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Opinião

Sinais

Por Miguel Braga*
03 Set, 2020

(...) Numa altura em que se multiplicam eventos com público, ainda que com restrições, o desporto em Portugal continua a ser uma excepção para as nossas autoridades de Saúde

Arranca este fim-de-semana o Troféu Stromp, sinal de regresso a alguma normalidade, muito embora ainda sem o público desejado nas bancadas do Pavilhão João Rocha. Numa altura em que se multiplicam eventos com público, ainda que com restrições, o desporto em Portugal continua a ser uma excepção para as nossas autoridades de Saúde.

Terminou também no passado domingo o estágio da equipa principal de futebol do Sporting Clube de Portugal. Além da habitual carga de treinos em fase de pré-época, o Algarve foi também o palco ideal para Rúben Amorim testar as soluções de que dispõe para avaliar a composição final do plantel.

À experiência de nomes como Coates, Vietto ou Neto, juntaram-se reforços de qualidade como Feddal, Adán ou Nuno Santos, e a irreverência da juventude no talento de Nuno Mendes, Eduardo Quaresma ou Tiago Tomás. As boas notícias é que ainda há vários nomes, como Max, Matheus Nunes ou Šporar, que nos dão garantias de uma equipa competitiva e cada vez mais confortável com as ideias de jogos e dinâmicas introduzidas pela equipa técnica. E sim, Jovane Cabral, Gonzalo Plata, Antunes, Daniel Bragança, Borja, Porro, Inácio, Rodrigo Fernandes, Wendel e também a magia do nosso Harry Pote, são todos sinais de boa construção do plantel para atacar esta época. E até porque ainda não fechou o mercado de transferências, seja a solução interna ou externa, alguns nomes ainda se vão juntar a este lote para fechar o plantel do Sporting CP.

Também no Algarve, Stefan Ristovski envergou pela primeira vez a braçadeira de capitão do Clube. E fez questão de assinalar o feito nas redes socias, realçando “a honra e o orgulho enorme” da façanha. Sinal de que os homens também se fazem destes momentos e de que o Clube tem nas suas fileiras quem respeita e percebe a grandeza do Sporting CP.

Já está marcada a primeira jornada da Liga NOS e o kick off da temporada 2020/2021 teve lugar no magnífico cenário da Real Companhia Velha. Sobre o mesmo, umas notas. Primeiro, o sinal de que algo precisa de mudar na média de faltas por jogo em Portugal – seja pelo apito rápido, por jogadas menos claras dos jogadores ou vontade dos treinadores – quem não se lembra das instruções de Ricardo Soares, treinador do Moreirense FC, no jogo contra o Sporting CP –, a verdade é que a nossa Liga é a mais faltosa entre iguais (números disponibilizados pela Liga no “Futebol em Números 2019-20 – Report Estatístico das Competições Profissionais”), sendo por isso o tempo útil de jogo e o espectáculo prejudicados. Um sinal claro que devemos melhor, clubes, mas também arbitragem: um sector que deveria ser mais aberto, mais crítico e menos corporativo. A bem de todos. Mas infelizmente, o sinal de que a mudança está longe de acontecer, veio com a atribuição do Prémio Prestígio a Valentim Loureiro, dirigente condenado no âmbito do Apito Dourado.

 

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

Sevilha, 1983… quanto SCP

Por Juvenal Carvalho
03 Set, 2020

O SCP é muito mais do que cada um de nós. Assim o queiramos, sem futilidades. Um Leão, mesmo que ferido, nunca se abate. Somos da raça que nunca se vergará!

Ter o privilégio de escrever umas linhas para o Jornal do nosso Clube permite-me rebobinar momentos de Sportinguismo militante. Sportinguismo puro e genuíno. Sportinguismo até arrebatador e, como o clima na capital da Andaluzia, naquela viagem para disputar a extinta Taça UEFA de 1983/1984, completamente tórrido.

Corria a década de 1980. Iniciava-se uma época em que como sempre partíamos com infundadas esperanças, sobre a liderança de Josef Venglos, e havíamos até sido campeões no ano de 1982. As bolinhas do sorteio destinaram ao Sporting CP a deslocação a Sevilha. Uma deslocação relativamente curta, mas inesquecível. Jamais esquecerei quando saí de casa, morava então ainda no Bairro de Lisboa que me fez crescer para o Mundo, a ‘minha’ Bica, e fui ter com o meu amigo Tó, então ainda uns putos, para irmos para Sevilha para uma excursão que partia de Alvalade, da velhinha central do antigo estádio.

