parte activa no jogo ao interferir (com contacto físico) na acção do seu adversário. Foi motivo suficiente para justificar a anulação do golo”; antes já o tinha afirmado na SIC Notícias;

Em O Jogo, três especialistas, a mesma opinião:

- Jorge Coroado afirmou “Florentino (…) interferiu, obstruiu e derrubou Coates. (…) Decisão errada derivada à falta de coragem”;

- José Leirós declarou que “o VAR devia indicar a infracção, considerando irregularidade na lei 11, e não validar o golo”;

- Fortunado Azevedo referiu “conforme determina a lei 11.ª, o jogador ao obstruir Coates com contacto toma claramente acção no jogo. O golo deveria ter sido anulado”;

- Na RTP 3, Pedro Henriques garantiu que “a explicação é simples: o Florentino está em fora de jogo posicional (…) e faz isso com intenção e faz aquilo que não pode fazer (…); ele não faz falta, mas ao promover o contacto passa de fora-de-jogo posicional (…) para um fora-de-jogo activo”;

- Já Marco Pina, na CMTV, disse: “O Florentino ao movimentar-se em posição irregular de fora-de-jogo para junto do Coates (…) impede com a sua posição irregular que o Coates se movimente para a bola para disputar o lance. Estando o Florentino em fora-de-jogo tem de ser punido por isso”;

- Tanto na SportTV como no Record, Jorge Faustino afiançou que o golo foi “mal validado. (…) Estamos a falar de um jogador que estando em fora-de-jogo estorva a movimentação do defesa e portanto, fora-de-jogo. Num contexto de futebol de vídeo-árbitro, o vídeo-árbitro tinha todas as condições para intervir e anular este golo”;

- Também no Record Itaurralde González foi peremptório: “bloqueio claríssimo”. E vai mais longe: “é uma jogada de escola de arbitragem. O jogador que está em posição adiantada (…) fez um bloqueio ao defesa do Sporting. Os bloqueios são ilegais no futebol. É uma jogada claríssima e o vídeo-árbitro tinha de intervir”.

Perante uma questão de escola e um lance destes, o sempre prestimoso Marco Ferreira conseguiu escrever no Record que “Coates choca com Florentino que tinha a posição ganha (…). Florentino está adiantado, mas não interfere com nenhum adversário a jogar a bola”. Diz o povo que o maior cego é aquele que não quer ver. E apesar do óbvio, consegue este ex-árbitro voltar a insistir na sua teoria, no mesmo jornal, desrespeitando os seus oito ex-colegas de profissão e as leis que diz que defende, esquecendo-se que o futebol não é basquetebol, que no futebol os bloqueios não são permitidos e que se Coates não interferiu na jogada é porque foi bloqueado por um jogador que estava em posição irregular. Simples para todos, menos para Marco Ferreira. Assim se resume um mau serviço à arbitragem.

Na minha opinião era um lance de VAR, uma ferramenta que em Inglaterra foi explicada, jogo a jogo, pelo ex-árbitro Howard Webb, responsável máximo da arbitragem, ao vivo e a cores na televisão. Sem medos e com transparência. Pelas melhores, mas também pelas piores razões (como se viu neste jogo) o VAR é, nos dias hoje, uma ferramenta central do futebol. Permitir que todos conheçam o racional por trás de cada decisão não deveria causar calafrios a ninguém, muito pelo contrário.

Que quem está atrás das câmaras seja cada vez mais competente é o que se deseja: competente, justo e transparente. A bem do futebol e da verdade desportiva. Infelizmente, no último dérbi, tal não se viu. E o SL Benfica empatou o jogo com um golo irregular. 

