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Opinião

Lendas

Por Juvenal Carvalho
29 Out, 2020

A variedade das nossas lendas é a prova provada não só da grandiosidade do Sporting CP, como da diversidade em forma de eclectismo

A cada edição daquele que é o mais antigo jornal de clubes da Europa, é sempre com especial gula que leio a muito bem conseguida e sempre interessante, no sentido histórico, temática sobre as Lendas do Sporting Clube de Portugal.

Sim, poucos clubes se podem orgulhar de ter tantas lendas, referências, ídolos, aquilo que cada um de nós lhes quisermos chamar, que fazem com que o símbolo do Leão rampante se orgulhe das suas figuras míticas, que fizeram com esforço, dedicação e devoção, a glória da história mais bela do desporto português.

A variedade das nossas lendas é a prova provada não só da grandiosidade do Sporting CP, como da diversidade em forma de eclectismo.

As lendas são obrigatoriamente atletas ou dirigentes com um passado que nos faz curvar perante eles. Nisto de escolher nomes é sempre difícil, pese o consenso que só o nome lenda acarreta.

Sei pela História do SCP, que sempre a devorei a cada passo, de quase tudo, modalidade por modalidade. De nome por nome. Até por ordem cronológica. Sou mesmo um consumidor compulsivo de tudo o que diga respeito aos 114 anos de uma História sem paralelo.

As minhas lendas maiores serão para a eternidade os fundadores. Sim, aqueles que parecia arrojado, mas foi superiormente concretizado, nos quiseram grandes, tão grandes como os maiores da Europa. Foram eles – obrigado por tudo – que estiveram na génese de toda esta História. Uma História com inúmeras lendas de um Clube que tem um Museu de conquistas que orgulha e comove qualquer Sportinguista.

Somos mesmo, como ouvi em tempos um Leão já entrado na idade dizer, um clube grande demais para um país tão pequeno.

A mim, em criança, marcado pela geração de Vítor Damas, Manuel Fernandes, Rui Jordão, Carlos Lopes, Fernando Mamede, Joaquim Agostinho, António Livramento, eram sobretudo estes que me “forravam” as paredes do quarto. Eram eles as minhas referências, ídolos, lendas, o que for que lhes quisermos chamar.

Esta semana, no nosso jornal, a lenda é Salazar Carreira. E que Leão imenso ele foi. Daqueles que ler o que representou é simplesmente arrebatador.

Anteriormente foram outras. Tantas outras irão ainda ser referidas doravante nestas páginas.

Adaptando uma música de Fausto: Atrás das lendas vêm lendas... e outras lendas hão-de vir.

Somos enormes. Somos o Sporting Clube de Portugal!

Futebol... banido por bandidos!!!

Por Tito Arantes Fontes
29 Out, 2020

(…) Bem esteve o presidente Frederico Varandas quando logo após o jogo com o FCP denunciou os “poderes bicolores” instituídos que defraudam e despudoradamente actuam, sempre em favor da mesma dupla, seja ela encarnada ou azul

Estamos na ressaca do escândalo de arbitragem do último clássico, no qual o nosso Sporting CP foi espoliado de forma inenarrável por uma vergonhosa arbitragem do débil Luís Godinho “superiormente” comandado por um “ferrari” que dá pelo nome de Tiago Martins. Dois nomes para recordar! Desde logo porque ambos ainda têm muitos anos... não para “espalhar magia”, mas – muito pelo contrário e isso sim – para falsear as competições que apitam e prejudicar o SCP, o seu ódio de estimação! É bom, por isso, termos sempre presente os nomes de quem persiste em violar de modo flagrante a verdade desportiva!

Assistimos igualmente no pós-jogo à articulada tentativa dos comentadores desportivos do costume em tentarem esforçadamente “limpar” e justificar os actos de lesa-SCP que foram praticados. Ignóbil! Em contraponto, algum comentário merece elogio, nomeadamente o daqueles que – analisando a justeza do penálti, a evidência da anterior justificada expulsão do Zaidu e a infâmia da ilegal intervenção – defenderam a seriedade da competição da Liga e a sua verdade desportiva!

Bem esteve o presidente Frederico Varandas quando logo após o jogo com o FCP denunciou os “poderes bicolores” instituídos que defraudam e despudoradamente actuam, sempre em favor da mesma dupla, seja ela encarnada ou azul! Verde é que não é! Nem nunca foi!