Lá chegados, era uma imensidão de autocarros que nunca antes havia visto. Eram dezenas e dezenas que se fizeram à estrada. Durante a viagem cruzavam-se com centenas de carros e até outros autocarros de diversas proveniências do país. O asfalto pintava-se de verde e branco. Chegados a Sevilha horas antes do jogo, a temperatura era de mais de 40 graus. O que era isso perante a indomável massa humana que foi ver o nosso Sporting CP. A cada esquina e cruzamento, eram aos magotes os Sportinguistas. A cada ‘tasco’ que se entrava para beber uma ‘caña’, o ambiente era Leonino e exacerbado.

Ainda faltava muito para o jogo, quando eram milhares os Leões que pintavam de verde o mítico Estádio Ramón Sánchez Pizjuán. Houve mesmo um Sportinguista que irrompeu pelo relvado antes do começo do prélio com uma enorme bandeira do Sporting CP, com os Leões em êxtase e os sevilhanos atónitos com o que presenciavam. Sei que posteriormente, e até antes, teremos tido milhares no apoio ao Sporting CP, mas esta foi a minha primeira experiência quando adolescente. O Sporting CP terá uma história imensa de grande apoio. Eu próprio já vivenciei muita jornada de fervor Leonino, mas admito que Sevilha 1983 foi o meu primeiro ‘banho’ de Sportinguismo além-fronteiras. Deu para perceber a nossa dimensão e o nosso amor ao Clube. O resultado desse jogo foi 1-1, e na segunda mão, em Alvalade, com um golo miraculoso do ‘mago’ António Oliveira aos 88 minutos, ganharíamos por 3-2 e seguiríamos em prova.

Jamais esquecerei Sevilha. Jamais esquecerei esse momento inolvidável, dos diversos que tive o privilégio de vivenciar por dentro enquanto dirigente e por fora enquanto adepto.

O Sporting Clube de Portugal, por tudo isto, é muito mais do que cada um de nós. Assim o queiramos, sem futilidades. Um Leão, mesmo que ferido, nunca se abate. Somos da raça que nunca se vergará!

Época nova, vida nova

Por Pedro Almeida Cabral
03 Set, 2020

(...) Como sempre, derrotas moem, empates preocupam e vitórias animam. Mesmo a feijões, o Sporting Clube de Portugal só pode jogar para ganhar

No futebol, o ano não muda em Dezembro. Cada vez que acaba uma época, algures em Maio, é que começa um novo ano. Discutem-se reforços, contratações, dispensas, preparações, estágios, estratégias e tácticas. Os jogos de pré-época, não sendo determinantes, são seguidos atentamente. E já se sabe que, mesmo que não contem para o ‘totobola’, são indício válido de como jogará a equipa e do seu espírito competitivo. Como sempre, derrotas moem, empates preocupam e vitórias animam. Mesmo a feijões, o Sporting Clube de Portugal só pode jogar para ganhar.

Neste ano atípico, quando o campeonato já devia ter começado, ainda estamos na pré-época. Até agora, nos dois jogos que foram mais que um treino, duas vitórias seguidas contra o Portimonense SC e a Belenenses SAD.

Contra o Portimonense SC valeu o triunfo, numa reviravolta com algumas rotinas a sobressaírem. Foi notória a falta de destreza no ataque, com a construção do perigo a esfumar-se antes de chegarmos à grande área adversária. Destaque para a lateral-esquerda, com Nuno Mendes a revelar qualidade em todo o corredor, prometendo muito, combinando bem com Pedro Gonçalves, que esteve mais à esquerda, mas que até tem apetência natural pelo centro do terreno. Tiago Tomás carimbou a vitória não desperdiçando o primeiro remate que fez no jogo, como convém a com um ponta-de-lança moderno.

Mais revelador foi o embate com a Belenenses SAD, com vitória por 3-1. Houve Nuno Mendes e Pedro Gonçalves no nível superlativo do jogo anterior. Adán mostrou boa leitura de jogo e Šporar não desperdiçou o terceiro golo. Também o jovem Gonçalo Inácio deslumbrou com os seus passes longos e Daniel Bragança confirmou o seu apurado posicionamento, que lhe permite fazer boas recuperações. Merece todo o destaque Tiago Tomás, com uma assistência e um golo. Apesar da tenra idade, parece mostrar frieza suficiente para marcar abundantemente. Quanto ao colectivo, é certo que o adversário era acessível, mas também se diga que houve mais acutilância ofensiva, com um melhor jogo sem bola, sendo evidente o dedo de Amorim no jogo subido e no ataque móvel de Jovane Cabral e Tiago Tomás.