Acreditar em dias melhores

Por Juvenal Carvalho
25 maio, 2023

Independentemente do momento, da classificação, da jornada, do maior ou menor interesse competitivo, o 'dérbi eterno' mexe comigo. E no domingo, na lógica do sentimento, que melhor factor motivacional haveria de existir, antes do jogo, do que ver irromper pelo relvado de Alvalade homens que tanta história fizeram de Leão ao peito. Ver Manuel Fernandes − que bonita a homenagem ao eterno 'capitão' que esteve 12 épocas de Leão ao peito com 433 jogos realizados e 257 golos marcados −, Hilário da Conceição, Oceano, Daniel Carriço, António Oliveira, Pedro Barbosa, Carlos Xavier, Iordanov, Nogueira, Freire, Litos, Nani e Francisco Barão, todos eles antigos capitães, na 'casa' onde foram e nos fizeram felizes, parecia vir a prenunciar uma grande noite para o Sporting Clube de Portugal. 

E seria sob o signo do Leão que o jogo se iniciou. Pela honra e pela dignidade joga-se sempre, e a primeira parte foi mesmo de gala. Dois golos de vantagem e mais um ou outro que poderia ter ampliado o score, levaram para o intervalo um Leão confiante e que parecia estar vocacionado para uma noite fantástica. Mas não, como o nosso treinador Rúben Amorim, sempre na lógica do nós, e nunca fugindo às suas responsabilidades, foi aludindo ao longo da época, voltámos a ser bipolares ou a repetir o 8 ou o 80. Para o segundo tempo surgiu um Sporting estranhamente ansioso, a perder bolas sem qualquer pressão, e também sem o instinto matador do primeiro tempo. Para o fim, na minha opinião, por linhas tortas, por ter sido num lance precedido de irregularidade, fugiu-nos a vitória. Aquela que, não escondendo nada de uma época pouco conseguida, seria uma vitória pela Honra... uma vitória que todos nós tanto gostamos de obter. Seria cínico − não está na minha lista de defeitos − dizer que não é ao clube a quem mais gosto de ganhar. Que seria até frustrante − salvou-se o que não desejávamos − assistir aos festejos do eterno rival na nossa casa. Não vivo, contudo, de traumas e de ódios fúteis. São só mesmo o rival de todos os tempos, e numa expressão tão antiga, gosto de lhes ganhar até ao berlinde.

Mas indo ao âmago da época, está consumado o quarto lugar e o ficar de fora da Champions League na próxima época. Logo foi frustrante. Logo longe dos desígnios a que nos propomos época após época. 

Agora, resta sermos dignos em Vizela e ganhar. Ganhar pelo símbolo e pelos adeptos. Ganhar porque tem que ser essa a nossa missão em toda e qualquer circunstância. 

Depois, o tempo é de preparar bem a próxima época. Gosto pouco da expressão fazer mais com menos. Tenho apenas a convicção que temos que ser ainda mais assertivos e eu acredito que vamos ser. Que temos que contratar melhor preenchendo lacunas evidentes, eu também acredito que o vamos fazer. Sou dos que acredito ainda que o caminho com Rúben Amorim será o caminho do sucesso. E não são as minhas lentes verdes a fazer-me pensar nisso. Acredito mesmo num virar de página com efeitos imediatos. Ser do Sporting Clube de Portugal é não omitir o que está mal − nunca o farei a bem da minha honestidade intelectual − mas também, e sempre, acreditar em dias melhores. E eu acredito!

O DÉRBI… e o “presente” do Pinheiro!!!