O chamado “papa” azul” sentiu-se e – qual falsa virgem geriátrica – não gostou do que ouviu. Vai daí deu uma entrevista televisiva no decurso da qual se permitiu tecer comentários capciosos e falsos sobre a vida do SCP! Falou de assuntos e de matérias que só à massa associativa do SCP dizem respeito! Pelo meu lado é claro: não lhe admito a desfaçatez! Na idade dele há muitos que começam a arrepender-se do mal que fizeram... e há outros – como é notoriamente o caso – que insistem em não perceber que o seu tempo já foi, já passou... que já ninguém tem paciência para tanta indecência, para tanta “escuta”, para tanta desfaçatez! O mundo mudou, mas ele ainda não percebeu...

Na sequência – e muito bem – o presidente do SCP disse, com coragem, com firmeza, o que há muito esse senhor deveria ter já ouvido: “um bandido é sempre um bandido”!

É uma frase que fica para a história! Ao fim de décadas, temos finalmente um presidente que disse publicamente o que todos há muito dizemos entre nós! Obrigado, Frederico!

Sucede que as “falsas e ingénuas carpideiras” do costume não gostaram... as mesmas carpideiras que há décadas toleram caladinhas todo o tipo de actuações e de desmandos comandados quer pelo “papa azul”, quer pelo seu homónimo “toupeira” de encarnado!

A verdade é que esta gente tem de ser definitivamente desmascarada! Este futebol terceiro-mundista tem de terminar! Sob pena de termos um “futebol banido”... perdido... por culpa dos bandidos que há décadas o conspurcam e dele se alimentam!!!!

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!!

P.S. – Bela vitória nos Açores! Amanhã com o Gil Vicente FC, em Alvalade, queremos outra [artigo escrito no dia anterior ao jogo]! E depois no domingo com o CD Tondela outra mais! Temos equipa!

De pequenino joga o Leão

Por Pedro Almeida Cabral
29 Out, 2020

Ver que o Pólo EUL tem condições recentemente melhoradas é merecedor de elogio. Trata-se de um trabalho invisível, porém fundamental para que o Sporting CP continue a reter e a acompanhar talentos desde tenras idades

Cresci num mundo que já não existe. Em plena Lisboa, jogava-se futebol na rua de manhã à noite. Qualquer estrada ou beco servia. De pedras e postes de electricidade, faziam-se balizas. De remates desajeitados, grandes golos. E de acasos geográficos, embates titânicos, como a rua de cima contra a rua de baixo. Todos os dias giravam à volta da bola e chegados a uma idade maior (pelos 12 anos que, nesses tempos, já era considerável), vinha a vontade de ir aos treinos do Sporting CP tentar a sorte. Afinal, não era assim tão longe de onde morávamos. 

Lá íamos, muito animados por poder treinar com bolas oficiais e tentar reproduzir, movimento por movimento, aquela célebre jogada que deu um golo que levantou toda a rua. Claro que nada corria como esperado. Mas a emoção de ir ao campo pelado de Alvalade, ao lado do antigo estádio, e fazer um treino orientado era inesquecível. Ensaiar desmarcações, bater penáltis, calçar chuteiras velhas e levar para casa as pernas escalavradas da terra batida do pelado tinha um encanto sem igual. Infelizmente, no que a mim diz respeito, o futebol não estava ainda preparado para uma visão técnica tão apurada. Pior para o futebol, obviamente.  

Nem só da condição de Sócio ou adepto vive o Sporting CP. As memórias do jogador de futebol que podíamos ter sido acompanham-nos uma vida. Tudo mudou desde as minhas futeboladas de rua. Agora, os treinos dos mais jovens já não começam ao lado do estádio, mas sim no Pólo EUL, na Cidade Universitária, onde se iniciam muitos dos nossos actuais jogadores da formação. Actualmente, temos lá cerca de 150 jogadores, que têm uma formação de raiz, completa e variada, que procura também passar os valores de integridade do Sporting CP. É isso que explica que tantos que se iniciam aqui cheguem mais longe e estejam na equipa B, na equipa sub-23 e até na equipa principal.

Ver que o Pólo EUL tem condições recentemente melhoradas é merecedor de elogio. Trata-se de um trabalho invisível, porém fundamental para que o Sporting CP continue a reter e a acompanhar talentos desde tenras idades. É sempre um gosto passar por lá e ver Leõezinhos de verde e branco a dar os primeiros pontapés em bolas oficiais e saber que, hoje em dia, as condições de evolução dos miúdos são bem melhores do que as que havia no meu tempo. Quem sabe se os próximos Nuno Mendes, Eduardo Quaresma, Gonçalo Inácio, Joelson ou Tiago Tomás não estão já lá a treinar!