Faltará ainda compor o plantel com mais um central, essencial para o esquema táctico de Amorim, e um extremo, para dar mais profundidade ao ataque. Veremos o que sucede e como correm os próximos jogos de preparação. Até agora, a época nova parece mesmo trazer uma vida nova que promete.

Época 2020/2021: primeiras impressões

Por Tito Arantes Fontes
03 Set, 2020

Parece-nos que temos um conjunto de jogadores mais equilibrado, com muito jovem talento e com alguns jogadores de indiscutível valia, experiência e maturidade

Começou a pré-época referente à temporada de 2020/2021. Assistimos – pela televisão, bem entendido – aos dois jogos que fizemos no Algarve (Portimonense SC e Belenenses SAD). Foram ambos partidas típicas desta fase de construção de uma equipa. Muitas substituições nos dois jogos (sensivelmente a meio da segunda parte foram simultaneamente efectuadas dez substituições, ou seja, a quase totalidade dos atletas, permitindo – porque nos dois jogos os onze iniciais foram “trocados” – observar todos os jogadores que actuaram num total de 90 minutos cada, critério que também se aplicou aos guarda-redes, ainda que com troca no intervalo dos jogos).

Confirmámos a valia dos nossos jovens talentos. São mesmo talentos! Tiago Tomás faz-me lembrar o nosso eterno Liedson... Nuno Mendes é indiscutivelmente jogador de valia internacional... e vimos dois novos talentos a aparecerem: Gonçalo Inácio (que presença na área e que “passe a 40 metros”!) e Daniel Bragança (melhor jogador da Segunda Liga no ano passado, respira qualidade na posição, na postura em campo e no “toque de bola”... não foge no “miolo do campo” e entrega-se à luta... precisa só de “ganhar corpo”... e isso, como se sabe, é possível!). E confirmámos também a qualidade do ‘Pote’ (Pedro Gonçalves, um talento natural que se sente em cada pormenor), do Nuno Santos (um Capel de cabeça levantada), do Antunes (que vontade de mostrar!), do Porro (empenho), do Feddal (maturidade e experiência de uma grande Liga como a espanhola) e do próprio Adán. Parece-nos que temos um conjunto de jogadores mais equilibrado, com muito jovem talento e com alguns jogadores de indiscutível valia, experiência e maturidade. Com mais algum toque... tenhamos esperança que ainda consigamos mais algum reforço que seja mesmo ‘reforço’!

Infelizmente, a arbitragem nacional já fez das suas... como que a anunciar que connosco esta época vai ser como sempre... a vontade de prejudicar o Sporting Clube de Portugal é manifesta... desta feita um inacreditável pontapé de penálti marcado contra nós numa farsa merecedora de cartão amarelo ao jogador do Portimonense SC (do qual tivemos de recuperar, para ganhar com mérito e categoria o jogo) e um cartão amarelo no jogo com a Belenenses SAD ao Porro, que não fez “farsa” nenhuma... como manifestamente se viu... enfim... arbitragem nacional... o costume, sem emenda e sem perdão!

Noutras bandas, segue o folclore do costume... depois do ridículo “encavinanço”, andam agora atrás de jogadores que não querem vir para Portugal... e de outros da segunda divisão espanhola... com 16 golos marcados na última época, cinco dos quais de penálti... gastando o maior valor de sempre do futebol português num jogador... parece comédia e da má... problema deles e dos mais de 100 milhões que este ano esbanjam... já vejo no hor izonte mais uma “operação coração” travestida de fantástico e heróico empréstimo obrigacionista... ou seja, mais dívida!

Façamos o nosso trabalho! Façamos a reconstrução da nossa equipa de futebol!

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!!

Virar de página...

Por André Bernardo
20 Ago, 2020

O objectivo cada ano é, e será sempre, melhorar relativamente ao ano anterior e entrar em cada jogo para ganhar

… aos últimos 38 anos no futebol é o que todos os Sportinguistas querem e, obviamente, no imediato, ao quarto lugar da época passada. 

A questão de sempre é: como?

Podemos alterar somente a capa do livro e persistir em tentar escrever direito por linhas tortas ou então alterar o paradigma e iniciar um novo capítulo com páginas de linhas direitas. 

LINHAS DIREITAS
A pré-época de 2020/2021 vai arrancar no futebol com nove jogadores da formação com uma média de idades inferior a 21 anos. No total do plantel a massa salarial será aproximadamente 18 M€/ano menor relativamente a Setembro de 2018. O ano de 2020 marcará também o regresso da equipa B, após a desistência de há duas épocas em consequência da despromoção para o terceiro escalão do futebol português.  