Por Tito Arantes Fontes
25 maio, 2023

No domingo tivemos mais um dérbi. O verdadeiro e único dérbi nacional. Aquele que arrasta sempre e em qualquer modalidade (até no “berlinde”!) interesse e multidões! Fizemos uma primeira parte de grande categoria! E de muita qualidade! Ao intervalo estávamos a ganhar merecidamente por 2-0. Tudo apontava para uma noite de luxo. Nesse primeiro tempo foram várias as nossas ocasiões de golo, várias… Pote à boca da baliza, Esgaio com um portentoso remate e mais e mais… e, claro, os já referidos dois golos, um de Trincão na técnica, na codícia, na raça e no querer (após estupendo passe de Nuno Santos) e outro de Diomande numa cabeçada portentosa, de cima para baixo, como mandam as regras, na sequência de um canto… apontado, claro, por… Nuno Santos! Depois do intervalo o jogo foi outro… não como tenho para aí visto, escrito ou falado, de inversão de sentido… e isso porque o Sporting na primeira parte foi manifestamente muito mais luxuoso, fazendo uso de superlativa qualidade, sendo que o nosso adversário na segunda parte nunca chegou a esse patamar de excelência… nem lá perto! O nosso opositor − futuro campeão nacional e incensada “equipa maravilha” do futebol nacional, que até “campeão europeu” já era… − fez uma segunda parte de querer, mas com futebol atabalhoado e aos empurrões (como bem o demonstram os dois golos que obteve, qualquer deles “caído do céu”, com jogadores do Sporting estatelados na área!)… aproveitando sobretudo as perdas de bola e maus passes em que o Sporting sistematicamente caiu na segunda parte (em incompreensível contraste com o que tinha sido feito pela nossa equipa no decorrer da primeira parte). Basta ver novamente o jogo (como fiz!) para se perceber o que digo. Ou seja, a superioridade do Sporting na primeira parte foi muito mais marcante e impressiva que a segunda parte do nosso opositor.

O corolário de um jogo assim deveria ser mesmo a nossa vitória por 2-1, premiando a excelência da nossa primeira parte e os “repelões” do nosso adversário na parte complementar. Mas − hélas! − o Pinheiro ainda não tinha entrado em acção! Sim, é verdade, o homem já tinha “aquecido”, nomeadamente com o critério disciplinar (Diomande foi “amarelado” por pisão, Chiquinho também foi depois “amarelado”… mas aí Pinheiro achou que tinha de justificar o seu cartão… coisa que não fez com o jogador do SCP! A atitude do árbitro para com os jogadores das duas equipas não era a mesma! Acrescentem-se ainda as outras faltas a meio-campo que não marcou a nosso favor e que nos marcou sempre que recuperávamos a bola e queríamos iniciar contra-ataque… e o amarelo que entendeu mostrar ao nosso capitão Coates, o seu jogador fetiche… o tal que leva amarelos mesmo quando é pisado!). Ora, com todo este “aquecimento”, já no período dos oito minutos de desconto que entendeu conceder, Pinheiro e seus “muchachos” resolveram apresentar e entregar o “presente” que traziam… vai daí validam o inenarrável segundo golo do nosso adversário! Fora-de-jogo evidente de um jogador encarnado, com participação activa no lance! Só não vê quem não quer! Só não vê quem não é sério! Só não vê quem despreza a Verdade Desportiva!

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!!

P.s. 1 − Percebe-se cada vez mais o “porquê” do Sr. Schmidt querer abolir o VAR… é mesmo para que se validem golos ilegais como o do empate em Alvalade! Um desportista, portanto!

P.s. 2 − Não gostei de ver tanta “mancha encarnada” em zonas de Sócios e adeptos do Sporting… algo há que fazer para evitar que se repitam situações como essa!

O silêncio está cada vez mais alto

Por Miguel Braga
18 maio, 2023

Editorial da edição n.º 3924 do Jornal Sporting

No passado fim-de-semana, assistimos a mais um espectáculo de variedades no final do FC Porto vs. Casa Pia AC, com os protagonistas do costume. Apesar dos gestos ofensivos e de toda uma postura agressiva, Sérgio Conceição conseguiu o feito de não ser expulso outra vez. E outra vez porque conta no seu cadastro de treinador com 23 expulsões (13 das quais ao serviço do FC Porto), tendo igualado já esta época o máximo da sua carreira de quatro expulsões numa só temporada − não é fácil. Do lado do clube azul e branco, tentou arranjar-se explicações para o comportamento do treinador, como é apanágio dos dragões, passando a mensagem de que Sérgio Conceição não tem culpas em qualquer cartório, de que é uma vítima de um sistema que, apesar de tudo, o continua a proteger, a si e aos seus, semana após semana.