 

Diferenças que fazem a Diferença

Por André Bernardo
22 Out, 2020

A introdução da tecnologia, nomeadamente a adopção do VAR, marcaram uma verdadeira revolução positiva no futebol (…) Mas como quase todas as soluções, elas trazem consigo novos desafios e necessitam de evolução

Em 1975, Muhammad Ali e Joe Frazier enfrentavam-se pela 3.ª vez no “Philippines Coliseum”*, no combate que ficaria conhecido para a história como “The Thrilla in Manila”. 
Diluído pelo mediatismo do combate, reconhecido como um dos maiores eventos desportivos de que há memória e que bateu o recorde de audiência televisa de mil milhões de espectadores, ficou a polémica que envolveu a escolha do árbitro para esta luta.

O motivo é que no 2.º combate entre ambos o árbitro Tony Perez viria a ter uma grande influência na luta, primeiro ao terminar o 2.º round 20 segundos antes do tempo, prejudicando Ali, e posteriormente favorecendo este último ao não impedir a sua estratégia ilegal de clinch durante o combate. É impossível prever qual teria sido o desfecho do combate, mas certamente o desenrolar do mesmo teria sido muito diferente. 

São pequenas diferenças que podem fazer uma grande diferença no desfecho final. 

A introdução da tecnologia, nomeadamente a adopção do videoárbitro (VAR), marcaram uma verdadeira revolução positiva no futebol, permitindo à equipa de arbitragem o suporte da tecnologia nas decisões mais complicadas. Mas como quase todas as soluções, elas trazem consigo novos desafios e necessitam de evolução.

O caminho da verdade desportiva faz-se caminhando e o passo seguinte do VAR deveria ser a possibilidade de audição das decisões da equipa de arbitragem. É aliás um modelo já amplamente testado com sucesso no râguebi e que protege os árbitros. 
Será um pequeno passo para o VAR, mas um grande passo para a transparência no futebol

Neste caminho existem sempre os “velhos do restelo” e os apregoadores de uma “falácia ludita”, saudosos de um passado sem tecnologia. Os avanços tecnológicos trazem sempre vencedores e perdedores. 
Com a audição das conversas com o VAR vence a transparência e a verdade desportiva, perde quem sempre temeu aquilo que ainda hoje, graças também ao avanço tecnológico dos motores de pesquisa de internet, se pode “escutar”, e que marca como cada uma ficará para a História. 

A possibilidade de audição do VAR teria facilitado muito o entendimento das decisões do jogo do passado domingo contra o FC Porto.

Em 1976, um ano após “The Trilla in Manila”, em Portugal, o boxe do Sporting CP construía a sua História pelas melhores razões com a conquista do Campeonato Nacional com cinco títulos individuais, derrotando precisamente o FC Porto. O vencedor da categoria “Galos” foi João Miguel, conhecido como Paquito, destaque de capa da edição de hoje do Jornal Sporting, e o nosso actual treinador da modalidade no Clube. 

Detentor de um registo impressionante de 245 vitórias em 250 combates e dez vezes campeão nacional, uma das “maiores tareias da sua vida” (palavras do próprio) acabaria por resultar numa das suas poucas derrotas em virtude de uma arbitragem politizada que daria a vitória ao seu adversário polaco na antiga República Democrática Alemã (RDA). 

É mera coincidência do acaso, mas em 2012, no mesmo ano em que Paquito seria justamente galardoado com um prémio Stromp, é quando o documentário “Searching for Sugar Man” ganha o prémio Academy Award 2012, que conta a história do músico Sixto Díaz Rodriguez.

São duas histórias que não se cruzam, mas há duas semanas enquanto estava a mostrar o nosso multidesportivo aos donos de uma escola internacional interessados em fazer uma parceria com o Sporting CP, fomos dar a conhecer o ginásio do boxe. Tinha nesse momento terminado uma aula e apresentámos o treinador João Miguel e demos a conhecer a lenda Paquito aos visitantes (estrangeiros) que ficaram impressionados. 
E a intersecção com Sixto Rodriguez está na simplicidade do homem e na grandeza da lenda. Felizmente, e ao contrário de Sugar Man, não precisamos de “procurar Paquito”. Hoje prestamos a homenagem a uma lenda viva do Sporting Clube de Portugal e do boxe português que soube defender a verde e branca nos ringues, respeitando as regras e com a dignidade do Leão que tinha ao peito.