Foi assim que há dois anos nos propusemos, entre outras coisas, a iniciar um novo capítulo com base na formação (não apenas no futebol), calibrado por contratações dentro dos limites que permitam ao Clube assegurar competitividade mantendo uma estrutura de custos sustentável a médio e longo prazo. A dose que equilibra o modelo pode variar ao longo do tempo e conforme o contexto, mas o modelo não só está definido, como está a ser executado.

E dois anos passados estamos mais perto do rumo que definimos e de ter as linhas direitas.

ESCREVER DIREITO
Linhas direitas é a base para escrever direito, mas não o garante por si só. Tal como o volume de investimento é uma condição necessária para assegurar competitividade com os nossos rivais, embora não suficiente. As evidências mostram com clareza que existe um denominador comum entre os clubes que lideram as principais ligas europeias e que é o fosso financeiro que separa estes clubes versus os seus rivais. Depois há quem invista de forma mais eficiente que os demais.

No que diz respeito ao investimento do Sporting CP nas últimas três janelas de transferências, até porque mais uma vez a criatividade prolifera, gastámos 31,3 M€ em 11 contratações, mais 7,5 M€ por Vietto (no âmbito do acordo por Gelson de 22,5M€*).O Clube registou 80 saídas de jogadores (algumas são renovações), 38 definitivas e 42 temporárias.

Estratégia fundamental para a já referida redução dos custos estruturais com a massa salarial.

No mercado de Inverno de 2018/2019 saíram 28 jogadores, dez definitivamente, 18 temporariamente, e entraram sete jogadores pelo valor de 12,3 M€

No mercado de Verão de 2019/2020 contrataram-se cinco jogadores (incluindo Neto a custo zero e Vietto) pelo valor de 20,5 M€ (13 + 7,5), e entraram mais três jogadores por empréstimo. Saíram 46 no total, 27 de forma definitiva e 19 temporariamente.

No último mercado de Inverno contratou-se apenas Šporar por 6 M€, vendeu-se Bruno Fernandes e emprestámos cinco jogadores.

As análises não devem ser estritamente resultadistas, mas, em resumo das duas épocas pós-invasão a Alcochete, o Sporting CP ganhou no futebol a Taça da Liga e a Taça de Portugal no mesmo ano, feito inédito e que selou a melhor época dos últimos 17 anos e obteve um terceiro e quarto lugares de classificação na Liga NOS. 

O objectivo cada ano é, e será sempre, melhorar relativamente ao ano anterior e entrar em cada jogo para ganhar. E, portanto, na última época queríamos ter escrito mais direito nas linhas ainda tortas. Porém, demos passos fundamentais para endireitar as linhas com a subida de jovens talentos da formação à equipa sénior, a contratação de um treinador e de avanços positivos na consolidação financeira. Quanto ao último, a recuperação de credibilidade financeira está a ser crucial em momento pandémico e crítica na abordagem ao actual mercado de transferências, muito atípico.

ARRANCAR PÁGINAS 
Não podemos arrancar as páginas dos últimos 18 anos, nem as de Alcochete em 2018, nem as da COVID-19. Na minha opinião nem devemos. É preciso olhar para elas com boa memória para nos relembrar dos resultados que, por razões diversas, essas narrativas trouxeram, e do contexto e condicionantes que continuamos a enfrentar. 

Apesar disso, e da ausência na Champions League, já conseguimos contratar os principais targets que tínhamos definido, mantendo-nos em cumprimento com o fair play financeiro

A credibilidade demora muito a construir, mas muito pouco a ser destruída.

ÉPOCA NOVA, NOVA PÁGINA
Iniciamos a pré-epoca com os seguintes jogadores made in Sporting CP: Joelson Fernandes (17 anos), Tiago Tomás (18), Nuno Mendes (18), Gonçalo Inácio (18), Eduardo Quaresma (18), Daniel Bragança (21*), Rodrigo Fernandes (19), Luís Maximiano (21), Jovane Cabral (22).

E contamos com as seguintes novas inclusões: Pedro Porro (20), Antunes (33), Pedro Gonçalves (22), Feddal (30). 

To be continued

 

Editorial da edição n.º 3783 do Jornal Sporting


* correcção à edição impresa e digital do Jornal Sporting onde foi publicado o valor de 30M e a idade de 18 anos. Por estes lapsos, aqui rectificados, as nossas desculpas.