Mas não se pense que foi caso único de reincidências. Também o agora administrador da SAD e antigo director-geral do futebol do FC Porto, Luís Gonçalves, lá estava na confusão final, sendo agarrado pelos atletas, furioso com tudo e com todos. Segundo os especialistas da matéria, “foi expulso no final do jogo”, muito embora argumentem os ventos do Norte que “não tenha visto o cartão vermelho, nem sequer a admoestação tenha constado no ‘match center’ no site da Liga”. Mistérios à parte, estamos a falar do mesmo Luís Gonçalves que já protagonizou cenas lamentáveis por esses relvados fora, confrontando atletas, staff, dirigentes, até árbitros. Em 2017 chegou a dizer a um que este iria ter uma carreira curta. No fim dessa época, o árbitro desceu de divisão, mas foi apenas uma coincidência semântica, daquelas que acontecem no nosso futebol. O sempre prestável Francisco J. Marques explicou na altura: “É preciso perceber se a despromoção do árbitro Tiago Antunes teve interferência do engenheiro Luís Gonçalves, ou seja, se após ter dito aquela frase, [ele] falou com alguém, mexeu algum cordelinho, exerceu algum tipo de influência que causasse a despromoção do árbitro. Ele não fez nada disso, portanto, isto irá, naturalmente, não resultar em nada”. Naturalmente, não resultou.

No início desta época, o SL Benfica deixou o aviso que “se não nos respeitarem, seguramente não seremos candidatos ao prémio Fair-Play”. Há 15 dias, para garantir a exclusão do prémio recebido no último campeonato, o adjunto de Roger Schmidt, Fernando Ferreira, achou por bem ficar com a bola de jogo, atrasando o reatamento do mesmo para o SC Braga. Confusão generalizada, com entrada dos stewards em campo como já não se via desde o célebre jogo do Dragão, onde os coletes azuis agrediram jogadores do Sporting CP. Um modus operandi de intimidação e que não deveria ser permitido nos nossos estádios, mas que, pelos vistos, continua a ser. Até à data, são desconhecidas as medidas do clube encarnado sobre o assunto, sabendo-se apenas que na sua newsletter deram conta de que “o inferno da Luz esteve ao rubro e foi determinante para a vitória”. Não devia valer tudo para ganhar.

O futebol português em particular e o desporto em geral precisam de coragem para mudar o estado das coisas. O silêncio absoluto de quem pode e deve fazer alguma coisa, é cada vez mais ensurdecedor. 

Momentos

Por Pedro Almeida Cabral
18 maio, 2023

A vida de um Sportinguista é feita de momentos. Como diz o nosso lema, muitos serão momentos de esforço, dedicação e devoção. São esses os ingredientes necessários para que possamos chegar à glória. Há ainda outras ocasiões que não sendo gloriosas, enaltecem o nosso Sportinguismo. Nos últimos dias, tivemos um par de jogos que talvez não perdurem na memória colectiva Leonina. Mas que demonstram, e bem, como a superação pelo desporto é a força motriz do Sportinguismo.

No domingo, jogava-se o segundo jogo dos quartos-de-final do Campeonato Nacional de hóquei em patins. Defrontávamos o Sporting de Tomar, de má lembrança, dado que ainda recentemente perdemos com eles a final da Taça de Portugal Começámos mal e jogámos pior. A escassos seis minutos do intervalo, perdíamos por 4-0. Resultado que parecia atirar a eliminatória para um terceiro jogo. Mas eis que se deu Sporting Clube de Portugal. De rajada desferimos três stickadas que acabaram nas redes tomarenses. E fomos para o intervalo a perder 4-3. De seguida, com acerto no passe e foco na baliza adversária, foi só aumentar a contagem até fechar o jogo por 4-8. João Souto e Toni Pérez foram responsáveis por metade desta produção ofensiva, com dois golos cada. Para quem julgava que esta equipa ficaria pelo caminho, aqui ficou a resposta. Segue-se a meia-final, contra o OC Barcelos. Continuo a confiar nesta equipa e convencido de que estaremos na final a disputar o título.     