* O Araneta Coliseum foi rebaptizado temporariamente para o efeito.

Editorial da edição n.º 3790 do Jornal Sporting

Dualidades e outras coisas

Por Miguel Braga*
22 Out, 2020

A introdução do VAR foi uma medida benéfica na luta pela transparência do futebol e como tal precisamos de protegê-la e apetrechá-la de mais instrumentos que ajudem à compreensão de determinadas decisões e à clarificação dos processos

O terramoto provocado pela dualidade de critérios do primeiro clássico da época, teve réplicas ao longo de toda a semana. A presença do árbitro Pedro Azevedo na Sporting TV contribuiu para esclarecer algumas almas menos iluminadas e relembrar a outros que as regras existem e que devem ser iguais para todos. O FC Porto teve mesmo a particularidade de ter um jogador que deveria ter visto dois cartões vermelhos – primeiro por entrada grosseira e perigosa sobre Pedro Porro, depois por fazer penálti; o internacional sub-21 espanhol teve, inclusivamente, de fazer tratamentos nos dias seguintes – e que, mesmo assim, acabou por fazer a totalidade do jogo. É obra. O mantra repetido até à exaustão que uns jogam nos limites mina a capacidade de decisão sobre lances que não podem ser considerados normais no futebol, sobre atitudes que confundem propositadamente agressividade com violência. É, por vezes, uma linha ténue que separa os conceitos, mas é uma linha que existe e que não deve, nem deveria, ser menosprezada. Como a linha da decência, ultrapassada por um ou outro comentador azul e branco, que chegaram mesmo a dizer que Pedro Gonçalves deveria ter visto o cartão amarelo no famigerado lance com Zaidu, por simulação. Só mesmo a falta de vergonha permite comentários públicos assim.

Para meditar sobre estas dualidades que têm marcado a história do Futebol português nos últimos anos, recordo a entrevista de Tomislav Ivković à Tribuna do Expresso, guarda-redes que defendeu as nossas balizas – e dois penáltis do Maradona – nos finais dos anos 80 e princípio dos anos 90. À pergunta se se sentia o domínio do FC Porto, Ivković foi peremptório: “Ohhh, naqueles tempos… Era na Europa toda: cada país tinha o seu FC Porto. O comportamento dos árbitros e dos dirigentes era diferente quando se tratava do FC Porto”. Continuando: “posso dizer que o Pinto da Costa e o Reinaldo Teles eram as pessoas a que toda a gente queria agradar. Porquê? Porque havia a ideia de que eles podiam ajudar quando fosse preciso. Faziam-se bonzinhos, queriam ficar perante eles”.

Heródoto afirmou ser necessário “pensar o passado para compreender o presente e idealizar o futuro”. Continuar a fingir que nada se passou no passado servirá o presente de alguns, mas não ajudará o futuro do futebol português. A introdução do videoárbitro (VAR) foi uma medida benéfica na luta pela transparência do futebol nacional e como tal precisamos de proteger a figura do VAR e apetrechá-la de mais instrumentos que ajudem à compreensão de determinadas decisões e à clarificação dos processos. Não queremos regras diferentes, exigimos sim, critérios idênticos.

 

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

Um amor interminável

Por Juvenal Carvalho
22 Out, 2020

Se formos todos ‘Paulinhos’ no abraçar da causa, tudo será mais fácil. Ah, e já agora, obrigado Paulinho. Também por seres meu amigo, mas sobretudo por seres uma referência do Sporting CP

Falar do Paulo Gama não requer inspiração. Ela surge naturalmente. Mas vi uma campanha muito bem conseguida do Sporting Clube de Portugal, com o título “Uma História de Amor Interminável”, acabei por me reter nela, e por decidir ‘plagiá-la’ e escrever sobre um amigo de quase quatro décadas, o meu amigo Paulinho.

Sim, o Paulinho. O ‘Paulinho do Sporting’. Com uma história de vida que emociona qualquer um. Com um amor ao Sporting CP de fazer chorar de emoção o menos sensível dos humanos. O Paulinho, que coleccionava no Lar da Santa Casa da Misericórdia onde residia, tudo o que era póster ou fotografia do nosso Clube. Que se passeava pelas ruas de Lisboa com um enorme leão de peluche, foi naturalmente acolhido na sua ‘casa’.