Recomeços

Por Miguel Braga*
20 Ago, 2020

Será uma época onde o Esforço, a Devoção e a Dedicação de cada um serão fundamentais e cruciais para atingirmos a desejada Glória colectiva

Os inícios de época são alturas de esperança, de acreditar, de crença. Que vamos conseguir mais e melhor, levando o Clube e os sonhos dos Sócios, adeptos, jogadores, staff e direcção ao porto desejado.

A época que começa, nas várias modalidades, é uma época atípica, diferente daquilo que todos nós já vivemos: a incerteza relativamente à presença do público nos estádios e pavilhões, o receio de um mercado de transferências peculiar, a ameaça de uma pandemia que parou o país e o Mundo e que nos deixa desconfiados do dia de amanhã.

É neste contexto que as várias equipas do Sporting Clube de Portugal se preparam para o futuro que aí vem. Com a certeza de que, mais do que nunca, esta será uma época onde o Esforço, a Devoção e a Dedicação de cada um serão fundamentais e cruciais para atingirmos a desejada Glória colectiva. Este é o caminho que todos, Sócios, adeptos, jogadores, staff, dirigentes e colaboradores do Clube têm de percorrer.

Esta semana regressaram os trabalhos à Academia Sporting com a esperança renovada em atingir os objectivos que a estrutura se propõe a conquistar. Temos a experiência de jogadores internacionais consagrados, a irreverência da juventude da nossa formação e a chegada de reforços com ambição e qualidade que nos permitem sonhar com uma época que recoloque o Sporting CP no lugar que merece. Temos também um treinador ambicioso, conhecedor do futebol nacional e com uma ideia clara do que quer dentro de campo. Esta combinação só nos pode encher de uma esperança verde e branca, desejosos que a bola volte a rolar, idealmente e se as autoridades o permitirem, com público nas bancadas a apoiar a armada de Rúben Amorim.

Esta semana que passou, o Estádio José Alvalade foi também palco de uma meia-final da Liga dos Campeões e a nossa Academia foi a arena onde o Paris Saint-Germain se treinou para alcançar pela primeira vez na sua história a presença na final da prova principal do continente europeu. Mais uma vez, o trabalho não visível de uma larga equipa Leonina (e não só) permitiu a realização da competição. A todos os envolvidos, os meus parabéns.

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

O Fábio, um amanhã de esperança

Por Juvenal Carvalho
20 Ago, 2020

Este menino será apenas um dos muitos que nunca nos viram ganhar um campeonato nacional de futebol, mas que são incondicionalmente Sportinguistas

Sou, comum dos mortais, alguém que amando incondicionalmente o Sporting Clube de Portugal, tem momentos nos quais não consegue reagir sem tristeza aos hiatos de tempo em que não conseguimos conquistar títulos na modalidade que mais peso tem no nosso Clube, que é obviamente o futebol.

Passei os 50 anos, e apesar de ter apenas ideia de ter ganho cinco campeonatos na minha existência, sendo até em 1974 ainda muito criança, alguém que nunca se demoveu, que nunca desistiu, que acima de tudo consegue viver o Sporting CP acima das vitórias do futebol, que apesar de estarem muito aquém das que gostaria de ter, procura ter sempre uma inabalável esperança a cada começo de época.

E este ano, ou no começo da nova época, como preferirem, e naquele que é o maior período sem conquistar um campeonato nacional na nossa história, estranhamente fui marcado por um episódio que achei diferente, e que a mim, apesar de homem de poucas crenças, me deu um alento, e como se diz na gíria, uma grande fezada.

Numa esplanada na cidade do Porto, onde bebia um café, estava sentado um senhor numa mesa ao lado, quando de repente apareceu uma criança equipada ‘à Sporting’, que aos gritos disse ao avô, vinda de jogar à bola, que tinha marcado muitos golos que dedicou ao Šporar, ao Wendel, ao Coates e ao Matheus Nunes.

Aquele menino era o Fábio, a quem me apresentei, mostrando-lhe o meu cartão de Sócio que lhe fez brilhar os olhos. Estabeleci ali desde logo uma animada e Leonina conversa com ele, dizendo-lhe que também eu vivia assim como ele o Sporting CP desde menino. Ele, nascido na cidade do Porto, e com pais portistas e o avô, um ‘velho Leão’, a quem ele seguiu as pisadas, mostrou um fervor pelo Clube, que os tenros oito anos de idade não o demovem de não ter visto ainda o Sporting CP ganhar um campeonato. Este é dos que deveria dar lições a muitos adultos na arte de amar o Clube.