No dia anterior, jogo de futebol em casa contra o CS Marítimo. Não se pode dizer que tenha sido uma partida especialmente bem jogada. Mas que a ganhámos contra muita adversidade, ganhámos. Foi Paulinho a marcar indelevelmente o jogo ao assistir Coates para o 2-1 final que valeu os três pontos e ao ser guarda-redes em campo. O que acabou por prender a atenção dos Sportinguistas foi mesmo o descontrolo arbitral no final do jogo. O árbitro não conseguiu gerir o desafio e não invalidou de imediato um golo do CS Marítimo, como deveria ter feito. Seguiu-se a revolta devida pelos jogadores do Sporting CP acabando o golo maritimista por ser justamente anulado. Pelo meio, Adán expulso por protestos, ficando fora do dérbi, e Paulinho a fazer de guarda-redes. Quando poderíamos ser acometidos de temores e tremores, o que vimos foi um Paulinho absolutamente concentrado na nossa baliza e uma equipa unida para não sofrer mais injustiças. Dirão que é pouco. Não é. Os grupos vitoriosos fazem-se na adversidade. E fazem-se também assim.

Kit Jones deixou saudades

Por Juvenal Carvalho
18 maio, 2023

O norte-americano Kit Jones, chegado ao Sporting Clube de Portugal na época de 1971/1972 juntamente com o seu irmão, Jim Jones, segundo relatos que ouvi de muitos Sportinguistas que tiveram o privilégio de o ver jogar, o que não foi o meu caso, porque não tinha então idade que o permitisse, foi um jogador estratosférico. 

Daqueles que marcou uma época e que ainda hoje, nas tertúlias Leoninas mais antigas, recordam carregados de emoção toda aquela classe e virtuosismo de quem fazia a diferença em campo 

 O Kit, como o tratam os amigos, e eu tenho o privilégio de estar em permanente contacto com vários deles num grupo de whatsapp com o nome "Basketball", onde estão antigos companheiros de equipa como Carlos Sousa, Fernando Monteiro, Raul Castanheira, António Encarnação, António Ferro, Francisco Correia e Beto − que falta por lá faz o sempiterno Edgar Vital, é não só uma lenda viva do nosso basquetebol e do Sporting Clube de Portugal, como deixou indelevelmente marca humana. 

Tanta, que ainda há poucos dias atrás recebi um telefonema do Raul Castanheira, um seu colega de equipa, e uma pessoa de que gosto particularmente, que cheio de emoção iniciou a nossa conversa, dizendo-me que deve ao Sporting CP o momento que havia vivido no dia anterior. E que momento foi esse? Foi um momento protagonizado por António Encarnação, também ele um excelente jogador da época de Kit Jones, que vive nos EUA há muitos anos e que ao encontrar-se cinquenta anos depois com o Kit, haveria de proporcionar. Através de uma videochamada, o Encarnação provocou um sentimento único a mais jogadores daquele tempo. Recordaram velhos tempos, velhos momentos de jogo… recordaram sobretudo uma vivência ímpar.

A história decididamente não se apaga. A memória Leonina esteve ao rubro naquele momento único para todos. 

Passaram muitos anos no tempo, mas um denominador em comum existiu. A reciprocidade de um sentimento proporcionado pelo signo do Leão.  

O Sporting CP tem o condão de deixar marcas incríveis a quem por lá passou. Tantos casos existirão em todo semelhantes e em outras modalidades. Falo por experiência própria. É sempre com alegria que reencontro antigos dirigentes ou jogadores que envergaram o símbolo do Leão rampante. 