Numa casa em que já passaram 35 anos no tempo, quando, por influência de António Livramento, esse mesmo, o ‘mago’ do hóquei em patins mundial, começou a exercer funções na secção de hóquei em patins, engraxando as botas e ajudando na rouparia. Esse menino de ontem era muito diferente do Homem de hoje. Tinha até claras dificuldades na locomoção e na expressão. Não foi só António Livramento que o acolheu. Foram todos os que com ele conviviam. Falo por experiência própria de quem se cruzou centenas de vezes com ele nos corredores de Alvalade, e com quem ainda recentemente nos recordámos de tantos amigos em comum feitos no Sporting CP.

O Paulinho, hoje um Homem de 51 anos, subiu todos os degraus da corda da vida a pulso, mas também com muito esforço, dedicação e devoção pela causa. Naturalmente isso promoveu-o à Glória. Está há muitos anos no futebol profissional. Muitos daqueles que são verdadeiros craques nos relvados e fora deles, acolheram-no em sua casa. Como se fosse um dos seus familiares. Falam dele com carinho e gratidão. É para eles e todos nós uma referência e um exemplo de vida e de Sportinguismo que nos merece respeito.

Chora quando perde. Ri e abraça-se aos seus como poucos quando ganha. É o primeiro a querer tocar nos troféus. É tudo tão genuíno naquele amor à causa que me – nos – comove. Convido até tantos de nós, que por vezes vimos o Sporting CP, como uma ‘guerra’, para parar para pensar e buscar no exemplo de vida e de Sportinguismo do Paulinho um alento suplementar. Que encarnem naquele amor genuíno daquele que é hoje um homem, mas que em menino o SCP foi o seu refúgio levado por um amor sem paralelo ao Clube.

Se formos todos ‘Paulinhos’ no abraçar da causa, tudo será mais fácil. Ah, e já agora, obrigado Paulinho. Também por seres meu amigo, mas sobretudo por seres uma referência do Sporting CP.

 

P.S. – Também poderia escrever sobre questões que conspurcam o futebol. Preferi, contudo, falar de desporto e de humanismo.

Clássico é clássico

Por Pedro Almeida Cabral
22 Out, 2020

(...) Houve jogadas rasgadas, jogadores renascidos e golos oportunos. Só não houve uma arbitragem à altura. Ou talvez tenha havido uma arbitragem clássica que, classicamente, prejudicou o Sporting CP

Clássico é clássico. E vice-versa. Este último, com o Sporting CP a defrontar em casa o FC Porto, não foi excepção. Houve jogadas rasgadas, jogadores renascidos e golos oportunos. Só não houve uma arbitragem à altura. Ou talvez tenha havido uma arbitragem clássica que, classicamente, prejudicou o Sporting CP. Mas já lá vamos.

Do empate a dois golos, que soube a pouco pelo que o Sporting CP jogou, ficou a imagem de um Sporting CP que não se rende e que dominou o FC Porto por largos períodos. De trás para a frente, que é como se fazem equipas vencedoras, esteve muito bem Adán, com bons reflexos logo a abrir o desafio e à-vontade no jogo com os pés. Porro continua a elevar a qualidade do nosso flanco direito. Foi, sobretudo, por lá que o FC Porto atacou, mas nem por isso o nosso atleta deixou de executar tarefas ofensivas, com envolvimento no primeiro golo e um remate perigoso a fechar. Palhinha regressou de forma esplêndida a cumprir as funções de trinco com distinção. É um gosto vê-lo novamente com a camisola mais bonita do mundo. Tal como João Mário, que nos poucos minutos em campo desequilibrou fortemente o jogo a nosso favor. O melhor fica para o fim: Nuno Santos e Pote são já contratações seguras e garantia de fluidez no futebol do Sporting CP. O primeiro marcou o golo em remate difícil e o segundo influenciou decisivamente com desmarcações velozes e passes acertados. Se tudo fosse como devia ser, a crónica acabava aqui com desejos de boa semana e Leoninas saudações.