Este menino, o Fábio, será apenas um dos muitos meninos que nunca nos viram ganhar um campeonato nacional de futebol, mas que de Norte a Sul, bem como nas ilhas e ainda espalhados pelo mundo, são incondicionalmente Sportinguistas.

Dirão os que não sabem o que é vivenciar o Sporting CP, que estranho é este fenómeno de sermos menos ganhadores e ainda arrastarmos tantos jovens. Pois é, mesmo tendo perdido algumas gerações de jovens, porque quem ganha capta mais, uma certeza tenho. Enquanto houverem “Fábios”, o Sporting Clube de Portugal não morrerá.

Aos profissionais do Sporting Clube de Portugal, que iniciaram agora a época 2020/2021, um humilde pedido. Façam o Fábio feliz. Porque com ele feliz, todo o universo Leonino o ficará.

Lutem por cada bola como se fosse a última. Queremos ter amanhãs de esperança. Isso está nos vossos pés!

Ouro verde

Por Pedro Almeida Cabral
20 Ago, 2020

Quem viu, como eu, não esquece a extraordinária corrida de Carlos Lopes

Há poucos dias, a 12 de Agosto, celebraram-se os 36 anos da conquista da primeira medalha de ouro nos Jogos Olímpicos para Portugal. Carlos Lopes, Sportinguista emérito, foi quem ganhou a prova mais importante do atletismo olímpico, que se disputa em último lugar. Não é uma efeméride qualquer. Quem viu, como eu, não esquece a extraordinária corrida de Carlos Lopes e de como encheu de alegria um país inteiro.

Carlos Lopes, atleta Sportinguista desde os 20 anos, foi um diamante laboriosamente lapidado pelas mãos do Professor Moniz Pereira. O nosso visionário e multifacetado treinador de atletismo, que introduziu os treinos bidiários e tantas outras inovações, foi um dos artífices do olimpismo Sportinguista.

Não é muito conhecida a história de superação de Carlos Lopes entre 1976, quando conquistou a medalha de prata nos 10.000 metros nos Jogos Olímpicos de Montreal, melhorando o seu recorde pessoal em 45 segundos, e 1984, ano do ouro olímpico. Durante estes oito anos, o seu caminho foi irregular. E, na verdade, Carlos Lopes, só começou a correr a maratona em 1982, não tendo sequer acabado a primeira prova em que participou. Teve um resultado animador em 1983, terminando em segundo lugar na Maratona de Roterdão. Tornou a correr os 10.000 metros, mas sem glória. Em 1984, optou finalmente pela maratona e uma preparação meticulosa de Moniz Pereira aliada às extraordinárias capacidades atléticas de Carlos Lopes fizeram o resto. Foi até a primeira maratona ganha por Carlos Lopes e ainda hoje é a maratona olímpica ganha pelo atleta masculino mais velho, com 37 anos.

Se há medalha olímpica que tem sabor a Sporting CP é esta. Porque seria impossível conquistá-la sem um percurso no Sporting CP que preparou, endureceu e guiou Carlos Lopes para a vitória. Não por acaso, Carlos Lopes sempre partilhou o feito com Moniz Pereira.

Para mim, há 36 anos foi a noite em que me fechei com o meu pai em frente a uma pequena televisão a preto e branco e na qual vimos os dois até às tantas da manhã a corrida interminável. Cabeceando com sono, despertei com os gritos do meu pai aos 35 km, quando Carlos Lopes desferiu o seu afamado ataque final que lhe valeu o ouro, fixando o recorde olímpico por 24 anos. Do alto dos meus quase sete anos, foi a noite mais longa até então, mas também a mais inesquecível. Afinal, já deambulava por Alvalade e sabia bem que aquele ouro era também verde.

Época 2020/2021

Por Tito Arantes Fontes
20 Ago, 2020

Especial esperança no “Pote”, (...) que foi o melhor jogador do FC Famalicão na fantástica época que fez

Começa a ganhar forma a nova época de 2020/2021! Começamos a ver os “rearranjos” nos plantéis das várias equipas. Percebemos as enormes dificuldades que a esmagadora maioria dos clubes de futebol têm em todo o mundo. A título de exemplo, mesmo aqui ao lado, em Espanha, o Valencia CF está numa visível e publicitada crise financeira... sem dinheiro, com salários em atraso... e é bom lembrar que há um ano atrás parecia nadar em dinheiro... por exemplo, comprou-nos o Thierry Correia por 12 milhões de euros!