Foi, pois, um momento em família, neste caso em família Leonina, e quantas estórias eles terão recordado. Quantos momentos em campo e fora dele. Quanta saudade provocou este reencontro entre o Encarnação e o Kit, partilhado pelo advento das novas tecnologias. Sei que tem havido o cuidado de quem lidera as modalidades, de levar ao Pavilhão João Rocha velhas figuras do Clube, e em várias modalidades. E se o próximo reencontro fosse na nossa "casa". E se o Kit e o Encarnação viessem ao nosso "santuário" e assistissem a um jogo de basquetebol ao lado dos seus antigos companheiros de equipa. Seria épico, acredito!

A LIGA dos HORRORES!!!

Por Tito Arantes Fontes
18 maio, 2023

Tiago Martins − Protagonizou mais uma lamentável exibição, demonstrando que não tem objectivamente a qualidade mínima para ser árbitro! O final do jogo de sábado à noite em Alvalade é uma verdadeira ode à incompetência! O lance do suposto “segundo golo” do Marítimo é mais um “monumento” que fica na triste história da arbitragem nacional! É um “monumento” ao nível e em linha com esse outro monumental momento protagonizado pelo tristemente afamado Lucílio Baptista, na final da Taça da Liga de 2009 (Salvé, Pedro Silva!), quando viu o que não existiu e não viu o que existiu… e − fruto desse “milagre” e nessa altura − marcou penálti contra o SPORTING, contribuindo decisivamente para que essa Taça voasse para o outro lado da Segunda Circular! Agora, Tiago Martins inscreveu-se voluntária e definitivamente na linhagem dessas tão “nobres figuras” … por isso, quando Nuno Santos sofre indiscutível falta, pronta e devidamente assinalada pelo fiscal de linha, fez logo exuberante sinalética, na qual (i) deu sinal ao fiscal de linha para baixar a bandeirinha e (ii) demonstrou com as próprias mãos que o jogador do Marítimo tinha jogado na bola e não nas pernas do Nuno Santos! Ou seja, Tiago Martins não só não acreditou no que o seu colega de equipa bem lhe assinalou, como viu o que não aconteceu (o jogador do Marítimo a jogar na bola!). Tiago Martins − que de caminho, assim ao jeito de quem estava já a preparar o dérbi, expulsou Adán, por este, qual heresia, reclamar justiça! − é, pois, um sucessor natural de Lucílio Baptista! É esta a “evolução” da arbitragem nacional… descobrir árbitros que são monumentos de incompetência e “visionários” que vêem o que não existe e não vêem o que existe! Pobre futebol português! Entretanto por parte das “autoridades” assiste-se ao profundo, pesado e ruidoso silêncio dos comprometidos com este descalabro! Só falta mesmo a “medalha de ouro” para Tiago Martins no decurso da próxima Gala da FPF! Ou − quando chegar a hora − o “Prémio Carreira”!

O “colinho” de Portimão − Em linha com esta estrondosa exibição de Tiago Martins esteve o espectáculo de Artur Soares Dias em Portimão! Aí − logo aos quatro minutos, que é para as coisas ficarem logo “clarinhas” e esclarecidas no início − este velho conhecido da arbitragem nacional (regressado de Madrid, onde − como se sabe − obteve “rotundo e sonoro triunfo”!) teve o cuidado de validar um golo ao “clube dos 14 milhões” (esta é daquelas que importa não esquecer, pois dá sempre lugar a gozo e interminável risada!)… sucede que ninguém consegue mesmo garantir que o “golo” foi mesmo golo! Nem Duarte Gomes conseguiu dizer isso… ficou-se por acreditar que foi, porque acha que há que acreditar em Soares Dias! Coitado, ainda não conseguiu (ou não quis!) descortinar o que sabe: isto é que a arbitragem nacional não é mesmo de fiar e que está há décadas a soldo do “poder bicolor”! Estranho foi também o silêncio do Sr. Schmidt… tão lesto a criticar a verdade do VAR e tão abúlico quando o “acaso” o bafeja!