Afinal, era um clássico em que jogava o Sporting CP. E quando assim é, pode haver grosso apito e protocolo por cumprir. Não adianta rever as imagens do lance do penálti claro cometido por Zaidu sobre Pote. Houve contactos intensos o suficiente para provocar a queda com braço, pé e perna, em tríplice infracção. Pontapé de penálti evidente para um jogador que até já deveria ter sido expulso. Quando menos se esperava, vindo do nada e sem razão, interveio o VAR e o pontapé de penálti e o cartão vermelho foram revertidos. Sejamos claros: o protocolo do VAR não permitia a reversão da decisão. O VAR só podia intervir se se tratasse de um erro óbvio. Há razões para assim ser: a decisão tomada no momento só deve ser alterada quando seja notório para todos que foi um erro. Protege-se a integridade do árbitro no momento do apito e defende-se a apreciação do espectáculo pelos adeptos. Portanto, apito tão errado e protocolo tão desrespeitado só podiam merecer forte contestação. Espera-se agora que falha tão clamorosa não passe em claro, que este lance seja exemplificado como viciação do protocolo VAR e que o Sporting CP possa ter o que parece difícil ter: arbitragens regulares.

 

Campeonato… Um Embuste!!!!

Por Tito Arantes Fontes
22 Out, 2020

(…) Nestes campos todos somos topo mundial! Mas não na arbitragem! Porquê? Por uma simples razão, porque a arbitragem é má! Enfeudada e servil até à medula a “velhos poderes bicolores”!

O futebol vive há décadas num verdadeiro embuste! E tivemos na jornada deste fim-de-semana mais um paradigmático exemplo do embuste em que vivemos. Foi no nosso jogo com o FC Porto, no sábado à noite. O jogo desenrolou-se sem público, mas com milhões de pessoas a assistir, em casa, pela televisão. Vergonha maior! Vergonha para o futebol português! Vergonha para a Federação Portuguesa de Futebol! Vergonha para a Liga! E tudo por causa de mais uma lamentável arbitragem!

Importa, aliás, dizer que não é por acaso que Portugal está no topo do mundo do futebol em vários dos seus intervenientes, mas não na arbitragem! Somos de primeira linha quanto a jogadores, incluindo o melhor jogador do mundo; treinadores; selecção nacional – campeões da Europa; clubes nacionais de consolidado e histórico prestígio internacional, com diversas vitorias em provas de primeiro plano internacional; dirigentes; empresários! Nestes campos todos somos topo mundial! Mas não na arbitragem! Porquê? Por uma simples razão, porque a arbitragem é má! Enfeudada e servil até à medula a “velhos poderes bicolores”! Enfeudada como todos sabemos pelo que se ouviu nas escutas do “apito azul”! Enfeudada pelo que já se sabe dos “e-mails das toupeiras vermelhas”! Ou seja, a arbitragem – que deveria ser a primeira interessada na verdade desportiva – é na verdade a que mais destrói e corrói essa mesma verdade desportiva! Digo mesmo, o VAR – que apareceu como possível panaceia para evitar tanta vergonha a que durante décadas assistimos – tem servido nas mãos dessa arbitragem apenas para demonstrar de modo ainda mais tétrico e sinistro a face dos sequazes que querem destruir o futebol português, impedindo o mesmo de viver com verdade desportiva!

Indo aos factos, no sábado assistimos a um monumental “roubo de igreja”… se fosse ao contrário chamar-lhe-iam mesmo um “roubo dos Clérigos”! Suportámos o segundo golo do FCP ao cair da primeira parte… e logo na jogada seguinte, numa resposta de Leão, o nosso Pote surgiu isolado na grande área para facturar o nosso iminente segundo golo! Impossível! O jogador do FCP – visivelmente atrás do Pote, que tinha ganho a posição dianteira – cai-lhe em cima com tudo: foi braço e mão no ombro/clavícula, resvalando para as costas, foi canela no gémeo do Pote, foi pé no pé do Pote… foram penáltis sucessivos… e o Pote, que já estava no ar para poder dominar a bola, estatela-se no coração da grande área! Penálti clarinho, limpinho e de compêndio! Tenho quase 60 anos de ver futebol! Já vi de tudo! Não preciso de explicações de ninguém! Tenho olhos! Tenho óculos… e com estes… tenho vista de lince! E conheço as leis do jogo! É penálti! Em qualquer parte do mundo! Em qualquer campo! Com qualquer árbitro! E perante isto, perante tanta evidência… o árbitro marcou mesmo penálti! Ajuizou e marcou! E bem! O pior veio depois… no VAR estava um conhecido e desde pequenino “senhor de vermelho” (o mesmo que nos atacou em Moreira de Cónegos, no final da época transacta), que – contra o Protocolo VAR, em clara e evidente violação deste (onde ficou o requisito do erro claro, grosseiro e clamoroso? Onde?) – entendeu chamar a atenção do árbitro de campo, o infeliz e titubeante Luís Godinho. Este – qual pau mandado – lá foi ver as imagens… e – pressionado como foi – desdiz o que viu no campo… volta atrás! E dá sem efeito o penálti e a expulsão do jogador do FCP por acumulação de amarelos! Inenarrável! Espectáculo degradante!