É assim o mundo do futebol... volátil... não perdoando “megalómanos” nem apostas de “all in”!

Do nosso lado, temos a gestão prudente que se impõe como a mais adequada ao momento actual do mundo, da Europa, de Portugal e do nosso Clube! Contratações cirúrgicas que esperemos que se concretizem e que desejamos que se confirmem em desempenhos superiores no rectângulo de jogo!

Especial esperança no “Pote”, hoje anunciado, e que foi o melhor jogador do FC Famalicão na fantástica época que fez na temporada que agora terminou.

Do outro lado da Segunda Circular – com o inenarrável folclore patrocinado pelo “pravda” e seus sequazes – continua o “pornográfico festim”... ah, é verdade... naquelas bandas há mesmo quem precise muito de ganhar eleições! Recordemos que só jogam 11 de cada lado... e que 11 “estrelas reformadas” não fazem uma equipa... e uma equipa coesa, forte e unida é o que queremos que o Sporting CP tenha!

Última nota: ouvi ontem, segunda-feira, dia 17, na TSF, a primeira entrevista que Jorge Sousa deu depois de ter terminado a sua carreira de árbitro. Fiquei elucidado. Homem inteligente. Melífluo, palavroso, com domínio do verbo e dos “lugares comuns”... que só fala do que quer, quando quer, que não “individualiza”, mas que “personaliza” quando lhe dá jeito... homem deslumbrado que se julga “só” o melhor árbitro português enquanto “apitou”. Homem que não foi capaz de reconhecer o seu ódio ao Sporting CP e muito especialmente ao Bruno Fernandes (lembrar, só a título de exemplo, o massacre a que foi sujeito nesta última época no Bessa... debaixo do beneplácito e complacência deste Jorge Sousa... que acabou mesmo – qual algoz – por expulsar a sua própria vítima)! Fiquei com a profunda convicção que o mal que nos fez foi feito com dolo! Infelizmente para ele. Estejamos atentos... ele anunciou que vai continuar ligado ao mundo da arbitragem... ao lado de “lucílios e quejandos”!!!

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!!!

Polígrafo Sporting CP

Por André Bernardo
06 Ago, 2020

Os Sócios têm agora uma oportunidade que nunca tiveram: a de decidir uma vez para decidirem todos sempre

“Sporting pondera vender a maioria da SAD”. Poderia ter iniciado este editorial com este título. O impacto mediático teria sido muito superior e estaria a circular à velocidade da luz pelos media e internet. A técnica de colocar um título chamativo é antiga, mas nos dias de hoje ganhou uma nova dimensão devido à escala, celeridade e capilaridade com que se consegue veicular a informação devido à nova era digital. E com ela veio o fenómeno das fake news e o clickbait*.

“Já ouviram as notícias, agora vamos contar-lhes a verdade”. É a frase que dá início a todas as edições do programa “Intermédio” da Antena 3, canal televisivo da nossa vizinha Espanha e lembrei-me da mesma a propósito de várias notícias recentes relativamente ao Sporting CP.

Façamos então um “polígrafo Sporting CP”.

Maioria da SAD. Em primeiro lugar, há que esclarecer que esta Direcção do Sporting CP não pondera vender a maioria da SAD. Considera sim que uma decisão desta natureza, como outras, deve ser decidida por todos os Sócios. Podem ser 10, 80, 100, 500 os Sócios a decidir por toda a restante maioria de Sócios o futuro do Clube ou podem ser todos os Sócios (elegíveis para tal). Há vários temas importantes a rever nos estatutos, mas o i-voting é o mais prioritário porque é o que permite a decisão por parte de todos os Sócios relativamente aos demais.

I-voting não é seguro. É seguro e, sem dúvida alguma, mais robusto que a contagem manual de votos. Acresce que o processo é conduzido por uma empresa externa independente. Aliás, o método é o mesmo que o do voto electrónico que já existe no Sporting CP, mas sem exigir a presença física do Sócio. O que significa que o mesmo tem que se autenticar. Como é feito isto? O Sócio conseguirá aceder à plataforma para votar com um processo de autenticação em quatro parâmetros, tendo que colocar: 1) número de Sócio + 5 dígitos do cartão, 2) número de contribuinte, 3) Username, 4) PIN.

O username e o PIN são enviados ao Sócio em momentos distintos, através de canais separados, precisamente por motivos de segurança. O i-voting é já amplamente utilizado por várias instituições a nível mundial e inclusive governos como o caso conhecido da Estónia (ver artigo nas páginas 18 e 19).