E no Dragão − Mais um espectáculo de educação e civilidade que nos foi dado pela dupla Sérgio Conceição / Luís Gonçalves! As imagens falam por si… é só vê-las! Há gente que não sabe perder (como − desde logo − é o caso), mas mais grave ainda é não saberem mesmo ganhar! É uma tristeza! Tristeza que cresce quando assistimos à defesa e justificação que as “figuras do costume” fazem deste tipo de comportamentos, apelando a razões tão profundas como… o “adn” dos “azuis do Norte”!  Não, estão enganados! Não é “adn” nenhum… é a fronteira entre a civilização e a educação, por um lado, e a barbárie, por outro!

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!!

P.s. − No domingo queremos a vitória! Por nós! Porque somos SCP! Porque nascemos para ganhar! Porque temos e somos honrados! Porque gostamos de futebol! … será difícil? Claro que sim! E, claro, tudo dependerá também do “Lucílio” que venha a ser escalado…

P.s. 2 − Saúdo, por fim, as novas remunerações dos órgãos sociais aprovadas na AG do SCP SAD. Ainda bem! Vem tarde, mas − como diz o povo − mais vale tarde que nunca! Decisão justa, necessária e merecida!

P.s. 3 − Continua a luta do SCP na questão dos áudios do videoárbitro (VAR). Força, SCP! A razão está do nosso lado!

Ser injusto com os melhores

Por Miguel Braga
11 maio, 2023

Editorial da edição n.º 3923 do Jornal Sporting

Não merecíamos ter perdido a final da UEFA Futsal Champions League. E por tantas razões. A começar pela qualidade e histórico da nossa equipa, passando pelo apoio dos nossos Sócios e adeptos e pela exibição demolidora frente ao carrasco do FC Barcelona, o RSC Anderlecht, culminando com a injustiça de nos terem anulado um golo limpo na final com o AE Palma Futsal.

“Olho para o jogo e se aquele lance é penalizado com falta, todos os nossos pivôs e todos os nossos jogos acabavam com 30 faltas por jogo. Isso não acontece e os árbitros permitem que o Zicky, o Neves e o Sokolov sejam agarrados... E ali houve, parece-me estranho”, afirmou o nosso Nuno Dias no final do encontro.

Também Miguel Afonso, do Conselho Directivo do Sporting CP, foi bastante crítico, realçando o contraste entre o que a UEFA diz e o que a UEFA deixou fazer no Velòdrom Iles Balears, em Maiorca: “ontem assistimos ao jantar da UEFA, onde ouvimos um discurso bonito sobre a forma como a UEFA ia apostar, cada vez mais, no futsal pela sua dinâmica e crescimento. Hoje tivemos a final da prova, uma equipa marcou dois golos, outra um, mas afinal não valia nada disso. Bom era ir a prolongamento e decidi-lo nos penáltis. Assistimos ao descrédito total de uma modalidade que a UEFA, afinal de contas, condenou ao desprezo”.

Do lado da Federação Portuguesa de Futebol, a reacção chegou pela voz do presidente Fernando Gomes: “os jogadores Leoninos mostraram, uma vez mais, a qualidade e o talento do futsal português. Deixo uma palavra de agradecimento e também de felicitações aos vice-campeões europeus: aos atletas, à equipa técnica, ao staff e dirigentes que, seguramente, voltarão a ter a oportunidade de demonstrar que a sua ambição continuará a alimentar os maiores sonhos". Fernando Gomes disse ainda: “é de enaltecer o desempenho do Sporting CP nesta edição da Liga dos Campeões que o sortilégio dos penáltis acabou por determinar o vencedor”. Lamento, senhor presidente da FPF, mas o verdadeiro sortilégio foi anularem um golo limpo à nossa equipa. Ideia reforçada pelo que escreveu nas redes sociais André Lima, ex-treinador do SL Benfica: “este golo tirado ao Sporting na minha opinião é um autêntico roubo”.