No fim do jogo dei-me ao trabalho de ficar a ver um tal de “Juízo Final” na Sport TV. Ingénuo ainda pensei que iriam dizer que o árbitro e o VAR tinham cometido um erro grave, atentatório da verdade desportiva. Não o fizeram! Comprovou-se, mais uma vez, a opinião que há anos tenho da Sport TV… é um canal de facção! No dia seguinte vi e li todos os jornais desportivos, incluindo “queimados pasquins”. Ou seja, li praticamente todos os comentários dos “experts” nacionais do ludopédio, que vivem – com algumas honrosas excepções – há pelo menos 40 anos do “poder bicolor” que se instalou no futebol português! A última moda é recuperarem velhos e medíocres árbitros que, depois de terem envergonhado a arbitragem quando “arbitravam” com a sua “habilidade” os jogos do campeonato, aparecem agora trasvestidos de modo quase virginal como “pseudo-catedráticos da ciência das regras do futebol”. Foram maus árbitros, são péssimos comentadores. Ouvi e li coisas verdadeiramente inacreditáveis… sim o protocolo do VAR foi violado, mas ainda bem que foi violado, pois não tinha sido penálti… como? Importam-se de repetir? Foi penálti! E o protocolo do VAR não permitia a intervenção deste! Dois erros monumentais de uma assentada… até escrito vi que o jogador do FCP não tocou no Pote! As mentiras soezes e as interpretações da “lei” ao serviço das “ditaduras de opinião”! Em comum o desamor que têm pela verdade desportiva! A patente e permanente cegueira acéfala e obediente ao “poder bicolor” que os comanda! O desrespeito ao Protocolo do VAR! O ódio ao SPORTING CP!

Sim, é verdade! Estamos a viver há décadas no meio de um campeonato que é um verdadeiro EMBUSTE! Um grande e colossal EMBUSTE!!!

SEMPRE, SEMPRE, SEMPRE… ATÉ MORRER!!!

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!!

Parte I - Existem três tipos de pessoas…

Por André Bernardo
15 Out, 2020

… “as que gostariam que as coisas acontecessem, as que desejam que aconteçam, e as que as fazem ACONTECER”.

A frase não é minha, é de Michael Jordan, o “Deus” do basquetebol. 

23 é o número que Air Jordan imortalizou na sua camisola e 23 foram precisamente os anos que o Sporting Clube de Portugal esteve sem basquetebol depois da sua extinção em 1995.
Há menos de dois anos, a 7 de Novembro de 2018, o Clube “fez acontecer”. O basquetebol regressou e criou-se uma equipa de raiz. E é caso para dizer que a equipa de basquetebol chegou, viu e venceu.

40 é um número com valor simbólico forte na cultura ocidental, sobretudo pelas referências bíblicas. 
Foram 40 os dias de jejum de Jesus no deserto da Judeia e 40 anos o jejum do Sporting CP até à reconquista da Taça de Portugal de basquetebol, na passada quinta-feira. Um orgulho para todos, mas que infelizmente não teve ainda a possibilidade de contar com o calor do público que esperemos que esteja de volta brevemente. 

1980 tinha sido o ano da última conquista, sendo esta a sexta taça do Clube na modalidade, que coroa mais um fim-de-semana (quase) pleno de vitórias em todas as modalidades. A excepção foi o empate por 1-1 no dérbi do hóquei em patins que teria sido uma vitória caso existisse tecnologia de linha de golo ou VAR. 
De destacar também a presença de seis atletas da formação que participaram na vitória do futsal por 8-2 frente à AD Fundão. É um caminho fundamental no modelo desportivo sustentável que o Clube tem de trilhar progressivamente e consolidar. 

Vintage. E é também num regresso a 1979/1980 que hoje “fazemos acontecer” a estreia da linha “Vintage Limited Editions” com a edição limitada da réplica da camisola 11 em homenagem a Rui Jordão que infelizmente nos deixou há um ano. Nessa época, o Sporting CP foi campeão e a Gazela de Benguela marcaria 31 golos, um dos quais numa vitória contra o FC Porto. Que seja um pronúncio para o jogo de sábado. Jordão é também uma das Lendas que propusemos que figure imortalizada nas portas do estádio e que, tal como Damas, vamos dar a conhecer hoje. É um piloto de três portas que servirá de amostra para depois os Sócios poderem decidir em Assembleia Geral (sem limitações de COVID-19).