Os Sócios têm agora uma oportunidade que nunca tiveram: a de decidir uma vez para decidirem todos sempre. A alternativa é deixar que uma minoria que pode deslocar-se fisicamente para votar decida por eles. Como sempre, os Sócios decidem. 

Siniša Mihajlović. O Sporting CP pagou a Mihajlović 3 M€. Do valor em causa, entregou 0,75 M€ ao fisco, correspondentes a impostos obrigatórios. O treinador considera que deveria ter recebido os 3 M€ líquidos, sem a dedução, e abriu um processo de execução no Tribunal de Lausanne, exigindo penhora de valores futuros que o Sporting CP tenha a receber da UEFA. O Tribunal ainda não tomou decisão relativamente ao processo por não ter efectuado a respectiva avaliação. O que o Tribunal decidiu foi manter essa penhora até avaliar o fundo da questão, mas apenas isso. Nós mantemos a nossa posição: o pagamento efectuado é integral.

Valor do Plantel. Em termos de balanço, um jogador da formação é contabilizado a zero (ou a custos de renovação). Um jogador contratado é contabilizado ao valor de compra acrescido de custos. Nenhum deles representa o valor de mercado. Um jogador vale aquilo que o Clube comprador paga por ele em determinado momento.

Para efeitos de exemplo, Thierry Correia, por ser da formação, tinha valor no balanço de 44.300 €, e o seu passe foi vendido por 12 M€.

Raphinha, à data da sua venda, tinha um valor contabilístico de 5,2 M€ e no Transfermarkt valia 8 M€, menos 13 M€ do que aquilo por que foi vendido. E hoje, na mesma plataforma, está avaliado em 16 M€, isto é, 5 M€ abaixo do valor de venda.

Ou seja, todos os jogadores da formação que hoje subiram ao plantel principal têm valor de balanço zero, os contratados o valor de contratação (e, como tal, quanto menor o valor da compra, menor o valor). No Transfermarkt basta consultar jogadores como Eduardo Quaresma, Nuno Mendes e Matheus Nunes para verificar que não têm valor de mercado. Convém também lembrar que em Março fomos atingidos por uma pandemia chamada COVID-19 e, com base num estudo da KPMG, publicado em Maio, no Financial Times, a estimativa de queda no valor dos jogadores é de 10 mil milhões de euros. Uma rápida consulta e até o Liverpool FC perdeu valor de mercado.

Perda de valor, mas desportivo, teve o Sporting CP com a saída de Bruno Fernandes, que já vai no terceiro prémio consecutivo na Premier League e é o verdadeiro timoneiro da recuperação do Manchester United FC. Muitos Parabéns ao nosso ex-capitão pela performance e pelo bom gosto nas caneleiras!

Portanto, assumimos totalmente a responsabilidade das opções que tomámos, quer na aposta na formação, quer na venda de Bruno Fernandes para assegurar a sobrevivência financeira do Clube, quer nas contratações de treinadores e jogadores que fizemos (bem e mal conseguidas) mas qualquer avaliação e comparação de valor nos parâmetros que tem sido comunicado não faz sentido ou é pura demagogia.

Soccas. A Soccas pediu a insolvência da SAD e perdeu na primeira instância. Existem dois processos “normais”, respeitantes às transferências de Nani e Piccini, relativamente aos quais a Soccas se recusou a negociar sem envolver a questão William. E existe um outro, sobre William de Carvalho, que não se tratou de uma transferência, mas de um acordo global numa altura em que o jogador já não era do SCP, motivo principal pelo qual o Sporting CP considera que, neste caso, não deve nada à Soccas. 

COVID-19. É um facto confesso que o Sporting CP, e o mundo, não ficou imune à pandemia da COVID-19. A Eurostat prevê uma quebra de 16,5% na economia portuguesa, a maior de sempre. Se vínhamos na recuperação da nossa própria pandemia, a restaurar uma situação trágica de liquidez, com a COVID-19 a situação não ficou mais fácil. Para nós e para todos. Mas vamos, com a confiança e ambição Leoninas que nos caracterizam, ultrapassar a situação.

Lançámos no dia 23 de Julho a campanha “Débito Directo Num Minuto” e já temos cinco vezes mais adesões que no acumulado dos últimos cinco anos. Estes e os resultados da Renumeração são o melhor polígrafo da força e vitalidade do Sporting CP de hoje.

 

Clickbait é um termo referente à prática de gerar tráfego na internet através da utilização de títulos sensacionalistas ou enganosos para geração de cliques.

 

Editorial da edição n.º 3781 do Jornal Sporting

 

 

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