Com a época do futebol praticamente a acabar – faltam apenas três jornadas para o final da Liga Portugal Bwin −, uma boa notícia para o mundo verde e branco: depois de mais de 300 dias de calvário, Daniel Bragança regressou ontem aos treinos. Ao jogador, todo o nosso apoio e desejos que volte mais forte que nunca. Força, Dani!

Erro de Palma(tória)

Por Juvenal Carvalho
11 maio, 2023

Gosto pouco de queixumes. Quem me conhece sabe que estou longe de colocar o foco nas questões colaterais ao jogo, seja em que modalidade for. Mas, comum dos mortais, e nas veias o que me corre é sangue e não capilé, e como ser que sou emocional e apaixonado pelo Sporting Clube de Portugal, não consigo resistir a injustiças e a situações que na minha opinião estão no limiar do premeditado.

Mas, aquilo a que assistimos - os bravos Leões que lá estiveram ao vivo, e aos largos milhares via televisão, em Palma de Maiorca no início da noite do passado domingo, foi algo com foros de estranho, nome que aplico para este caso para não usar em vernáculo aquilo que me invadiu o estado de alma naquele momento. A pouco mais de cinco minutos do fim do tempo regulamentar, quando o nosso jogador Anton Sokolov fez aquilo que era a reviravolta no jogo, os árbitros viram uma falta através da visualização das imagens, fruto das novas tecnologias, que deixou atónitos até os espectadores espanhóis que já estavam resignados perante as evidências de um Leão mais forte e dominador que a todo o momento materializaria em golo o seu melhor momento no jogo. E assim foi, só que como naquela expressão tão popular, o maior cego é aquele que não quer ver.

Ouvi o capitão João Matos e o professor Nuno Dias após o jogo, e com quanta atenção e orgulho os ouvi. Não quiseram passar ao lado dos erros próprios. Apontaram falhas próprias e não se esconderam de apontar momentos menos bons. Mas sentia-se no ar, tanto neles como em todo o restante grupo de trabalho, um aroma a injustiça e de revolta pelo que não conseguiram controlar. De alguém que está habituado a ganhar porque faz do trabalho valoroso o seu hábito do dia-a-dia. De alguém que não ganha sempre mas que mesmo quando não consegue controlar factos anómalos, não se agarra a queixumes. Ouvi também Miguel Afonso, o nosso homem do Conselho Directivo para as modalidades, completamente agastado com o que se passou e quão emocional ele o é, para mais quando a injustiça é evidente e tem por ele o lado da razão. Atacando a UEFA de forma aberta e com toda a propriedade. Foi a voz de um Leão ferido pela mentira de um resultado que nunca seria este.

Mas esta modalidade é feita de homens da têmpera com que se fazem os campeões. Impediram-nos de ganhar a nossa terceira UEFA Futsal Champions League, que acabamos por cair de pé nas grandes penalidades. Mas uma coisa podem ter a certeza, mesmo que venham mais destes erros de Palma(tória) vão ter que levar connosco. Com um Leão de juba alta que nada o demove de querer mais títulos nacionais e internacionais.

Temos e vamos - e aqui só me vincula a mim a opinião, usando a palavra trapaça -  reagir rápido a isto. E esse reagir será já no início dos play-offs. Ainda há um campeonato para lutar por ele. Como iremos lutar em mais modalidades, estou certo. Os opositores em compita são em todas elas de respeito. Mas uma certeza tenho: Lutaremos por conquistas. E a ter que perder que seja com verdade e não com situações como este erro de Palma(tória) ou, parafraseando um treinador de clube rival na década de 80 do século passado, quando se deslocava a determinado local, com 'roubos de igreja'.

PS - Parabéns ao voleibol masculino pela conquista da Taça Federação, que não sendo a conquista mais importante, não deixa de ser um troféu oficial. Agora o tempo é de preparar a próxima época.

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