Rui Jordão foi um artista dentro de campo e fora dele. Pela sua dedicação às Artes, mas sobretudo pela sua forma de estar. O minuto 11 de silêncio em seu apoio que ocorreu em 2019 é um marco dos melhores valores que fazem parte do ADN Sporting Clube de Portugal

A propósito de valores, este fim-de-semana assistimos no ténis a mais do que uma soberba vitória de Rafael Nadal. Assistimos também a uma vitória de uma forma de estar no desporto que o espanhol representa. O Maiorquino celebrou a sua 13.ª vitória em Roland Garros e o seu vigésimo Grand Slam, alcançando o recorde de Roger Federer. O suíço que esteve à altura do feito na sua publicação de Twitter em elogios ao seu rival. Um bom exemplo de que o problema não está propriamente nas redes sociais, está em quem muitas vezes as usa da pior forma. 

E, nem por acaso, é no único artigo conhecido de José Alvalade intitulado “Lawn-Tennis”, que o nosso fundador tão bem define esta forma de estar que está na génese do Sporting CP e que nos cabe preservar. O Sporting Clube de Portugal do futuro tem de fugir a muito daquilo que foram os seus 40 anos do passado, mas tem que recuperar o seu ADN. A alternativa é deixar vencer-se pelo bullying, pelo populismo, pelas panaceias ou pelos interesses individuais. 

Esta é a primeira parte deste editorial, voltarei mais tarde com a Parte 2 porque há muito que vamos fazer acontecer ainda este ano…

 

Editorial da edição n.º 3789 do Jornal Sporting

Acreditar no Sporting

Por Miguel Braga*
15 Out, 2020

(...) Foi essa dedicação, essa devoção, com o esforço conjunto de muitos que permitiu atingir a Glória no basquetebol frente ao... FC Porto. O exemplo está dado

É um nervoso miudinho que vai crescendo ao longo da semana, uma ansiedade positiva que vai ganhando força dia após dia, até porque, como se costuma dizer, estes são os jogos “que dão mais gozo” ou, como Luís Neto afirmou esta semana, “são os jogos que toda a gente quer jogar”. Ao longo da minha vida de Sportinguista tive o privilégio de assistir a vários confrontos entre estes dois grandes do futebol português, com jogos e resultados para todos os gostos.

O primeiro clássico entre Sporting CP e FC Porto de que tenho memória remonta a 1981/1982, ano em que fomos campeões e vencemos a Taça de Portugal e que ganhámos pela margem mínima, fruto de um golo do agora Team Manager da equipa sub-23 Mário Jorge. Curiosamente, esse mesmo clássico começou com um golo anulado a Manuel Fernandes por fora-de-jogo “bem assinalado” – segundo os comentários da RTP na altura –, apesar de nas imagens (podem procurar as mesmas no YouTube) se perceber que o Eterno Capitão estava pelo menos um metro em jogo – coisas do futebol dos anos 80, quando ainda não havia VAR e os guarda-redes podiam segurar as bolas passadas pelos seus próprios defesas. O golo solitário acabou por chegar ainda na primeira parte, pelo referido jogador, numa recarga rápida e oportuna a um remate de… António Oliveira, que levou o antigo Estádio José Alvalade ao delírio.

Este é o primeiro jogo em casa do Sporting CP para o campeonato e, espera-se, o último dos clássicos sem público. No início da próxima semana, as autoridades de saúde do país vão pronunciar-se sobre a matéria e todas as pessoas ligadas ao futebol, dos adeptos aos dirigentes, esperam bom senso e uma decisão que permita o retorno do público aos estádios. Aguardemos pela decisão, sabendo que na quarta-feira, o primeiro-ministro António Costa anunciou o regresso ao Estado de Calamidade.

Este será também o primeiro clássico da época. É altura para nos unirmos em redor da equipa e do Clube. “Acreditem em nós. É um grupo especial, que tem um orgulho enorme de representar este grande Clube”, foi o apelo de Luís Neto. Tenho fé que os verdadeiros Sportinguistas assim o façam. Faz parte de nós, da nossa dedicação e devoção aos nossos jogadores e ao nosso Clube. Foi essa dedicação, essa devoção, com o esforço conjunto de muitos que permitiu atingir a Glória no basquetebol frente ao... FC Porto. O exemplo está dado. Sábado, a bola começa a rolar às 20h30.

 

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

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